Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

1.1	 Introdução
Há mais de dez anos o uso de dispositivos eletrônicos tem crescido muito. Computadores, telefones celulares, aparelhos mp3, CDs, DVDs, consoles e muitos outros dispositivos vêm se tornando cada vez mais necessários, e com isso houve uma grande investida na tecnologia eletrônica. Mas este grande avanço na tecnologia de comunicações trouxe um grande problema, que a princípio não parecia preocupante: o acúmulo do lixo eletrônico, que ocorre com a rápida obsolescência desses equipamentos.
Hoje em dia, os resíduos eletrônicos já representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade. Ou seja: 50 milhões de toneladas são jogadas fora todos os anos pela população mundial.
2.1	 A Ameaça do Lixo Eletrônico
Em muitos casos, a única parte visível de um produto eletrônico é seu revestimento externo. A menos que ele se quebre, raramente vemos os múltiplos circuitos, fios e conexões elétricas que o fazem funcionar.	
Mas são exatamente esses itens que são tão valiosos e tão tóxicos. Um buquê completo de metais pesados, semimetais e outros compostos químicos está à espreita no interior de seu laptop ou televisor aparentemente inocente. O perigo do lixo eletrônico deriva de ingredientes como chumbo, mercúrio, arsênico, cádmio, cobre, berilo, bário, cromo, níquel, zinco, prata e ouro. Muitos desses elementos são usados em placas de circuito e fazem parte de componentes elétricos como chips de computador, monitores e fiação. Além disso, muitos produtos elétricos incluem produtos químicos para retardar chamas e que podem representar perigo para a saúde.
Com o tempo, os produtos químicos tóxicos e o lixo eletrônico de um aterro sanitário podem contaminar o solo (possivelmente chegando ao lençol freático) ou a atmosfera, afetando a saúde de comunidades vizinhas. Ainda não se conhece o nível de risco da contaminação por lixo eletrônico, mas é seguro presumir que os resultados provavelmente não serão bons.
Pesquisadores do Programa de Pesquisa de Metais Tóxicos da Universidade Dartmouth compilaram uma lista dos efeitos dessas toxinas sobre o corpo humano. Tenha em mente que não se trata de uma lista completa de todos os efeitos de saúde possíveis da exposição a esses metais. Além disso, a lista menciona apenas algumas das substâncias e compostos químicos usados nesses produtos domésticos.
· Arsênico - pode causar problemas na comunicação entre células e interferir nos gatilhos que geram crescimento celular, possivelmente contribuindo para doenças cardiovasculares, câncere diabetes, em caso de exposição crônica.
· Cádmio - afeta a capacidade do corpo de metabolizar cálcio, o que leva a dores ósseas e a ossos frágeis e gravemente enfraquecidos. 
· Cromo - causa irritações de pele e é potencialmente carcinógeno. 
· Cobre - pode irritar a garganta e os pulmões e afetar os rins, o fígado e outros órgãos. 
· Chumbo - o envenenamento por chumbo pode causar sérios problemas de saúde, entre os quais redução da capacidade cognitiva e verbal. Em última análise, a exposição ao chumbo pode causar paralisia, coma e morte. 
· Níquel - em dosagem alta, é carcinógeno.  
· Prata - provavelmente não faz mal, mas manipulá-la com freqüência pode causar argirismo, uma doença que causa manchas azuladas permanentes na pele.
[Fonte: Dartmouth Toxic Metals Research Program]
Depois de tantas informações sobre o perigo que corremos por produzir uma quantidade enorme de lixo eletrônico, paira a dúvida: e o que está sendo feito para combater esse perigo?
3.1	Regulamentação do lixo eletrônico
	No Brasil, não há legislação nacional que define critérios para a reciclagem e o tratamento de resíduos eletrônicos. Para o Estado de São Paulo foi publicado em julho de 2009 a Lei 13.576 que institui normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico.
