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RESUMO DAS ESTAÇÕES DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO

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RESUMO DAS ESTAÇÕES DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO
FORMAÇÃO EM PESQUISA
 O Pensador (1889), do escultor francês Auguste Rodin (1840-1917), representa uma figura humana em reflexão e preocupação sobre o seu destino. A escultura tornou-se um ícone popular da imagem de um filósofo. Rodin não considerava somente como um pensador, sua concepção era ele (o pensador) como um criador.
 Aqui, aproveito para ilustrar a nós, professores e/ou futuros agentes da educação, como pensadores e pesquisadores. Pois, primeiramente, uma pesquisa não se realiza se não houver reflexão e preocupação com pessoas e situações do mundo em que vivemos. Esse é o mote/incentivo/estímulo, ou como preferirem se referir, que sempre se desdobra em profundas inquietações sobre a vida e o que fazemos com ela, tanto no campo pessoal quanto no campo profissional.
 Um segundo aspecto é o fato de, por meio dessas inquietações, buscarmos mecanismos de investigação que possam responder, ainda que provisoriamente, nossas questões. Por isso, a inquietação e a necessidade de investigação são incessantes e próprias da natureza humana. Na medida em que procuramos solucionar problemas que construímos, com base em experiências do cotidiano, e investimos cada vez mais em compreender novos fenômenos e situações.
Bem, mas, especificamente, o que tem isso a ver com a Pesquisa em Educação?
 Eis uma questão importante para tratarmos. A educação se constitui de um conjunto de pessoas com funções distintas e finalidades quase sempre comuns. Mas, essa compreensão não é suficiente para respondermos a questão. A Pesquisa em Educação é feita de observação, mas, principalmente, de reflexão. A todo o momento refletimos, pensamos sobre as situações vivenciadas, seja por se pautar em harmonia/conflito seja por se pautar em satisfação/insatisfação pela forma como acontece o cotidiano educacional. Esses pares de opostos (harmonia/conflito e satisfação/insatisfação) representam alguns dos dilemas diários que se constituem no ambiente escolar, do qual os professores são protagonistas. 
 Por outro lado, esses mesmos professores estão frequentemente em diálogo com documentos oficiais que se articulam nas deliberações desse ambiente da escola e do que é feito no processo de aprendizagem. Contudo, muitos desses diálogos deixam a desejar quanto à participação do conjunto dos professores, seja porque não lhes sobre tempo, dada a jornada intensa de aulas e tarefas complementares, seja porque acreditem que esse diálogo não lhes pertence. Prefiro, então, pensar que, quanto mais professores aderirem ao diálogo e a todo o processo de construção de conhecimento, melhor, ainda, a forma como esse conhecimento será disseminado. 
 A pesquisa é um caminho valioso que permite um horizonte de novos conhecimentos, diferenciando e superando, assim, o conhecimento do senso comum.
 De outro modo, quando tratamos de documento oficial, como é o caso das diretrizes do Curso de Pedagogia (comentadas no Caderno de Estudos), reconhecemos um processo de organização e uma perspectiva de regulação na formação inicial de professores. Portanto, as políticas educacionais buscam efetivar regulações, cujos documentos oficiais são alguns dos vetores que viabilizam na prática essas políticas. Logo, estar ausente nesse processo de discussão e implementação das políticas fortalece mais ainda um mecanismo alienante, no qual, ao contrário disso, o professor deve se envolver, com discussões para compreender seu papel e para que sua participação seja ativa no sentido de transformar-se e ser agente de transformação. É por isso, também, que cada vez mais pesquisas buscam entender os documentos oficiais com interpretações e proposições inovadoras.
 Dessa forma, podemos afirmar que pesquisa é uma atividade na qual se busca a superação de problemas sociopolíticos educacionais, em cujo contexto pesquisador está inserido. O professor conhece na prática o que lhe atinge em termos políticos educacionais, mesmo quando não pratica ativamente os processos de discussão contemporâneos. Pois, a maneira como as mudanças são implementadas atinge diretamente seu cotidiano profissional e, também, atinge diretamente os modelos formativos.
 É dessa prática que questionamentos e posicionamentos são formulados e pesquisas são construídas, no caso de professores atuantes. É, também, dessa prática, no caso da formação, que as incertezas quanto à vida profissional despertam para questões de pesquisa.
 A imagem acima remete à ideia de um labirinto de escolhas quando se trata de fazer pesquisa. A cada passo acontecem novas escolhas, cujo resultado será bastante diferente. Portanto, nenhum tema se esgota na medida em que diferentes formas de interpretação e diferentes tratamentos metodológicos podem ser conduzidos pelo pesquisador. A originalidade de uma pesquisa depende exatamente do viés segundo o qual o pesquisador percebe o problema e, a partir disso, deflagra um processo de investigação com muitas escolhas pelo caminho.
 Nessa compreensão de pesquisa, é muito difícil trabalharmos com a ideia de neutralidade do pesquisador, pois, ele age conforme seu caminho investigativo é construído singularmente, dada as suas percepções, sentidos e escolhas teórico-metodológicas. Por isso, o labirinto é tão representativo para o caminho investigativo, não somente pela facilidade de se perder no percurso, mas, também, e é o que prefiro alertar, por esse aspecto da singularidade do pesquisador na construção de seu objeto de estudo e na busca de solução para as dificuldades de investigação.
 É importante perceber que a pesquisa se inicia por uma questão de nosso cotidiano, experiências de êxito ou de fracasso que marcam nossa história e trajetória de estudos, tanto em relação a situações atuais como em relação a lembranças marcantes. Nada deve ser desprezado na medida em que o tempo todo, buscamos dar sentido às nossas experiências e, por meio dessas, elaboramos explicações ou permanecemos com dúvidas. Essa é, portanto, uma grande fonte de curiosidade e de conhecimento a ser construída.
 Nesse sentido,  pretendo trazer outra compreensão de pesquisa, pois ela acontece a partir de nosso cotidiano, contudo, não basta ficar fixado em certezas ou impressões da realidade. É preciso ir além para fazer pesquisa, afinal querer mudar não é suficiente, porém, a formação em pesquisa permite o conhecimento do tratamento científico dos problemas que são formulados a partir da realidade e da experiência. A formação em pesquisa para professores abre esse universo investigativo com base em pressupostos teóricos e metodológicos que são próprios da pesquisa científica. 
RESUMINDO:
 Vimos, até o momento, que pesquisar depende da curiosidade e do interesse em querer saber mais sobre pessoas e situações, que no caso da pesquisa em educação são muitos caminhos, dilemas e processos em questão. Destacamos, também, a diferença entre apenas ter curiosidade e decidir investigar fenômenos. Portanto, estamos prontos para avançar com a Pesquisa em Educação na formação docente.
 Desse modo, também, podemos destacar a valorização da profissão docente, fortalecendo sua base curricular e entendendo que a formação precisa preparar o professor para sempre buscar mais conhecimento sobre o seu fazer educacional,  cujo principal instrumento é a pesquisa. 
 A formação de professores deve trabalhar no sentido da valorização docente, por meio da oferta de condições necessárias ao pleno exercício da docência e da dinamização do pensamento crítico sobre a realidade. Nesses dois aspectos, a pesquisa amplia as possibilidades da formação.
 Existe uma extensa discussão sobre a valorização da profissão docente. Abaixo, destaco parte de uma entrevista, cujo texto completo pode ser consultado no link a seguir:
Centro de Referências em Educação Integral: O que é valorizar um professor?
Marcia Jacomini: Essa é uma perguntainteressante e extremamente importante. Se fala muito sobre valorizar o professor e de fato é preciso entender o que significa isso. Para tanto, é preciso envolver várias questões. Uma delas está ligada ao reconhecimento da importância desta profissão na sociedade contemporânea. No entanto, por mais que esse reconhecimento apareça entre os discursos sociais, ele não necessariamente se traduz em medidas concretas de valorização desse profissional. 
FONTE: http://educacaointegral.org.br/reportagens/para-especialista-busca-pela-valorizacao-docente-deve-ser-uma-pauta-de-toda-sociedade/, acesso 05/12/16.
 Nessa entrevista a discussão sobre valorização docente trata especialmente da carreira profissional, contudo, o nosso ponto aqui é a formação inicial docente. Porém, vale conhecer os debates do ponto de vista da carreira docente. Reforço, no entanto, que a formação pode ter mais reconhecimento na medida em que melhora a qualidade formativa e prepara o professor para diferentes formas de inserção no mercado de trabalho, incluindo a oportunidade de pesquisa em educação no seu currículo.
 Devemos lembrar que, na formação de qualquer cidadão, sempre existiu professor (es) acompanhando estudantes ao longo da vida.
 A charge abaixo descreve de forma simples a importância fundamental do professor na formação dos profissionais, veja:
 Portanto, a valorização do professor deve começar na formação inicial, destacando o seu papel social, as suas funções educacionais e garantindo a qualidade formativa.
  A formação em pesquisa é uma forma de prestígio para a formação docente, pois qualifica o professor e valoriza sua carreira com mais conhecimento. Trata-se, assim, de uma política pública de valorização docente em ação, conforme vimos alguns trechos de artigos das diretrizes curriculares de 2015 e sobre a Meta 17 do PNE – Valorização docente, no Caderno de Estudos.
