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SEMINÁRIO IV INTERPRETAÇÃO, VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS

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Aluna: Vanessa dos Santos Dobler
Data: 29/05/2020
SEMINÁRIO IV – INTERPRETAÇÃO, VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS
Questões
1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii) vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social.
Uma norma “N” passa a ser válida quando possuírem os critérios de autoridade e procedimento, ou seja, quando for criada pelo ente competente e seguir o procedimento próprio para a criação da norma. E pertencer ao ordenamento jurídico.
Validade é o pertencimento de uma norma a um determinado sistema jurídico.
Vigência é quando a norma passa a ter efeitos no mundo jurídico.
Eficácia Jurídica é a característica dos fatos jurídicos de provocarem as consequências que o ordenamento prevê.
Eficácia Técnica é a característica que a hipótese normativa apresenta de descrever acontecimentos, uma vez ocorridos, possam ser juridicizados pelo aplicador do direito.
Eficácia Social é proporcional ao grau de aceitação da norma pelos integrantes da comunidade jurídica. Será eficaz se observados por seus destinatários.
2. Descreva o percurso gerador de sentido dos textos jurídicos explicando os planos: (i) dos enunciados tomados no plano da expressão (S1); (ii) dos conteúdos de significação dos enunciados prescritivos (S2); (iii) das significações normativas (S3); (iv) das relações entre normas (S4). 
Os enunciados tomados no plano de expressão (S1) e os conteúdos de significação dos enunciados prescritivos (S2), são sujeitos causadores de sentido de modo a incorporar diretrizes constitucionais, já as significações normativas (S3) é a estrutura da norma que dispõe condutas intersubjetivas e das relações entre normas é o eixo da subordinação do sistema.
3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal no direito tributário? E em interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e II).
Não há sentido correto para os textos jurídicos, pois cada um tem sua valoração dependendo de sua cultura e experiências.
Os métodos hermenêuticos tradicionais limitam-se de acordo com o que o texto disposto quer dizer, por mais clara que a lei seja, ela sempre passará pelo processo interpretativo mediante atribuição de valores dados pelo intérprete.
4. A Lei “A” foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho desse mesmo mês e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido publicada no dia 20 desse mesmo mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os dois diplomas normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar.
Antinomias são conflitos entre normas opostas, quando isso ocorre utiliza-se critérios como de hierarquia, cronologia e de especialidade para formar suas opiniões.
Paulo de Barros Carvalho explica que a lei superior prevalece sobre a inferior (hierarquia), lei posterior sobre a anterior (cronologia) e lei especial sobre a geral (especialidade). 
Feita a introdução tenho que a lei “A” que foi promulgada no dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho terá aplicação, tendo em vista que a lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12 de maneira que observando o critério cronológico das legislações, a eficácia da lei “A” acontecerá primeiro. Com isso foi analisado o critério cronológico da antinomia.
5. Compete ao legislativo a positivação de interpretações? Existe lei puramente interpretativa? Tem aplicabilidade o art. 106, I, do CTN ao dispor que a lei tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito? Como confrontar este dispositivo do CTN com o princípio da irretroatividade? (Vide anexos III e IV).
Não compete ao legislativo pois confronta a harmonia entre os três poderes: Legislativo, Executivo e o Judiciário.
Não há que se falar em lei puramente interpretativa, pois, a interpretação difere de um ser humano para outro, a interpretação se trata de uma ciência humana e não exata.
Paulo de Barros Carvalho explica que “é o ser humano, em contato com as manifestações expressa do direito positivo, vai produzindo as respectivas significações. Dai a asserção peremptória segundo a qual é a interpretação que faz surgir o sentido, inserido na profundidade do contexto, mas sempre impulsionada pelas fórmulas literais do direito documentalmente objetivado. Sim, porque já foi dito e redito que não há texto sem contexto ou, de outro modo, não há plano de expressão sem plano de conteúdo e vice-versa”.
O art. 106, I, do CTN tem sim aplicabilidade, mas apenas se for para benefício do contribuinte. Confronta-lo somente para benefício também. 
6. Dada a seguinte lei fictícia, responder às questões que seguem:
Lei ordinária federal n. 10.001, de 10/10/2015 (DO de 01/11/2015)
Art. 1º Esta taxa de licenciamento de veículo tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor com registro de domicílio no território nacional.
Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é o valor venal do veículo.
Parágrafo único. A alíquota é de 1%.
Art. 3º Contribuinte é o proprietário do veículo.
Art. 4º Dá-se a incidência dessa taxa no primeiro dia do quarto mês de cada exercício, devendo o contribuinte que se encontrar na situação descrita pelo art. 1º dessa lei, desde logo, informar até o décimo dia deste mesmo mês, em formulário próprio (FORMGFA043), o valor venal, o tipo, a marca, o ano e a cilindrada do respectivo veículo.
Art. 5º A importância devida, a título de taxa, deve ser recolhida até o décimo dia do mês subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido.
Art. 6º Diante da não emissão do formulário (FORMGFA043) na data aprazada, poderá, a autoridade fiscal competente lavrar Auto de Infração e Imposição de Multa, em decorrência da não observância dessa obrigação, impondo multa de 50% sobre o valor do tributo devido.
(...)
	a) Em 01/06/2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em ação direta (com efeito erga omnes), pela inconstitucionalidade desta lei federal. Identificar nas datas abaixo fixadas, segundo os critérios indicados, a situação jurídica da regra que instituiu o tributo, justificando cada uma das situações:
	Critérios\ datas
	11/10/2015
	01/11/2015
	01/02/2016
	01/04/2016
	01/07/2017
	É válida
	 Não
	 Sim
	 Sim
	 Sim
	 Não
	É vigente
	 Não
	 Não
	 Sim
	 Sim
	 Sim
	Incide
	 Não
	 Não
	 Não
	 Sim
	 Não
	Apresenta eficácia jurídica
	
