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TERAPIA NUTRICIONAL NA HIPERTENSÃO ARTERIAL Profª Michelle Rabello da Cunha Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia II CONCEITUAÇÃO ❑ Hipertensão arterial sistêmica (HAS) Condição multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. Associa-se a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de fatores de risco, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 CONCEITUAÇÃO ❑ Hipertensão arterial sistêmica (HAS) – Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. ❑ Pré - Hipertensão – Caracterizada por PA sistólica (PAS) entre 121 e 139 mmHg e /ou PA diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg) Normal ≤ 120 ≤ 80 Pré-hipertensão 121 - 139 81 – 89 Hipertensão estágio 1 140 - 159 90 – 99 Hipertensão estágio 2 160 - 179 100 - 109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 ❑ Quando a PAS e a PAD situam-se me categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para a classificação da PA. ❑ Considera-se hipertensão sistólica isolada se PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg, devendo a mesma ser classificada em estágios 1, 2 ou 3. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Classificação da Pressão Arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos) CONCEITUAÇÃO 2017 High Blood Pressure Clinical Practice Guideline Classificação da Pressão Arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos) CONCEITUAÇÃO FATORES DE RISCO - HAS VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 HAS Idade Gênero e Etnia Ingestão de Sal Ingestão de Álcool Sedentarismo Peso Corporal Genética EPIDEMIOLOGIA VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 Prevalência de HAS no Brasil Baixas taxas de controle: 10 a 35% Inquéritos populacionais > 30% HAS vs. Morbidade/Mortalidade Global Atlas on cardiovascular disease prevention and control. OMS, 2011. Principais fatores de risco para mortalidade Mundial HAS vs. Morbidade/Mortalidade Lewington et al. Lancet 360: 1903-1913; 2002 Risco de Mortalidade Cardiovascular e Níveis de PA Medidas obtidas em indivíduos com idade entre 40-69anos começando com PA de 115 / 75 mmHg 2 x 4 x 8 x Hipertensão Arterial mantém associação independente com eventos fatais e não fatais Morte súbita, AVE, IAM, IC, DAP e DRC VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 HAS vs. Morbidade/Mortalidade PRESSÃO ARTERIAL Significa a força exercida pelo sangue contra qualquer área da parede arterial. DÉBITO CARDÍACO X RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA PRESSÃO ARTERIAL = FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR Débito cardíaco é a quantidade de sangue bombeada para a aorta a cada minuto pelo coração. PRESSÃO ARTERIAL Diástole (enchimento) Sístole (bombeamento) Os ventrículos se enchem normalmente com sangue Os ventrículos bombeiam ± 60% do sangue AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL O paciente deve permanecer sentado durante vários minutos antes da avaliação Devem ser realizadas pelos menos 2 avaliações com intervalo de 1 a 2 minutos Medidas adicionais devem ser realizadas caso as 2 primeiras sejam muito diferentes Manguitos mais longos e largos são necessários em pacientes obesos, para não superestimar da PA. European Society of Cardiology, 2007 VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010 COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO DA PA NAS 24HORAS ❑ A PA varia devido à interação de fatores neuro- humorais, comportamentais e ambientais. ❑ Existe uma variação contínua da PA de acordo com as atividades do indivíduo, sendo de maior amplitude nos hipertensos (associada com pior prognóstico). ❑ Durante o período de vigília, os valores da PA são maiores do que os obtidos durante o sono. V Diretriz Brasileira MAPA e III Diretriz Brasileira MRPA, 2011 ❑Pode ser realizado por método direto ou intra-arterial e métodos indiretos, sendo os mais empregados: REGISTRO DA PRESSÃO ARTERIAL V Diretriz Brasileira MAPA e III Diretriz Brasileira MRPA, 2011 ❑ a) Método Auscultatório: identifica pela ausculta o aparecimento e desaparecimento dos ruídos de que correspondem a PAS e PAD; ❑ b) Método Oscilométrico: identifica por oscilometria o ponto de oscilação máxima que corresponde à PA média e determina, por meio de algoritmos, a PAS e PAD. ❑Registro indireto e intermitente da PA durante 24h, enquanto o paciente realiza atividades. MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PA (MAPA) V Diretriz Brasileira MAPA e III Diretriz Brasileira MRPA, 2011 ❑Existem evidências de que as variáveis obtidas pela MAPA prognosticam melhor os desfechos primários (eventos cardiovasculares maiores, como IAM e AVC) quando comparadas às medidas casuais de consultório da PA. ❑Além disso, apresenta algumas vantagens potenciais em relação à medida casual de consultório, como: 1. Atenuação do efeito do observador sobre a PA, 2. Obtenção de valores que mais se aproximam aos da pressão habitual dos indivíduos, 3. Possibilidade de avaliação do efeito da pressão durante o sono e na ascensão matinal MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PA (MAPA) IV Diretriz Brasileira MAPA e II Diretriz Brasileira MRPA, 2005 ❑Ocorre quando há valores anormais na medida da PA no consultório (> 140/90 mm Hg) e valores normais de pressão arterial pela MAPA durante o período de vigília (<135/85 mm Hg). HIPERTENSÃO DO JALECO BRANCO VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 ❑Ocorre quando há valores normais na medida da PA no consultório (< 140/90 mm Hg) e valores anormais de pressão arterial pela MAPA durante o período de vigília (≥ 135/85 mm Hg). HIPERTENSÃO MASCARADA VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 HIPERTENSÃO DO JALECO BRANCO E MASCARADA VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 METAS DE VALORES DE PA VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL Pressão Arterial = Débito cardíaco x Resistência vascular periférica Pressão Arterial = Débito cardíaco x Resistência vascular periférica Para haver HAS, 1 ou 2 componentes da fórmula tem que estar ↑ Contratilidade do miocárdio, FC, pré-carga e pós- carga Sistema Nervoso Simpático, Sistema Renina Angiotensina, Endotélio, Espessura / rigidez da parede artérias REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ❑É a hipertensão arterial de causa conhecida, sendo potencialmente tratável. ❑Prevalência é de 3-5% dos casos de HAS ❑Algumas vezes os pacientes podem ser curados através de cirurgia ou podem ser controlados com > facilidade através de tratamento clínico específico. HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 ❑ Renais ❑ Endócrinas ❑ Hipertensão induzida pela gravidez ❑ Hipotireoidismo ou hipertireoidismo ❑ Apneia obstrutiva do sono CAUSAS HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA ❑ Distúrbios neurológicos ❑ Pós-operatórios ❑ Envelhecimento com rigidez aórtica associada ❑ Fármacos e agentes químicos ❑ Glicocorticóides ❑ Antidepressivos ❑ Cafeína ❑ Contraceptivos orais CAUSAS HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA PRINCIPAIS COMPONENTES NA GÊNESE DA HAS PRIMÁRIA Sistema Renina Angiotensina Sistema Nervoso Simpático Endotelial Vascular Padrões alimentares e corporais ❑ Papel no controle do Na → estímulo a vasoconstrição e sede ❑ Renina (enzima secretada pelos rins) → estimulada pela baixa PA renal ou redução do suprimento de Na nos túbulos distais ❑ Atua no Angiotensinogênio (sintetizado no fígado) → convertendo-o em Angiotensina I ❑ Angiotensina I sofre ação da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA)→ produzindo Angiotensina II ❑ Angiotensina II estimula liberação de aldosterona nas suprarrenais → promovendo retenção de sódio e reabsorção deágua SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA CLÁSSICO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA CLÁSSICO ↓ Pressão perfusão renal ↓ [Na+] túbulos distais ↑ Nervo simpático renal Kaplan , Victor . Clinical Hypertension, 2010 Santos, Fereira, Pinheiro, 2012 Angiotensinogênio Angiotensina I Angiotensina II ↑ Pressão Arterial Renina ECA (Enzima Conversora da Angiotensina) - Ativação SNS - ↑ sede e apetite para o sal - ↑ ADH → ↑ reabsorção de água - ↑ Síntese e liberação de aldosterona - Vasoconstricção - Hiperplasia e hipertrofia das células vasculares e cardíacas - ↑ Reabsorção de Na+ e H2O Angiotensina II Receptor AT1 ANGIONTENSINA II vs. RECEPTOR AT 1 SNS = sistema nervoso simpático, ADH = hormônio antidiurético https://www.youtube.com/watch?v=EI2ewVSUKh4 PRINCIPAIS COMPONENTES NA GÊNESE DA HAS PRIMÁRIA Sistema Renina Angiotensina Sistema Nervoso Simpático Endotelial Vascular Padrões alimentares e corporais SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO ↑ Frequência Cardíaca Vasoconstricção Hipertrofia vascular ↑ SRA ↑ Retenção Na+ e H2O ↑ Débito Cardíaco e ↑ Resistência Periférica Adaptado de Consolim-Colombo, Irigoyen e Krieger, 2012 Kumagai et al. Hypertension Researdh. 2012; 35:132-141 Sistema Nervoso Simpático ❑Não está completamente elucidada ❑Pode ter um determinante genético ❑O estrese repetitivo ou a acentuada resposta ao estresse é um caminho lógico pelo qual pode ocorrer ↑ atividade simpática Origem do ↑ Tônus Simpático Adaptado de Consolim-Colombo, Irigoyen e Krieger, 2012 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO ↑ Atividade simpática Vascular Cardíaco Renal Metabólico Imune . ↑ RVP . Hipertrofia e proliferação CML .. Disfunção endotelial . Rigidez arterial . Aterosclerose . Hipertrofia cardiomiócitos . HVE . Arritmia . Taquicardia . Vasoconstricção renal . Retenção Na+ e H2O . ↑ SRA . ↑ Aldosterona . Microalbuminúria . Resistência à insulina . ↑ Insulina . Dislipidemia . Aterosclerose . Inflamação . Estresse oxidativo Fisher & Paton. J Human Hypertension. 