 São, portanto, estratégias que se tornam imperativas, a partir das definições de políticas públicas educacionais, que visam à valorização docente, articuladas pelas instituições de formação, entre aperfeiçoamento de currículos e de projetos pedagógicos, integrando a ideia de formação em pesquisa.
 A complexidade dessas ações está aqui traçada e representada numa disciplina como esta de Pesquisa em Educação na formação do professor da Educação Básica. Afinal se não fossem as pesquisas em educação, com cenários e dados produzidos e analisados, algumas mudanças curriculares e pedagógicas na formação de professores estariam caminhando muito mais lentamente.
 É muito importante conhecer o cenário da formação de professores, assim como conhecer a realidade da atuação docente no Brasil, pois são muitos dados que podem produzir excelentes pesquisas sobre novas demandas e mudanças que necessitam ser feitas constantemente.
Vejamos uma sugestão, a seguir:
 Diversos estudos identificam a falta de políticas capazes de formar, atrair e manter em sala de aula os melhores profissionais. Porém, os caminhos institucionais para conseguir a mudança não são claros. Com o objetivo de contribuir para a definição de ações que levem a essa mudança, a organização Todos Pela Educação (TPE) idealizou a pesquisa “Formação de Professores no Brasil – Diagnóstico, agenda de políticas e estratégias para a mudança”, coordenada pelo professor Fernando Luiz Abrúcio, da Fundação Getúlio Vargas.
 Seguindo esta linha de buscar dados para construção de pesquisas, é possível consultar, também, o Censo Escolar. Vejamos, então:
Porcentagem de professores da Educação Básica com curso superior
Atual (2014)
76,2 %
Meta PNE (2024)
100 %
Porcentagem de docências dos anos finais do Ensino Fundamental com professores que possuem formação superior na área em que lecionam
Atual (2014)
49,1 %
Meta PNE (2024)
100 %
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar
 Veja que os dados acima são representações numéricas com informações necessárias para a interpretação que deve ser feita por meio de aportes teóricos diferentes em pesquisa. Cada pesquisador se utiliza desses dados, conforme caminhe em sua pesquisa, baseado em suas preocupações que deram origem aos problemas a serem investigados.  
 Portanto, o campo da pesquisa em educação não se esgota, na medida em que cada pesquisador tem seu viés de análise e interpretação dos dados, que estão à disposição, e serão construídos singularmente.
 Associar as múltiplas possibilidades de pesquisa nesse campo com a valorização da profissão docente deve ser o desafio de professores e pesquisadores, sem os quais a educação não se desenvolve nem tampouco transforma a realidade.
 Considero muito importante a formação em pesquisa na formação inicial, pois, dessa forma, o percurso formativo de cada estudante se enriquece com mais essa habilidade e o aprendizado metodológico será também relevante para suas indagações sobre a profissão e os problemas formulados a partir dessa prática.
E você, o que pensa sobre a formação em pesquisa?
 Então: Reflita com seus pares; conheça mais sobre pesquisa em educação; envolva-se com as questões que o campo educacional dinamiza; questione a atuação docente, enfim, entre nesse vasto campo de questões e saberes que podem ser produzidos na/com a pesquisa em educação, na sua formação.
O que aprendemos nesta estação:
 Nesta aula, começamos a refletir sobre a importância da formação em pesquisa na formação inicial de professores.
 Apresentamos a valorização dos professores como um pano de fundo necessário para o reconhecimento deste profissional como um agente de transformação social.
Em decorrência, buscamos:
refletir sobre o papel da pesquisa na formação inicial de professores;
destacar a valorização docente como princípio a ser consolidado pelas políticas educacionais;
desenvolver a ideia de escolhas teórico-metodológicas no percurso da pesquisa em educação.
AS NOVAS FORMAS DE FAZER CIÊNCIA
 De alguma forma, o convívio com o ensino traz provocações tanto do outro quanto de nós mesmos. A todo o momento temos uma dúvida ou elaboramos uma questão sobre algum conteúdo ou tema. Essa é a riqueza do aprendizado, pois o conhecimento é dinâmico de acordo com o tempo e a cultura que o produz.
 Discutimos bastante no Caderno de Estudos as polêmicas da pesquisa em educação e como os pesquisadores dessa área se posicionam frente a estas. Porém, aqui neste circuito, convido você a um retorno no tempo para conhecer um pouquinho da história da ciência e destacar cientistas emblemáticos que modificaram a forma de se fazer ciência.
 Primeiramente, Karl Popper (1902 - 1994), um filósofo da ciência, tendo recebido muitos prêmios no seu campo, é considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX que discutiu sobre a ciência. É bem conhecido pela sua defesa do falsificacionismo como um critério de demarcação entre a ciência e a não ciência. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Popper).
Veremos, então, a demarcação e o falsificacionismo, a seguir:
 A ideia da demarcação é muito importante, pois como poderemos distinguir se estamos produzindo ciência ou simplesmente afirmando pontos de vista supersticiosos (não ciência) sobre uma realidade observada?
 Karl Popper considerou que a ciência, opostamente à superstição, pode ser falsificável. Dito de outro modo, a ciência pode ter uma afirmação e ser comprovada que é falsa. Enquanto que a superstição, a não ciência, não tem meios de provar que é falsa uma afirmação, pois tem um sistema vago de explicações em sua estrutura.
 É um aspecto muito relevante se considerarmos que na pesquisa em educação não se deve ficar condicionado às impressões pessoais nas observações ou na formulação de problemas. É preciso construir critérios que venham a permitir comprovação ou refutação das hipóteses.
 Com relação ao falsificacionismo, é uma complementaridade da demarcação,lembrando que as teorias científicas são construídas com hipóteses, que serão substituídas por novas hipóteses quando são falsificadas.
 Pode parecer um ponto desnecessário de abordagem, contudo, foi preciso que Popper trouxesse à luz a questão do que é ciência e a diferenciasse de crendices do senso comum.
Com Popper, esquematicamente, temos:
 Outro destacado pensador foi Thomas Kuhn (1922 - 1996) formou-se em física e se dedicou ao estudo sobre história e filosofia da ciência, tornando-se um marco no estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico. Foi professor em Harvard, depois foi lecionar História da ciência na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em 1971 Kuhn foi lecionar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde permaneceu até encerrar sua carreira acadêmica. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Kuhn).
 A questão central da teoria de Khun está no conceito de paradigma. Para Khun, as ciências evoluem por meio de paradigmas. Os paradigmas são os pressupostos das ciências, tais como modelos e interpretações de mundo universalmente reconhecidas que trazem soluções para uma comunidade de praticantes de uma ciência. Aqui entendendo que qualquer ciência tem seus modelos explicativos próprios, como no caso da física que fazia parte de seus estudos. Contudo, as concepções se desenvolvem não por meio de acumulação, mas, sim, por revoluções paradigmáticas.
 As revoluções de paradigmas ocorrem para o próprio desenvolvimento da ciência, pois, por meio de transformações de modelos explicativos, a ciência amadurece. Khun exemplifica com a teoria da relatividade de Einstein, que revoluciona a explicação sobre a gravidade. Portanto, Khun analisa o que é interno à ciência, que são seus modelos explicativos, a luta entre teorias e concepções de mundo.
 Chamo atenção, ainda, para o que escreve Maria Teresa de Assunção Freitas, no artigo sobre questões e desafios da pesquisa em educação, destacando as contribuições de Vygotsky e Bakhtin:
 Vygotsky e Bakhtin criticam os paradigmas hegemônicos de sua época que, em uma preocupação com a cientificidade das ciências humanas, coisificam o sujeito. Essa crítica é especialmente dirigida ao paradigma positivista, que, em sua convicção de que a realidade é objetiva e apreensível, considera a ciência como um conhecimento positivo, verdadeiro, obtido sob condições controladas. Essa perspectiva acaba por divorciar ciência e vida, conhecer e agir, homem e realidade. A partir desse quadro, é impossível pensar a pesquisa como um encontro entre sujeitos, uma vez que a relação é a de um pesquisador (sujeito) que deve colocar em suspenso sua subjetividade, adotando atitudes neutras para enfrentar não um outro sujeito, mas um objeto explicado por suas relações de causa e efeito.
FREITAS, M. T. A. A pesquisa em educação: questões e desafios. Vertentes, São João Del Rei, n. 29, jan./jun. 2007. p. 28-37.
FONTE: http://www.ufjf.br/grupolic/publicacoes/publicacoes-em-periodicos/31012009-revista-vertentes-a-pesquisa-em-educacao-questoes-e-desafios/
 A autora vai ao encontro do pensamento de Khun sobre a importância do observador e de seus valores, que não é possível manter uma neutralidade em pesquisa tampouco “coisificar” seu objeto de estudo nas ciências humanas.
 Novamente, devemos perguntar: qual a influência/importância de um cientista como Khun para a pesquisa em educação?
