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ATIVIDADE COMPLEMENTAR - COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
LARISSA FERREIRA DA SILVA
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES
(CHO)
BAURU
2022
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
RESENHA CRÍTICA DO FILME “UM SENHOR ESTAGIÁRIO”
LARISSA FERREIRA DA SILVA
C453GE2
Resenha crítica apresentada à disciplina de COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES do Curso de Psicologia sob orientação da Prof.ª Mª. Francislaine da Silva. UNIP Campus Bauru.
BAURU
2022
Ben Whittaker, interpretado por Robert De Niro, é um homem de 70 anos aposentado e viúvo. Mesmo exercendo diversas atividades, se sente constantemente entediado. Ele perdeu sua motivação e com isso, precisa buscar alguma ocupação, algum propósito. Eis que surge uma oportunidade de trabalhar como estagiário sênior em uma empresa de e-commerce em ascensão, num programa ofertado para idosos. Ben, passa no processo seletivo onde é designado para trabalhar diretamente com Jules Ostin, interpretada por Anne Hathaway. A personagem é jovem, casada, mãe de uma filha, criadora e administradora da empresa. O filme não focaliza o choque de gerações, a mensagem que ele transmite é sobre a troca de aprendizagens onde as experiências se tornam multiplicadores.
De forma sutil e engraçada, o filme aborda questões polêmicas e dramáticas como a diferença de gerações, a ascensão da mulher no mercado de trabalho, homens que optam por serem “donos de casa”, a influência da tecnologia no comportamento atual, relação pais e filhos, traição, a corrida contra o tempo, o namoro na terceira idade e o retorno ao trabalho depois de se aposentar (ARRAIS, 2016).
Segundo Codo (2006, p.65), o trabalho é uma atividade humana por excelência, entendido como o modo pelo qual transmitimos significado à natureza; a identidade demanda de significados para se estabelecer, comparecendo o trabalho, portanto, como um dos elementos essenciais na constituição da identidade (apesar de não ser o único). Na trama, o personagem Ben, de 70 anos, cansado da rotina monótona que se encontra desde a aposentadoria e viuvez, vê no estágio para idosos, uma possibilidade de se reinventar. O trabalho, como integrante e parte constitutiva da identidade, revela a importância que o exercício laboral assume na vida dos indivíduos.
Durante a exibição das primeiras cenas, é possível perceber o personagem buscando maneiras de se reinserir na sociedade. Ben viaja por um tempo, pratica ioga, fez aulas de mandarim, frequenta o Starbucks pontualmente todos os dias, faz compras, cozinha, entre outras atividades. Em sua concepção, a aposentadoria, que lhe proporciona muito tempo livre, é um “exercício incessante de criatividade”. Porém, mesmo com todas as atividades que realizava, sentia que existia um vazio que deveria preencher. Cansado da rotina qual seguia, surge a oportunidade de participar do estágio ofertado pela empresa de Jules. 
O homem se faz a si mesmo e se eleva como ser humano justamente através de sua atividade prática, com seu trabalho (ALBORNOZ, 1986, p.50). Seja por questões econômicas, realização pessoal ou até mesmo reconhecimento, o trabalho assume um papel significativo, oportunizando trocas sociais e fazendo com que o indivíduo construa seu espaço na sociedade por meio de seus direitos e obrigações. Dessa forma, o personagem Ben ressalta a importância da inserção de idosos no mercado de trabalho, visto que, exercer uma atividade laborativa é um dos meios de proporcionar à estes indivíduos que já são hostilizados pela ideia preconcebida de fragilidade e improdutividade, status social de importância e valoração diante da sociedade.
Ben, representa a figura do idoso, que está apto e disposto à exercer atividades desenvolvidas dentro de um ambiente de trabalho. O ingresso à empresa acontece através de um vídeo de apresentação enviado online (contrapondo a maneira convencional do currículo), reforçando a inovação dos recursos utilizados no processo de seleção. Dessa forma, entendemos duas questões: a reinserção do idoso no mercado de trabalho frente as novas tecnologias e como o mercado de trabalho não está preparado para atender estes profissionais. Consequentemente, o idoso acaba se tornando vítima de sua condição física e mental, devido à estas divergências.
