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Carne Mecanicamente Separada (CMS) e preparação de Surimi Brenda Borges Vieira Bióloga Mestranda em Microbiologia Agrícola Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas Curso de Engenharia de Pesca Definição Definições: Minced fish Polpa de pescado Cominutado ou cominuído de pescado Carne de pescado desossado Minced fish Onde surgiu? Japão, década de 40 Indústria – aproveitamento de resíduos Definição Codex Alimentarius Produto obtido a partir de uma única espécie, ou mistura de espécies de peixes com características sensoriais semelhantes, através de processo mecanizado da parte comestível, gerando partículas de músculo esquelético isentos de escamas, ossos e peles. (FAO/WHO, 1994) CMS de pescado Indústria do pescado 14% de farinha e óleo de peixe 86% consumo humano CMS – resgate de parte da parcela do pescado 46% fresco 29% congelado 12% seco, salgado e defumado 13% enlatado, conservas e outros CMS de pescado Objetivo Agregar valor a peixes de baixo valor comercial ou pescados acompanhantes Aproveitamento de carnes de refugo Elaboração de diferentes produtos CMS de pescado Espécies utilizadas: Mais abundantes Menos apropriadas para consumo direto Espécies de baixo valor comercial Aparas resultantes da filetagem Finalidade do processo: Produto apenas com músculos do pescado Princípios básicos para elaboração de CMS a partir de peixes inteiros: A. Matéria prima Abundante e disponível a maior parte do ano Constituição lipídica Espécies de carne branca e com menores teores de lipídeos Etapas do processamento Alaska pollock (Theragra charcogramma) Pescada branca (Cynoscion leiarchus) Peixe gato (Ordem: Siluriformes) Tilápia (Oreochromis niloticus) Aparas de salmão B. Recepção do pescado na planta de processamento Conduzido com rapidez; Preferencialmente no pré-rigor C. Descamação e lavagem Cilindro descamador Lavagem com H2O clorada (5ppm) Objetivo: eliminar sujidades D. Descabeçamento Manual ou equipamento Etapas do processamento Cilindro descamador E. Evisceração Manual F. Lavagem do peixe eviscerado Água fria até 10ºC – tanque ou lavador rotatório Fluente e com renovação contínua Retirada de sangue, escamas, resíduos de vísceras Etapas do processamento Peixes eviscerados mantidos resfriado com gelo (2° a 5°C) G. Separação mecânica Inspeção de amostras parasitadas H. Tipos de equipamentos utilizados Processo mecanizado Separação da carne de espinhas e pele 3 tipos de separadores Etapas do processamento “Stamp type” “Tambor rotatório” “Rosca-sem-fim” “Stamp type” “Tambor rotatório” 3 a 5 mm “Rosca-sem-fim” I. Recepção da CMS Cai por gravidade em tanque receptor Resíduo do processo ----> caneleta ou caixa plástica Área de tratamento de resíduos sólidos J. Lavagem da CMS Bomba de vácuo para tanque lavador Água fria (5 a 8°C) – 3:1 água e CMS Pode haver agitação Lavagem pode ser repetida até 3 vezes - 0,2 a 0,3% de sal Etapas do processamento K. Desague da CMS Prensa, centrífuga ou saco de nylon Uso de prensa manual ou hidráulica L. Adição de aditivos Antioxidantes Estabilizantes Misturador de pás ou um cutter M. Congelamento N. Embalagem O. Armazenamento Etapas do processamento Fish Burguer Nuggets Tirinhas empanadas Embutidos: salsicha e linguiça Recheios para massas: formatados e reestruturados Kibe Almôndega Sopa Recheio de tortas e bolinhos Refogados Entre outros Produtos a base de CMS Industrial Doméstica Deterioração mais rápida quando comparado aos filés obtidos da mesma matéria-prima Contato da CMS com sangue, fragmentos de