 A partir da sua concepção de paradigma, destaco a ideia de relativismo para essa resposta, pois, o relativismo em ciência é o não fechamento, a não fixação de uma concepção. Quando novos paradigmas são construídos, mudando os modelos explicativos, há, então, a possibilidade de incluir a subjetividade do observador, posto que cada pesquisador produz e interpreta seus dados na pesquisa, conforme determinado modelo explicativo e visão de mundo que são próprios do campo científico. Para isso, o movimento de subjetivação é para dar um sentido ao pesquisador, que deve mostrar explicitamente os critérios utilizados na escolha metodológica e nos fundamentos teóricos do trabalho.  
 Depois de você conhecer Popper e Khun, chamo atenção aos seguintes princípios para realização de qualquer pesquisa:
- não prescrever, apressando-se em afirmar respostas;
- não dicotomizar - ou isto ou aquilo -, mas tomar a complexidade contemporânea, e,
- não tomar o modismo com exclusão dos clássicos.
 Considero que o campo da pesquisa em educação é eminentemente híbrido, com várias fontes, das quais a mescla de teorias e concepções pode facilitar a compreensão da complexidade de situações e de fenômenos educacionais atuais. 
 Néstor Garcia Canclini escreve: “entendo por hibridação processos socioculturais nos quais estruturas ou práticas discretas, que existiam de forma separada, se combinam para gerar novas estruturas, objetos e práticas.” (2011, XIX). O próprio termo “hibridação” é considerado, pelo autor, como um conceito que desloca outros conceitos e força a irrupção de novos sentidos a serem produzidos em contextos de mudanças em determinados campos do conhecimento. 
 Agora, sugiro uma pausa para que assista a este vídeo com Pedro Demo falando sobre Educar pela Pesquisa, no qual afirma o seguinte:
“A característica emancipatória da educação exige a pesquisa como método formativo, pela razão principal de que somente um ambiente de sujeitos gesta sujeitos”.
LINK; https://www.youtube.com/watch?v=bOVAIwuiEBg
O que aprendemos nesta estação:
Nesta aula, conhecemos dois dos principais pensadores da ciência, Popper e Khun, que transformaram a compreensão e o modo de fazer ciência.
Introduzimos a ideia de não cair na armadilha das dicotomias do pensamento e das verdades absolutas em ciência.
Em decorrência, buscamos:
refletir sobre o papel do observador nas pesquisas;
destacar a importância do relativismo e da interpretação dos dados de acordo com uma visão de mundo;
conhecer que é possível uma mescla de paradigmas em pesquisa.
O QUE APRENDEMOS NESTE CIRCUITO INICIAL?
Destacamos a formação em pesquisa, juntamente com a valorização docente, na formação inicial de professores para que seja fortalecido o papel transformador desse profissional na sociedade.
Apresentamos as mudanças, ocorridas nos últimos tempos sobre o modo de fazer ciência, que consideram novas modalidades interpretativas e que não buscam verdades absolutas na produção do conhecimento.
O INCENTIVO À PESQUISA E TEMÁTICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO
 Este circuito trata da importância de ser incentivada a pesquisa no ensino superior, particularmente, na formação inicial de professores.  Afinal, a pesquisa em educação no âmbito da formação docente tem sido uma proposta inovadora que tem demarcado uma diferença qualitativa para os formados, a quem o atributo da formação em pesquisa tem sido garantido no currículo.
 Vimos, no Caderno de Estudos, os programas de governo de incentivo à pesquisa desde a graduação, nos quais as universidades públicas já tomam parte, contudo, nas faculdades privadas este estímulo tem se consolidado mais letamente. Portanto, é necessário que mudanças curriculares passem a garantir a integração da formação em pesquisa como estratégia de desenvolvimento qualitativo na formação docente.
 O formando do curso de Pedagogia não somente deve ser estimulado para a produção do trabalho de conclusão de curso (TCC), como, também, deve ter esta formação em pesquisa de maneira mais ampliada, ainda que não participe de programas de incentivo à pesquisa. A formação em pesquisa permite um diferencial na sua futura atuação profissional, na qual a relação entre teoria aprendida e realidade vivida potencializa questionamentos de caráter investigativo ou de prática de pesquisa.
 O desenvolvimento da habilidade em pesquisa, na formação inicial, pode contribuir diretamente para um novo perfil docente, cujas características principais sejam de reflexividade e criticidade, gerando cadavez mais autonomia a esse profissional. De certo modo, essa autonomia com reflexão e criticidade deverá, também, alterar em qualidade a forma desse professor ensinar. Pois, os fundamentos de crítico e questionador passam a ser o modo de o professor operar com o ensino, fazendo o aluno pensar e articular a teoria com a prática.
 Portanto, a formação em pesquisa na formação inicial de professores é um espaço de produção do conhecimento, do qual o formado se apropria, no seu percurso formativo, participando criticamente das questões atuais do campo educacional. 
 É por meio da pesquisa que ocorre a integração de diferente saberes normalmente fragmentados nas disciplinas do currículo de formação. É, também, com a pesquisa que muitos conhecimentos são aprofundados teoricamente e, possivelmente, modificam a maneira do formando pensar sobre determinada realidade.
 A pesquisa tem essa característica, representada na imagem acima, de usar lente de aumento tanto para a teoria quanto para a prática, pois, a investigação aumenta a capacidade de observação e análise críticas. Sendo, então, uma ferramenta para melhorar a compreensão do mundo e, consequentemente, contextualizar, integrar e significar as práticas educacionais docentes.
  Outro ponto, que já foi destacado no Caderno de Estudos, é o fato de que a formação em pesquisa não tem como foco somente a elaboração do TCC, que é trabalhado no último semestre de curso, mas, principalmente, a instrumentalização para produção de conhecimento com critérios metodológico-,científicos.
 Sugiro a leitura deste artigo, do link a seguir, que traz algumas reflexões preliminares e problematizadoras sobre a necessidade e o exercício de pesquisa no ensino superior, conforme escrito no resumo. O título do artigo é “Pesquisa acadêmica em instituições de ensino superior particulares: desafios e perspectivas” e os autores são Daniel Soczek e Mario Alencastro. Publicado na Revista Intersaberes, vol.7, n.13, em 2012.
LINK: http://www.grupouninter.com.br/intersaberes/index.php/revista/article/viewFile/247/156
 A partir de agora, destaco alguns temas relevantes para pesquisa em educação. Afinal a escolha de um tema de pesquisa tem relação direta com os interesses e questionamentos do pesquisador tanto no aprendizado teórico deste quanto, principalmente, em sua prática. Dessa forma, você poderá conhecer alguns temas da pesquisa em educação diretamente relacionados à prática do pedagogo e identificar possíveis escolhas para suas pesquisas.
 Tomo como base, mas não somente, a Revista Educação e Pesquisa, publicada pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (vol.34, nº. 2 de 2008), na qual foi organizada uma coletânea de artigos sobre alguns dos problemas objeto de estudo e pesquisa da época, cujos temas continuam atuais.
Vejamos ao menos 10 possibilidades temáticas para uma pesquisa, mesmo sabendo que muitas outras existem:
Revisão de literatura e perspectivas para a pesquisa:
 A revisão de literatura é uma forma de pesquisa bibliográfica, da qual trataremos mais adiante, mas se caracteriza por um levantamento dos autores, das pesquisas e dos trabalhos publicados (artigos em periódicos, relatórios institucionais e governamentais, dissertações e teses, livros, entre outros) sobre um determinado tema. Trata-se, assim, de um estudo eminentemente teórico, no qual o pesquisador busca conhecer os debates sobre aquele tema em questão e a forma como o debate está evoluindo no cenário acadêmico.
 Na revisão, o foco pode ser qualquer tema da escolha do autor e em outro momento, o mesmo poderá se aprofundar numa questão que tenha considerado pouco explorada ou que apresenta muitas contradições entre os pesquisadores, por exemplo.
 Portanto, quando se tem muita dúvida sobre o quê e o como pesquisar, a revisão de literatura é recurso que pode ser utilizado, no entanto, não tenha a ilusão de pensar que é mais fácil porque o rigor é o mesmo e a dedicação no levantamento deve ser muito criteriosa.
Educação do Campo e Educação Indígena:
 São dois temas relacionados às políticas educacionais que devem ser abordados, utilizando pesquisa documental, uma vez que existem documentos oficiais que regulam currículos e práticas docentes com particularidades. É claro que a pesquisa de campo também poderá contribuir quando o foco for a análise de determinadas instituições de ensino que estejam incluídas nestas modalidades.
 Disponibilizo o link abaixo de uma publicação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) do Ministério da Educação que trata de diferentes documentos sobre os marcos normativos da Educação do Campo. Atualmente esta secretaria está nomeada como Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI).
http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/bib_educ_campo.pdf  
Veja aqui os documentos que são apresentados neste link:
PARECER Nº 36, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2001
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 1, DE 03 DE ABRIL DE 2002
PARECER CNE/CEB Nº 1, DE 02 FEVEREIRO DE 2006
PARECER CNE/CEB Nº 3, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2008
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 28 DE ABRIL DE 2008
LEI Nº 11.947, DE 16 DE JUNHO DE 2009
DECRETO Nº 6.755, DE 29 DE JANEIRO DE 2009
DECRETO Nº 7.352, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2010
 Em 1991, o decreto da presidência da República de nº 26 instituiu a transferência de responsabilidade e de coordenação das iniciativas educacionais em terras indígenas da FUNAI (órgão indigenista) para o Ministério da Educação (MEC), articulado com as secretarias de estaduais de educação. Assim, a perspectiva foi integrar aos sistemas de ensino do país e, desta forma, os chamados “monitores bilíngues” atuantes nestas comunidades teriam o direito de serem formados e tratados como os demais profissionais de educação, no âmbito das políticas públicas do setor.
