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03 Lei n º 10 826 Estatuto do Desarmamento

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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ÍNDICE
Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) ............................................................................................2
Dos Crimes e Das Penas ....................................................................................................................................................2
Disparo de Arma de Fogo (Art. 15) .............................................................................................................................2
Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito (Art. 16) ...........................................................................3
Descrição do Crime (Parágrafo Único) ......................................................................................................................5
Comércio Ilegal de Arma de Fogo (Art. 17) ...............................................................................................................5
Tráfico Internacional de Arma de Fogo (Art. 18) .....................................................................................................6
Aumento de Pena (Arts. 19 e 20) .................................................................................................................................7
Liberdade Provisória (Art. 21) .....................................................................................................................................7
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Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003)
Dos Crimes e Das Penas
Disparo de Arma de Fogo (Art. 15)
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via 
pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Trata-se de crime subsidiário (subsidiariedade expressa) ou também chamado de “soldado 
reserva”1, isto é, não se aplicará o disparo de arma de fogo quando a finalidade for de crime mais 
grave, aquele será absorvido por este (imputa-se apenas o delito maior). Além disso, só existirá o 
crime se for praticado em local habitado ou em sua direção (delimitação espacial).
Inconstitucionalidade do parágrafo único: os parágrafos únicos dos Arts. 14 e 15 e o Art. 21 
foram considerados inconstitucionais pelo STF (ADI 3.112) e, portanto, o Art. 14 é afiançável e 
suscetível de liberdade provisória.
A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de ‘porte ilegal de arma de fogo de uso permitido’ 
e de ‘disparo de arma de fogo’, mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não 
se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade.
Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitu-
cionalidade reconhecida, visto que o texto magno não autoriza a prisão ex lege, em face dos princípios da 
presunção de inocência e da obrigatoriedade de fundamentação dos mandados de prisão pela autoridade 
judiciária competente. […]
Ação julgada procedente, em parte, para declarar a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos 
artigos 14 e 15 e do artigo 21 da Lei nº. 10.826, de 22 de dezembro de 2003.2 (grifo nosso)
Caiu em prova!
(VUNESP/2015) A vedação à concessão de fiança prevista no parágrafo único do artigo 15 (disparo 
de arma de fogo) foi declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de 
constitucionalidade.
Gabarito: Errado
Descrição do Crime
Sujeito ativo: é comum, uma vez que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Se o delito for praticado por qualquer um dos integrantes dos órgãos e empresas referidas nos 
Arts. 6º, 7º e 8º, ocorrerá majoração da metade da pena (Art. 20).
Elemento subjetivo e conduta: é delito exclusivamente doloso (não há modalidade culposa) de 
disparar arma de fogo ou acionar munição (tipo misto alternativo).
Delimitação espacial: são duas situações que devem ser somadas para o crime existir: [1] em 
lugar habitado ou em suas adjacências + [2] em via pública ou em direção a ela.
Se o agente efetuar o disparo em local deserto (ermo) e desabitado, o fato será atípico, por 
exemplo, em uma área rural sem pessoas aos arredores.
Caiu em prova!
(CESPE/2013) A conduta de uma pessoa que disparar arma de fogo, devidamente registrada e com 
porte, em local ermo e desabitado será considerada atípica.
Gabarito: Correto
1 HUNGRIA, N. Comentários ao Código Penal. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, v.1 – Tomo I, 1977, p. 147.
2 STF, ADI 3.112/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 02/05/2007, Tribunal Pleno, DJe 
26/10/2007.
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Objeto material: arma de fogo ou munição, de qualquer porte — de uso permitido, restrito ou 
proibido (norma penal em branco). O tipo penal não mencionou sobre “acessório” (fato atípico).
Consumação e tentativa: consuma-se no momento que ocorrer o disparo da arma de fogo ou o 
acionamento da munição (delito instantâneo). É crime de mera conduta, porque não há necessida-
de de lesão ou perigo de lesão a bem jurídico individual alheio e também delito de perigo abstrato. 
Admite-se a tentativa (plurissubsistente)3.
O crime de disparo de arma de fogo (art. 15 da Lei nº 10.826/2003) é crime de perigo abstrato, que presume 
a ocorrência de dano à segurança pública e prescinde [desnecessidade], para sua caracterização, de 
comprovação da lesividade ao bem jurídico tutelado.4
Absorção do porte pelo disparo: dependendo do contexto, podendo ocorrer duas situações: 
crime único ou concurso de crimes.