2012;26: 463-475 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO Principais Componentes na Gênese da Hipertensão Arterial Primária Sistema Renina Angiotensina Sistema Nervoso Simpático Endotelial Vascular Padrões alimentares e corporais Endotélio Regulação: ❑ Tônus vascular ❑ Estresse oxidativo ❑ Inflamação ❑ Adesão celular ❑ Proliferação CML ❑ Coagulação Vogel. J Am Coll Cardiol 2008;51:1965-1966 ENDOTÉLIO ENDOTÉLIO 1. Óxido Nítrico (NO) 2. Prostaciclina (PGI2) 3. Fatores hiperpolarizantes derivados do endotélio (EDHF). Fatores Vasodilatadores Derivados do Endotélio ENDOTÉLIO 1. Endotelina 1 (ET-1) Produz potente e prolongada vasoconstricção 2. Tromboxano A2 e Prostaglandina H2 3. Angiotensina II 4. Espécies reativas de oxigênio Fatores Vasoconstritores Derivados do Endotélio Hipertensão Disfunção Endotelial A disfunção endotelial é uma característica comum aos vasos dos hipertensos. DISFUNÇÃO ENDOTELIAL vs. HAS Hipertensão NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ABORDAGEM NUTRICIONAL Principais tópicos na abordagem nutricional na HAS Sódio Controle do peso Potássio Café Padrão alimentar Principais tópicos na abordagem nutricional na HAS Sódio Controle do peso Potássio Café Padrão alimentar PRINCIPAL FONTE DE SÓDIO NA ALIMENTAÇÃO SAL 90% sódio ❑ HISTÓRICO: ▪ Início há 5000 anos ▪ Conservação ▪ Refrigeração → desnecessária ▪ Adaptação do paladar ▪ Consumo elevado em todo o mundo Kloss et al., 2015 Hashem et al., 2015 SAL 1 g 400 mg Muito baixo SÓDIO NOS ALIMENTOS NATURAIS Maçã (1un) < 1mg Batata crua (1un) < 1mg Feijão cru (1/2 xícara) < 1mg Fonte: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos – TACO, 2011 Carne de boi (1bife) - 67 mg Fonte: Tabela IBGE – POF, 2008-2009 He et al. Eur Heart J. 2011;32(24):3073-80 Leite (1copo) 80 mg Ingestão habitual de sódio Ancestrais: < 400mg / dia ▪ < 2.000 mg/d ▪ WHO Guideline: Sodium intake for adults and children, 2012. ▪ 2.000 mg/d ▪ I Diretriz Brasileira de Prevenção Cardiovascular, 2013 ▪ 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2016 ▪ Hypertension Canada's 2017 Guidelines ▪ 2.000 – 2.400 mg/d ▪ ESH/ESC Guidelines for the management of arterial hypertension, 2013 ▪ 2.300 mg/d ▪ USDA – Dietary Guidelines for Americans, 2015 – 2020 ▪ < 2.400 mg/d ▪ AHA/ACC Guideline on Lifestyle Management to Reduce Cardiovascular Risk, 2013 WHO = World Health Organization; ESH = European Society of Hypertension; ESC = European Society of Cardiology; AHA = American Heart Association; ACC = American College of Cardiology INGESTÃO RECOMENDADA DE SÓDIO W o rl d H e a lt h O rg a n iz a ti o n R e c o m m e n d a ti o n Powles et al. BMJ Open. 2013; 3:e0003733 INGESTÃO MÉDIA DE SÓDIO EM DIFERENTES REGIÕES DO MUNDO A d u lt o s co m i d a d e ≥ 2 0 a n o s Sarno et al. Rev Saúde Pública 2013;47(3):571-8 CONSUMO DE SÓDIO NO BRASIL 4,7g/dia para 2.000 Kcal Sódio disponível para consumo diário em domicílio Steffen. Circulation. 2014;129:956-957 Kaplan. Am J Clin Nutr. 2000;71: 1020-1026 Adrogué e Matias. N Engl J Med. 2007; 336:1966-1978 He & MacGregor. J Hum Hypertens. 