 Esse precedente gerou muitas alternativas temáticas de pesquisa, que continuam articulando estudos sobre as práticas nessas comunidades. No link abaixo, você poderá conhecer o referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas, de 1998.
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=26700
 Além disso, o Censo Escolar Indígena foi realizado em 1999, publicado em 2001, com muitos dados sobre essa realidade. Depois disso, os dados estão agrupados junto ao Censo Escolar que é realizado anualmente e pode ser consultado no link a seguir:
http://portal.inep.gov.br/basica-censo
 Outro documento muito importante que pode ser consultado no portal do MEC é a Resolução CNE/CP nº 1, de 7 de janeiro de 2015, que Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores Indígenas em cursos de Educação Superior e de Ensino Médio e dá outras providências.
 Contudo, outros agentes da sociedade civil participam da educação indígena e disponibilizam dados em seus sites como, por exemplo, as ONGs (Organizações Não Governamentais).
 No link abaixo existe uma lista de organizações de apoio aos povos indígenas, dos quais diferentes dados podem ser utilizados em pesquisas sobre educação indígena.
https://pib.socioambiental.org/pt/c/politicas-indigenistas/a-sociedade-civil/lista-de-organizacoes-de-apoio-aos-povos-indigenas
Educação Inclusiva:
 Este tema é bastante extenso, pois abrange inúmeros aspectos relacionados aos preconceitos e estigmas, bem como as oportunidades de acesso ao ensino, enfim, toda a discussão sobre inclusão das deficiências e o debate sobre os portadores de necessidades especiais, acessibilidade escolar e adaptação curricular.  Alguns links de sites oficiais e de documentos relacionados a essa temática:
http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-continuada-alfabetizacao-diversidade-e-inclusao/apresentacao
https://www.portaleducacao.com.br/
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Espanha, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdfDECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS. Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem. Tailândia, 1990. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/Declaracao_Jomtien.pdf
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Adotada e Proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1948. Disponível em:
http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm
 Além disso, é importante destacar autores de referência na área da inclusão escolar, dos quais alguns são: Maria Teresa Eglér Montoan; Romeu Kazumi Sassaki; Susan Stainback e WilliamStainback; Peter Mittler, entre outros.
Alfabetização e Letramento:
 Esta temática é escolhida em muitas pesquisas por se tratar de um problema contínuo na Educação Básica, além da facilidade de haver farto material publicado sobre o assunto. Sem, contudo, esgotar a possibilidade de novas pesquisas e enfoques.
 O estudante de Pedagogia, cujo curso tem como ênfases a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental, tem forte estímulo por essa temática, na medida em que o desafio da alfabetização está sempre em discussão no curso e nas práticas de estágio.
 Muitos dos atuais debates sobre os baixos índices de aprendizagem da leitura e da escrita no país são indicados pelo SAEB (Sistema de Avaliação do Ensino Básico). 
 Para os dados do SAEB, consulte o link http://portal.inep.gov.br/saeb, do qual destaco as informações abaixo: 
	O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), conforme estabelece a Portaria n.º 931, de 21 de março de 2005, é composto por dois processos: a Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc).
A Aneb é realizada por amostragem das Redes de Ensino, em cada unidade da Federação e tem foco nas gestões dos sistemas educacionais. Por manter as mesmas características, a Aneb recebe o nome do Saeb em suas divulgações;
A Anresc é mais extensa e detalhada que a Aneb e tem foco em cada unidade escolar. Por seu caráter universal, recebe o nome de Prova Brasil em suas divulgações.
 Especificamente, ainda existe a ANA, que é realizada anualmente e no site do INEP informa o seguinte:No caso da Aneb, a letra “b” do § 1º no Art. 1º da Portaria, acima referida, informa que “caracteriza-se por ser uma avaliação por amostragem, de larga escala, externa aos sistemas de ensino público e particular, de periodicidade bianual”. Portanto, tem uma larga escala de dados que podem ser utilizados em pesquisa, embora a avaliação seja feita por amostragem.
	
A Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA: avaliação censitária envolvendo os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas, com o objetivo principal de avaliar os níveis de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa, alfabetização Matemática e condições de oferta do Ciclo de Alfabetização das redes públicas. A ANA foi incorporada ao Saeb pela Portaria nº 482, de 7 de junho de 2013.
FONTE: http://provabrasil.inep.gov.br/
São muitos os instrumentos avaliativos que disponibilizam dados no site do governo e servem para produção das análises em pesquisa, conforme o foco de interesse do pesquisador. 
Matemática:
É uma disciplina também muito investigada devido aos altos índices de reprovação dos estudantes e as possibilidades de coleta de dados seguem os mesmos caminhos daqueles apontados acima em relação à alfabetização e letramento. 
Avaliação da Aprendizagem:
 É um tema de relevância e forte impacto nos debates. Esse tema pode ter como foco a avaliação realizada pelo professor e as avaliações externas, conforme apresentado acima no item 4.
 Em relação à avaliação do professor, o foco da pesquisa pode incidir sobre o processo avaliativo, estudando avaliação diagnóstica, formativa e somativa. Mas, também, pode incidir sobre as modalidades de avaliação com uso de instrumentos diferenciados para verificação da aprendizagem dos estudantes. 
 Sobre o processo avaliativo, sugiro a consulta ao link abaixo que apresenta, resumidamente, os três tipos de funções da avaliação no processo ensino-aprendizagem: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e somativa (classificatória).
http://www.pedagogia.com.br/artigos/funcoes_avaliacao/index.php?pagina=2
 O foco do estudo sobre avaliação, ainda, pode ser sobre a relação desta com acompanhamento familiar, as formas de registro dos professores sobre a evolução dos alunos, o aporte teórico das etapas de desenvolvimento e as possibilidades de aquisição do conhecimento.
 É importante destacar autores de referência na área da avaliação da aprendizagem, dos quais alguns são: Jussara Hoffmann; Cipriano Luckesi; Benjamin Bloom; Guiomar Namo de Mello.
Dificuldade de Aprendizagem e Fracasso Escolar
 É um tema com o qual você deve ter muito cuidado, pois, facilmente pode haver um desenvolvimento da pesquisa,  orientando para a discriminação do estudando e para a exclusão do processo de aprendizagem.
 Outro problema comum nessa temática é o estudante utilizar, na pesquisa, os conhecimentos advindos da área da saúde, apresentando formas diagnósticas sobre distúrbios e adoecimentos, para os quais o pedagogo não tem formação e cujo conhecimento tampouco poderá subsidiar esse nível de abordagem. O foco deve estar no ensino e nas dificuldades desse processo ou nas formas de sucesso da aprendizagem com superação dos problemas.
 Por outro lado, é comum, também, o foco a partir de análise das práticas escolares que reproduzem o sistema de exclusão social quando estigmatizam estudantes que tenham mais dificuldades, que sejam oriundos das camadas mais pobres da sociedade e apresentam um histórico de reprovações. São visões mais críticas sobre as dificuldades de aprendizagem e sobre o fracasso escolar.
 Importante, portanto, associar a alguns pontos que podem auxiliar na análise da dificuldade de aprendizagem:
- A dificuldade de aprendizagem refere-se às situações difíceis enfrentadas pelo estudante, mas que pode apontar para expectativa de aprendizagem em longo prazo.
- O professor deve estar atento à dificuldade de aprendizagem na sua sala de aula e investigar as causas de forma ampla, abrangendo aspectos pedagógicos, comportamentais e o contexto do ambiente familiar e social do estudante. Pois, o professor não pode se esquecer de que o aluno é um ser social com cultura, linguagem e valores específicos, inclusive para evitar que seus próprios valores não o impeçam de auxiliar a criança em seu processo de aprender.
 Em relação ao fracasso escolar, é importante que, na análise do problema, possa associar alguns pontos, tais como:
- Fracasso escolar não é uma circunstância causal, pois, é um fato social sistêmico, são fatores (situação social, familiar e escolar) que atuam de modo coordenado, por seus múltiplos parâmetros, entrelaçando-se e provocando o seu surgimento.
- Fracasso escolar, em geral, está associado a certas lógicas de exclusão que prejudicam algumas camadas sociais e beneficiam outros grupos, mesmo nos casos em que ninguém parece ser responsável pelos fatos.
 É importante destacar autores de referência nesta área, dos quais alguns são: Maria Helena de Souza Patto; José Mário Pires Azanha; Mabel Condemarin;Sara Paín;Magda Soares (consagrada na pesquisa em Alfabetização e Letramento, juntamente com Emília Ferreiro e Sonia Kramer).