Na União Européia tem uma série de diretrizes e regulamentos que visam ampliar recuperação, reutilização e reciclagem de lixo eletrônico, assim como atribuir aos fabricantes o ônus pela reciclagem. A esperança é que isso reduza o lixo eletrônico e sua exportação, e encoraje os fabricantes a criar produtos novos e mais ecológicos. O ideal é que esses produtos sejam mais seguros e fáceis de atualizar, consertar e reciclar. A União Européia também aumentou a regulamentação sobre diversas substâncias comuns no lixo eletrônico, limitou o uso dessas substâncias nos países membros e proibiu a exportação de resíduos prejudiciais.
Alguns críticos dizem que as diretrizes européias são severas demais, e outros que não são severas o bastante. Ainda há outros que criticam o Legislativo dos Estados Unidos, que bloqueou a adoção de leis substanciais sobre o lixo eletrônico. Alguns Estados norte-americanos aprovaram leis próprias sobre o lixo eletrônico, e muitos outros estão debatendo a questão. Países como Japão e China também estão aderindo. As leis chinesas quanto ao lixo eletrônico são semelhantes às européias e visam impedir a importação de lixo eletrônico (ainda que continue a haver contrabando). Os países que recebem embarques de lixo eletrônico, como a Índia, têm alguns regulamentos em vigor, e ativistas pressionam por mais rigor.
4.1	O Ciclo do Lixo Eletrônico: Produção e consumo
A produção e o consumo de eletrônicos são elementos totalmente interdependentes. A indústria, com forte apoio da mídia (não só a imprensa especializada em 'informática', mas também a imprensa de variedades e em grande medida o entretenimento), se esforça constantemente em criar uma ilusão de obsolescência, lançando periodicamente novos equipamentos com inovação incremental – uma nova versão para cada pequena novidade. Há alguns anos os computadores novos não trazem mais do que versões um pouco mais rápidas de suas versões anteriores. Por outro lado, a indústria trabalha também com o estímulo a comportamentos condicionados e objetos de desejo que, na visão distorcida e irresponsável do grande marketing, aquecem a economia ao incentivar o consumo. 
Mesmo as pessoas que dão mais valor a estabilidade e segurança defrontam-se com a situação de que seus computadores precisam de software mais recente, que não roda com o sistema operacional desatualizado. O sistema operacional novo precisa de mais memória, velocidade, armazenamento, etc. Para isso, precisam comprar um computador novo. Como não sabem que existem muitos usos alternativos mesmo para computadores de dez anos atrás (por falta de informação, que poderia ser disponibilizada pelo próprio fabricante) acabam por guardá-los em algum armário ou se desfazer deles. Não percebendo que qualquer computador é um artefato que condensa uma grande quantidade de conhecimento, e aqui não falamos só da quantidade de informação que ele armazena: cada peça de um computador é um sistema complexo de cálculos e armazenamento, e o conhecimento aplicado no desenvolvimento e fabricação de cada uma dessas peças deveria nos levar a pensar duas vezes antes de simplesmente descartá-la.
No outro lado do espectro de consumo, as pessoas que não se importam com estabilidade mas dão importância à novidade e à descoberta se vêem em um mundo de novas funcionalidades e novos usos em potencial que hoje já é inapreensível: pouca gente consegue saber todos os usos possíveis para um computador ou um celular. Por exemplo: Há cerca de 15 anos atrás, muitas pessoas tinham videocassetes com várias funções para agendar gravações e etc., sem ao menos saber configurá-las. Hoje em dia os videocassetes são peça de museu, mas essa condição se espalhou para diversos outros aparelhos. Até hoje existe muita gente que não consegue enviar um SMS, mas tem telefones celulares com câmera, MP3, rádio, wi-fi e outras coisas. As poucas pessoas que sabem usar tudo isso tampouco se satisfazem: é só aparecer um aparelho que tenha uma função a mais (hoje em dia é o multi-touch ou o 3G) e já se desfazem dos "antigos". Isso tem nome: obsessão ou compulsão.
