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(SUSPENSÃO, EXCLUSÃO E EXTINÇÃO) 
 
PROF. EDUARDO SABBAG 
 DOUTOR EM DIREITO TRIBUTÁRIO – PUC/SP
 DOUTOR EM LÍNGUA PORTUGUESA – PUC/SP
 PROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO (UNIVERSIDADE MACKENZIE/SP)
 ADVOGADO TRIBUTARISTA
 
UMA PERGUNTA PARA O INÍCIO DO RACIOCÍNIO NA MATÉRIA DE HOJE... 
 
 COMO O ESTADO CREDOR COBRA O TRIBUTO?
 
VAMOS CONHECER A NOSSA “LINHA DO TEMPO”.. 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
O estudo do CT se divide em 3 vertentes. 
 
I. Causas de do CT (Artigo 151, CTN) – 6 INCISOS Suspensão
II. Causas de do CT (Artigo 156, CTN) – 11 INCISOS Extinção
III. Causas de do CT (Artigo 175, CTN) – 2 INCISOS Exclusão
 
 não se confunde com ! Cuidado: extinção exclusão
 
Portanto, o CT pode ser . suspenso, extinto ou excluído
 
 
 
 
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Por exemplo: se o tributo é parcelado, haverá a do CT; se o tributo é pago, haverá a do CT; suspensão extinção
por fim, se o tributo é isento, haverá a do CT. exclusão
 
 
 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CT 
(ART. 151, CTN) 
“LINHA DO TEMPO” 
(relembrar) 
 
O artigo 151 do CTN trata das causas suspensivas da exigibilidade do CT. Exemplos: Parcelamento, discussão 
, entre outras adiante explicitadas. administrativa ou judicial
 
Quando o CT está suspenso, há vantagens de ordem prática para o sujeito passivo da OT: 
 
: obstar a cobrança judicial do tributo; 1ª Vantagem
: obtenção de "Certidão Positiva com efeitos de negativa" (Certidão de regularidade fiscal). Ela está 2ª Vantagem
prevista no artigo 206 do CTN, permitindo que o devedor participe de licitações, obtenha empréstimos bancários, 
etc. 
 
A suspensão da exigibilidade do CT impede a cobrança judicial do tributo. Portanto, se estou com o parcelamento 
em dia, não pode haver inscrição em DA e consequente execução fiscal. O mesmo raciocínio vale para o período 
de vigência de uma liminar ou tutela concedidas em uma ação judicial; ou, ainda, para o período de discussão 
administrativa pendente de julgamento. 
 
APRESENTAÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS E DO “MACETE” 
PARA A MEMORIZAÇÃO DO TEMA: 
 
 MO – DE – RE – CO – PA
 
 
 
 
 
 
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As causas suspensivas acima indicam que o CT pode ser suspenso por iniciativa exclusiva do contribuinte (parce-
) ou por iniciativa deste com o devido patrocínio do advogado (concessão de /concessão da ). lamento liminar tutela
 
Da mesma forma, a suspensão do CT pode se dar na e órbita administrativa (reclamação recursos administrati-
) ou na esfera judicial ( ). vos depósito do montante integral
Para o estudo das causas suspensivas, não seguiremos a ordem normal dos incisos do art. 151 do CTN, em prol 
da melhor didática. 
(...) 
 
Simularemos, portanto, um cenário prático-profissional, tendo como pano de fundo a aplicação do dispositivo: 
 
CASO PRÁTICO: 
Na última semana, foi lavrado um AIIM/ICMS (Auto de Infração e Imposição de Multa), constituindo o CT. Diante 
disso, o que o autuado poderá fazer? 
 
É claro que as hipóteses do pagamento (extinção do CT) e do parcelamento (suspensão do CT) são , a viáveis
depender da intenção de quitação do devedor. 
 
Por outro lado, se houver interesse no , a disputa/discussão poderá ocorrer na órbita administrativa e, , litígio após
na esfera judicial; ou, ainda, diretamente na . esfera judicial
 
A escolha da área judicial, "pulando-se a órbita administrativa", causa a chamada preclusão desta, conforme o 
artigo 38, parágrafo único, da LEF (Lei 6.830/80): 
“Art. 38. (...) Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia 
ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.” 
 
("MO-DE-RE-CO-PA“): ANÁLISE RECORTADA 
 RE Reclamações e recursos administrativos
A discussão administrativa se faz pelas chamadas "reclamações e recursos administrativos", com fulcro no inciso 
III do art. 151 do CTN. 
 