História da Educação
 É uma temática importante porque também situa o estudante no percurso e evolução da educação, significando métodos e processos de ensino ao longo da história, o que torna o conhecimento mais sólido sobre a função do ensinar. É uma área de pesquisa em expansão nos programas de pós-graduação em Educação no Brasil e, dessa forma, muitos estudos já foram produzidos e é crescente o número de publicações.
 Muitos desdobramentos são possíveis na História da Educação, com múltiplas oportunidades de pesquisa.Afinal, foram diversas mudanças no processo educacional, afetando alterações metodológicas, pedagógicas, avaliativas e formativas que são ótimas fontes de consulta para análise em pesquisa.
 Para se ter uma ideia da relevância dessa área de pesquisa, foi criada em 2001 a Revista Brasileira de História da Educação (RBHE), publicação da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE). Uma publicação, inicialmente, semestral e, atualmente, quadrimestral, que divulga a produção científica nacional e internacional sobre História e Historiografia da Educação. Sendo, assim, uma excelente fonte de consulta para pesquisa, vide o link do site:
http://www.rbhe.sbhe.org.br/index.php/rbhe
 É importante destacar autores de referência da área História da Educação, dos quais alguns são: Dermeval Saviani; Maria Lúcia de Arruda Aranha; Otaíza Romanelli; Lourenzo Luzuriaga.
Arte e Educação - Corpo e Movimento - Ludicidade
 Estas temáticas fazem uma interface entre si, cujo foco normalmente é a educação infantil. As duas primeiras são disciplinas do curso de Pedagogia que apresentam um forte interesse dos estudantes nesta área, muito embora na história e no currículo do curso quase sempre tiveram pouca legitimidade. Muitas vezes foram disciplinas confundidas com a recreação de forma espontânea e sem planejamento. Portanto, esses fatores já servem para encorajar investigações nessa área.
 Contudo, trata-se de metodologias educativas de grande valor na educação infantil, com potencialidades inegáveis para o desenvolvimento e o desempenho na vida escolar do estudante. Portanto, são temáticas relevantes no contexto do professor da Educação Básica que o curso de Pedagogia prepara.
 Podemos dizer que essas temáticas trazem à luz questões do cotidiano escolar de crianças e facilitam a abordagem de aspectos, tais como:
- a contribuição de pensar justamente o cotidiano escolar com as demandas específicas da educação infantil;
- a discussão sobre valores e comportamentos que são dinamizados por meio das estratégias dessas disciplinas;
- as discussões sobre a sociabilidade das crianças na sala de aula e na escola como um todo;
- o enfrentamento de temas tabu em educação tanto de gênero, quanto religião e etnias;
- a maior visibilidade da educação infantil e sua importância no cenário da educação brasileira.
 O tema “arte e educação” tem importantes discussões sobre os processos culturais, influenciando a educação e abrindo espaço para debates como migrações internas/ externas promovendo demandas educacionais diferenciadas.
 O tema “corpo e movimento” pode apontar para situações e mudanças do corpo, na educação infantil, que necessitam de observação e conhecimento sobre elas, na medida em que são manifestações de sentimentos e atitudes do processo de desenvolvimento que nem sempre podem ser narradas pelas crianças. 
 O tema da “ludicidade” pode se referir aos jogos e brincadeiras, mas, não somente a isso, pois, pode incluir a ideia de prazer nos atos de educar e de aprender. Portanto, não considerar somente a atividade propriamente dita, mas o resultado que esta venha a proporcionar em termos de ganho e de maturidade educativa.
 É importante destacar autores de referência destas áreas, tais como: Ana Mae Barbosa; Jean Le Boulch; Bernard Aucouturier; André Lapierre; Henri Wallon; Lev Vygotsky; Jean Piaget.
Gestão Escolar
 Este tema está relacionado a muitos subtemas, dos quais posso citar alguns como, por exemplo: cultura, ética, planejamento, política, organização, gestão de pessoas, indisciplina, currículo, comunidade, família, diversidade, Projeto Político-Pedagógico, avaliação, tecnologias digitais. Enfim, são muitas ações que se associam à gestão de uma escola e, por isso mesmo, é um tema bastante abrangente.
 Particularmente, sua relevância vem se acentuando, pois, as diretrizes curriculares para formação de professores de 2015 apresentam um foco claro a esse respeito para a formação docente. Um dos itens do Art. 37, que trata do egresso, expressa o seguinte: “III - a atuação profissional no ensino, na gestão de processos educativos e na organização e gestão de instituições de educação básica”.  
 É importante destacar autores de referência das discussões que abrangem a gestão escolar, tais como: Dermeval Saviani; Vitor Henrique Paro; Moacir Gadotti; Danilo Gandin; Ilma Passos Alencastro Veiga; Heloisa Lück. Mas, você deve lembrar de consultar fontes documentais da escola e do MEC.
 Depois de apresentar 10 possibilidades temáticas para pesquisas em educação, com foco no curso de Pedagogia, reconheço que muitos temas ainda ficaram de fora, no entanto, não seria viável ampliar mais essa exposição.
Entretanto, listo a seguir outros temas possíveis de investigar na pesquisa em educação:
Formação de Leitores 
Educação de Adultos 
Métodos e Técnicas de Ensino 
Sociologia da Educação 
Orientação Educacional 
Tecnologia Educacional 
Educação Periferia Urbana 
Educação Profissionalizante
Orientação Vocacional 
Pedagogia Hospitalar 
Economia da Educação
Avaliação de Sistemas Educacionais 
Planejamento Educacional 
Políticas Educacionais
Filosofia da Educação
O que aprendemos nesta estação:
 Nesta aula, reforçamos a importância da formação em pesquisa na formação inicial, com a visão de que o conjunto das disciplinas do curso de Pedagogia contribui para a necessária problematização dos desafios educacionais. 
 Introduzimos, assim, alguns dos principais temas que já fazem parte das pesquisas em educação e continuam sendo desafiantes para professores e pesquisadores.
Em decorrência, buscamos:
refletir sobre o papel do Trabalho de Conclusão de Curso para a formação em pesquisa;
conhecer algumas fontes de dados oficiais que podem ser problematizadas pelas análises das pesquisas em educação;
identificar temas que ainda necessitam de mais pesquisa, bem como conhecer as lacunas temáticas.
PROBLEMATIZANDO PROGRAMAS DO GOVERNO PARA PROFESSORES
 Coruja é a ave soberana da noite. Para muitos povos a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Ela tem a capacidade de enxergar através da escuridão, conseguindo ver o que os outros não veem. A coruja simboliza a reflexão, o conhecimento racional e intuitivo. (https://www.significados.com.br/coruja/).
 Trazer esta simbologia para nosso estudo é importante porque aprendemos, também, que valorizar nosso conhecimento construído com empenho e dedicação é fundamental. Assim como a coruja, devemos ter olhos muitos atentos quando observamos e analisamos uma dada situação.
 Vimos no Caderno de Estudos alguns dos programas de governo para formação docente e compartilhamos a preocupação referente à descontinuidade desses programas. Pois, como programas, são políticas públicas sujeitas a princípios de campanhas governamentais partidárias. A instabilidade é o mote desses programas que não garantem a regularidade de investimento governamental na formação docente.
 No entanto, o Brasil segue os regulamentos e tratados de organismos internacionais que divulgam indicadores sobre educação com dados alarmantes sobre nossa realidade. O site do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) disponibiliza muitos destes dados e análises e informa que participa do programa de avaliação PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes) e de diversas estatísticas educacionais, assim como o programa de Indicadores dos Sistemas Educacionais Nacionais (INES) da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
 No link a seguir é possível ler diversos textos dos estudos da OCDE sobre o PISA. Verifique: http://portal.inep.gov.br/pisa-em-foco.
 Além desses dados, deve ser conferido também o IDEB, conforme informações abaixo extraídas do site do INEP:
O Pisa e o Ideb
 O Ideb (Índicede Desenvolvimento da Educação Básica) é o indicador objetivo para a verificação do cumprimento das metas fixadas no Termo de Adesão ao Compromisso "Todos pela Educação", eixo do Plano de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação, que trata da educação básica. É nesse âmbito que se enquadra a ideia das metas intermediárias para o Ideb. A lógica é a de que, para que o Brasil chegue à média 6,0 em 2021, período estipulado tendo como base a simbologia do bicentenário da Independência em 2022, cada sistema deve evoluir segundo pontos de partida distintos, e com esforço maior daqueles que partem em pior situação, com um objetivo implícito de redução da desigualdade educacional.
 A definição de uma meta nacional para o Ideb em 6,0 significa dizer que o país deve atingir em 2021, considerando os anos iniciais do ensino fundamental, o nível de qualidade educacional, em termos de proficiência e rendimento (taxa de aprovação), da média dos países desenvolvidos (média dos países membros da OCDE) observada atualmente. Essa comparação internacional foi possível devido a uma técnica de compatibilização entre a distribuição das proficiências observadas no Pisa e no Saeb.
FONTE: http://portal.inep.gov.br/internacional-novo-pisa-opisaeideb
 Podemos notar um descompasso entre os resultados do que é avaliado e as ações desenvolvidas para o necessário investimento no âmbito da formação de professores. A partir desse ponto, extremamente preocupante, muitas pesquisas em  educação têm produzido relatórios, documentos e dossiês com diferentes interpretações e abordagens.