 Não
	
 Não
	
 Sim
	
 Sim
	
 Não
	A norma ainda não é válida no dia 11/10/2015, pois ela só foi publicada no dia 01/11/2015, na qual continua válida dia 01/02/2016, 01/04/2016 e não possui mais validade no dia 01/07/2017 por conta da Adin proposta pelo STF no dia 01/06/2017.
Não é vigente em 11/10/2015 e 01/11/2015, pois ela se torna vigente após a anterioridade anual, portanto passa a ser vigente no próximo 1º de janeiro, portanto no dia 01/02/2016 e 01/04/2016 e já está vigente e no dia 01/07/2017 após a Adin a norma se torna parcialmente vigente por conta da teoria da irretroatividade.	
Não incide nas datas de 11/10/2015, 01/11/2015 e 01/02/2016, pois no artigo 4º da lei diz que a incidência se dá somente no primeiro dia do quarto mês de cada exercício, sendo assim incide na data de 01/04/2016 e não incide mais no dia 01/07/2017 pois foi após a inconstitucionalidade.	
Não apresenta eficácia jurídica nas datas de 11/10/2015 e 01/11/2015, por ausência da vacatio legis e já possui eficácia nas datas 01/02/2016 e 01/04/2016 pois já são vigentes e na data de 01/07/2017 não possui mais eficácia pois foi retirada do ordenamento jurídico.
7. Uma lei inconstitucional (produzida materialmente em desacordo com a Constituição Federal – porém ainda não submetida ao controle de constitucionalidade) é válida? O vício de inconstitucionalidade pode ser sanado por emenda constitucional posterior? (Vide anexo V).
É válida, até que saia do ordenamento jurídico, ou seja, revogada. O vício de inconstitucionalidade não pode sersanado por emenda constitucional posterior.
8. Leia atentamente abaixo a sucessão de fatos no tempo:
FATO 1 – A lei n. 9.528/97, alterando o art. 25 da Lei n. 8.212/91, estabeleceu que:
"Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea "a" do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada a Seguridade Social, é de:
I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; 
II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para o financiamento das prestações por acidente do trabalho.”
FATO 2 – Emenda Constitucional 20/1998 alterou a redação do art. 195, inciso I, da Constituição Federal.
REDAÇÃO NOVA:
Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
REDAÇÃO ANTERIOR:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; 
II - dos trabalhadores;
FATO 3 – O STF, em controle difuso, declarou inconstitucional o art. 25, incisos I e UU, da Lei n. 8.212/91, com as alterações promovidas pela lei n. 9.528/97: 
(RE 363852, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2010, DJe-071 DIVULGAÇÃO 22-04-2010 PUBLICAÇÃO 23-04-2010): “RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESSUPOSTO ESPECÍFICO - VIOLÊNCIA À CONSTITUIÇÃO - ANÁLISE - CONCLUSÃO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS - PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS - SUB-ROGAÇÃO - LEI Nº 8.212/91 - ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTA FEDERAL - PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 - UNICIDADE DE INCIDÊNCIA - EXCEÇÕES - COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - PRECEDENTE - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária sub-rogada do adquirente, presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97. Aplicação de leis no tempo - considerações.”
FATO 4 – A lei 10.256/2001, alterou o caput do artigo 25 da Lei n. 8.212/91:
“Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de:”
FATO 5 - O STF reconheceu a constitucionalidade da contribuição do empregador rural pessoa física ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL):
(RE 718874, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 30/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-219 DIVULG 26-09-2017 PUBLIC 27-09-2017 REPUBLICAÇÃO: DJe-225 DIVULG 02-10-2017 PUBLIC 03-10-2017) Ementa: TRIBUTÁRIO. EC 20/98. NOVA REDAÇÃO AO ARTIGO 195, I DA CF. POSSIBILIDADE DE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA PARA INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADORES RURAIS PESSOAS FÍSICAS INCIDENTE SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10.256/2001. 1.A declaração incidental de inconstitucionalidade no julgamento do RE 596.177 aplica-se, por força do regime de repercussão geral, a todos os casos idênticos para aquela determinada situação, não retirando do ordenamento jurídico, entretanto, o texto legal do artigo 25, que, manteve vigência e eficácia para as demais hipóteses. 2.A Lei 10.256, de 9 de julho de 2001 alterou o artigo 25 da Lei 8.212/91, reintroduziu o empregador rural como sujeito passivo da contribuição, com a alíquota de 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; espécie da base de cálculo receita, autorizada pelo novo texto da EC 20/98. 3. Recurso extraordinário provido, com afirmação de tese segundo a qual É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/01, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção.
FATO 6 – Resolução do Senado n. 15/2017:
“Art. 1º É suspensa, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e a execução do art. 1º da Lei nº 8.540, de 22 de dezembro de 1992, que deu nova redação ao art. 12, inciso V, ao art. 25, incisos I e II, e ao art. 30, inciso IV, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, todos com a redação atualizada até a Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997, declarados inconstitucionais por decisão definitiva proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 363.852.”
Considerando as ocorrências acima, responda fundamentadamente:
a) Em dezembro de 1999, é possível afirmar que o art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97) é válido, vigente e possui eficácia técnica? 
Não é válida
b) A decisão na RE 363.852 é capaz de alcançar a validade, vigência ou a eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?
c) Quais os efeitos da Resolução do Senado n. 15/2017 no que se refere à Vigência, validade e eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?
d) A decisão no RE 718.874 alcança a validade, vigência ou eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)?

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