A “reclamação” significa a defesa administrativa ou a impugnação. Desse modo, o advogado (o contador ou o 
próprio interessado) pode protocolizar uma defesa na repartição fiscal, e essa impugnação deverá ser encami-
nhada para as seções/delegacias de julgamento. 
 
Frise-se que o prazo para a defesa é fatal (30 dias). Uma vez feita a defesa, após certo tempo, ocorrerá o julga-
mento em "primeira instância", o qual tende a ser ratificador do lançamento. Frise-se que o julgamento ocorre em 
ambiente reservado (sem sustentação oral ou acesso a advogados) e é feito por fiscais julgadores que não se 
confundem com aqueles que autuaram. 
 
Com o julgamento improcedente, o autuado poderá tentar manter a suspensão do CT interpondo um recurso ad-
para os tribunais administrativos (TIT - Tribunal de Impostos e Taxas, em São Paulo, na órbita estadu-ministrativo 
al; - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em Brasília, na órbita federal; entre outros). CARF
 
 
 
 
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Tais Tribunais são órgãos colegiados, formados por julgadores/conselheiros, representando o Fisco e o contribuin-
te, sempre com elevado nível técnico. Por fim, se o julgamento for improcedente, ainda, no próprio CARF, poderá 
haver o recurso para a Câmara Superior de Recursos Fiscais. Se houver a derrota aqui, a órbita administrativa 
estará encerrada. 
 
Esse quadro desfavorável leva o autuado derrotado a alguns caminhos: 
I) Pagar; 
II) Parcelar; 
III) Levar a questão ao Poder Judiciário. 
Então, passemos a mais uma causa suspensiva da exigibilidade do CT: (...) 
 
("MO-DE-RE-CO-PA“): ANÁLISE RECORTADA 
 CO Concessão de liminar e concessão de tutela
A disputa judicial permite, em determinados casos, que o CT seja suspenso. O processo judicial tributário oferta as 
ações judiciais adequadas: (...) 
 
Mandado de Segurança com pedido de liminar; Ações ordinárias (declaratória e anulatória); etc. Veja que a ação, 
em si, não suspende o CT, mas as tutelas de urgência deferidas no curso dessas ações, principalmente, "initio 
litis". Enquanto a tutela viger, o CT estará suspenso, viabilizando a (art. certidão positiva com efeito de negativa
206 do CTN). 
 
O que acontece se a tutela for denegada? Com a denegação da tutela de urgência (liminar/tutela), a gratuidade 
($$$) que prevalecia até agora na busca da suspensão do CT começará a "mudar de figura". 
Precisamos tratar agora, portanto, de mais uma causa suspensiva: (...) 
 
("MO-DE-RE-CO-PA“): ANÁLISE RECORTADA 
 DE Depósito do montante integral
Temos agora a via onerosa do depósito do montante integral. O depósito não significa pagamento. Tanto é verda-
de que, ao término da demanda, sendo o contribuinte depositante vitorioso, ... haverá o levantamento do depósito. 
Por outro lado, se o contribuinte depositante perder, haverá a "conversão do depósito em renda" (art. 156, VI, 
CTN), extinguindo-se o CT. 
Macete: 
 
 
 
O depósito deve ser integral e em dinheiro ( ), não se confundindo com as modalidades de Súmula 112 do STJ
garantia no âmbito de uma execução fiscal (arts. 9°e 16 da LEF); 
Duas Súmulas Vinculantes importantes: 
 
: "É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens Súmula Vinculante 21
para admissibilidade de recurso administrativo". 
 
: "É Súmula Vinculante 28 a exigência de como requisito de admissibilidade de inconstitucional depósito prévio 
na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário". ação judicial 
 
Uma vez conhecidas as particularidades do Depósito do montante integral, restam apenas situações para DUAS
o encerramento do estudo das causas de suspensão da exigibilidade do CT: (MO o Parcelamento e a Moratória 
DE RE CO PA). 
(...) 
 
 
 
 
 
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Com efeito,se o fosse, seria convidativo pagar a primeira parcela e deixar de pagar o restante... 
Enquanto a legislação admitir, quer na órbita administrativa, quer na judicial, será facultado ao contribuinte parce-
lar a dívida. 
 
(...) 
A Moratória, por sua vez, é tratada em alguns artigos no CTN, embora o tema seja pouco prático. Isso porque a 
Moratória acabou sendo substituída pelo próprio Parcelamento – uma causa que entrou no CTN com suspensiva
a . Antes dessa data, todos os parcelamentos feitos no Brasil suspendiam o CT pela via da . LC 104/2001 Moratória
(...) 
 
