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CIRURGIA TORÁCICA PEDIÁTRICA EMBRIOLOGIA -Massas mediastinais: intestino e timo -3ª semana: intestino anterior – tubo, broto traqueal -4-5ª semanas: septação esôfago e traqueia -4ª semana: diferenciação do epitélio traqueal e esofágico -tubularização incompleta do epitélio intestinal: duplicação cística -Broto respiratório -> bronquíolos primários -> brônquio direito e esquerdo -> ramificações -Timo: porção ventral do 3º arco faríngeo -7ª semana: anterior ao arco aórtico -Ducto timofaríngeo: cisto congênito do timo -Pulmão: 5 estágios -embriônico, pseudoglandular (7-16ª semana), canalicular (16-24ª semana), sacular e alveolar CISTOS DO PULMÃO -Malformação adenomatoide cística congênita -Sequestro broncopulmonar -Enfisema lobar congênito DIAGNÓSTICO -Pré-natal (porém, vamos diferenciar esses cistos principalmente no período neonatal) -Ultrassom seriado -Polidrâmnio -Hidropsia: obstrução da veia cava e compressão cardíaca -> desbalanço mediastinal · Ascite, derrame pleural e pericárdico, edema de pele e escalpo -Lesões pequenas: desconforto respiratório no período neonatal – muito pequenas: assintomático até o final da infância (infecção, pneumotórax, degeneração maligna) -Lesões grandes: podem regredir durante a embriogênese; ou podem ter complicações como hidropsia -Lesões que “sumiram” no USG pré-natal e não são vistas no RX neonatal -> TC tórax TRATAMENTO -Neonatos com comprometimento respiratório por lesão cística -> ressecção cirúrgica (lobectomia) -Casos graves: ventilação de alta frequência ou ECMO -Assintomáticos: ressecção eletiva (se risco infeccioso e transformação maligna) · Blastoma pulmonar e rabdomiossarcoma: infância · Carcinoma broncoalveolar: adolescentes e adultos jovens MALFORMAÇÃO ADENOMATOIDE CÍSTICA CONGÊNITA -Massa multicística - proliferação nos bronquíolos terminais -Ar, líquido ou ambos -Suprimento sanguíneo - circulação pulmonar HISTOPATOLOGIA -Crescimento adenomatoide das estruturas terminais – cistos intercomunicantes com epitélio pseudoestratificado ciliado cuboide ou colunar -Crescimento da mucosa – aumento do tecido elástico na parede cística -Ausência de cartilagem, processo inflamatório -Presença de tecido muscular liso e elástico -parede cística -Células secretoras de muco CLASSIFICAÇÃO -TIPO I: mais comum e diferenciada, massa macro cística (>2cm), anomalia congênita 5% -TIPO II: massa microcística, múltiplos pequenos cistos (<1cm), bronquíolos e alvéolos entre os cistos, anomalia congênita 55% -TIPO III: grande massa sólida, com minúsculas estruturas císticas (<0,5cm) *Também tem a classificação de Stocker. *EPIDEMIOLOGIA -25% das lesões císticas pulmonares; 30-40% lesões no desenvolvimento do broto pulmonar -1: 25.000 a 35.000 -1,4 M: 1 F -UNILOBAR; 2% bilateral -Malformação congênita: agenesia renal, doença renal cística, atresia intestinal, cardíaca, hidrocefalia, pectus excavatum -Tipo I 60%, tipo II 30%, tipo III 10% -DX diferencial: enfisema lobar congênito, hernia diafragmática, cisto broncogênico, sequestro pulmonar e pneumatocele. FISIOPATOLOGIA -Disfunção respiratória – substituição do líquido por ar -Aprisionamento de ar nos cistos APRESENTAÇÃO CLÍNICA -Tamanho, tipo e complicações -Pré-natal: hidropsia e placentomegalia – síndrome do espelho materno (mãe terá edema e HAS) -Natimorto: 1/3 e 1/6 -Prematuridade: 50% nascidos vivos -Disfunção respiratória aguda (1º mês): 50-60% -Hipertensão pulmonar: muscularização anormal dos vasos pulmonares -Infecção respiratória de repetição: drenagem precária dos bronquíolos -Pneumotórax hipertensivo: manobras de RCP, ventilação mecânica QUADRO CLÍNICO -90%: primeiro ano de vida -Dispneia, taquipneia, retrações e cianose -Abaulamento do hemitórax -hiper-ressonância -Diminuição do MV -Desvio do ictus -Prematuridade -Ascite, anasarca -Aparente hepatoesplenomegalia (porque tem aumento do cisto, levando ao rebaixamento do diafragma, empurrando para baixo o baço ou o fígado) -Clínica de HP (hipertensão