Cada pessoa cumpre vários papéis sociais na vida real. Suas características de personalidade mesclam-se as variáveis externas no desempenho de cada papel, dando a este um colorido ou “marca” absolutamente singular (MOSCOVICI, 2010, p.27). Partindo dessa premissa, abordamos a relação criada entre Ben e Jules. Durante a exibição de algumas cenas, é possível observar que o vínculo criado se estende para além do ambiente de trabalho, fazendo com que os personagens protagonizem conversas que abordam desde problemas relacionados à empresa, até dilemas familiares. Num dos diálogos, Ben relata a admiração que sente pela profissional onde diz: “Não estou tentando puxar o seu saco, mas já trabalhei muito na vida e nunca encontrei ninguém como você, você inspira Jules”. 
Partindo do pressuposto da família e do trabalho, podemos associar essa relação com a personagem vivida por Jules. Esse conflito entre família e trabalho impõe algumas questões sobre a própria experiência adulta. Como se podem buscar objetivos de longo prazo numa sociedade de curto prazo? Como se podem manter relações sociais duráveis? (SENNETT, 2002, p.27). Jules, vivencia uma situação de pressão no trabalho em que os investidores de sua empresa sugerem constantemente que busque suporte para a gestão, haja vista que seu negócio cresce exponencialmente. Os problemas geridos neste ambiente acabam afetando diretamente seu contexto familiar, fazendo com que a personagem se questione sobre sua capacidade de administrar sua empresa e cuidar de sua família. Ben, por sua vez, acaba lhe orientando acerca de suas preocupações e este acaba sendo mais um exemplo de como as relações intergeracionais podem ser importantes independente do contexto.
Esta relação abarca outro questionamento: a ascensão da mulher no mercado de trabalho. Atualmente, as mulheres vêm ocupando mais espaço, porém, ainda sofrem muito preconceito quando ocupam cargos de maiores destaques, além da desigualdade salarial. Desse modo, precisam trabalhar duplamente para que sejam melhores reconhecidas ou não questionadas quanto à suas capacidades produtivas. Este dilema é elucidado pela personagem de Jules.
A conclusão é simples. A vida dos homens sem dúvida não se reduz ao trabalho, mas também não pode ser compreendida na sua ausência (CODO; SAMPAIO; HITOMI, 1993). Para o idoso, o afastamento definitivo neste contexto pode causar danos à saúde mental (depressão, ansiedade, crises de pânico, frustração, etc.), tendo em vista a percepção preconceituosa ao qual são expostos pois envelhecer é uma etapa da vida permeada por mudanças que abrangem todos os campos (físico, mental, econômico, social) pois, segundo Codo (2006, p.86), qualquer trabalho, em qualquer momento, pode ver o circuito mágico de construção quebrado, e o resultado é o sofrimento. Portanto, é de suma importância que a sociedade, como um todo, não associe a imagem do idoso ao ciclo final de produtividade e sim, busque compreende-los como multiplicadores de conhecimento, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida e adaptação (dentro e fora do ambiente laboral e respeitando seus limites), frente à situação de aposentadoria quando conquistada.
REFERÊNCIAS
ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1986.
ARRAIS, Raquel. UM SENHOR ESTAGIÁRIO – A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA GENUÍNA E DO OLHAR CUIDADOSO. 2016. Disponível em: http://obviousmag.org/horizonte_particular/2016/um-senhor-estagiario-a-importancia-da-presenca-genuina-e-do-olhar-cuidadoso.html. Acesso em: jun. 2020.
CODO, Wanderley; SAMPAIO, José J. C.; HITOMI, Alberto H. Indivíduo, trabalho e sofrimento: uma abordagem interdisciplinar. Petrópolis: Vozes, 1993. 
MOSCOVICI, Fela. Equipes dão certo: a multiplicaçãodo talento humano. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
“Um diagnóstico do trabalho – em busca do prazer”, pp. 75-97. In: CODO, Wanderley (Org.). Por uma psicologia do trabalho: ensaios recolhidos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

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