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Qualidade de vida e trabalho Tempo de lazer ( tempo de lazer × tempo tradicional × tempo industrial ) O lazer consiste na prática de descanso, recreação e atividades praticadas tanto individualmente como socialmente. Além disso, ele está ligado diretamente à saúde e à qualidade de vida, através de benefícios físicos proporcionados por essa prática. O tempo dessa prática, se caracteriza por serem atividades desinteressadas e liberatórias, de escolha pessoal na busca de algum lazer. Entretanto, por séculos, o tempo de lazer foi algo restrito para muitos trabalhadores, apenas com o passar do tempo foram sendo modificados, divididos em tempo de lazer, tempo tradicional, tempo Industrial e suas transformações. O lazer é o tempo livre que se dispõe uma pessoa, trata-se dos momentos em que não se trabalha ou pelo menos, não de forma obrigatória. Pode-se definir o lazer como o tempo recreativo que um indivíduo pode organizar e usar da forma que bem lhe conceda. O lazer não só excluiu as obrigações laborais, mas também o tempo despendido para satisfazer necessidades básicas como comer ou dormir. O uso mais habitual do conceito está associado ao descanso do trabalho, o lazer, por conseguinte, aparece fora do horário laboral ou no período de férias. O tempo tradicional de lazer consiste nessas práticas de descanso, ou folga do trabalho, mas que é voltada para as atividades no campo, dos chamados agricultores. No meio rural apesar dos trabalhos longos e cansativos, era respeitado os ritmos naturais. A labuta iniciava ao alvorecer e terminava quando a luz do dia faltava, mas ainda assim havia as pausas impostas pelo cansaço, dos domingos, feriados religiosos, das entressafras e a chuva era uma pausa forçada, tendo em vista que não era possível ou até mesmo não era necessário realizar certas atividades durante a chuva. Todas essas coisas são bem diferentes do trabalho industrial, pois as únicas características mantidas foram a pausa para refeição, e as longas jornadas de trabalho que no meio rural era realizado nos picos de safras, diferente do industrial que não temos a presença da natureza, animais e nem contato com a família não respeitando os limites de cada um dos seus funcionários. Como vocês irão ver adiante com a apresentação do nosso grupo. Com o fortalecimento da industrialização, graças à segunda fase da Revolução Industrial no século XIX, os países europeus obtiveram grandes mudanças em suas locações urbanas com o aumento de fábricas e operários, ocasionando o aumento das cidades. O surgimento das fábricas resultaram em uma nova maneira de observar e administrar o tempo, o chamado "tempo industrial" ou "tempo das fábricas", já que antes da forte presença das mesmas nas vidas das pessoas, a população não era tão apegada ao tempo do relógio, e as orientações de tempo eram por meio da observação ao Sol e estações do ano. Já com a influência das fábricas, visando o máximo de produção no mínimo de tempo possível, as pessoas tiveram que se normalizar com o tempo do relógio, para melhor controle de trabalho, alimentação e descanso. Assim sendo, o tempo da sociedade foi regularizado com a divisão dos dias em 24 partes iguais. A nova concepção de tempo foi confirmada e efetivada primeiramente nas partes urbanas. Dessa maneira, com o desenvolvimento das cidades, permitiu-se o controle do uso do tempo, ou seja, com as práticas comerciais, a organização da vida passou a ser ritmada pelas horas. Atividade desempenhada com extrema importância, a luta pela redução da jornada de trabalho foi um movimento necessário, visto que os grupos de trabalhadores industriais daquela época sofreram até a ocorrência de mudanças, as pessoas eram obrigadas a trabalhar a partir dos 10 anos de idade, 16 horas por dia e todos os dias da semana, incluindo, muitas vezes, os feriados religiosos, de modo que essas atitudes desempenhadas pelas empresas acarretaram até mesmo confrontos da igreja com o capital. Desse modo, após várias lutas com muitas delas sangrentas, os trabalhadores das indústrias obtiveram mudanças na metade do século XIX, na Europa, o que proporcionou que mais mudanças ocorressem pelo mundo. A redução da jornada de trabalho no Brasil, se deu por meio de greves, que tinha o objetivo de reivindicar os direitos dos operários, entre esses direitos estava a redução da jornada de trabalho que era astronômica, em relação à horas. A primeira greve, no Brasil, data de 1901: a Cia. Industrial de São Paulo defrontava-se com um elenco de reivindicações, onde sobressaia a regulamentação da jornada diária de 11 horas. Em 1902, no Rio de Janeiro, e em 1905, em Sorocaba, as greves reivindicavam igualmente a redução das jornadas de 15 a 16 horas, em vigor. Em 1903, no Rio de Janeiro, duas greves sucessivas, envolvendo pela primeira vez os 25000 operários de todo o ramo têxtil, conseguiram a jornada diária de nove horas e meia. Contudo, os resultados positivos eram enganosos. As indústrias dispunham de mecanismos para fraudar os acordos: por exemplo, vincular a jornada diária a uma produtividade mínima. Com os sindicatos proibidos, os operários reuniam-se nos seus centros culturais, onde, além de conferências, saraus lítero-musicais, havia a mobilização para a militância político-grevista. Mas esses centros culturais baseiam-se em estatutos que não lhes conferiam o poder para fazer valer a letra dos acordos passados. Um novo passo seria dado pelos