ossos, dispersão da flora bacteriana Temperatura - processamento, transporte e estocagem dos produtos à base de CMS Recomendado - utilização de pescado fresco e recém capturado (diminuição da autólise das poteínas) Sazonalidade – oxidação lipídica Qualidade da CMS Condição microbiológica da CMS está diretamente relacionada com a qualidade da matéria prima e as condições higiênicas de processamento CMS de Tilápia – estabilidade química e microbiológica por 180 dias sob congelamento Qualidade da CMS Pontos importantes para uma boa elaboração de CMS Remoção mecânica de partes escuras da carne Minimização da inclusão de sangue e vísceras na CMS final Estabilidade – adição de crioprotetores e antioxidantes A ESTOCAGEM SOB CONGELAMENTO NÃO INTERROMPE COMPLETAMENTE TODAS AS POSSÍVEIS ALTERAÇÕES NA QUALIDADE Qualidade da CMS Surimi Definição O que é o Surimi? Suru = processar mi = carne carne processada Produto intermediário Forma refinada da CMS “Concentrado de pts miofibrilares, produzidos por repetidas lavagens do pescado, constituindo uma pasta com pouco ou nenhum odor, que pode ser congelada após a adição de crioprotetores” (MIRA; LANFER-MARQUEZ, 2005) Carne lavada repetidas vezes com água e crioprotetores para promover uma maior vida de prateleira durante o congelamento usado na fabricação de uma variedades de alimentos desde os tradicionais como o kamaboko aos demais introduzidos recentemente no mercado, como os análogos ou imitação de caranguejo e lagosta, hamburgueres, salsichas, empanados de peixe, entre outros. 21 Composição Qualidade nutricional Etapas do processamento Recepção da matéria prima Lavagem Descabeçamento e evisceração Etapas do processamento 4. Segunda lavagem 5. Separação da carne, pele e espinhas Etapas do processamento 6. Lavagem e refino Água: 5 a 10°C > 3 lavagens Refinamento Etapas do processamento 6. Lavagem CMS Até 3 lavagens Menor investimentos em equipamentos Surimi Lavagem superior a 3 Refinamento Adição de crioprotetores Aparelhos mais sofisticados Etapas do processamento 7. Separação de pequenas espinhas e prensagem 8. Homogeneização e estabilização com crioprotetores Etapas do processamento 7. Moldeamento 8. Congelamento Características do produto final Coloração: quanto mais claro, maior a qualidade Pureza: ausência de pele, sangue e carne escura Umidade: 75 a 70% Proteínas: 12 a 17,5% Gordura: quase nula Aspecto microbiológico Capacidade de formar gel Vários tipos de géis com diferentes texturas Surimi Legislação vigente (BRASIL, 2001) Coliformes a 45°C: 102 NMP. g-1 Estafilococos: 5x102 UFC.g-1 Salmonella spp.: ausência em 25g 30 CMS vs Surimi Produtos elaborados a partir do Surimi HANPEN - surimi, amido e temperos CHIKUWA - surimi moldado e assado Produtos elaborados a partir de surimi DATEMAKI – hanpen com ovos, omelete doce AGEMONO - surimi frito com vegetais Produtos elaborados a partir de surimi SHUMAI – bolinhos recheados KAMABOKO – pasta de peixe cozida Tipos de surimi Produtos elaborados a partir de surimi KANI KAMA Acrescido de extratos de caranguejo ou lagosta Ingredientes como: amido, clara de ovo, açúcar, extrato de algas, sal, entre outros. Tipos de surimi Produtos elaborados a partir de surimi Produção mundial: 600.000 toneladas Maiores produtores China EUA Japão Chile Maiores exportadores EUA (90%) Tailândia Chile Noruega Produção mundial Maiores importadores Japão Coreia do Sul Polônia Rússia Produção mundial: 600.000 toneladas Produção no Brasil Dúvidas? Obrigada! brendaborgesv@hotmail.com
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