 Esse sistema de avaliações externas, como são chamadas pelo fato de não serem elaboradas pelas escolas e universidades, tem demonstrado a acentuada desigualdade econômica, social e cultural entre os estudantes dos países participantes. Contudo, se não forem efetivadas políticas educacionais mais abrangentes, que cada vez mais incluam programas de formação de professores, os estudantes sozinhos não poderão alterar este quadro dos alarmantes resultados divulgados, no caso Brasil.
 Confirmo, então, que esse é um terreno fértil para pesquisas em educação, no qual a relação entre estatísticas e investimentos, ou sobre análises dos estudantes e dos professores, ou ainda, sobre resultados dos alunos e metologias dos professores, pode se desdobrar em inúmeras abordagens e aportes teóricos de pesquisa.
 Em outra ponto, notam-se novos investimentos que, também, são necessários mas ficam fragmentados pelo fato de não existir uma ação conjunta nas políticas públicas educacionais.
Vejamos esta proposta a seguir, por exemplo:
 Trata-se de um programa para qualificar profissionais em cursos de formação continuada e extensão, ou seja, não tem necessariamente um caráter formativo. O objetivo é estabelecer parâmetros para atuação de diretores de escola em nível nacional. Um programa criado em 2015, época em que foram promulgadas as diretrizes de formação inicial e continuada de professores, na qual aponta a importância da competência de gestão para docentes.
 Portanto, esse programa tenta suprir deficências anteriores na formação inicial que impactam no atual sistema de ensino público brasileiro. Está no âmbito de uma reação frente aos indicadores das avaliações, cuja responsabilização se direcinou, em parte, à gestão escolar que foi identificada como deficitária. É clara a informação de que o objetivo é “estimular o desenvolvimento de práticas de gestão democrática e de organização do trabalho pedagógico” (portal.mec.gov.br).
 Para mais esclarecimentos consulte a Portaria do MEC nº 1.118/2015, que Institui o Programa Nacional de Formação e Certificação de Diretores Escolares, publicada no Diário Oficial da União em 04/12/15.
 A dinâmica das políticas públicas e dos programas governamentais é muito intensa e requer constantes considerações e análises por parte de pesquisadores do campo educacional. Mas, você pode e deve consultar esses documentos, pareceres, sites que fornecem dados oficiais, servindo para muitas abordagens de pesquisa em educação. O mais importante é saber problematizar essas informações, desenvolvendo análises e produzindo conhecimentos.
 Dando continuidade à apresentação e à problematização de programas governamentais que podem servir de base à pesquisa em educação, destaco o Pró-Letramento - Mobilização pela Qualidade da Educação. É um programa de formação continuada que visa à melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. 
 O programa é uma parceria entre o MEC, universidades da Rede Nacional de Formação Continuada, estados e municípios, com a participação dos professores das escolas públicas. Os cursos funcionam na modalidade semipresencial.
oferecer suporte à ação pedagógica dos professores dos anos/séries iniciais do ensino fundamental, contribuindo para elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem de língua portuguesa e matemática;
propor situações que incentivem a reflexão e a construção do conhecimento como processo contínuo de formação docente;
desenvolver conhecimentos que possibilitem a compreensão da matemática e da linguagem e de seus processos de ensino e aprendizagem;
contribuir para que se desenvolva nas escolas uma cultura de formação continuada;
desencadear ações de formação continuada em rede, envolvendo Universidades, Secretarias de Educação e Escolas Públicas dos Sistemas de Ensino.
 Neste programa, o propósito é a formação continuada de professores na direção das principais dificuldades dos estudantes, das quais os dados das avaliações externas apontam desafios para o processo pedagógico em geral, referindo-se às metodologias, didáticas, fatores relacionais, entre outros que afetam a sala de aula e a aprendizagem.
 Contudo, é interessante perceber que uma parceria se forma entre MEC, universidades e escolas das redes públicas (estadual e municipal) num esforço conjunto sem o qual as mudanças poderiam ficar comprometidas. A parceria significa uma corresponsabilidade, em que o governo federal necessita alterar os resultados das avaliações que comparam diferentes países em relação à educação; em que os estudantes e professores  necessitam de melhorias no processo de ensino-aprendizagem com atualizações e possibilidades efetivas de qualidade na educação.
 A ideia de que somente uma parcela é responsável pelos infortúnios dos resultados avaliativos da educação é perversa, pois, quase sempre, reincide para professores e alunos, conforme, muitas vezes, as análises dos problemas apontavam. As interpretações dos problemas decorrentes de reprovações e de abono dos estudos somente responsabilizavam estudantes, professores e familiares. O comprometimento de todos os envolvidos na necessidade de melhoria da educação requer este modelo de parcerias com os diversos níveis do sistema de ensino e com os agentes educacionais.
 Afinal, coforme está previsto na Constituição da República Federativa do Brasil (1988) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9.394/1996):
CF: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
LDB: Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
 Outra proposta é o Banco Internacional de Objetos Educacionais (http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/), que é um repositório disponibilizado pelo MEC de acesso público. São materiais em diferentes formatos (animação, imagem, áudio, mapa, experimento prático, vídeo, hipertexto, software educacional) e voltadospara todos os níveis de ensino. Sendo muito valioso para elaboração de aulas e consulta de material para pesquisas. Neste, ainda, há os links para o “Portal do Professor”, a “TV Escola” e “Domínio Público” (este contém muitas obras literárias, publicações sobre educação, leis e documentos, dentre outros).
 Podemos afirmar que material não irá faltar para suas pesquisas, pois, tudo que foi exposto aqui é de muito fácil acesso para que a “coruja” da sabedoria seja um ícone em sua história formativa. Lembrando que deve ter um posicionamento crítico sobre tudo que investiga, devendo usar sempre fontes de consulta confiáveis.
O que aprendemos nesta estação:
 Nesta aula, conhecemos alguns dos programas governamentais para formação continuada de professores que buscam adequação, conforme qualificação docente necessária, apontada pelas avaliações externas.
 Introduzimos, assim, algumas possibilidades de consulta à fonte de dados que podem servir de base para o desenvolvimento de pesquisas em educação.
Em decorrência, buscamos:
refletir sobre o impacto da descontinuidade dos programas governamentais de formação de professores no contexto educacional;
problematizar os resultados das avaliações externas, realizadas nas escolas da Educação Básica;
conhecer as possibilidades de parceria entre a universidade e a escola para melhoria da qualidade do ensino.
O QUE APRENDEMOS NESTE CIRCUITO INTERMEDIÁRIO
A valorização da formação em pesquisa, destacando a necessidade de problematização de muitos temas que já são abordados nas pesquisas em educação e continuam desafiando o contexto da educação básica.
Questionamos sobre o impacto da descotinuidade de certos programas governamentais para atenderem a necessária qualificação docente, segundo indicadores das avaliações externas. 
PROFESSOR REFLEXIVO E PROFESSOR-PESQUISADOR
 A arte do improviso é uma situação que faz parte da atividade de sala de aula de muitos professores. No entanto, não é para isso que estudamos e nos formamos. Pois, o objetivo é aprender para ensinar o outro a aprender. Portanto, é uma profissão que deve ter uma formação bem abrangente, englobando: conteúdos gerais, relacionamento pessoal, conhecimentos específicos, curiosidade e criticidade, no mínimo.
 Não exatamente a arte do improviso, mas, é preciso que o professor possa improvisar quando necessário, uma vez que a natureza de seu trabalho é atravessada por contingências das relações humanas e de situações inesperadas. O que é bem diferente de não planejar seu dia a dia, que é fundamental para conduzir objetivos pedagógicos e educacionais.
 O tema do improviso tem repercussão quando lemos Schön, conforme discutido no Caderno de Estudos, pois, este autor explora a ideia da necessidade de preparar o profissional reflexivo de acordo com um novo design para o ensino e a aprendizagem. Preparar o professor para a prática que é a situação da qual emerge a maioria dos problemas a serem solucionados, e para cuja resolução, a técnica aprendida em sua formação, por si só, não é suficiente. Portanto, o improviso seria a forma de tentar solucionar os problemas da prática, uma vez que a maneira como está formulado não tem resposta no repertório técnico-experiencial.
 Schön, então, vai trabalhar com a ideia de “zonas indeterminadas da prática”, cujas incertezas e conflitos se fazem presentes. O autor entende que essas zonas indeterminadas tomam parte no fazer profissional atual, em meio à sociedade que demanda soluções cada vez mais complexas aos profissionais.
 Por outro lado, penso que a formação de professores da educação básica tem sido fortemente questionada sobre as competências e as habilidades dos professores para o sucesso no ensino. Tudo isso, considero que nos leva a valorizar cada vez mais a formação docente e a possibilidade de produzir conhecimento por meio da pesquisa em educação. Penso, também, que uma formação inicial é fundamental, mas é preciso que esta trabalhe o formando de modo reflexivo e crítico, pois, a atuação em sala de aula exige sempre mais do professor, cujos conhecimentos teóricos adquiridos não bastam para lhe garantir o sucesso e é preciso investigar sobre o que fazer e como fazer para melhorar sua docência.