Em todo o processo de fabricação de qualquer eletrônico, além de incorrer em comportamento levemente antiético ao estimular o desejo desenfreadaspor consumir cada vez mais, muitas empresas adotam também comportamento explicitamente predatório: a extração de matérias-primas e a produção industrial de eletrônicos freqüentemente fazem uso de mão de obra precária, não levam em conta os impactos sociais e ambientais, e produzem uma grande quantidade de resíduos tóxicos. Muitas empresas têm plena consciência disso tudo e acreditam, como já é típico, que fechar os olhos elimina os problemas. Isso não é verdade. A situação do lixo eletrônico está totalmente desequilibrada: a quantidade de descarte produzido a cada mês supera em muito a capacidade de absorção e reciclagem do sistema produtivo.
4.1.2	O que pode ser feito em relação à produção e ao consumo de eletrônicos?
1.	Reduzir, com consumo consciente: A maneira mais efetiva de chamar a atenção de uma grande corporação, é mexer com a coisa que mais a interessa: o dinheiro. Ficar atento às atividades do fabricante e procurar evitar as peças de fabricantes que usam métodos questionáveis de fabricação é um bom começo. Sim, isso pode ser complicado: muitas vezes, aquela característica específica que a gente quer só é feita por fabricantes duvidosos. Em outros casos, os produtos mais corretos em termos sociais e ambientais são mais caros. É verdade, e não só no caso dos eletrônicos: produzir com responsabilidade custa mais. Aqueles produtos mais baratos muitas vezes são resultado de um processo em que crianças ou idosos trabalham doze horas por dia, recebendo em um mês menos de um terço do que seria um salário mínimo no Brasil. Para você pagar menos, um monte de gente foi explorada. Pense muito bem antes de comprar qualquer equipamento: comprando de um fabricante diferente, você pode estar contribuindo para que menos pessoas sofram, para que haja menos poluição no mundo e para ter certeza de que, no fim da vida útil do seu equipamento, ele seja devidamente reciclado. 
2.	Reutilizar os equipamentos para estender sua vida útil. Qualquer equipamento eletrônico, principalmente aqueles que têm um alto nível de processamento de informação como computadores, abriga uma grande quantidade de usos não explorados. Se você, como a grande maioria das pessoas, usa seu computador para acessar a internet, editar textos e imagens e escutar músicas, é bastante provável que esteja desperdiçando capacidade de processamento: o seu computador fabricado nos últimos quatro ou cinco anos tem todas as condições para se tornar um servidor de rede, o que possibilita que qualquer Pentium fabricado em 1996 possa ser utilizado como um terminal leve. Ou seja, em vez de precisar de um computador novo para cada pessoa em sua casa ou escritório e jogar fora os computadores antigos, você pode compartilhar o processamento de um computador mais novo para dar novo uso para aqueles mais velhinhos. É possível fazer isso com qualquer sistema operacional, mas a otimização de recursos é mais efetiva com o uso de software livre como o LTSP (Linux Terminal Server Project é um projeto fundado por Jim McQuillan para o Linux e em software livre que possibilita o uso de um computador por vários terminais de acesso). Computadores antigos também podem funcionar como gateways e firewalls, servidores de arquivos e estações de trabalho específicas.
3.	Descartar de maneira responsável. Mesmo que você não tenha o interesse ou a disposição de estender a vida útil de seu computador, pode imaginar que simplesmente jogá-lo no lixo é um desperdício de conhecimento aplicado. O Brasil é um país de desigualdades, e apesar de inúmeras iniciativas positivas nos últimos anos, ainda é grande a quantidade de pessoas e organizações que não tem recursos para adquirir tecnologia da informação. Existem dezenas, talvez centenas, de organizações em todo o Brasil que aceitam doações de equipamentos eletrônicos para reutilizá-los em diferentes projetos sociais, ou mesmo como fonte de recursos - uma vez triado, o lixo eletrônico pode ser revendido para empresas de reciclagem. Ou seja, muitas vezes o lixo eletrônico não é lixo. Direcioná-lo para quem precisa ajuda a estender sua vida útil, e pode ter algum efeito na redução da demanda por produção mundial. Mas aí vem a grande pergunta: afinal, como eu faço isso? Como encontro entidades que recebam essas doações? Não existe uma resposta pronta. Até hoje, ninguém conseguiu desenvolver uma maneira de responder de maneira estruturada a essa questão, que cresce a cada dia. 
