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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 (SUSPENSÃO, EXCLUSÃO E EXTINÇÃO) PROF. EDUARDO SABBAG DOUTOR EM DIREITO TRIBUTÁRIO – PUC/SP DOUTOR EM LÍNGUA PORTUGUESA – PUC/SP PROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO (UNIVERSIDADE MACKENZIE/SP) ADVOGADO TRIBUTARISTA UMA PERGUNTA PARA O INÍCIO DO RACIOCÍNIO NA MATÉRIA DE HOJE... COMO O ESTADO CREDOR COBRA O TRIBUTO? VAMOS CONHECER A NOSSA “LINHA DO TEMPO”.. ESTUDO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO O estudo do CT se divide em 3 vertentes. I. Causas de do CT (Artigo 151, CTN) – 6 INCISOS Suspensão II. Causas de do CT (Artigo 156, CTN) – 11 INCISOS Extinção III. Causas de do CT (Artigo 175, CTN) – 2 INCISOS Exclusão não se confunde com ! Cuidado: extinção exclusão Portanto, o CT pode ser . suspenso, extinto ou excluído www.cers.com.br 3 Por exemplo: se o tributo é parcelado, haverá a do CT; se o tributo é pago, haverá a do CT; suspensão extinção por fim, se o tributo é isento, haverá a do CT. exclusão SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CT (ART. 151, CTN) “LINHA DO TEMPO” (relembrar) O artigo 151 do CTN trata das causas suspensivas da exigibilidade do CT. Exemplos: Parcelamento, discussão , entre outras adiante explicitadas. administrativa ou judicial Quando o CT está suspenso, há vantagens de ordem prática para o sujeito passivo da OT: : obstar a cobrança judicial do tributo; 1ª Vantagem : obtenção de "Certidão Positiva com efeitos de negativa" (Certidão de regularidade fiscal). Ela está 2ª Vantagem prevista no artigo 206 do CTN, permitindo que o devedor participe de licitações, obtenha empréstimos bancários, etc. A suspensão da exigibilidade do CT impede a cobrança judicial do tributo. Portanto, se estou com o parcelamento em dia, não pode haver inscrição em DA e consequente execução fiscal. O mesmo raciocínio vale para o período de vigência de uma liminar ou tutela concedidas em uma ação judicial; ou, ainda, para o período de discussão administrativa pendente de julgamento. APRESENTAÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS E DO “MACETE” PARA A MEMORIZAÇÃO DO TEMA: MO – DE – RE – CO – PA www.cers.com.br 4 As causas suspensivas acima indicam que o CT pode ser suspenso por iniciativa exclusiva do contribuinte (parce- ) ou por iniciativa deste com o devido patrocínio do advogado (concessão de /concessão da ). lamento liminar tutela Da mesma forma, a suspensão do CT pode se dar na e órbita administrativa (reclamação recursos administrati- ) ou na esfera judicial ( ). vos depósito do montante integral Para o estudo das causas suspensivas, não seguiremos a ordem normal dos incisos do art. 151 do CTN, em prol da melhor didática. (...) Simularemos, portanto, um cenário prático-profissional, tendo como pano de fundo a aplicação do dispositivo: CASO PRÁTICO: Na última semana, foi lavrado um AIIM/ICMS (Auto de Infração e Imposição de Multa), constituindo o CT. Diante disso, o que o autuado poderá fazer? É claro que as hipóteses do pagamento (extinção do CT) e do parcelamento (suspensão do CT) são , a viáveis depender da intenção de quitação do devedor. Por outro lado, se houver interesse no , a disputa/discussão poderá ocorrer na órbita administrativa e, , litígio após na esfera judicial; ou, ainda, diretamente na . esfera judicial A escolha da área judicial, "pulando-se a órbita administrativa", causa a chamada preclusão desta, conforme o artigo 38, parágrafo único, da LEF (Lei 6.830/80): “Art. 38. (...) Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.” ("MO-DE-RE-CO-PA“): ANÁLISE RECORTADA RE Reclamações e recursos administrativos A discussão administrativa se faz pelas chamadas "reclamações e recursos administrativos", com fulcro no inciso III do art. 151 do CTN. A “reclamação” significa a defesa administrativa ou a impugnação. Desse modo, o advogado (o contador ou o próprio interessado) pode protocolizar uma defesa na repartição fiscal, e essa impugnação deverá ser encami- nhada para as seções/delegacias de julgamento. Frise-se que o prazo para a defesa é fatal (30 dias). Uma vez feita a defesa, após certo tempo, ocorrerá o julga- mento em "primeira instância", o qual tende a ser ratificador do lançamento. Frise-se que o julgamento ocorre em ambiente reservado (sem sustentação oral ou acesso a advogados) e é feito por fiscais julgadores que não se confundem com aqueles que autuaram. Com o julgamento improcedente, o autuado poderá tentar manter a suspensão do CT interpondo um recurso ad- para os tribunais administrativos (TIT - Tribunal de Impostos e Taxas, em São Paulo, na órbita estadu-ministrativo al; - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em Brasília, na órbita federal; entre outros). CARF www.cers.com.br 5 Tais Tribunais são órgãos colegiados, formados por julgadores/conselheiros, representando o Fisco e o contribuin- te, sempre com elevado nível técnico. Por fim, se o julgamento for improcedente, ainda, no próprio CARF, poderá haver o recurso para a Câmara Superior de Recursos Fiscais. Se houver a derrota aqui, a órbita administrativa estará encerrada. Esse quadro desfavorável leva o autuado derrotado a alguns caminhos: I) Pagar; II) Parcelar; III) Levar a questão ao Poder Judiciário. Então, passemos a mais uma causa suspensiva da exigibilidade do CT: (...) ("MO-DE-RE-CO-PA“): ANÁLISE RECORTADA CO Concessão de liminar e concessão de tutela A disputa judicial permite, em determinados casos, que o CT seja suspenso. O processo judicial tributário oferta as ações judiciais adequadas: (...) Mandado de Segurança com pedido de liminar; Ações ordinárias (declaratória e anulatória); etc. Veja que a ação, em si, não suspende o CT, mas as tutelas de urgência deferidas no curso dessas ações, principalmente, "initio litis". Enquanto a tutela viger, o CT estará suspenso, viabilizando a (art. certidão positiva com efeito de negativa 206 do CTN). O que acontece se a tutela for denegada? Com a denegação da tutela de urgência (liminar/tutela), a gratuidade ($$$) que prevalecia até agora na busca da suspensão do CT começará a "mudar de figura". Precisamos tratar agora, portanto, de mais uma causa suspensiva: (...) ("MO-DE-RE-CO-PA“): ANÁLISE RECORTADA DE Depósito do montante integral Temos agora a via onerosa do depósito do montante integral. O depósito não significa pagamento. Tanto é verda- de que, ao término da demanda, sendo o contribuinte depositante vitorioso, ... haverá o levantamento do depósito. Por outro lado, se o contribuinte depositante perder, haverá a "conversão do depósito em renda" (art. 156, VI, CTN), extinguindo-se o CT. Macete: O depósito deve ser integral e em dinheiro ( ), não se confundindo com as modalidades de Súmula 112 do STJ garantia no âmbito de uma execução fiscal (arts. 9°e 16 da LEF); Duas Súmulas Vinculantes importantes: : "É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens Súmula Vinculante 21 para admissibilidade de recurso administrativo". : "É Súmula Vinculante 28 a exigência de como requisito de admissibilidade de inconstitucional depósito prévio na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário". ação judicial Uma vez conhecidas as particularidades do Depósito do montante integral, restam apenas situações para DUAS o encerramento do estudo das causas de suspensão da exigibilidade do CT: (MO o Parcelamento e a Moratória DE RE CO PA). (...) www.cers.com.br 6 Com efeito,se o fosse, seria convidativo pagar a primeira parcela e deixar de pagar o restante... Enquanto a legislação admitir, quer na órbita administrativa, quer na judicial, será facultado ao contribuinte parce- lar a dívida. (...) A Moratória, por sua vez, é tratada em alguns artigos no CTN, embora o tema seja pouco prático. Isso porque a Moratória acabou sendo substituída pelo próprio Parcelamento – uma causa que entrou no CTN com suspensiva a . Antes dessa data, todos os parcelamentos feitos no Brasil suspendiam o CT pela via da . LC 104/2001 Moratória (...) Entretanto, a Moratória, mesmo reservada ao ambiente teórico, possui detalhes relevantes que constam dos arti- gos . Ali temos que a Moratória é uma dilatação legal do prazo para pagamento de tributo (de-152 a 155, do CTN pendente de – art. 155-A, caput, CTN). Daí a sua semelhança com o . Ademais, deve