 Schön afirma “os educadores expressam sua insatisfação com um currículo profissional que não é capaz de preparar os estudantes para a atuação competente em ‘zonas incertas da prática’” (2000, p. 21). É com base nessa frase que afirmo aqui a necessidade de reflexão e crítica na formação de professores e considero, então, que a pesquisa em educação tem um papel especial nessa questão formativa.
O improviso pode acontecer na sala de aula, mas não deve ser visto por nós, professores e formandos, como uma necessidade ou um talento próprio suficiente para a atuação docente. É preciso muito estudo, conhecimento, reflexão e análise crítica, para os quais a pesquisa em educação contribui intensamente.
Agora, você deve assistir a este vídeo de uma entrevista com a professora Menga Lüdke sobre o professor-reflexivo e a relação entre universidade e escola.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=llrmQg8XtvA
Outra sugestão de leitura com produção mais recente:
 Uma pesquisa interessante para consulta é a de Leonardo André Testoni, da Faculdade de Educação/USP (2013), na qual cinco estagiários de licenciatura do curso de Física da USP foram observados durante um ano, em suas aulas nas escolas da rede pública, para compor o material de análise da tese de doutorado “Caminhos criativos e elaboração de conhecimentos pedagógicos de conteúdo na formação inicial do professor de física”.
 Nessa pesquisa, Testoni elaborou um referencial teórico para estudar a criação do professor inexperiente, indicando suas dificuldades e os caminhos tomados para lidar com situações novas. Afirma, o autor, que os momentos inesperados pelo docente em sala de aula geram necessidades que o fazem buscar novos repertórios para realizar criações que o auxiliem, perspectiva estabelecida a partir da Teoria de Equilibração de Jean Piaget e dos Caminhos Criativos de Lev Vygostky.
(http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-25022014-144942/pt-br.php).
 Ler e pesquisar são sempre uma fonte para novas pesquisas e conhecimentos. Quanto mais nos aproximamos de leituras mais queremos conhecer e, dessa forma, aprendemos a pensar com autonomia, o que é fundamental para o pesquisador. Pensar com autonomia não é para confundir com o ato intuitivo das ideias, mas é poder pensar apoiado em teorias e debates sobre sua fonte de interesse e reflexão, passando pelas estratégias críticas da leitura e comparando/confrontando as teorias. 
 Vale retomar o início do que disse sobre o improviso, pois, a sala de aula é um espaço frequente do improvável, do elemento surpresa para o professor, que o leva a integrar diferentes repertórios de solução de problemas e provoca a reflexão-na-ação. Trata-se de um questionamento, para o qual o repertório de soluções do professor exige novas experimentações e mais habilidade para reflexão da situação-surpresa, não prevista. Contudo, pode-se notar que o professor não descarta seu conhecimento, pelo contrário, é a partir do repertório de conhecimentos acumulados que encontra uma solução criativa e singular para aquele desafio.
 Não posso me furtar em afirmar que isso é um procedimento de investigação que o professor executa, a partir do seu conhecimento em relação às demandas da sala de aula, assim como a maioria dos pesquisadores que trabalha em processos investigativos porque se sente desafiado por situações de difícil solução.
 Ora, a realidade é sempre um desafio para todos nós, principalmente, em pesquisa, no decorrer da qual o interesse em aprofundar conhecimentos e buscar soluções para alguns impasses da prática é uma constante entre os professores e suas inquietações e dúvidas. Contudo, nem sempre essa investigação segue oscaminhos de uma pesquisa científica. A pesquisa científica deve ser trabalhada por meio de dados que sejam confrontados com diálogo teórico consistente a respeito do tema em questão.
 Neste livro, duas egressas do curso de Letras, discutem a avaliação da qualidade da educação por meio da conjugação entre os indicadores adotados pelo sistema e os indicadores construídos a partir de um processo de mobilização da comunidade escolar. Este é um percurso de pesquisa com escolha muito própria das autoras, que se originou de suas inquietações sobre as avaliações externas, conjugando a uma avaliação institucional e foi financiado pela FAPESP (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), 2012.
 Em todas as sugestões de leituras complementares que faço, considero que são oportunidades para você, além de aproveitar o conhecimento teórico do autor, fazer reflexões pessoais do texto e destacar as evidências que o autor expressa. Desse modo, deve problematizar todas as leituras e procurar entender a inserção do autor/pesquisador na realidade, bem assim a maneira como se insere no campo de discussão, seus valores, questões subjetivas e o rigor metodológico.
 Ser reflexivo e pesquisador são aspectos fundamentais a serem construídos na formação, independente de toda discussão que permeia os conceitos de professor-reflexivo e professor-pesquisador.
 Vimos, no Circuito Inicial, o paradigma na concepção de Khun e destaco aqui que o paradigma se divide em:
- Ontologia: como é vista a realidade;
- Epistemologia: como se constrói o conhecimento a partir dessa realidade;
 - Metodologia: como pesquisar (compromissos com o paradigma).
 Um professor que pesquisa sua prática deve utilizar-se desses aspectos paradigmáticos, sem os quais sua pesquisa pode não ser considerada científica e não ser aceita na comunidade de pesquisadores em educação. O campo científico é dinâmico e instável, mas não prescinde do rigor no processo de pesquisa. O rigor é entendido pelos critérios gerais, específicos e metodológicos. Os critérios gerais envolvem: argumentação, problematização, justificativa da relevância do estudo, clareza do referencial teórico, análise dos dados. Os critérios específicos passam por definir o quadro teórico, contextualizando o recorte feito.
 A pesquisa, embora seja estimulada pela inquietação e curiosidade do professor, deve garantir que a investigação aconteça com leituras sistematizadas a respeito do tema em discussão, que continuará a ser estudado e produzido. O professor, por meio da atividade docente, é um agente de intervenção na sala de aula, mas se aprender a atuar com embasamento teórico estará conseguindo fazer de fato a relação entre teoria e prática. E a pesquisa do professor pode contribuir muito nessa relação e na possibilidade de decidir diante dos desafios cotidianos. Mas, ainda assim, pode ser considerada como uma pesquisa escolar e não científica, contudo, é significativa e apropriativa de um conhecimento numa dada realidade.
 Um texto clássico é “Pesquisas sobre a escola e pesquisas no cotidiano da escola” de Marli André, disponível na EccoS (Revista Científica, São Paulo, v. 10, n. especial, p. 133-145, 2008). Nesse artigo, André apresenta dois estudos na forma de “estado do conhecimento”, nos quais suas autoras fazem levantamento da produção acadêmica sobre a escola.
André destaca que:
 Nesse sentido, o estudo da prática escolar não pode restringir-se a um mero retrato do que se passa no seu cotidiano, mas deve envolver um processo de reconstrução dessa prática, desvelando suas múltiplas dimensões, refazendo seu movimento, apontando suas contradições e recuperando a força viva que nela está presente (p. 141).
 Essa concepção explicitada como “um mero retrato” é uma crítica evidente do que se distancia de um modelo de pesquisa científica no estudo e investigação sobre o cotidiano da escola.
 Em recente trabalho, Brzezinski (2014) elabora um extenso balanço crítico de teses e dissertações da formação de profissionais da educação abrangendo dois períodos: de 2003-2007 e de 2008-2010. No primeiro período da pesquisa, a autora destaca uma “preponderância da metodologia de estudo de caso” (p. 41), que considera uma estratégia facilitadora para enfrentar a complexidade da pesquisa no campo educacional.
 A meu ver, no entanto, essa foi a forma encontrada por muitos pesquisadores para buscar soluções ou, ao menos, procurar uma melhor compreensão das situações mais incertas e imprevisíveis que afetam diretamente sua constituição e prática docentes. 
Iria Brzezinski apresenta resultados de pesquisa de dois momentos:
1) 2003-2007, com um balanço crítico de teses e dissertações do período, na modalidade estado de conhecimento, com uma rede de pesquisadores de diferentes universidades brasileiras e secretarias de educação;
2) 2008-2010, por meio do Estado da arte das produções em uma amostra de 17 programas de pós-graduação, no período, realiza uma análise de conteúdo.
FONTE: BRASÍLIA: INEP, 2014.
O que aprendemos nesta estação:
 Nesta aula, abordamos na prática a conceituação do professor reflexivo e do professor pesquisador, a partir das concepções que valorizam a formação em pesquisa na formação do professor da Educação Básica.
 Destacamos a importância de o professor refletir sobre a sua prática, pois é desta forma que investiga sobre possíveis soluções para os problemas da sala de aula e produz conhecimentos.
Em decorrência, buscamos:
refletir a formação em pesquisa na formação inicial;
despertar a criticidade do professor como uma possibilidade de constante inovação em sua prática;
entender que a problematização de situações da educação básica contribui para reflexões e pesquisas sobre prática docente.
RECURSOS PARA ELABORAÇÃO DE PESQUISA
 A imagem do cronograma acima é uma referência importante sobre o planejamento em pesquisa, caso contrário, o tempo se torna um ‘inimigo’ para o pesquisador. O cronograma de trabalho em pesquisa auxilia o pesquisador e o orientador, se houver. Afinal, a produção de cada etapa deve ser desenvolvida e revisada para que a qualidade da pesquisa seja a melhor possível e não fique vulnerável pelas adversidades do processo. Portanto, estar atento aos prazos das etapas do cronograma é importante para a conclusão da pesquisa e, também, para manter a tranquilidade do pesquisador frente aos desafios do percurso.