Levantamento sobre entidades e projetos que podem receber seu lixo eletrônico, e mais algumas referências:
· Rede Metareciclagem
· Centro de Recondicionamento de Computadores - Maristas Rio Grande do Sul
· Centro de Recondicionamento de Computadores Gama - Distrito Federal
· Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes
· Casas André Luiz
· Comitê pela Democratização da Informática
· Comlurb Rio de Janeiro
· Dell
· Motorola
· Apple
· Hewlett Packard
· Sony
· Toshiba
Você pode ter de pagar uma pequena taxa para devolver o seu computador e, outras regras e restrições podem ser aplicáveis. De lá, seu lixo eletrônico será completamente reciclado pelo fabricante ou reformado para uso futuro.
4.3	O ciclo do Lixo Eletrônico: Descarte, Reuso e Reciclagem
	Assim que a etapa inicial de consumo e uso dos eletrônicos chega ao fim, ou seja o usuário já usou “ao máximo” o aparelho ou computador, existem algumas opções além do efetivo descarte para reciclagem.
Nos países desenvolvidos, há a opção de reciclar o lixo eletrônico levando seus velhos aparelhos eletrônicos e elétricos a um centro de reciclagem de eletrônicos legítimo, que conduza reciclagem local. O processo geralmente envolve máquinas dispendiosas de reciclagem, bastante comuns na Europa, mas menos presentes nos Estados Unidos. A máquina esmaga os produtos e os transporta por uma correia móvel. O processo utiliza telas vibratórias e imãs para atrair os diferentes componentes. Outro método comum envolve trabalhadores (usando os trajes de proteção adequados) em uma linha de desmontagem, que desmantelam o aparelho peça a peça e separam o conteúdo. Depois, máquinas diversas desfazem as diferentes partes para permitir que sejam reutilizadas. Você talvez tenha de pagar uma pequena taxa, dependendo de que produto leve. 
No caso do Brasil, uma outra opção é procurar centros de reciclagem (ainda escassos no Brasil) autorizados ou instituições que trabalham com população carente e fazem um bom uso tanto do computador montado como desmontado, mas atenção: Alguns integrantes da MetaReciclagem(ONG destinada à direcionar corretamente o lixo eletrônico) chegaram a visitar galpões de "reciclagem" de eletrônicos em São Mateus, Zona Leste de São Paulo, e voltaram estarrecidos: meninos de 12 anos usando secadores térmicos e sem usar máscaras extraíam componentes da placas-mãe de computadores. Ficavam expostos a vapores químicos que a longo prazo são altamente prejudiciais.
 
4.4	A Importância da Reciclagem Eletrônica
A reciclagem de materiais eletrônicos é uma forma de recuperar importantes recursos naturais, pois com ela é possível obter metais como prata e ouro, que podem ser reutilizados, evitando escavação de terra e derrubadas de florestas. O que a torna a opção ecologicamente correta e assim sendo, a melhor na hora do descarte, quando não há mais possibilidade de doação.
Reciclar devidamente o lixo eletrônico também pode lhe ajudar a manter sua privacidade, muitos dispositivos guardam informações mesmo quando são deletadas do modo convencional, por isso sempre leve à um centro de reciclagem que mantenha métodos padronizados devidamente.
	Lidar com um problema “novo” e que traz conseqüências ainda inestimáveis é sempre um desafio, que só agora está chamando a atenção das autoridades, mas é com cada um fazendo a sua parte que poderemos ver resultados, espalhe esta idéia, ajude seus amigos e parentes na hora de direcionar o lixo eletrônico. Todos queremos avanços tecnológicos, mas precisamos ter consciência e considerar as possíveis conseqüências para que este problema não se torne maior do que já é.

Mais conteúdos dessa disciplina