lei específica Parcelamento ser concedida pela Pessoa Jurídica competente para criar o tributo (Moratória Autonômica). Regra da Moratória Autonômica: • União cria o tributo federal União concede Moratória para tributo federal • Estados criam o tributo estadual Estados concedem Moratória para o tributo estadual (...) (…) (…) CAUSAS DE EXCLUSÃO DO CT Temos duas causas que excluem o Crédito Tributário: Artigos 176 a 179, CTN; 1. Isenção: Artigos 180 a 182, CTN. 2. Anistia: Pontos em comum entre : ISENÇÃO e ANISTIA A isenção e a anistia são institutos jurídicos de desoneração ($). I) Ambas, a isenção e a anistia, dependem de lei. (...) II) A lei, em tela, será a III) "específica" (art. 150, §6º, CF). (...) Qualquer subsídio ou , redução de base de cálculo, concessão de crédito presumi-(...) Art. 150. § 6º, CF: isenção do, ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante anistia lei especí- , federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas o correspon-fica ou dente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) www.cers.com.br 7 as isenções de ICMS são veiculadas por interestaduais, celebrados no âmbito do Observação: CONVÊNIOS (Conselho de Política Fazendária). Os representantes dos Estados-membros (Secretários de Fazenda) CONFAZ reúnem-se no Conselho para a deliberação acerca desse benefício no tocante ao ICMS. Em tese, tais convênios precisariam ser ratificados por , mas não é o que ocorre. decreto legislativo Se atingem o ato de pagar, significa dizer que a isenção e a anistia afetam a OT principal, permanecendo inal-IV) teradas as OTs acessórias (art. 175, parágrafo único, CTN). Transporte de mercadoria isenta de ICMS: sem pagamento do ICMS, mas devendo estar acompanhada Exemplo: de Nota Fiscal (OT acessória). Veja que a máxima "o acessório segue o principal" se aplica aqui. não Ambas, para o STF, inibem o lançamento: V) Note que, na isenção/anistia, acaba se realizando o FG, fazendo-se surgir a OT, despontando-se o sujeito passi- vo, entretanto, se vê constituído o crédito tributário pelo lançamento. não Portanto, a isenção e a anistia são causas obstativas ou inibitórias do lançamento (visão do STF). ESTUDO DA ISENÇÃO: a isenção é o instituto desonerativo de tributo por questões sociopolíticas. Exemplo: isenção de ICMS Conceito: para medicamentos; isenção de IR para aqueles que detêm enfermidades graves, etc. Não confunda com : esta consta da CF, enquanto a Isenção está na lei. A Imunidade é justifi-Isenção Imunidade cada por elevados valores (liberdade religiosa, liberdade política, liberdade de expressão etc), enquanto a isenção prende-se a valores de menor densidade axiológica. Conceito de Imunidade Tributária: “A norma constitucional de exoneração tributária, que, justificada no conjunto de caros valores proclamados na Carta Magna, inibe negativamente a atribuição de competência impositiva e credita ao beneficiário o direito públi- co subjetivo de ‘não incomodação’ perante o ente tributante”. (SABBAG, Eduardo de Moraes. Manual de Direito Tributário . 9. ed., São Paulo: Saraiva, 2017, p. 298) DISPOSITIVOS NA CF CONTENDO “FALSAS” ISENÇÕES (...e verdadeiras imunidades): São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência Art. 195. § 7º, CF - social que atendam às exigências estabelecidas em lei. - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de Art. 184. § 5º, CF imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. ARTIGO: Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. salvo disposição em contrário, a isenção NÃO é extensiva a duas situações. Note-as: (...) ANÁLISE: (...) - Taxas e contribuições de melhoria ( : são tributos contraprestacionais ou bilaterais, e a isenção não se Motivo coaduna com tal característica); - Tributos cuja competência tributária não tenha ainda sido exercida ( : o poder de isentar é correlato ao Motivo poder de criar. Exemplo: uma isenção de imposto s. grandes fortunas). ESTUDO DA ANISTIA: a anistia é o instituto desonerativo de , portanto visa retirar o rótulo de "impontual" do infrator. Conceito: multa Lembre-se de que anistia não é para tributo. Será impropriedade afirmar que "o IPTU foi