Entretanto, a Moratória, mesmo reservada ao ambiente teórico, possui detalhes relevantes que constam dos arti-
gos . Ali temos que a Moratória é uma dilatação legal do prazo para pagamento de tributo (de-152 a 155, do CTN
pendente de – art. 155-A, caput, CTN). Daí a sua semelhança com o . Ademais, deve lei específica Parcelamento
ser concedida pela Pessoa Jurídica competente para criar o tributo (Moratória Autonômica). 
 
Regra da Moratória Autonômica: 
• União cria o tributo federal União concede Moratória para tributo federal 
• Estados criam o tributo estadual Estados concedem Moratória para o tributo estadual 
 
(...) (…) (…) 
 
 CAUSAS DE EXCLUSÃO DO CT 
 
Temos duas causas que excluem o Crédito Tributário: 
Artigos 176 a 179, CTN; 1. Isenção: 
Artigos 180 a 182, CTN. 2. Anistia: 
 
Pontos em comum entre : ISENÇÃO e ANISTIA
 A isenção e a anistia são institutos jurídicos de desoneração ($). I)
 Ambas, a isenção e a anistia, dependem de lei. (...) II)
 A lei, em tela, será a III) "específica" (art. 150, §6º, CF). (...) 
 
 
 
Qualquer subsídio ou , redução de base de cálculo, concessão de crédito presumi-(...) Art. 150. § 6º, CF: isenção
do, ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante anistia lei especí-
, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas o correspon-fica ou
dente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda 
 Constitucional nº 3, de 1993)
 
 
 
 
 
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 as isenções de ICMS são veiculadas por interestaduais, celebrados no âmbito do Observação: CONVÊNIOS
(Conselho de Política Fazendária). Os representantes dos Estados-membros (Secretários de Fazenda) CONFAZ 
reúnem-se no Conselho para a deliberação acerca desse benefício no tocante ao ICMS. Em tese, tais convênios 
precisariam ser ratificados por , mas não é o que ocorre. decreto legislativo
 Se atingem o ato de pagar, significa dizer que a isenção e a anistia afetam a OT principal, permanecendo inal-IV)
teradas as OTs acessórias (art. 175, parágrafo único, CTN). 
Transporte de mercadoria isenta de ICMS: sem pagamento do ICMS, mas devendo estar acompanhada Exemplo: 
de Nota Fiscal (OT acessória). Veja que a máxima "o acessório segue o principal" se aplica aqui. não
Ambas, para o STF, inibem o lançamento: V) 
 
 
 
Note que, na isenção/anistia, acaba se realizando o FG, fazendo-se surgir a OT, despontando-se o sujeito passi-
vo, entretanto, se vê constituído o crédito tributário pelo lançamento. não
 
Portanto, a isenção e a anistia são causas obstativas ou inibitórias do lançamento (visão do STF). 
 
 ESTUDO DA ISENÇÃO:
a isenção é o instituto desonerativo de tributo por questões sociopolíticas. Exemplo: isenção de ICMS Conceito: 
para medicamentos; isenção de IR para aqueles que detêm enfermidades graves, etc. 
 
Não confunda com : esta consta da CF, enquanto a Isenção está na lei. A Imunidade é justifi-Isenção Imunidade
cada por elevados valores (liberdade religiosa, liberdade política, liberdade de expressão etc), enquanto a isenção 
prende-se a valores de menor densidade axiológica. 
 
Conceito de Imunidade Tributária: 
 “A norma constitucional de exoneração tributária, que, justificada no conjunto de caros valores proclamados na 
Carta Magna, inibe negativamente a atribuição de competência impositiva e credita ao beneficiário o direito públi-
co subjetivo de ‘não incomodação’ perante o ente tributante”. (SABBAG, Eduardo de Moraes. Manual de Direito 
Tributário . 9. ed., São Paulo: Saraiva, 2017, p. 298)
 
DISPOSITIVOS NA CF CONTENDO “FALSAS” ISENÇÕES (...e verdadeiras imunidades):
São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência Art. 195. § 7º, CF - 
social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
 
- São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de Art. 184. § 5º, CF 
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. 
 
 ARTIGO:
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
 
salvo disposição em contrário, a isenção NÃO é extensiva a duas situações. Note-as: (...) ANÁLISE: 
 
(...) 
- Taxas e contribuições de melhoria ( : são tributos contraprestacionais ou bilaterais, e a isenção não se Motivo
coaduna com tal característica); 
- Tributos cuja competência tributária não tenha ainda sido exercida ( : o poder de isentar é correlato ao Motivo
poder de criar. Exemplo: uma isenção de imposto s. grandes fortunas). 
 
