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Vitória Ferreira🌸 Doenças exantemáticas Sarampo Etiologia: Morbillivirus; família Paramyxoviridae ↪da mesma família no virus sincicial respiratório Transmissão ● gotículas, aerossóis (não precisa ter contato direto, fica em suspensão no ar) ● 4 dias antes até 6 dias após início do rash Incubação: (já está infectado mas não tem manifestação clínica)→ 8 a 12 dias OBS: doença exantemática viral PI - 1-3 semanas geralmente Quadro clínico Fase prodrômica (já tem manifestação clínica, mas não a manifestação principal da doença) ● febre (gradualmente ascendente), tosse, coriza, conjuntivite com fotofobia ** ● manchas de koplik→ achado patognomônico ○ lesões branco acinzentadas na mucosa oral ○ pode aparecer no 1º dia do exantema Fase exantemática ● Exantema maculopapular morbiliforme (tendem a confluência entremeando áreas sãs na lesão) ● Início retroauricular com progressão crânio-caudal ○ começa na linha de implantação do cabelo, desce e no 1º dia pega só a linha superior do tronco, depois vai pegando os membros e por último atinge mãos e pés (3 dias de evolução) ○ diferente da rubéola que não tem isso marcado Fase de convalescência ● Descamação furfurácea Complicações 1. RESPIRATÓRIAS ● OMA - complicação bacteriana mais comum ● PNM→ principal causa de morte ○ PNM bacteriana ou de células gigantes 2. Neurológicas ● Encefalite ● Panencefalite esclerosante subaguda - neurodegenerativa que começa a aparecer após 10 anos Outras ● Diarreia, traqueíte, crupe (em qualquer ponto do trato respiratório) CONDUTA ● Avaliação laboratorial ○ sorologia e isolamento viral ● Notificação compulsória e imediata* (suspeito: febre + mancha morbiliforme + um desses 3 (coriza ou conjuntivite ou tosse) ○ obs: mesmo se tiver vacinado não posso afastar TRATAMENTO ● Vit A 2 doses (no dia do dx e no outro dia) ○ Deficiência de vitamina A piora sarampo ○ Depleção da vitamina A pela própria infecção Vitória Ferreira🌸 PROFILAXIA PÓS CONTATO ↪Indicada apenas para suscetíveis ● Vacina (tríplice viral)→ até 3 dias após o contato OBS: resposta imune da vacina tem tempo menor do que a infecção pelo vírus selvagem ● Imunoglobulina padrão→ se não puder vacinar (vírus vivo atenuado) ○ até 6 dias após o contato ○ grávidas, imunossuprimidos e < 6 meses Rubéola Etiologia ● Rubivirus; família Togaviridae Transmissão ● Gotículas ● 5 dias antes até 6 dias após início do rash Incubação ● 14 a 21 dias Obs: sarampo “atenuado” Quadro clínico Fase prodrômica ● febre baixa, mal estar, anorexia, mialgia, dor de garganta e hiperemia conjuntival ● adenomegalias: retroauricular, occipital e cervical *(topografia específica) Fase exantemática ● Manchas de forchheimer ou rubeoliforme ○ Mais levinho ● Exantema maculopapular róseo Complicações ● Trombocitopenia ● Artrite ● Sd da rubéola congênita - o mais importante Exantema súbito ou Roséola infantil Etiologia: Herpesvírus humano tipo 6 (ou 7); família herpesviridae Epidemiologia ● típica de lactentes Transmissão ● Saliva de portadores crônicos assintomáticos Incubação: difícil precisão Fase prodrômica ● Febre alta e mais nada - desaparece em crise (dura de 3 a 5 dias) ● Manifestações inespecíficas Fase exantemática ● Exantema maculopapular algumas horas após febre muito alta ● Início no tronco e migra para a periferia→ progressão centrífuga Complicações ● Crise febril (que aparece durante fase prodrômica) Eritema infeccioso Etiologia: Parvovírus B19; Erythrovirus (gosta da série vermelha que ta na medula) Transmissão: gotículas- na fase exantemática não há transmissão Incubação: 16 dias Incubação 7-11 dias (periodo de transmissão); pródromos inespecíficos; tempo assintomático; 16-18 dias depois - exantema, que quando surge não é mais transmissível Quadro clínico Fase prodrômica ● Inespecífica ou inexistente Fase exantemática 1ª fase: eritema malar (face esbofeteada) 2ª fase: exantema rendilhado - lesões maculopapulares que sofrem clareamento central Vitória Ferreira🌸 3ª fase: recidiva do exantema rendilhado quando criança é exposta ao calor, estresse, exercício PARVOVÍRUS B19- OUTRAS MANIFESTAÇÕES ● Crise aplástica transitória ○ se criança tem doença hemolítica ○ vírus se instala na MO e causa uma interrupção temporária da eritropoiese (fica alguns dias sem produzir hemácia e faz uma anemia mais intensa) ○ acentuação da anemia + reticulocitopenia ○ contagiosos - elimina vírus enquanto está em crise Varicela Etiologia: vírus varicela-zóster Transmissão: aerossol (micro gotículas em suspensão no ar) ● Transmissível até todas as lesões virarem crostas Incubação: 10-21 dias Quadro clínico Fase prodrômica ● Inespecíficos Fase