2009; 23: 363-384 Intersalt Cooperative Research Group. BMJ. 1988; 297:319-328 Elevada ingestão de sódio ↑ Prevalência Hipertensão ↑ Pressão Arterial EFEITOS DELETÉRIOS DO ELEVADO CONSUMO DE SÓDIO Mohan et al. CMAJ 2009;181(9):605-609 Consumo excessivo de Na+: Responsável por 17 - 30% dos casos de hipertensão MECANISMO DE AÇÃO DO SÓDIO SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL ↑ Débito cardíaco ↑ Volume extracelular ↑ Pressão arterial ↑ Resistência vascular periférica ↑ Na+ intracelular ↓ Na+/K+ ATPase CML ↑ Ca++ intracelular ↑ Resistência vascular periférica ↓ NO células endoteliais ↑ Estresse oxidativo ↑ Disfunção endotelial ↑ Resistência vascular periférica CML = Célula muscular lisa; NO = Óxido nítrico Excesso de sódio SENSIBILIDADE AO SAL ❑ Tendência a PA reduzir com a restrição do consumo de sal e elevar durante a maior ingestão ❑ Prática clínica: Sensíveis x Resistentes ❑ Frequência em Hipertensos: 30 – 50% Sensibilidade ao Sal ↑ Massa corporal Idade avançadaNegros ↓ Qualidade dieta Hipertensos Diabetes e DRC Franco & Oparil. J Am Coll Nutr. 2006; 25(3):247S–55S Whelton PK, et al. 2017 High Blood Pressure Clinical Practice Guideline Appel. Cardiol Clin. 2017; 35: 197–212 Farquharet al. J Am Coll Cardiol. 2015; 65:1042-1050 Alimentos industrializados Labarthe et al. Circulation. 2016;133:e615–e653. 75 – 80% sódio Países desenvolvidos ↓ ADIÇÃO DE SAL AOS ALIMENTOS Durante a cocção Na hora do consumo COMO REDUZIR A INGESTÃO DE SÓDIO? RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS Sacks & Campos. N Engl J Med. 2010; 362:2102-12 Verdecchia et al. J Cardiovasc Med (Hagerstown). 2017; Suppl 1:e54-e57 ❑ A dieta pobre em Na+: menos palatável para pacientes acostumados com uma dieta com alto teor de sódio: ▪ Reduzir gradativamente a adição de sal ▪ Reduzir os temperos prontos ❑ Ervas, especiarias e frutas cítricas (suco e casca): podem ser adicionados aos pratos para compensar o baixo teor de Na+ ❑ Arroz: salsa, açafrão, cúrcuma. ❑ Aves: alecrim, salsa. ❑ Carnes vermelhas: louro, alecrim, tomilho, salsa. ❑ Feijão ou lentilha: coentro, louro, manjericão, salsa. ❑ Massas: manjericão, alecrim. ❑ Ovos: salsinha, manjericão. ❑ Peixes: coentro, alecrim, tomilho, açafrão. ❑ Saladas: hortelã, salsa, erva-doce. TEMPEROS NATURAIS: QUAIS ALIMENTOS COMBINAM? SAL DE ERVAS 1g: 200 mg sal 1g: 80 mg Na+ SAL DE ERVAS E os diferentes tipos de sal? DIFERENTES TIPOS DE SAL Sal Rosa do Himalaia, Sal Negro, Sal Marinho, Sal Havaiano, Sal Grosso, Flor de Sal ❑ 1g: ± 400 mg Na+ ❑ Composição: NaCl + KCl ❑ 1 g: 196 mg Na+ ❑ 1 g: 242 mg K+ ❑ Proibido: Hipercalemia ❑ Parece ser uma boa opção para reduzir ingestão de Na+ adicionado durante a cocção❑ Estudos sugerem efeitos benéficos a longo prazo SAL LIGHT Sabor Umami: realça o sabor natural dos alimentos Conhecemos 4 gostos básicos: doce, salgado, amargo e azedo. Há mais de 100 anos, o UMAMI foi descoberto e hoje é reconhecido como mais um gosto básico. GLUTAMATO MONOSSÓDICO Ingredientes: Sal refinado iodado, realçador de sabor glutamato monossódico e antiumectantes dióxido de silício e fosfato tricálcico. NÃO CONTÉM GLÚTEN. GLUTAMATO MONOSSÓDICO Ingredientes: sal, cúrcuma*, salsa*, cebola*, alho*, pimenta-do-reino*, gordura vegetal, condimentos preparados de alho e de cebola e realçadores de sabor glutamato monossódico, inosinato dissódico e guanilato dissódico. Tempero Sazón® Amarelo GLUTAMATO MONOSSÓDICO Pão francês (50g – 1ud) - 324 mg Fonte: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos – TACO, 2011 e Rótulos alimentos Pão de forma (50g – 2ft) - 250 mg TEOR DE SÓDIO NOS ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS Pão de forma integral (50g – 2ft) - 180 