 ESTUDO DA ANISTIA:
 
a anistia é o instituto desonerativo de , portanto visa retirar o rótulo de "impontual" do infrator. Conceito: multa
Lembre-se de que anistia não é para tributo. Será impropriedade afirmar que "o IPTU foi anistiado". 
 
 
 
 
 
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(...) Quanto à anistia, há um aspecto importante no plano da vigência da lei anistiadora. É que a lei de anistia, 
devendo afastar uma penalidade, só poderá conter , alcançando situações que lhe são pre-vigência retrospectiva
téritas. Assim, não pode haver uma lei de anistia para alcançar o futuro. 
 
 Dispositivos no CTN acerca da ANISTIA (art. 180 a 182, CTN):
ARTIGO: 
 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, 
não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam 
 praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou 
 jurídicas.
 
o dispositivo, em total consonância com as ciências penais, demonstra que o Direito Tributário não ANÁLISE: 
pode “afagar”, se aquelas se propõem a “perseguir”. Com efeito, a infração qualificada como crime, como contra-
venção ou cometida com dolo, fraude ou simulação poderá ser abrangida pelos efeitos benéficos da lei anis-NÃO
tiadora. O mesmo raciocínio se estende ao conluio ou à infração resultante de conluio, exceto se houver lei dis-
pondo de modo contrário. 
 
 
 
ESTUDO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
CAUSAS DE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EXTINÇÃO
Causas de do CT Extinção 
(Artigo 156, CTN) – 11 INCISOS 
 
A EXTINÇÃO DO CT NO CTN 
(Legenda: a ) CaEx1 CaEx11
 
Decadência e Prescrição - CaEx1) inciso V:
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
V - a decadência e a prescrição (...)".
 
 Conversão do depósito em Renda - inciso VI: CaEx2)
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
VI - a conversão de depósito em renda (...)".
O depósito ocorrido na órbita judicial, no âmbito de uma ação, poderá, ao término da lide, ser convertido em renda 
do Fisco ("contribuinte perdendo"). 
 
 Decisão administrativa irreformável - inciso IX: CaEex3)
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais pos-
 sa ser objeto de ação anulatória (...)".www.cers.com.br 
 
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Trata-se de uma decisão favorável ao contribuinte, e não contrária a ele. De fato, se a decisão ali for contrária ao 
contribuinte, este poderá levá-la para a órbita judicial. Veja que o Fisco, diante de uma decisão administrativa fa-
vorável ao contribuinte, de cuja elaboração ele efetivamente participou, não poderá tentar rever o que ele próprio 
chancelou. 
 
 Decisão judicial transitada em julgado - inciso X: CaEex4)
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
X - a decisão judicial passada em julgado (...)".
Veja que tal decisão é extintiva mesmo, independentemente de sua natureza, se favorável ao contribuinte, ou 
contrária a ele. 
 
 Pagamento antecipado e a homologação - inciso VII: CaEex5)
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º 
 e 4º (...)".
 
Veja que, nos tributos lançados por homologação (ICMS, IR, ISS, PIS, COFINS e tantos outros), não é o paga-
mento que extingue o CT, mas a homologação do procedimento, sob pena de se admitir, por absurdo, que o pa-
gamento parcial promoveria a extinção do CT. 
 
 Consignação em pagamento - inciso VIII: CaEex6)
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; (...)”
 
A consignação em pagamento, ao final dela (art. 164, §2º, CTN), ou ação consignatória (arts. 539 a 549 do NOVO 
CPC), pressupõe o depósito initio litis, e isso equivale a dizer que, ao final, com o julgamento dela, haverá a apro-
priação desse depósito pelo Estado, extinguindo-se o CT. Observe o dispositivo no CTN: (...) 
 
Art. 164, CTN. "A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos 
 casos: (...)
 
§ 2º - Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é converti-
da em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de 
 mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis". 
 
Remissão - inciso IV: CaEex7) 
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
IV – remissão (...)". 
A remissão é um benefício fiscal que não se confunde com a isenção/anistia. Sabemos que essas duas são cau-
sas inibitórias de lançamento, excludentes do CT, conforme se estudou nesta aula. (...) 
 
A remissão, por sua vez, sendo causa extintiva do CT, deve ocorrer após o lançamento, pressupondo uma notifi-
cação/auto de infração. 
 
A remissão é um instituto jurídico que significa perdão, vale dizer, perdão do tributo/multa lançados. (...) 
 
