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→ Higiene e Microbiologia X Prevenção de Doenças + Conservação de Alimentos - Alimentos in natura ou minimamente processado; - Refeição que contém todos os grupos alimentares em proporções equilibradas; - Seguro biologicamente; - Com segurança microbiológica; - Composição nutricional; - Sensorialmente atrativo; (características organolépticas) Existem atributos específicos que garantem a qualidade do alimento, são eles: Fatores físicos; Fatores químicos; Fatores sensoriais (organolépticos); Fatores biológicos (bactérias, vírus, fungos, parasitas) - A qualidade dos alimentos é reconhecida por meio dos indicadores que estará presente na embalagem dos alimentos. Os fatores que definem a qualidade dos alimentos são importantes na aceitação do alimento, além disso, pode interferir no preparo. Padrões de Qualidade dos Alimentos: É definido pelos órgãos da ANVISA, pecuária e pesca, Ministério da Agricultura. É a partir deles que se regulamenta a qualidade dos alimentos no Brasil; - Padrões de Identidade e Qualidade (PIQs), estabelecidos pelo Ministério da Agricultura. - Padrões (microbiológicos, químicos e físicos), definidos pelo Ministério da Saúde/ANVISA – Perigos – Segurança dos Alimentos. Hábitos Alimentares ≠ Padrões de Alimentos - Agentes etiológicos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs); - Deterioração de alimentos (conservação); - Produção de alimentos. (alimentos que contribuem com a microbiota intestinal) Queijos, vinho, iogurte, bebidas lácteas... MICRORGANISMOS IMPORTANTES EM ALIMENTOS: Higiene e Microbiologia dos Alimentos AULA 1 e 2 – Fatores que interferem no crescimento microbiano nos alimentos Vanessa Farias – NUTR 2021.1 – P4 - SAPROFÍTICOS (deterioradores, inócuos): Estragam, danificam o alimento (a partir de substâncias produzidas durante o processo de multiplicação), que passa a ter sabor e odor desagradáveis. Os alimentos deteriorados não causam toxinfecções, porém não apresentam características desejáveis ao consumidor, o que, muitas vezes, inviabiliza o consumo . Ex.: Alcaligenes – carnes, pescados. - PATOGÊNICOS (deterioradores, agentes de doenças): Esses também deterioram alimentos, no entanto, diferentemente dos saprofíticos, estes causam doenças. são perigosos e colocam em risco a saúde, podendo até levar à morte. Agem de duas maneiras: podem causar infecções intestinais por meio da agressão ao epitélio ou provocam intoxicações pela produção de toxinas no alimento ou no intestino. Ex.: Salmonella sp – lacticínios. - ÚTEIS NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS: Ex.: Lactobacillus, Streptococcus – queijos, iogurtes. - PROBIÓTICOS: Ex.: Lactobacillus – recomposição da microbiota intestinal. Existem vários fatores que serão contribuintes para o crescimento e desenvolvimento microbiano. - O alimento só é totalmente estéril (isento de microrganismos) quando é submetido a um processo de esterilização. Fatores intrínsecos: São fatores próprios, inerentes de cada alimento. Podem ser representados por: pH, atividade de água, potencial de oxidação-redução, composição de nutrientes, estruturas biológicas, constituintes antimicrobianos. Fatores extrínsecos: São fatores presentes no ambiente em que o alimento é produzido/manipulado. Podem ser: temperatura, umidade relativa do ambiente, composição gasosa. EXPRESSÃO MATEMÁTICA DO CRESCIMENTO BACTERIANO Ocorre em progressão geométrica; Tendo apenas 1 bactéria, no tempo de 15min já pode se observar o crescimento de outra. 1 2 4 8 16 32 ................................................. X - O crescimento microbiano é considerado intenso (em condições favoráveis); O tempo de geração (divisão celular) depende da espécie microbiana e condições de cultivo. - As bactérias se desenvolvem mais em pH mais neutro, sendo assim quanto + ácido o alimento, menor será a chance de obter crescimento microbiano. - As doenças por alimentos só ocorrem quando se há esse crescimento microbiano. A maioria das bactérias (ingeridas com o alimento) são eliminadas no estômago, devido ao pH ácido (2) presente ali. Dessa forma, quando ocorre de o indivíduo adoecer após a ingestão do alimento, significa que naquele alimento estava presente uma quantidade muito elevada de bactérias. + Além disso, alimentos com alto teor de gordura também são facilitadores da chegada dessas bactérias no intestino. Qual o objetivo da conservação de alimentos? Evitar que ocorra o desenvolvimento dessas bactérias. . Fase lag adaptação ao novo ambiente; Fase exponencial ou logarítmica crescimento máximo, velocidade máxima, mudança de pH, exaustão dos nutrientes. Fase de declínio ou de morte número de indivíduos viáveis