 Muitos problemas acontecem no decorrer de uma pesquisa, por isso o planejamento deve ser elaborado de forma clara e precisa, principalmente, se houver pesquisa de campo que tem a dependência da disponibilidade de outras pessoas e/ou instituições.
 Vimos que a formação em pesquisa na formação de professores é uma forma de valorização e qualificação mais consistente para o exercício da docência, desde que essa habilidade seja trabalhada conforme modelos científicos e visão crítica sobre a complexidade da prática educativa. Portanto, a pesquisa na formação inicial tem esse sentido de favorecer reflexão e senso crítico para melhoria do ensino e desenvolvimento profissional. Para isso não pode tergiversar no compromisso de prazos, etapas, planejamento e cronograma de pesquisa.
 Para o caso de você fazer uso de pesquisa de campo (questionários, entrevistas ou outros instrumentos), então:
- Como poderá analisar o material coletado em campo?
- Quais os melhores métodos para utilizar?
 Laurence Bardin responde algumas perguntas neste livro, abordando didaticamente sobre a análise de conteúdo, com exemplos.
 A análise de conteúdo é uma importante ferramenta na condução da análise dos dados qualitativos, e deve ser valorizada como meio (ferramenta) e não ser confundida como finalidade em um trabalho científico. Para a autora do livro, a análise de conteúdo se caracteriza como um conjunto de técnicas de análise dos diferentes tipos de comunicação, para descrição do conteúdo das mensagens.Outro autor importante para fazer análise de material por meio de comunicação é Bakhtin, pois, tudo que é apresentado de relato de professor, aluno, seja em texto ou de forma oral tem a qualidade polifônica descrita por ele.
 Entende-se por polifonia a característica de que todo enunciado discursivo, seja ele escrito, seja oral, compõe-se de múltiplas falas e sentidos que não somente aquele do enunciador, uma vez que, ao falar, trazemos junto a fala de muitos outros, assim como a de nosso interlocutor. Por que é importante isso na pesquisa em educação?
 Eu diria que o importante é perceber que, quando realizamos, por exemplo, uma entrevista, o entrevistado pode ser influenciado por aquilo que ele acha que gostaríamos de ouvir ou, então, sua fala pode estar impregnada de outras falas, ou seja, muitas vozes. Portanto, ao se analisar esse material é preciso pôr em questão essas e outras dúvidas e não somente fazer afirmações nos resultados.
 Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895 - 1975), filósofo e pensador russo, pesquisador da linguagem humana, apresentou o conceito de polifonia e a teoria de gêneros do discurso. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Mikhail_Bakhtin).
 Abordei, no Caderno de Estudos, a pesquisa-ação que é uma modalidade de pesquisa muito utilizada no campo da pesquisa em educação.
Trata-se de uma modalidade cujas características principais são:
- o pesquisador está inserido no meio pesquisado;
- o púbico alvo da pesquisa participa da mesma;
- os resultados da pesquisa devem ser compartilhados no grupo pesquisado;
- o objetivo é a transformação da realidade pesquisada.
 Os pesquisadores que usam essa modalidade desejam uma mudança no ambiente vivido que é o mesmo da pesquisa, logo, podem ser professores de uma escola na qual problematizam uma situação, foco de interesse da mudança. É também um método qualitativo que visa ao aprimoramento de uma prática.
 Portanto, o pesquisador age para solucionar um problema, uma tentativa de transformação da realidade vivida.
  Para conhecer mais sobre pesquisa-ação, esta é uma leitura fundamental, com proposições e reflexões de pesquisadores nacionais e internacionais.
 Outra modalidade de pesquisa muito frequente nas pesquisas em educação é o Estudo de Caso, haja vista que a experiência dos formandos nos estágios já coloca em questão muitos problemas advindos dessa e de outras práticas, além das próprias experiências da história escolar de cada formando. Portanto, as situações da prática levam a problematizações, a partir das quais a metodologia de Estudo de Caso favorece a compreensão de fenômenos e situações vividas num determinado contexto.
 André comenta sobre essa possibilidade de o formando usar a experiência do estágio em pesquisa. Vejamos o que a autora escreve:
 É na problematização da realidade que se originam as questões a serem perseguidas e é a partir delas que são escolhidos métodos de trabalho e técnicas de coleta de dados – o que requer um aprendizado de observação e análise da realidade e um conhecimento de instrumentais para a sua apreensão – Nesse processo é essencial o envolvimento ativo dos participantes, trazendo suas experiências e contribuições, traçando um caminho para reelaborá-las, o que vai requerer muito estudo, reflexão, busca e sistematização de dados, para o que serão imprescindíveis as orientações e a supervisão do professor.(ANDRÉ, 2001, p. 354). 
 Observe que André mobiliza a ideia de que essas propostas possam, posteriormente, progredir e contribuir na reflexão sobre a prática que, juntamente com um professor formador e/ou orientador, o formando trabalhará no processo de desenvolvimento da pesquisa.
 Em outro artigo, quando André aborda o cotidiano escolar, escreve: “O processo de investigação da sala de aula se fará basicamente por meio da observação direta das situações de ensino-aprendizagem, assim como por meio da análise do material didático utilizado pelo professor e do material produzido pelo aluno” (2008, p. 144). Portanto, na opção pelo Estudo de Caso, quando se trata de uma sala de aula é possível optar pela análise de muitos dados e materiais, dos diferentes níveis de ensino no processo de aprendizagem.
 Nesta estação ainda considero relevante tratar de duas abordagens: as citações e o plágio em pesquisa. Vejamos:
As citações podem ser diretas e indiretas, depende da forma como será feita. A citação direta corresponde a uma reprodução fiel do texto fonte de consulta e a citação indireta deve ser desenvolvida com base numa fonte de consulta, porém escrita com as próprias palavras do autor do texto. Para cada uma dessas, existe a forma correta de citar as fontes que são fundamentais em uma pesquisa científica.
 Note que a citação valoriza o trabalho científico, pois, significa que o autor do trabalho utilizou fontes de consulta por meio de um levantamento bibliográfico, situando o contexto das discussões do campo de estudo. Lembre-se de registrar todas essas fontes no corpo do texto e nas referências bibliográficas que ficam no final do mesmo.
Então, vejamos alguns exemplos:
Citação direta pode estar no corpo do texto, quando tem até três linhas, desde que colocadas aspas no trecho copiado e sejam registrados o ano e a página da fonte de consulta:
Exemplo:
A produção de sentidos no processo de identificação aponta para a ideia ressaltada por Canclini de que “as identidades são produto das narrações e atuações” (2009, p. 187), e aponta para este pensamento, também, com as discussões das ciências em contextos pós-modernos, sobretudo quando se trata da relevância dos discursos dos sujeitos que atribuem sentidos.
Porém, quando a citação direta tem mais de três linhas deve ser feita com recuo de parágrafo, redução do tamanho da letra, registrando da mesma forma, sem as aspas:
Exemplo:
Para Duque-Estrada, o pensamento desconstrucionista está no:
plano das aporias, das contradições, dos investimentos arbitrários, das denegações, enfim, dos fatores de complicação de toda ordem que fazem parte, e que, para a desconstrução, necessariamente fazem parte da formulação de toda questão e de toda resposta, de todo problema e de toda solução (grifo do autor, 2004, p. 34).
Observe a anotação, “grifo do autor,” e a citação que tem parte com letra em itálico, feita pela fonte de consulta e não pelo autor do texto. No caso, se o autor pretende grifar alguma parte para chamar atenção deve registrar “grifo nosso”. Para esse grifo, alguns autores usam o negrito.
Citação indireta é baseada na consulta de alguma fonte, porém o autor transcreve com suas palavras o que entendeu sobre o tema. O ano da obra consultada deve estar entre parênteses após o sobrenome do autor e não há necessidade de indicação de página.
Exemplo:
Ao nos aprofundarmos da noção de relativismo cultural de Cuche (2002), aproximamo-nos do conceito de hibridação de Canclini (2011), pois, quando a unidade não é mais vista enquanto tal e relativizamos os processos culturais, o que podemos compreender, na proposta deste autor, é um processo de hibridação na interculturalidade contemporânea.
Caso o sobrenome do autor esteja entre parênteses, deve-se sempre usar todas as letras em maiúsculo.
Exemplo:
Ao nos aprofundarmos da noção de relativismo cultural de Cuche (2002), aproximamo-nos do conceito de hibridação de Canclini (2011), pois, quando a unidade não é mais vista enquanto tal e relativizamos os processos culturais, o que podemos compreender, na proposta deste autor, é um processo de hibridação na interculturalidade contemporânea.
Caso o sobrenome do autor esteja entre parênteses, deve-se sempre usar todas as letras em maiúsculo.
Exemplo:
A identidade docente foi pensada na convergência essencialista de que ser professor é um dom, uma identidade biologicamente unificada, assim como num contexto do ensino religioso pode ser considerado como uma vocação (TARDIF, 2013).
Mas, existe também a citação da citação, quando