CONTEXTO: RESULTADO:
No mesmo contexto (momento único):
Será crime único, havendo absorção do porte de arma de fogo de 
uso permitido (Art. 14) pelo disparo de arma de fogo, por força do 
princípio da consunção (STJ, AgRg no REsp 1.331.199/PR)1.
Por exemplo, um agente de polícia empresta a arma de fogo para que 
seu amigo dê um disparo para o alto durante uma festa no centro da 
cidade.
Em contexto distinto (momentos diversos):
Haverá concurso de crimes (STJ, JT 102)2.
Por exemplo, um dono de bar que possui um revólver .38 irregular 
guardado neste estabelecimento há 7 (sete) meses resolve exibir-se 
para com seus clientes efetuando alguns disparos de arma de fogo 
para o alto. Nessa situação, responderá por ambos os crimes: Art. 
12 (posse irregular de arma de fogo de uso permitido) e Art. 15 
(disparo de arma de fogo).
Concurso de crimes: normalmente, quando a finalidade for crime mais grave, então este ab-
sorverá o disparo, por se tratar de crime subsidiário, descrito no trecho: desde que essa conduta não 
tenha como finalidade a prática de outro crime (subsidiariedade explícita). Por exemplo: o agente 
dispara arma de fogo com a finalidade de se cometer um homicídio. Entretanto, o problema surge 
se o delito não for mais grave; há divergência doutrinária, como é o exemplo do disparo de arma de 
fogo e lesão corporal de natureza leve.
Nesse sentido, discorre Fernando Capez (apud GONÇALVES & BALTAZAR JR., 2017):
Em resumo, o delito previsto no art. 15, caput, da Lei nº 10.826/2003 não é absorvido pelo crimede lesões 
corporais de natureza leve, em face de sua maior gravidade. Entendemos que o agente responde por 
ambos os crimes em concurso.5 (grifo nosso)
Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito (Art. 16)
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratui-
tamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição 
de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso 
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, 
perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
3 Para Guilherme Nucci, o delito pode ser unissubsistente (cometido num único ato) ou plurissubsistente (cometido por 
vários atos), conforme o mecanismo eleito pelo agente. (NUCCI, G. S. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 8ª ed. 
Rio de Janeiro: Forense, v.2, 2014)
4 STJ, Jurisprudência em Teses nº 102 (Julgados: AgRg no AREsp 684.978/SP; AgRg no AREsp 651.666/PE; 
REsp 1.494.303/SP; HC 234.637/SP; AREsp 1.160.957/SP; AREsp 971.198/SP).
5 GONÇALVES, V. E. R.; BALTAZAR JUNIOR, J. P. B. Legislação Penal Especial. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 239.
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IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou 
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou 
explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição 
ou explosivo.
Cuida-se, neste crime, das armas de fogo, acessório ou munição de uso restrito ou proibido, 
tanto a posse quanto o porte — no Art. 16 há um verbo a mais do que no Art. 14. Além disso, incor-
rerão nas mesmas penas os casos em que as armas de fogo de uso permitido que estejam descritas no 
parágrafo único: com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido 
ou adulterado, com características modificadas etc.
Fique ligado!
Na nova redação feita pela Lei nº 13.497, de 26 de outubro de 2017, incluiu-se o Art. 16 do Estatuto 
do Desarmamento como delito hediondo. Entende-se ser todo o Art. 16, uma vez que o legislador 
não citou que seria apenas o caput, portanto, tanto o caput quanto as formas equiparadas do 
parágrafo único se incluem na hediondez.
Portanto, o Art. 16 (posse ou porte de arma de fogo de uso restrito) é o único crime previsto no 
Estatuto do Desarmamento que é inafiançável.
Descrição do Crime (Caput)
Sujeito ativo: é comum, uma vez que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Se o delito for praticado por qualquer um dos integrantes dos órgãos e empresas referidas nos 
Arts. 6º, 7º e 8º, ocorrerá majoração da metade da pena (Art. 20).
Elemento subjetivo e conduta: exclusivamente doloso (não há modalidade culposa) e, como 
possui 14 verbos, é considerado de ação múltipla (de conteúdo variado, tipo misto alternativo ou 
multinuclear). O tipo penal incrimina tanto a posse quanto a porte, diferentemente dos Arts. 12 e 14, 
portanto, muito cuidado!
Objeto material: no caput, trata-se apenas de arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito 
ou proibido. Entretanto, no parágrafo único, além dessas, também se incluem as de uso permitido e 
os artefatos explosivos ou incendiários.