pulmonar) INVESTIGAÇÃO -RX tórax: imagens de bolhas irregulares, preenchendo o hemitórax, áreas de atelectasia, espaços intercostais alargados e rebaixamento do diafragma -TC tórax: massa cística multilocular de paredes finas ou massa de aspecto cístico e sólido. Criança maior: complicações infecciosas ou assintomática -Risco de hidropsia: volume da lesão – fórmula da elipse: comprimento x altura x largura x 0,52 -> CVR= volume da lesão/circunferência da cabeça CRV (indicativo de risco de hidropsia): CVR>1,6 = maior risco -Rx com lesão em ápice -TC -Malignização: blastoma pleuropulmonar (lactentes e crianças pequenas): adenocarcionoma; bronquíolo alveolar (crianças maiores, adolescentes e adultos) -10% em malformações císticas pulmonares TRATAMENTO -lobectomia: um ou mais vasos aberrantes -idade ótima nos assintomáticos: 3-6 meses -Urgência: disfunção respiratória grave com intubação e ventilação mecânica (alta frequência) -HP: tratar como hernia diafragmática -toracotomia posterolateral INTERVENÇÃO PRÉ-NATAL -hidropsia progressiva e menos de 32 semanas -lesões císticas solitárias: shunt toracoamniótico - >32sem: parto prematuro após terapêutica com betametasona - <32sem: hidropsia progressiva, multicístico/solido-lobectomia (anomalia cromossômica) FATORES PROGNÓSTICOS -comprometimento bilateral -prematuridade -hipoplasia pulmonar -malformações associadas -hidropsia- ascite, quilotórax, derrame pericárdico, anasarca e edema de escalpo SEQUESTRO BRONCOPULMONAR: -Tecido pulmonar não funcionante, isolado, normalmente sem comunicação com a arvore brônquica e com irrigação arterial e venosa anômala -Tipo fetal e cístico -20% pode ter comunicação com esôfago ou estomago -Contém muco CLASSIFICAÇÃO -intralobar: incorporado dentro do pulmão normal com pleura visceral comum -extralobar: separado anatomicamente com pleura própria CARACTERÍSTICAS -comunicação fistulosa: malformação broncopulmonar congênita do intestino anterior; 75% direita -esôfago: superior 5%; médio 10%; inferior 70%; estomago 15% -suplementação vascular: artéria aberrante, ramo da aorta descendente ou abdominal (85%), única, grossa, curta, retilínea e cursa dentro do ligamento pulmonar inferior -drenagem venosa: intralobar (v. pulmonar), extralobar (v. ázigo) EMBRIOGÊNESE -teoria derivada do erro embriológico de Eppinger e Schauernst: broto pulmonar da parede ventral da faringe – broto supranumerário -precoce (intralobar) e tardio (extralobar) EPIDEMIOLOGIA -0,15-1,7% dos nascidos vivos; esquerda 2/3 -intralobar 3:1 extralobar -meninos (intralobar 1,5:1 e extralobar 3:1) -75% intralobar; segmento basal posterior lobo inferior: 10% lobos superiores, 10% malformação -extralobar: mediastino posterior – seio costofrênico. Diafragma, peritônio, pericárdio; 40-60% malformação (MACC, hernia diafragmática, cisto broncogênico, malformação cardíaca, hipoplasia pulmonar, pectus excavatum) HISTOPATOLOGIA -Múltiplos cistos com epitélio respiratório ciliado com material mucoide espesso, sangue, pus ou ar -Infecção, fibrose e inflamação -70% intralobar- comunicação brônquica QUADRO CLÍNICO ->intralobar: sintomático, 10% neonatal -infecção respiratória de repetição, febre, tosse -cardiovascular (shunts) -Gastrointestinais: comunicação (vômito, hematêmese, disfagia, regurgitação) -Hemorragia pleural -abscesso pulmonar/bronquiectasia -hemoptise ->extralobar: assintomático -incidental -é raro infecção pulmonar, ICC, shunt, gastrointestinal, hemorragia INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA -Rx tórax: intralobar (densidade triangular basal posterior ou medial lobo inferior, cistos com are nível); extralobar (densidade do tecido mole triangular e homogênea; mediastino 90%) Rx com lesão central TC com lesão Intraoperatorio com lesão triangular -Arteriografia: PADRÃO OURO, porém não justifica a informação a mais adquirida, já que é bem invasivo -TC: massa complexa com ou sem cistos, lesão cavitaria com nível hidroaéreo -US doppler: mais usado, massa solida/cística coma artéria sistêmica