congressos operários, impulsionados pelo Congresso Internacional dos Trabalhadores, de 1891, em Bruxelas, onde a palavra de ordem decidida foi a luta pela jornada diária de oito horas. Foi também em 1907 que ocorreu a primeira grande greve geral, tendo como principal reivindicação a redução da jornada de trabalho para 08 horas diárias. Essa greve, iniciada em São Paulo, irradiou-se por algumas grandes cidades do interior paulista, atingindo também o Rio de Janeiro. À época, contou com a adesão das principais categorias profissionais que conquistaram, principalmente nas pequenas empresas, uma redução da jornada diária de trabalho para cerca de 10 horas (DIEESE, 1997). A jornada de oito horas faz referência a reivindicação do movimento operário pela redução da jornada de trabalho e o estabelecimento das oito horas de trabalho diárias, que teve origem nas condições penosas de trabalho da Revolução Industrial na Grã Bretanha em meados do século XIX. A partir daí, as conquistas de redução vieram sendo pouco a pouco obtidas, já que a luta em meio a repressão policial era estimulada pelo capital e levada à confronto armados e prisões. Em 1927, na segunda greve se deu um passo além, reivindicaram o fim da semana de lazer, interrompendo o trabalho no sábado à tarde e retornando segunda pela manhã. Porém, nesse mesmo ano, quando apresentado o projeto no congresso, o mesmo foi taxado como anárquico e imoral. Durante o governo Vargas, uma série de medidas foi baixada em benefício aos trabalhadores: o salário mínimo, regulamentação de férias, aposentadoria e legalização da jornada de oito horas. Após a democratização no país, em 1945, o movimento sindical retomou sua atividade reivindicatória. Contudo, a legislação de Vargas foi bastante avançada quanto à jornada de trabalho, não apenas em relação aos demais países da época, mas de certa forma, até em relação às reivindicações procedentes. Com isso, o tema só repercutiu novamente em 1978, com a jornada de 40 horas. Em 1º de maio de 1926, quando o mundo celebrava o Dia Internacional dos Trabalhadores instituído pela Segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, em 1889, em homenagem aos trabalhadores de Chicago massacrados pela polícia norte-americana nos primeiros dias de maio de 1886, quando saiam às ruas para reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias e 40 horas semanais, a Ford Motor Company tornava-se a primeira empresa do país a adotar a jornada de 40 horas semanaise cinco dias na semana para os operários de suas fábricas automotivas. Aqui no Brasil, apenas recentemente, com a nossa luta na Constituinte de 1988, conquistamos a semana de 44 horas. Diante disso, aos trabalhadores brasileiros deveriam ser dadas condições idênticas de trabalho àquelas vivenciadas pelos trabalhadores norte-americanos e europeus. A luta pelas 40 horas nasceu no Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, em 1984, e logo se alastrou pelo Brasil afora. O resultado das greves históricas foi o fechamento de acordos de redução da jornada por fábrica, com abrangência de quase 90% da categoria, que passou a trabalhar entre 44 e 45 horas semanais. Como foi observado, o trabalhador brasileiro chegava a atingir uma jornada anual de trabalho de 5000 horas. Com as diversas modificações que o trabalho veio sofrendo com o tempo, seja no seu ambiente, seja nos direitos conquistados aos trabalhadores, a jornada atual configura-se com 48 a 60 horas semanais e 2200 horas anuais, assim, mostrando uma melhoria na otimização do tempo do trabalho atual. E o tempo livre que temos é apenas para o lazer? E o tempo gasto nas nossas atividades de casa e estudo? Nota-se a questão do tempo que gastamos com nossa locomoção no dia a dia. Antes disso, para sabermos de uma forma eficiente como as pessoas gastam seu tempo, existe a técnica orçamento e tempo. Ela consiste em tomar na totalidade 1440 minutos diários e 168 horas das pessoas entre 18 (em que estão começando a trabalhar) e 65 (idade normal para aposentadoria). Com isso, através de análises do tempo desses indivíduos, eles praticam atividades primárias e secundárias a cada 15 minutos do seu tempo. Juntamente, uma pesquisa realizada no Brasil em 1973, feita com critérios parecidos, mostrou como o brasileiro gasta seu tempo fora do trabalho. Baseado em tudo o que vimos sobre lazer e sobre o que é trabalho, podemos ver agora a relação entre eles dois. De acordo com a pesquisa citada no livro "o que é lazer", o povo brasileiro é, em sua maioria, um povo que gosta do lazer e de aproveitar o seu tempo, mas esses que praticam o lazer de verdade, fazendo exercícios, tirando um tempo para si mesmo é, em sua maioria, pessoas que não trabalham regularmente e que provavelmente só irão trabalhar após a universidade. Em relação às pessoas que trabalham regularmente em suas posições, é notório a carga horária excessiva que passam exercendo seus cargos, e o tempo dito "livre" será usado para fazer as coisas de casa, cuidar dos filhos, fazer as compras, etc. Nesse sentido, a relação entre trabalho e lazer é muito dispendiosa, pois muitos têm tempo livre em excesso, porém outros não aproveitam esse tempo da melhor forma devido ao tempo que passa trabalhando. Portanto, diante dos argumentos supracitados, como foi visto, o tempo de lazer tem o objetivo de descanso e desenvolvimento que pode trazer inúmeros benefícios tanto para a saúde física quanto para a saúde mental e psicológica. Elvis Morais.