Consumação e tentativa: em regra, é delito instantâneo, nas condutas: adquirir, fornecer, ceder, 
emprestar, remeter e empregar. Será permanente, nas condutas: possuir, deter, portar, ter em depósito, 
transportar, manter sob sua guarda e ocultar arma de fogo. Não há a necessidade de resultado natu-
ralístico a integridade física individual, haja vista ser crime de mera conduta e de perigo abstrato. A 
tentativa é possível (plurissubsistente).
STJ: O crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito (art. 16, caput, 
da Lei nº 10.826/2003) é crime de perigo abstrato, que presume a ocorrência de dano à segurança pública 
e prescinde [desnecessidade], para sua caracterização, de resultado naturalístico à incolumidade física de 
outrem.6 (grifo nosso)
Legítima defesa e porte ilegal em situações distintas: embora a legítima defesa possa excluir a 
ilicitude do homicídio quando praticado em situação justificante (Art. 25, CP)7, não há que se falar 
em exclusão da conduta anterior de porte ilegal de arma de fogo (fato típico).
STF: CRIME – HOMICÍDIO E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO – EXCLUDENTE DE ILICITUDE 
– LEGÍTIMA DEFESA – EXTENSÃO – IMPROPRIEDADE. Não se comunica a excludente de ilicitude 
que é a legítima defesa, relativa ao homicídio, ao crime autônomo de porte ilegal de arma.8
6 STJ, Jurisprudência em Teses nº 102 (Julgados: AgRg no RHC 86.862/SP; AgRg no AREsp 1.130.365/SP; HC 
407.310/SP; HC 322.956/SP; AgRg no AREsp 1.069.131/SP; AgRg no AREsp 523.431/PR).
7 Art. 25, CP: Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
8 STF, HC 120.678/PR, Rel. p/ ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/02/2015, 1ª Turma, DJe 06/04/2015 
(Vide Informativo nº 775).
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Descrição do Crime (Parágrafo Único)
Aqui, no parágrafo único, estende-se o alcance de incriminação da norma, abarcando as armas 
de fogo, acessórios e munições:
1) de uso restrito ou proibido;
2) de uso permitido; e
3) artefatos explosivos ou incendiários.
Por força do princípio da especialidade, quando houver conflito entre normas penais e o objeto 
material for arma de fogo, acessório ou munição, então prevalecerá o Estatuto do Desarmamento.
Conflito aparente de normas:
CONDUTA: CONFLITO: PREVALECE:
Arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou 
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou 
adulterado:
Art. 12 (posse);
Art. 14 (porte). Art. 16, I e IV.
Fraude processual em arma de fogo a fim de induzir a erro autori-
dade policial, perito ou juiz: Art. 347, CP. Art. 16, II.
Ceder arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou 
adolescente: Art. 242, ECA.
Art. 16, V.
(Se arma branca, aplica-se o 
art. 242 do ECA)
Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adul-
terar, de qualquer forma, munição ou explosivo; ou modificar 
característica de arma de fogo para torná-la de uso restrito:
Art. 17 (comércio). Art. 16, II e VI.
Fique ligado!
No que tange ao inc. VI, do parágrafo único, do Art. 16, não há necessidade de ser “sem autori-
zação legal”, isto é, a conduta de adulterar munição ou explosivo é sempre criminosa, mesmo que a 
pessoa possua autorização para o manuseio de tais objetos.
Caiu em prova!
(CESPE/2013) Aquele que fornece a adolescente, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório 
ou munição de uso restrito ou proibido fica sujeito à sanção penal prevista no ECA, em decorrência 
do princípio da especialidade.
Gabarito: Errado
ComércioIlegal de Arma de Fogo (Art. 17)
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, 
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, 
no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização 
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma 
de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
Por mais que o nome do crime dê a impressão de ser apenas o comércio ilegal de arma de fogo 
(compra e venda) e somente de armas de fogo, o tipo penal abarca não só a atividade comercial, mas 
também a industrial e a prestadora de serviços, bem como os acessórios e as munições.
Descrição do Crime
Sujeito ativo: é próprio, uma vez que somente o agente que estiver no exercício de atividade 
comercial ou industrial (habitualidade preexistente), sem autorização ou em desacordo com de-
terminação legal ou regulamentar. O parágrafo único ampliou essa figura, incorrendo nesse crime 
também quem estiver em modo de informalidade (clandestino) ou residencial.
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Se o delito for praticado por qualquer um dos integrantes dos órgãos e empresas referidos nos 
Arts. 6º, 7º e 8º, ocorrerá majoração da metade da pena (Art. 20).