decresce. O OBJETIVO É IMPEDIR O CRESCIMENTO EXPONENCIAL! Fatores intrínsecos: Se trata da medida de acidez ou alcalinidade de uma substância, neste caso o alimento. Cada microrganismo possui um pH ideal, no qual sua multiplicação é máxima. As bactérias preferem pH entre 6 e 8; leveduras, entre 4,5 e 6; bolores e mofos, entre 3,5 e 4. Como o pH influencia o crescimento microbiano? Alterando o sistema enzimático e transporte de nutrientes para a célula. Os microrganismos só conseguem sobreviver e se desenvolver com o aporte de nutrientes. Dessa forma eles metabolizam os nutrientes para se manter vivo. Para que isso aconteça, o pH precisa estar na concentração adequada. a adição de ácido (acidulante) em alimentos industrializados favorece o controle do crescimento microbiano. – Precisa ser um ácido fraco que possa ser utilizado em alimentos (ácido cítrico). Nas papinhas industrializadas adicionam um ácido que também promoverá um auxilio na conservação, mas somado a isto que atue como nutriente, eles utilizam o ácido ascórbico. POR QUE? Devido a ação da vitamina C e antioxidante. Além disso, por ser um ácido ele irá alterar o pH e assim evitar o crescimento microbiano. Pode evitar o escurecimento enzimático para conservar as características sensoriais da fruta. ALIMENTOS COM BAIXA ACIDEZ (pH > 4,5) – maior favorecimento de crescimento microbiano, incluindo espécies patogênicas. ALIMENTOS ÁCIDOS (pH 4,0 – 4,5) – desenvolvimento de leveduras, bolores e algumas bactérias como as láticas. ALIMENTOS MUITO ÁCIDOS (pH < 4,0) – praticamente restrito ao crescimento de bolores e leveduras. - Uso de acidulantes (ácido ascórbico, ácido lático, ácido cítrico e outros); utilizado na indústria de alimentos para a conservação destes industrializados. Eles levam em consideração o valor para a adição dos ácidos! - Ácidos resultam na ação microbiana (fermentação); obtenção natural da acidez.; aumento do pH do alimento e declínio do crescimento microbiano. É um termo utilizado para apontar a quantidade de água livre presente nos alimentos. É representada pela razão entre a pressão do vapor d’agua da amostra e da água pura, na mesma temperatura RESUMINDO – expressa o teor de água livre do alimento Sua fórmula também pode ser apresentada como: AW = P/Po P – Pressão parcial do vapor de água no alimento; Po – Pressão parcial de vapor da água pura Quanto mais próximo de 1 (água pura), maior a quantidade de água disponível e, portanto, mais perecível é o alimento. Os microrganismos não se desenvolvem em alimentos desidratados. Bactérias preferem ambientes mais úmidos, enquanto os fungos preferem os mais secos. A utilização de sal ou açúcar reduz a atividade de água do alimento, sendo, assim, um recurso importante para a conservação dos alimentos. No entanto, a redução é variável em função da natureza da substância adicionada, quantidade adicionada e da temperatura. não se refere apenas a água livre, mas sim a água como um todo. quanto maior a umidade, maiorserá a atividade de água. Alimentos secos - Pode-se observar que os alimentos in natura apresentam uma Aw bem próximo a 1, isso vai caracterizar uma maior susceptibilidade ao crescimento microbiano e a deterioração. VALOR LIMITE DE Aw PARA O CRESCIMENTO MICROBIANO – 0,6 - Abaixo de 0,6 não se tem crescimento de microrganismos viáveis. Queijos? Os queijos são classificados em: alta, baixa e média umidade. Isso se deve a quantidade de água disponível em cada tipo de processamento e modo de produção, então a depender do tipo a atividade de água irá variar. Queijo Parmesão demora mais tempo a se deteriorar, devido a sua baixa atividade de água; Queijo Coalho se deteriora mais rápido devido a alta quantidade de água livre; Provolone Pode ser conservado por mais tempo, se encaixa nos queijos de média umidade. TODO TRATAMENTO TÉRMICO RETIRA ÁGUA Quando o queijo passa por um aquecimento maior, tem sua matéria prima cozida, mais tempo no fogo = PERDE MAIS ÁGUA. Queijo Manteiga Queijo de média umidade, passa por um alto tempo de cozimento e por isso tem uma durabilidade maior. Osmofílicos – desenvolvem – se bem em produtos com alta concentração de açúcar. Halofílicos – necessitam de ambientes com alta concentração salina. A atividade presente ali ainda permite que isso aconteça, inibi grande parte dos microrganismos patogênicos, mas alguns como o staphylococcus (única bactéria que se pode encontrar) conseguem se desenvolver lentamente. Para que o indivíduo fique doente pela presença dessa bactéria, precisa haver um crescimento muito alto até que haja uma quantidade suficiente da sua toxina para provocar uma doença. Isso é quase impossível. Xerofílicos – possuem afinidade a ambientes secos. (apenas