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EXMO. (A) JUIZ (A) FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ___________________/___. MARIA SOUZA, brasileira, estado civil, professora universitária, portadora do RG nº, inscrita no CPF nº, endereço de e-mail, residente e domiciliada no endereço, vem, à presença de V. Exa., por meio de seus procuradores, impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR contra ato do REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE (...), Srª. (...), com domicílio profissional na, vinculado à UNIVERSIDADE FEDERAL DE (...), com endereço na, pelas razões de fato e direito a seguir expostas: 1- DOS FATOS: A presente demanda se faz necessária devido ao episódio ocorrido nas dependências da citada universidade, onde o aluno Marcos Silva, inconformado com uma nota obtida em uma determinada avaliação, abordou a impetrante e a ameaçou querendo coagi-la a alterar a pontuação. Temendo por sua vida ante o risco iminente a impetrante, em um ato de desespero, entrou em luta corporal com seu agressor e conseguiu desarmá-lo, tendo este caído ao solo e em decorrência disso sofrido uma fratura em seu braço. Posteriormente a impetrante foi denunciada na esfera criminal pela prática de lesão corporal e paralelamente a isso também teve em seu desfavor um PAD para apuração dos fatos. Na esfera criminal ocorreu a absolvição da impetrante uma vez que esta agiu em legítima defesa, porém na esfera administrativa o reitor da universidade, após suposta apuração dos fatos e consulta a comissão disciplinar, aplicou a pena de demissão da servidora sem que esta tenha sido convidada a participar dos respectivos atos para que exercesse seu direito à ampla defesa. 2- DOS FUNDAMENTOS: Ante o exposto e com base no art. 5º, LXIX, da Constituição da República, assim como no art. 1º da Lei 12.016/2009, vislumbramos o cabimento de Mandado de Segurança para a proteção do direito líquido e certo da impetrante. Constituição Federal de 1988 Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; Tal situação se dá devido à clara violação do Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, conforme podemos ver no art. 5º, LV, da Constituição da República. A referida violação inicia-se com o Processo Administrativo PAD, ferramenta esta que do início ao fim não observou os princípios norteados de nossa Carta Magna e desta forma cerceou o direito de defesa da impetrante resultando na mais gravosa das penas para o servidor público, a pena de demissão. Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Há que falarmos também na violação do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana expresso no art. 1°, III de nossa Constituição, uma vez que quando há a violação de outros princípios fundamentais em decorrência de abusos dessa natureza, automaticamente também se viola este princípio. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana; Assim sendo, trazemos a estes autos a conclusão de que a administração pública, neste ato representada pelo reitor da Universidade Federal, que também trata-se da autoridade coatora, causou grave prejuízo a impetrante que além de ter seu direito de defesa cerceado, ainda foi submetida a pena de demissão. 3- DO PEDIDO LIMINAR: Liminarmente pede-se que a servidora impetrante seja reintegrada ao cargo ocupado anteriormente, assim como a suspensão do referido PAD, uma vez que este não observou as formalidades legais necessárias, conforme o norteamento da Lei nº 12.016/2009, a seguir exposta: Art. 7o: Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 4- DOS PEDIDOS: 4.1- A concessão de medida liminar para suspender o ato de demissão, reintegrando a impetrante aos quadros da universidade federal; 4.2- A procedência do pedido concedendo a segurança, ao final, para determinar a anulação do ato de demissão, e a reintegração da servidora, ora impetrante, aos quadros funcionais da autarquia federal; 4.3- A intimação do Ministério Público; 4.4- A notificação da autoridade coatora para prestar informações; 4.5- Sejam concedidos à impetrante os benefícios da gratuidade de justiça devido a sua situação financeira atual(vide declaração anexa). Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB
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