Elemento subjetivo e conduta: delito exclusivamente doloso (não se admite a forma culposa) e 
de tipo misto alternativo (de ação múltipla, de conteúdo variado ou multinuclear), por haver 14 
verbos.
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar. Ressalta-se que caracterizam a modalidade simples (reclusão, 
de 4 a 8 anos, e multa) apenas as de uso permitido; haverá, contudo, aumento de metade da pena 
caso o objeto material seja de uso restrito ou proibido (Art. 19).
Consumação e tentativa: embora a doutrina cite que o momento consumativo possa ser instan-
tâneo ou permanente, há a obrigação da habitualidade (atividade comercial, industrial ou serviçal); 
será instantâneo nas modalidades: adquirir, receber, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender 
ou utilizar; e permanente nas demais: alugar, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, expor à 
venda. A tentativa é admissível (plurissubsistente).
Caiu em prova!
(CESPE/2013) Para a configuração da conduta tipificada no Estatuto do Desarmamento como 
comércio ilegal de arma de fogo, exige-se habitualidade do exercício de atividade comercial, mesmo 
que em sua forma equiparada.
Gabarito: Correto
Armeiro: quando irregular, incorrerá nas mesmas penas por força do parágrafo único: equi-
para-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de 
serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. É deno-
minado de mecânico de armas (Art. 3º, XXIV, anexo, Decreto nº 3.665/00), ou seja, a pessoa física 
que efetua manutenção em armas de fogo.
Tráfico Internacional de Arma de Fogo (Art. 18)
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de 
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Descrição do Crime
Sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, por isso se trata de crime comum. Por 
força da conduta favorecer a qualquer título, agentes públicos, em serviço, também incorrerão no 
delito que, de qualquer forma, favorecerem (não evitarem ou não buscarem evitar, dolosamente).
Se o delito for praticado por qualquer um dos integrantes dos órgãos e empresas referidas nos 
Arts. 6º, 7º e 8º, ocorrerá majoração da metade da pena (Art. 20).
Elemento subjetivo e conduta: é o dolo (não há conduta culposa) da internacionalidade de 
forma ilegal, atinge os interesses não só da coletividade (segurança pública), mas também da União 
pela ausência de pagamento dos tributos de importação ou exportação. Como possui 3 verbos, é 
considerado de ação múltipla (de conteúdo variado, tipo misto alternativo ou multinuclear).
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competen-
te. Ressalta-se que caracterizam a modalidade simples (reclusão, de 4 a 8 anos, e multa) apenas as 
de uso permitido; haverá, contudo, aumento de metade da pena caso o objeto material seja de uso 
restrito ou proibido (Art. 19).
Consumação e tentativa: consuma-se no exato momento da entrada no território nacional ou 
da saída dele (delito instantâneo), não necessitando de efetiva entrega a seu destinatário, venda ou 
utilização dos objetos (crime formal). É admissível a tentativa (plurissubsistente).
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Justiça Federal: os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, em regra, são de compe-
tência da Justiça Estadual, porém o tráfico internacional de armas compete à Justiça Federal, pois 
ofende os interesses da União (Art. 21, inc. XXII; e Art. 109, incs. IV e V; ambos da CF/88) que exerce 
o controle alfandegário.
Caiu em prova!
(CESPE/2009) No caso específico de tráfico internacional de arma de fogo, em que a ação se inicie 
no território nacional e tenda à consumação no território estrangeiro, ou vice-versa, a ação penal 
correspondente é pública incondicionada e de competência da Justiça Federal.
Gabarito: Correto
Princípio da especialidade: por força do princípio da especialidade, os crimes de contrabando 
(Art. 334-A, CP) e de facilitação de contrabando ou descaminho (Art. 318, CP) ficam afastados 
quando o objeto material for arma de fogo, acessório e munição; aplicando-se o Art. 18 do Estatuto 
do Desarmamento.
Conflito aparente de normas:
CRIME: CONFLITO: PREVALECE:
Contrabando: Art. 334-A, CP. Art. 18.
Facilitação de contrabando ou descaminho: Art. 318, CP. Art. 18.
Aumento de Pena (Arts. 19 e 20)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório 
ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem pratica-
dos por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
Haverá aumento de metade da pena (quantum fixo) em duas situações:
RELATIVO: SITUAÇÃO: INCIDÊNCIA:
Ao objeto material: De uso proibido ou restrito. Arts. 17 e 18.