anistiado". www.cers.com.br 8 (...) Quanto à anistia, há um aspecto importante no plano da vigência da lei anistiadora. É que a lei de anistia, devendo afastar uma penalidade, só poderá conter , alcançando situações que lhe são pre-vigência retrospectiva téritas. Assim, não pode haver uma lei de anistia para alcançar o futuro. Dispositivos no CTN acerca da ANISTIA (art. 180 a 182, CTN): ARTIGO: Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. o dispositivo, em total consonância com as ciências penais, demonstra que o Direito Tributário não ANÁLISE: pode “afagar”, se aquelas se propõem a “perseguir”. Com efeito, a infração qualificada como crime, como contra- venção ou cometida com dolo, fraude ou simulação poderá ser abrangida pelos efeitos benéficos da lei anis-NÃO tiadora. O mesmo raciocínio se estende ao conluio ou à infração resultante de conluio, exceto se houver lei dis- pondo de modo contrário. ESTUDO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CAUSAS DE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EXTINÇÃO Causas de do CT Extinção (Artigo 156, CTN) – 11 INCISOS A EXTINÇÃO DO CT NO CTN (Legenda: a ) CaEx1 CaEx11 Decadência e Prescrição - CaEx1) inciso V: Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) V - a decadência e a prescrição (...)". Conversão do depósito em Renda - inciso VI: CaEx2) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) VI - a conversão de depósito em renda (...)". O depósito ocorrido na órbita judicial, no âmbito de uma ação, poderá, ao término da lide, ser convertido em renda do Fisco ("contribuinte perdendo"). Decisão administrativa irreformável - inciso IX: CaEex3) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais pos- sa ser objeto de ação anulatória (...)".www.cers.com.br 9 Trata-se de uma decisão favorável ao contribuinte, e não contrária a ele. De fato, se a decisão ali for contrária ao contribuinte, este poderá levá-la para a órbita judicial. Veja que o Fisco, diante de uma decisão administrativa fa- vorável ao contribuinte, de cuja elaboração ele efetivamente participou, não poderá tentar rever o que ele próprio chancelou. Decisão judicial transitada em julgado - inciso X: CaEex4) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) X - a decisão judicial passada em julgado (...)". Veja que tal decisão é extintiva mesmo, independentemente de sua natureza, se favorável ao contribuinte, ou contrária a ele. Pagamento antecipado e a homologação - inciso VII: CaEex5) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º (...)". Veja que, nos tributos lançados por homologação (ICMS, IR, ISS, PIS, COFINS e tantos outros), não é o paga- mento que extingue o CT, mas a homologação do procedimento, sob pena de se admitir, por absurdo, que o pa- gamento parcial promoveria a extinção do CT. Consignação em pagamento - inciso VIII: CaEex6) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; (...)” A consignação em pagamento, ao final dela (art. 164, §2º, CTN), ou ação consignatória (arts. 539 a 549 do NOVO CPC), pressupõe o depósito initio litis, e isso equivale a dizer que, ao final, com o julgamento dela, haverá a apro- priação desse depósito pelo Estado, extinguindo-se o CT. Observe o dispositivo no CTN: (...) Art. 164, CTN. "A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: (...) § 2º - Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é converti- da em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis". Remissão - inciso IV: CaEex7) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) IV – remissão (...)". A remissão é um benefício fiscal que não se confunde com a isenção/anistia. Sabemos que essas duas são cau- sas inibitórias de lançamento, excludentes do CT, conforme se estudou nesta aula. (...) A remissão, por sua vez, sendo causa extintiva do CT, deve ocorrer após o lançamento, pressupondo uma notifi- cação/auto de infração. A remissão é um instituto jurídico que significa perdão, vale dizer, perdão do tributo/multa lançados. (...) João recebe notificação de IPTU. Sobrevém uma lei que afasta o tributo/multa. Qual é a natureza dessa Exemplo: desoneração? Remissão (não é isenção, tampouco anistia). Resposta: para complemento, ler o (...) Obs.: art. 172 do CTN. Para ser isenção/anistia, o benefício teria que vir antes do lançamento. A indica que o Fisco, perdoando, irá remitir, sempre por meio de (art. 172 do CTN c/c remissão lei específica art. ). 