mg Queijo prato (30g – 2 ft finas) - 250 mg Queijo minas (30g – 2 ft finas) - 150 mg Requeijão (30g – 1 c. sopa) - 150 mg Salame (40g – 4 fatias médias) - 800 mg Mortadela (40g – 2 fatias médias) - 520 mg Presunto (40g – 2 fatias médias) - 450 mg Sanduiche: Pão francês (50g – 1ud) + Mortadela (80g – 4 ft) 1.364 mg Sanduiche: Pão francês (50g – 1ud) + Presunto (40g – 2 ft) + queijo prato (30g – 2ft) 1.024 mg Fonte: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos – TACO, 2011 e Rótulos alimentos Sanduiche: Pão integral (50g – 2ft) + Presunto (40g – 2 ft) + queijo minas (30g – 2ft finas) 780 mg TEOR DE SÓDIO NOS ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS Temperos prontos: - 1 cubo (9,5g): 2.000 mg - 1 sachê (5g): 850 - 1.650 mg Molho Shoyu (50ml – 5 c. sopa) 2.726 mg Fonte: Rótulos alimentos Versão light contém 25 a 30% menos sódio q a versão original. TEOR DE SÓDIO NOS ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS ✓ Intervenções comportamentais: ✓ Individuais e populacionais ✓ Rotulagem adequada ✓ Informações sobre os cardápios nos restaurantes ✓ Modificações nas indústrias de alimentos Labarthe et al. Circulation. 2016;133:e615–e653 ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A INGESTÃO DE SÓDIO Principais tópicos na abordagem nutricional na HAS Sódio Controle do peso Potássio Café Padrão alimentar EFEITO DO GANHO DE PESO NA PA Hall et al. Circ Res. 2015; 116:991-1006 Yumuk et al. European guidelines for obesity management in adults. Obes Facts. 2015; 8(6):402-424. Whelton PK, et al. 2017 High Blood Pressure Clinical Practice Guideline ❑ Obesidade: redução da qualidade e expectativa de vida ▪ DM, RI, DSL, DAC, ICC, AVE, HAS ❑ IMC: diretamente associado com a elevação da PA e prevalência de HAS ❖ ↑ Excessivo no peso corporal: ▪ Gordura visceral; ▪ Importante causa de hipertensão, contribuindo para 65 a 75% do risco de hipertensão primária. RECOMENDAÇÕES DE PERDA PONDERAL ❑ Hipertensos com sobrepeso ou obesidade devem ser orientados a perder peso e idealmente alcançar: ▪ IMC ▪ <25 Kg/m2 até 65 anos e <27 Kg/m2 após 65 anos ▪ Perímetro da cintura ▪ < 94 cm Homens e < 80 cm Mulheres 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2016 ↓ Pressão Arterial antes e mesmo sem alcançar o peso corporal ideal OBJETIVOS PARA PERDA PONDERAL ✓ Devem ser realistas e devem incluir: ✓ Promoção da perda ponderal ✓ Manutenção e prevenção da recuperação do peso ✓ Objetivo inicial: ✓ ↓ 5 – 10% peso corporal inicial em 6 meses (benefícios clínicos) ✓ ↓ 20% pode ser considerada para indivíduos com IMC > 35 ✓ ↓ 0,5 a 1,0 kg/semana ✓ Objetivo a longo prazo: ✓ Acompanhamento e supervisão contínuas para prevenir recuperação peso (doença crônica) Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 2016 European guidelines for obesity management in adults. Obes Facts. 2015; 8(6):402-424 AHA/ACC/TOS guideline for the management of overweight and obesity in adults.J Am Coll Cardiol. 2014; 63:2985-3023 Principais tópicos na abordagem nutricional na HAS Sódio Controle do peso Potássio Café Padrão alimentar POTÁSSIO Fontes: frutas, hortaliças, leguminosas, cereais integrais, oleaginosas e leite INGESTÃO DE POTÁSSIO X PRESSÃO ARTERIAL Aburto et al. BMJ. 2013;346:f1378 Weaver. Adv. Nutr. 2013; 4: 368S–377S Houston. World J Cardiol. 