Ao sujeito ativo: Integrante dos órgãos e empresas referidas nos Arts. 6º, 7º e 8º. Arts. 14, 15, 16, 17 e 18.
Fique ligado!
Se os crimes forem os dos Arts. 12 ou 13 e o sujeito ativo for integrante dos órgãos e empresas 
referidos nos Arts. 6º, 7º e 8º, não haverá aumento de pena.
Caiu em prova!
(CESPE/2013) Considere a seguinte situação hipotética: Paulo, agente de segurança de uma empresa 
privada, em dia de folga, efetuou diversos disparos com arma de fogo de propriedade da citada 
empresa, para o alto, no bairro em que morava, de modo a causar temor em desafetos que estavam 
nas proximidades da sua residência. Nessa situação, ficou configurado, em concurso, os crimes de 
disparo e porte de arma de fogo, com a incidência da causa de aumento de pena da metade, em razão 
da condição pessoal do agente.
Gabarito: Correto
Liberdade Provisória (Art. 21)
Art.21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 
3.112-1)
Tal artigo foi considerado inconstitucional pelo STF (ADI 3.112)9, bem como os parágrafos 
únicos dos Arts. 14 e 15. Portanto, toda a Lei nº 10.826/2003 admite a liberdade provisória — com ou 
sem fiança.
9 […] Ação julgada procedente, em parte, para declarar a INCONSTITUCIONALIDADE dos parágrafos únicos dos artigos 
14 e 15 e DO ARTIGO 21 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. (STF, ADI 3.112/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 02/05/2007, Tribunal Pleno, DJe 26/10/2007)
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Todavia, outra polêmica é a fiança, pois, em regra, os crimes previstos na Lei nº 10.826/2003 são 
afiançáveis, com exceção da posse ou porte de arma de fogo de uso restrito (Art. 16), que é delito 
hediondo (Art. 1º, parágrafo único, Lei nº 8.072/90)10 e inafiançável (Art. 2º, II, Lei nº 8.072/90)11, 
mas suscetível de liberdade provisória sem o pagamento de fiança, desde que determinada pelo juiz 
competente em sentença motivada (Art. 2º, §3º, Lei nº 8.072/90)12.
Caiu em prova!
(CESPE/2018) O crime de tráfico internacional de arma de fogo é insuscetível de liberdade provisória.
Gabarito: Errado
Exercícios
01. A conduta de importar uma mira telescópica de uso restrito, desacompanhada do armamento, 
é atípica, pois a simples importação do acessório para arma de fogo não configura a prática de 
delito previsto no Estatuto do Desarmamento.
Certo ( ) Errado ( ) 
02. Servidor público alfandegário que, em serviço de fiscalização fronteiriça, permitir a determi-
nado indivíduo penalmente imputável adentrar o território nacional trazendo consigo, sem 
autorização do órgão competente e sem o devido desembaraço, pistola de calibre 380 de fabri-
cação estrangeira deverá responder pela prática do crime de facilitação de contrabando, com 
infração do dever funcional excluída a hipótese de aplicação do Estatuto do Desarmamento.
Certo ( ) Errado ( ) 
03. Aponte a alternativa CORRETA. O proprietário de um bar mantinha, sob sua guarda, há 
semanas, no referido estabelecimento comercial, arma de fogo de uso permitido, municiada 
e funcionando perfeitamente, em desacordo com autorização legal e regulamentar. Para fazer 
uma demonstração do funcionamento da arma a seus clientes, o proprietário do bar a disparou 
em direção à via pública, situada do lado de fora do bar, praticando, assim:
a) Crime de disparo de arma de fogo, sendo a manutenção da arma de fogo considerada fato 
anterior impunível.
b) Crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, em concurso.
c) Crime de posse irregular de arma de fogo, sendo o disparo de arma de fogo considerado fato 
posterior impunível.
d) Crime de porte ilegal de arma de fogo, sendo o disparo de arma de fogo considerado fato 
posterior impunível.
e) Crimes de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, 
em concurso.
04. Se uma pessoa for flagrada portando um punhal que tenha mais de 12 cm e dois gumes, ela 
poderá responder pelo crime de porte ilegal de arma, previsto no Estatuto do Desarmamento.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - Errado
02 - Errado
03 - E
04 - Errado
10 Art. 1º, Parágrafo único, Lei nº 8.072/90: Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos arts. 
1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 
16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.
11 Art. 2º, caput, Lei nº 8.072/90: Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins e o terrorismo são insuscetíveis de: […] II – fiança.
12 Art. 2º, §3º, Lei nº 8.072/90: Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá 
apelar em liberdade.