bolores) Ex.: pão (básico, sem recheio), queijos. A atividade de água dos alimentos passa por alterações quando se guarda o alimento, devido as trocas com o ambiente. Dessa forma, o alimento que possui baixa atividade de água acaba adquirindo umidade do ambiente e isso possibilita o crescimento microbiano. POR ISSO É NECESSÁRIO RESPEITAR O PRAZO DE VALIDADE. precisam de maior atividade de água que as LEVEDURAS. precisam de maior atividade de água que os BOLORES. menos exigente em atividade de água nos alimentos. Valores Mínimos Aproximados de Aw Para crescimento microbiano em alimentos: As ações de grande importância para a deterioração dos alimentos são: ação microbiana e ação enzimática. Esse potencial se refere à capacidade de um substrato ganhar ou perder elétrons: quem perde é chamado de oxidado e quem ganha, de reduzido. A oxidação também pode ser obtida pela adição de oxigênio Potencial Oxido-Redução = Eh; O crescimento microbiano no alimento diminui o Eh, fato que pode ser atribuído ao esgotamento do oxigênio, com produção de compostos redutores. Microrganismos anaeróbios (que não necessitam de oxigênio para multiplicação) tendem a se desenvolver em potenciais redox baixos. Enquanto os aeróbios (que necessitam do oxigênio para multiplicação) têm necessidade de elevado Eh. ALIMENTOS QUE POSSUEM O OXIGÊNIO RETIRADO NO PROCESSAMENTO → ENLATADOS A doença que pode ser originada do crescimento da bactéria estritamente anaeróbia – BOTULISMO. No enlatamento, o alimento é cozido e armazenado a vácuo. Ao ser cozido o oxigênio é alimentado desse ambiente, devido a presença do clostridium botulinum na matéria prima, vai ocorrer uma facilitação da multiplicação e produzir uma neurotoxina. Aeróbios (Eh positivo): bolores e grande parte das bactérias, leveduras oxidativas. DICA: colocar um fio de óleo sobre o estrato de tomate para preserva-lo por mais tempo, isso irá impossibilitar o crescimento de bolores. Pois, o óleo vai isolar o extrato de tomate do oxigênio. Anaeróbios (Eh negativo): Clostridum. Facultativos: leveduras fermentativas, enterobactérias e Bacillu. Microaerófilas: bactérias láticas. (presentes em todos os laticínios e precisam de pequenas quantidades de oxigênio). Os microrganismos precisam de nutrientes para sobreviver, haja vista que são organismos vivos. Nutrientes são substâncias existentes na estrutura dos alimentos e que são importantes para atender às necessidades metabólicas de todos os seres vivos. Fonte de energia, nitrogênio, vitaminas e sais minerais. - São eles: açúcar, gordura, proteína, vitaminas, sais minerais. As principais fontes de energia são os açúcares, álcoois e aminoácidos. As bactérias constituem os microrganismos mais exigentes com relação à presença de nutrientes, seguidos das leveduras e bolores. Dentre os microrganismos, as necessidades nutricionais são maiores nas bactérias Gram positivas, seguidas pelas Gram-negativas, leveduras e bolores. ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL – apresentam condições mais favoráveis ao desenvolvimento das bactérias. Constituem barreiras para o acesso de microrganismos: cascas, pele, pelos. - Protege o alimento da contaminação externa; Caso ocorra danificações nessas barreiras poderá contribuir para que as ações enzimática e microbiana sejam ativadas e assim levem a deterioração do alimento. Alguns alimentos apresentam maior estabilidade frente a ataques de microrganismos por possuírem substâncias naturais com atividade antimicrobiana. Cravo – ação bactericida sobre: Bacillus, staphylococcus aureus, enterobactérias, aeromonas. Alho – ação microbicida em Salmonela sp, Shigella, S. aureus, entre outros. Leite cru – lactoferrina. Fatores Extrínsecos Ambos são considerados fatores de grande importância para a conservação dos alimentos. As faixas de temperatura para a multiplicação microbiana possuem um valor mínimo e máximo, com um valor ótimo de temperatura para a multiplicação máxima. É de extrema importância conhecer o fator temperatura para avaliar os riscos que os alimentos podem oferecer à saúde. De acordo com sua exigência de temperatura, os microrganismos são classificados como: psicrófilos, psicotróficos, mesófilos e termófilos. De acordo com a Anvisa, deve-se evitar temperaturas que fiquem na chamada zona de perigo (entre 5 e 60 °C), pois é nessa faixa que se encontra maior atividade de multiplicação microbiana. NO RESTAURANTE: TEMPERATURA DE SECURANÇA DO ALIMENTO NA CUBA DE DISTRIBUIÇÃO → 65 graus (nessa temperatura não se tem possibilidade de crescimento microrganismo patógeno. TEMPERATURA DE SEGURANÇA PARA PRATOS FRIOS (SOBREMESAS E SALADAS) → abaixo de 10 graus.
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