150, §6º, da CF Dação em pagamento - inciso XI: CaEex8) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) www.cers.com.br 10 XI - a dação em pagamento em bens imóveis , na forma e condições estabelecidas em lei". A dação em pagamento significa o ato de dar em pagamento algo distinto da pecúnia. Se analisarmos bem, o próprio artigo 3º do CTN, ao conceituar tributo, deixou um "espaço" para isso: "(...) prestação pecuniária ou em cujo valor nela se possa exprimir". Tal permissão legitimou a inserção desse inciso XI no CTN (LC 104/2001). (...) Embora o CTN permita o expediente, a dação em pagamento é de raro uso no Brasil, uma vez que o Fisco prefere a pecúnia, em virtude da liquidez do recurso, à dação em pagamento. Transação - inciso III: CaEex9) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) III - a transação (...)”. A transação é um instituto jurídico previsto no art. 171 do CTN, com o conceito naturalmente oriundo do Direito Civil. Art. 171."A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso". (...) O civilista vê a transação como um acordo que se celebra mediante concessões recíprocas, pondo-se fim ao lití- gio, ou seja, o Fisco cede, e o contribuinte também. Um bom exemplo está na legislação que prevê descontos (na multa, geralmente) para casos de pagamento à vista. Tais descontos variam e representam uma espécie de tran- sação legalmente prevista. Compensação - inciso II: CaEex10) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: (...) II - a compensação”. A compensação é mais um instituto do Direito Civil apropriado pelo Direito Tributário (art. 170, CTN). O conceito é o mesmo de sempre: instituto que permite um encontro de contas, reunindo-se na mesma pessoa as condições de credor e devedor. (...) O contribuinte, se pagar algo a maior ou indevidamente, passará a ser credor do Fisco. Sendo credor, terá direito à restituição do indébito (a ser feita por meio de pedido administrativo ou judicial). Por outro lado, se ele, credor, também for devedor, a lei poderá autorizar o tal encontro de contas, por meio da chamada "compensação de tribu- tos". (...) O procedimento pode ser pleiteado na órbita administrativa (por exemplo, por meio do PERDCOMP, na órbita federal) ou por meio de ações judiciais pertinentes, com o balizamento de duas Súmulas do STJ: Súmula nº 212: "A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória". "O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação Súmula nº 213: tributária". Pagamento - inciso I: CaEex11) Art. 156. "Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento (...)". Neste ponto, afeto ao PAGAMENTO, o estudo de alguns artigos do CTN se faz necessário, com destaque para alguns deles: Art. 158. “O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos”. Pela leitura do artigo 158, percebe-se que se admite presunção de pagamento no Direito Tributário. não www.cers.com.br 11 Art. 160. “Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça”. (...) O prazo geral para pagamento é 30 dias, desde que a legislação tributária não disponha em contrário, podendo, inclusive, ser menor. Art. 163. “Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pe- cuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a res- pectiva imputação , obedecidas as... seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; (...) III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes”. Comentários:A lógica é que as Contribuições de Melhoria e as Taxas antecedam o imposto na ordem de imputação, Inciso II: uma vez que são ... tributos bilaterais (o Estado já realizou esforço, justamente por isso espera mais emergenci- almente o retorno financeiro). O imposto, entretanto, é um tributo unilateral. Memorize, de acordo com tais incisos, a ordem decrescente de montante e a crescente de prescri-Inciso III e IV: ção. Muito obrigado! #EstudeMais #EstudeSempre Prof. Sabbag www.cers.com.br 12