2014;6:38-66 Houston. Curr Hypertens Rep. 2011;13:309-317 Kieneker et al. Am J Clin Nutr. 2016; 103:1204-1212 EFSA Panel on Dietetic Products. EFSA Journal. 2016; 14:4592 Whelton PK, et al. 2017 High Blood Pressure Clinical Practice Guideline Dieta Rica em Potássio ↓ Pressão Arterial (em especial em hipertensos) ↓ Risco Hipertensão DIETA: RICA EM K+ X RICA EM Na + Dieta “Saudável” ↑ K+ e ↓ Na + Dieta “Não Saudável” ↓ K+ e ↑ Na + Perez & Chang. Adv Nutr. 2014; 5:712-41 Binia et al. J Hypertens. 2015; 33: 1509-20 Adrogue & Matias. N Engl J Med 2007;356:1966-78 A Relação entre ingestão de Na+ / K+ é considerada melhor preditora de elevação da PA do que a ingestão separada dos 2 minerais INTERAÇÃO K+ E Na + X PA O Efeito do K+ depende da ingestão concomitante de Na+ e vice versa ↑ ingestão K+ apresenta Appel. Cardiol Clin. 2017; 35:197–212 Rodrigues et al. J Am Soc Hypertens.2014;8(4):232–238 > efeito hipotensor na presença de ↑ ingestão Na+ < efeito hipotensor na presença de ↓ ingestão Na+ Já foi demonstrado que a ingestão ↑ de K + (4.700 mg/d) pode suprimir o efeito pressor da ingestão excessiva de Na + MECANISMOS DE AÇÃO PROPOSTOS PARA O K+ SOBRE A PA ↑ Ingestão de K+ ↑Natriurese ↑NO células endoteliais ↑Na +/K + ATPase ↑canais K+ memb plasm Hiperpolarização endotélio ↓Ca CML vasculares Vasodilatação ↓ Atividade SNS Relaxamento Músculo liso vascular Vasodilatação Vasodilatação ↓ Pressão Arterial Houston. Curr Hypertens Rep. 2011;13:309-317 Ekmekcioglu et al. J Physiol Biochem. 2016;72:93-106; McDonough et al. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2017; 312: E348-E356 RECOMENDAÇÕES INGESTÃO K+ ❑ OMS (Guideline: Potassium intake for adults and children), 2012: ❑ ↑ ingestão K proveniente de alimentos: ❑ ↓ PA ❑ ↓ risco DCV ❑ ≥ 3.150 mg/dia ❑ USDA - DRI (Dietary Reference Intakes), 2005: ❑ 4.700 mg/dia ❑ European Food Safety Authority, 2016: ❑ 3.500 mg/dia Atenção para Hipercalemia → DRC INGESTÃO HABITUAL DE POTÁSSIO: MUNDO E BRASIL O’Donnell et al. JAMA. 2011;306(20):2229-2238 ❑Ingestão Brasil (adultos ≥ 19 anos): Homens: ± 2.500mg / dia Mulheres: ± 2.100 mg/dia IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares, 2008- 2009 Ingestão habitual de potássio Ancestrais: 8.000mg / dia Principais tópicos na abordagem nutricional na HAS Sódio Controle do peso Potássio Café Padrão alimentar CAFÉ Cafeína Diterpenos: cafestol e Kahweol Polifenóis: Ácidos Clorogênicos Winkelmayer et al. JAMA 2005;294:2330-5 Zhang et al. Am J Clin Nutr 2011;93:1212–9 Buscemi et al. Eur J Clin Nutr 2010;64:483-9 Mesas et al. Am J Clin Nutr 2011; 94:1113-6 ❑ ↑ Epinefrina ❑ ↑ Norepinefrina ❑ ↑ Cortisol Efeito agudo: ↑ PACAFEÍNA MECANISMO DE AÇÃO: CAFÉ E PRESSÃO ARTERIAL Winkelmayer et al. JAMA 2005;294:2330-5 Zhang et al. Am J Clin Nutr 2011;93:1212–9 Chen et al. J Agric Food Chem 2009; 57:4485–99 Ácidos clorogênicos ↓ PA Efeito antioxidante: ❑ ↓ ERO ❑ ↑ Biodisponibilidade NO ❑Melhora função endotelial ❑ ↓ PA Polifenóis Melanoidinas Potássio Magnésio MECANISMO DE AÇÃO: CAFÉ E PRESSÃO ARTERIAL Mesas et al. Am J Clin Nutr 2011; 94:1113-6 EFEITOS DA CAFEÍNA NA PA ▪ Hipertensos: ingestão de 200 a 300mg → ↑ agudo da PAS (1-3 h após a ingestão) ▪ ↑ PA pronunciada com administração ↑↑ doses de cafeína → HAS, em jovens e sem consumo habitual de cafeína. ▪ TOLERÂNCIA: mediada por um ↑ no número de receptores de adenosina ▪ Pode ser observada após 3 a 4 dias de ingestão regular ▪ Pode variar entre os indivíduos provavelmente devido a fatores genéticos Cano-Marquina et al. Maturitas. 