anômala e fluxo sanguíneo TRATAMENTO -indicações: infecções de repetição, malignização (raro), tratamento de shunt, sequestro híbrido (associado a MACC=malformação adenomatoide cística) -intralobar: lobectomia -extralobar: ressecção tecidual. Cistos grandes, shunts AV, sequestro aumentando de tamanho (neuroblastoma?) – embolização ou ligadora da art. Nutridora ENFISEMA LOBAR CONGÊNITO -hiperaeração e hiperdistensão pós-natal de um ou mais lobos de um pulmão normal -mecanismo valvular (entra ar, mas ele não consegue sair, então vai acumulando o ar->hiperinsuflando) de obstrução brônquica parcial, doença alveolar ou ambas, sem destruição da parede alveolar *EPIDEMIOLOGIA -Meninos 2:1 -incomum em prematuros e negros -LOBO SUPERIOR ESQUERDO 45%, LM 40*, LSD 10%, LLII 5% -bilateral e mais de um lobo é raro -anomalias associadas: cardiovascular 15% (DSV, coarctação de aorta, ducto arterial persistente, tetralogia de Fallot) FISIOPATOLOGIA -atelectasia dos lobos ipsilaterais, desvio do mediastino, compressão pulmonar contralateral -dificuldade de retorno venoso ETIOLOGIA -algumas causas reversíveis: rolha, secreção, tecido de granulação -brônquicas: intrínseca (35%), deficiência congênita de cartilagem – broncomalacea, exsudato inflamatório, aspiração de muco, estenose brônquica, pregas mucosas redundantes), extrínsecas (compressão vascular 15%, cisto broncogênico, tumores mediastinais, linfonodos) -alveolares: aumento anormal do número de alvéolos +5x QUADRO CLÍNICO -50% neonatal -dispneia, taquipneia, tosse, sibilância expiratória e cianose -abaulamento hemitórax, desvio do ictus, retrações torácicas, estertores, percussão hipertimpânico INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA -RX tórax: radiotranspararência com fina trama broncovascular RX TC com hiperaeracao e finas tramas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL -obstrução por rolha e muco -compressão extrínseca (vaso anômalo, cisto broncogênico, linfonodos) -Atelectasia com enfisema compensador -pneumotórax -MACC com cisto grande TRATAMENTO -lobectomia – sintomáticos -liberação do lobo hiperdistendido para fora da incisão -10% -casos de cirurgia com urgência (neonatos com disfunção respiratória grave) -Assintomáticos: observação clinica rigorosa CISTOS NO MEDIASTINO *MASSAS MEDIASTINAIS -local mais comum de massa torácica -tumor maligno antes dos 2 anos (neuroblastoma), maiores (linfomas não Hodgkin e sarcomas) CLASSIFICAÇÃO -mediastino anterior: esterno e fase anterior da traqueia e pericárdio -médio: traqueia a face anterior do esôfago e espaços paratraqueais (traqueia, brônquio principais, grandes vasos, coração e espaços paratraqueais) -Posterior: esôfago, coluna vertebral e sulco paravertebral -C. anterior: linfomas, tumores de células germinativas, massas do timo, linfagiomas, cistos pericárdicos, bócio de tireoide mergulhante, lipomas, fibromas e fibrossarcomas -C médio: cistos broncogênicos, linfomas, cistos pericárdicos, adenopatias, massas vasculares, cistos mesoteliais, paragangliomas, granulomas, feocromocitomas, cistos do ducto torácico -> *CISTO BRONCOGENICO -cisto congênito unilocular solitário -arvore brônquica -20-30;% de malformações císticas congênitas broncopulmonares -2/3 mediastinais e 1/3 pulmonares -predileção lobos inf-2/3 dos casos -mediastino médio, aderidos a traqueia, a carina e aos brônquios fontes -Anomalias associadas: raro s/* -cistos medem de 2-10cm-muco claro, pus ou sangue -mediastinos: únicos, uniloculares, esféricos ou ovoides -intrapulmonares: únicos, grandes, lobos inf, nível hidroaéreo QUADRO CLÍNICO -2/3 de sintomas por efeito de massa -RN e lactentes: compressão da traqueia (sibilancia, estridor, dispneia, taquipneia, tosse, cianose, febre, pneumonia) -tosse crônica em crianças maiores -2/3 de cistos intrapulmonares-infecção secundaria INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA -rx intrapulmonar: massa oval, circunscrita, unilocular, compressão no parênquima adjacente, desvio do mediastino -rx mediastino: massa cística esférica, lisa, paratraqueal, carinal ou hilar sem calcificação, mediastino médio. Aspecto de massa solida -TC: 50% densidade de água, relação com estruturas vazias Cisto broncogenico pulmonar Cisto broncogenico mediastinal TRATAMENTO -sempre indicado tratamento cirúrgico, até nos assintomáticos -prevenir: degeneração maligna, infecção secundaria, disfunção respiratória; obter diagnóstico definitivo -intrapulmonar: toracotomia posterolateral com lobectomia -mediastino: toracotomia posterolateral ou videotoracoscopia -C posterior: neuroblastomas, ganglioneuromas, ganglioneuroblastomas, neurofibromas, PNET, duplicação esofágica, cistos neuroentericos, meningoceles, feocromocitomas *QUADRO CLÍNICO -Anterior e médio: sintomas respiratórios-compressão brônquica (dispneia, estridor, retração esternal, cianose); cardiovasculares -Posterior: volumosos com sintomas neurológicos, sintomas respiratórios e cardiovasculares INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA -história e exame físico: -estridor e taquipneia de longa duração: cisto broncogenico ou teratoma maduro -SVCS sintomas respiratórios: linfoma não Hodgkin -febre, fraqueza, anorexia, perda de peso: linfoma Hodgkin e infeccioso (TB, Histoplasmose) -gânglios supraclaviculares fixos indolores (linfomas) -síndrome de Horner: opsomioclonias, ataxias, compressão medular: neuroblastoma -diarreia aquosa: neuroblastoma, ganglioneuroma, ganglioneuroblastoma -hipercalcemia, febre de origem obscura: linfoma -hipoglicemia: teratoma, fibrossarcoma, neurossarcoma -Beta HCG ou alfa fetoproteina aumentada, ginecomastia, estimulação das células de Leydig: tumores de células germinativas -síndrome de Cushing, miastenia grave, hipogamaglobulinemia, LES, esclerodermia: timoma -hipertensão arterial: feocromocitoma INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA ->imagem: -Rx tórax: 90% detecta lesões -US: solido x cístico, localização, biopsia guiada -TC: essencial -RNM: lesões vasculares, vertebral -esofagograma -MIGB -ECO ->Laboratorial: -hemograma completo -beta HCG -alfa-fetoproteina -ácido vanil mandélico -DHL -ferritina ->Histologia: -biopsia -medula óssea -liquido pleural TRATAMENTO -tumores benignos (teratoma maduro) e neoplasias malignas em estádio inicial: ressecção -neoplasia maligna em estágio avançado: qtx com ou sem rtx e ressecção do tumor residual DERRAME PLEURAL -“Pus em algum lugar” -mais comum: complicações de pneumonia -reação: abcesso subfrenico, extensão de infecção mediastinal, retrofaringeo, paravertebral ou até secundário a infecção pós-operatória ou trauma -taxas de pneumonia bacteriana descrescente -> complicações aumentando (derrame parapneumônico e epiema) -pneumonia 30-40:100.000 -derrame parapneumonico 28-53% -crianças menores de 2 anos: epiema dobrou em 10 anos – 3,5->7:100.000 -2-4 anos triplicou-2-4 anos triplicou *PATOGÊNESE -fase aguda ou exsudativa (derrame parapneumônico, liquido claro, fluido com baixa contagem de células brancas) -A medida que esse liquido vai se acumulando ele passa para a próxima fase -fase transicional ou fibrinopurulenta (deposito de fibrina e pus, com aumento da contagem de leucócitos). Começa a surgir septação -fase crônica ou organizada (carapaça: pulmão restrito) ->Liquido pleural -queda: glicose, pH -aumento: DHL -Complicado: light(ph <7,2, glicose <40) -Grave: febre persistente, baixo pH, baixa glicose e alta relação DHL pleural/seroso DIAGNÓSTICO -quadro clínico: pneumonia: mal-estar, alt respiratória, febre persistente ou dor pleurítica -imagem: -RX: pouca penetração no lado afetado (consolidação x derrame) -US -TC (em caso de dúvida) TRATAMENTO -derrame parapneumonico: pequeno (<=1cm ou ¼), moderado (1-2cm ou ate ½) grande (>= 2 ou mais ½) -deve ser determinado a partir dos sintomas apresentados e não do tamanho (baixa ingestão alimentar, taquipneia ou altas doses de O2) -epiema pleural: tradicionalente VATS, mas fibrinolíticos tem ganhado espaço
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