 João recebe notificação de IPTU. Sobrevém uma lei que afasta o tributo/multa. Qual é a natureza dessa Exemplo:
desoneração? 
 
 Remissão (não é isenção, tampouco anistia). Resposta:
 
para complemento, ler o (...) Obs.: art. 172 do CTN.
 
Para ser isenção/anistia, o benefício teria que vir antes do lançamento. 
 
A indica que o Fisco, perdoando, irá remitir, sempre por meio de (art. 172 do CTN c/c remissão lei específica art. 
). 150, §6º, da CF
 
Dação em pagamento - inciso XI: CaEex8) 
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
 
 
 
 
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XI - a dação em pagamento em bens imóveis , na forma e condições estabelecidas em lei".
 
A dação em pagamento significa o ato de dar em pagamento algo distinto da pecúnia. Se analisarmos bem, o 
próprio artigo 3º do CTN, ao conceituar tributo, deixou um "espaço" para isso: "(...) prestação pecuniária ou em 
cujo valor nela se possa exprimir". Tal permissão legitimou a inserção desse inciso XI no CTN (LC 104/2001). (...) 
 
Embora o CTN permita o expediente, a dação em pagamento é de raro uso no Brasil, uma vez que o Fisco prefere 
a pecúnia, em virtude da liquidez do recurso, à dação em pagamento. 
 
Transação - inciso III: CaEex9) 
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
III - a transação (...)”.
A transação é um instituto jurídico previsto no art. 171 do CTN, com o conceito naturalmente oriundo do Direito 
Civil. 
 
Art. 171."A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária 
celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção 
 de crédito tributário. 
 Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso". 
(...) 
 
O civilista vê a transação como um acordo que se celebra mediante concessões recíprocas, pondo-se fim ao lití-
gio, ou seja, o Fisco cede, e o contribuinte também. Um bom exemplo está na legislação que prevê descontos (na 
multa, geralmente) para casos de pagamento à vista. Tais descontos variam e representam uma espécie de tran-
sação legalmente prevista. 
 
 Compensação - inciso II: CaEex10)
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...)
II - a compensação”.
 
A compensação é mais um instituto do Direito Civil apropriado pelo Direito Tributário (art. 170, CTN). O conceito é 
o mesmo de sempre: instituto que permite um encontro de contas, reunindo-se na mesma pessoa as condições de 
credor e devedor. (...) 
 
O contribuinte, se pagar algo a maior ou indevidamente, passará a ser credor do Fisco. Sendo credor, terá direito 
à restituição do indébito (a ser feita por meio de pedido administrativo ou judicial). Por outro lado, se ele, credor, 
também for devedor, a lei poderá autorizar o tal encontro de contas, por meio da chamada "compensação de tribu-
tos". (...) 
 
O procedimento pode ser pleiteado na órbita administrativa (por exemplo, por meio do PERDCOMP, na órbita 
federal) ou por meio de ações judiciais pertinentes, com o balizamento de duas Súmulas do STJ: 
 
Súmula nº 212: "A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida 
liminar cautelar ou antecipatória". 
 
"O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação Súmula nº 213: 
tributária". 
 
 Pagamento - inciso I: CaEex11)
Art. 156. "Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento (...)". 
Neste ponto, afeto ao PAGAMENTO, o estudo de alguns artigos do CTN se faz necessário, com destaque para 
alguns deles: 
 
Art. 158. “O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos”.
Pela leitura do artigo 158, percebe-se que se admite presunção de pagamento no Direito Tributário. não
 
 
 
 
 
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Art. 160. “Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta 
dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento.
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições 
 que estabeleça”.
 
(...) 
O prazo geral para pagamento é 30 dias, desde que a legislação tributária não disponha em contrário, podendo, 
inclusive, ser menor. 
 
Art. 163. “Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma 
pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pe-
cuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a res-
pectiva imputação , obedecidas as... seguintes regras, na ordem em que enumeradas:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade 
 tributária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; (...)
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes”.
 
 Comentários:A lógica é que as Contribuições de Melhoria e as Taxas antecedam o imposto na ordem de imputação, Inciso II: 
uma vez que são ... tributos bilaterais (o Estado já realizou esforço, justamente por isso espera mais emergenci-
almente o retorno financeiro). O imposto, entretanto, é um tributo unilateral. 
 Memorize, de acordo com tais incisos, a ordem decrescente de montante e a crescente de prescri-Inciso III e IV:
ção. 
 
Muito obrigado! 
 #EstudeMais #EstudeSempre
Prof. Sabbag 
 
 
 
 
 
 
 
 
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