2013; 75:7-21 RECOMENDAÇÕESINGESTÃO DE CAFÉ ▪ O consumo de cafeína em doses diárias moderadas de 300mg/dia ou 3 xícaras de café, parece seguro e sem efeitos deletérios para adultos saudáveis. O’Keefe. J Am Coll Cardiol 2013;62:1043–51; Chrysant et al. Expert Rev Cardiovasc Ther. 2017; 15:151-156) ▪ Estudos recentes sugerem que o consumo de café em doses habituais não está associado com maior incidência de HAS nem com elevação da PA. (7ª Diretriz Brasileira Hipertensão, 2016) Principais tópicos na abordagem nutricional na HAS Sódio Controle do peso Potássio Café Padrão alimentar PADRÃO ALIMENTAR 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2016 Dieta do Mediterrâneo Dieta Vegetariana Dieta DASH PADRÃO ALIMENTAR SAUDÁVEL DASH = Dietary Approaches to Stop Hypertension ↑ Frutas, hortaliças e cerais integrais ↓ Alimentos industrializados Exclui: carnes Opcional: laticínios e ovos ↑ azeite de oliva, oleaginosas e peixes Consumo moderado de vinho Inclui: Laticínios ↓ gordura, oleaginosas ↓ carne vermelha, doces e bebidas com açúcar 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2016 Todas as 3 dietas são ricas em K+, Mg++, substâncias antioxidantes e fibras ✓ Redução na PA: Hipertensos e normotensos DIETA VEGETARIANA 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2016 Yokoyama et al. JAMA Intern Med. 2014;174(4):577-587 Meta-análise ECR (Yokoyama et al., 2014) ↓ 4,8 mmHg PAS ↓ 2,2 mmHg PAD ECR = Ensaios Clínicos Randomizados ❑ Além de ser rica em K+, Mg+, antioxidantes e fibras ❑ Rica em AG monoinsaturados e poliinsaturados ❑ Pobre em AG saturados DIETA DO MEDITERRÂNEO Estruch et al. N Engl J Med. 2018; 378(25): e34. Estudo PREDIMED ECR multicêntrico – Espanha n=7.477 (50-80anos) ↑ risco cardiovascular Acompanhamento = 4,8 anos PREDIMED = Prevención con Dieta Mediterránea O risco de DCV foi ± 30% menor nos indivíduos alocados na Dieta do Mediterrâneo (tanto suplementada com azeite de oliva quanto com oleaginosas) em comparação com os indivíduos alocados na dieta hipolipídica. DIETARY APPROACH to STOP HYPERTENSION DASH DIET DIETA DASH X PRESSÃO ARTERIAL Padrão Alimentar Whelton PK, et al. 2017 High Blood Pressure Clinical Practice Guideline ❑ Frutas, hortaliças, produtos de cereais integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura , peixe, frango e carnes magras ❑ Ácidos graxos saturados e colesterol ❑ K+, Ca++, Mg e fibras ↓ 11 mmHg na PAS DIETA DASH Exemplo dieta ± 2000 Kcal/dia Cereais integrais e derivados 7 – 8 porções/dia Verduras e Legumes 4 – 5 porções/dia Frutas 4 – 5 porções/dia Laticínios desnatados 2 – 3 porções/dia Nozes, sementes e leguminosas 4 – 5 porções/semana Carnes magras, peixe e frango < 2 porções (180g)/dia Gorduras e óleos 2 – 3 porções/dia Doces < 5 porções/semana ESTRATÉGIAS PARA ADESÃO ❑Incentivar pequenas modificações cumulativas na dieta: ❑ Ingestão de vegetais em 2 porções/dia ❑ Ingestão de frutas em pelo menos 1 a 2 porções/dia ❑ Consumo de laticínios desnatados em pelo menos 1 porção/dia ❑ Consumo de carnes gordurosas Blackburn GL. Am J Clin Nutr 2001; 74:1-2 DASH Eating Plan. National Institute of Health, 2006