exantemática ● Exantema vesicular altamente pruriginoso com polimorfismo regional ○ enquanto a viremia ocorre, vírus vai chegando na pele e dá origem a uma lesão que passa por vários estágios evolutivos ○ várias lesões com tempo de evolução diferentes juntas (no mesmo local crosta, vesícula, pústula) ● Progressão centrífuga (com distribuição centrípeta) ○ lesões começam do centro para a periferia mas tem mais lesão no centro do que nas extremidades Complicações Cutâneas ● Infecção bacteriana secundária: 5% ○ posso ter impetigo que evolui para celulite, pp pelo ato de coçar Neurológicas* ● Ataxia cerebelar aguda (mais frequente) ○ nistagmo + alteração marcha + alteração fala ● Encefalite (mais rara, mais grave) Outras ● Varicela progressiva ● Sd da varicela congênita → gestante com varicela nas primeiras 20 semanas → hipoplasia dos membros + lesões cicatriciais que acompanham trajeto do dermátomo TRATAMENTO Objetivos ● Evitar sd da varicela progressiva ● Uma vez doente, evitar complicações ● Precisa ter a doença e não só ter tido contato Aciclovir oral ● Pertence a um grupo que tem maior risco (mas não extremamente aumentado) de contrair varicela que a população geral ● > 12 anos Vitória Ferreira🌸 ● 2º caso no domicílio (risco de doença mais grave, pois vai ser exposta a maior carga viral) ● Doenças pulmonar/cutânea crônicas ● Corticoterapia (dose não imunossupressora) ● Uso crônico de salicilato ○ infecção por influenza ou por varicela em uso de AAS→MAIS CHANCE DE TER SD DE REYE Aciclovir venoso ● Varicela progressiva e imunodeprimidos ● Recém-nascidos Profilaxia pós exposição Vacinação de bloqueio (vacina virus vivo atenuado) ● Até 5 dias após exposição (ideal até 3 dias após) ● > 9 meses sem contraindicações ● MS fornece para bloqueio hospitalar, creche, escola (<7 anos) Imunoglobulina específica ● Até 4 dias após exposição Indicações: ● Gestantes, ● Imunodeprimidos ● RN prematuro ○ <28 sem sempre; ○ > 28 sem se mãe sem varicela) ● RN de mulher com varicela de 5 dias antes até 2 dias após parto * ○ Para a mãe começar a produzir ac contra varicela e passar para o feto, demora em torno de 5 dias ○ viremia começa a acontecer 2 dias antes ● < 9 meses se hospitalizado para controle de surto em ambiente hospitalar Doença mão-pé-boca Etiologia: Coxsackie A16 Quadro clínico ● Vesículas e úlceras na cavidade oral e região anal ● Exantema maculopapular/ vesicular nas mãos, pés e nádegas ● Onicomadese ○ queda de parte da unha → Doença autolimitada que não tem tratamento específico Escarlatina Etiologia: estreptococo do grupo A - exotoxina pirogênica ou toxina eritrogênica Transmissão: gotículas; transmissão inicia com os sintomas e dura até 24 horas do início do tratamento* Incubação: 2 a 5 dias obs: maior incidência entre 5-15 anos Quadro clínico Fase prodrômica ● Faringite estreptocócica ● Língua em morango ou framboesa Fase exantemática ● Exantema micropapular; em lixa→ escaliniforme ● Início pescoço Vitória Ferreira🌸 ● Sinal de pastia→ acentuação do exantema em áreas de pregas e fixo (não desaparece à digitopressão ou vitropressão) ● Sinal de filatov→ palidez perioral ● Descamação laminar nas extremidades Tratamento ● AINE e Amoxicilina OBS: Diagnóstico diferencial Doença de kawasaki → vasculite de médiosvasos Diagnóstico é clinico: ● Febre há pelo menos 5 dias ● 4 dos seguintes sintomas ○ conjuntivite bilateral não exsudativa, ○ alteração do lábio (lingua em morango, lábios vermelhos e rachados) ○ adenomegalia (linfadenite cervical única > 1,5 cm) ○ exantema polimorfo, ○ alteração de extremidades (hiperemia, edema e descamação laminar) Conduta 1. Hemograma completo a. anemia + leucocitose com desvio à esqueda b. Trombocitose extrema (plaq > 1 milhão/cm³) 2. Prova de atividade inflamatória a. VHS elevado (quando cai a doença acabou, importante para acompanhar) Tratamento 1. AAS em dose anti inflamatória a. 800-200mg/kg/dia em 4 tomadas de 6-6h→mantém dose até melhora clínica (14-15d) ou 48h afebril→ reduz para dose antiagregante (3-5 mg/kg 1x/dia) 2. Imunoglobulina 2g/kg em 12h 3. Ecocardiograma a. principal complicação é aneurisma coronariano Como diferenciar? ● Idade ○ Kawasaki < 5 anos ○ Escarlatina > 5 anos ● Duração da febre ○ Escarlatina: < 7 dias (auto limitada) ○ Kawasaki: > 7 dias ● Conjuntivite: apenas na doença de kawasaki Mononucleose infecciosa Etiologia: Vírus Epstein-barr Transmissão: transmite de forma aguda e de forma intermitente, normalmente através da saliva (doença do beijo) Incubação: 30 a 50 dias Quadro clínico ● Faringite parecida com a estreptocócica ● Fadiga ● Febre aguda ou prolongada ● Linfadenopatia generalizada ● Esplenomegalia ● Sinal de Hoagland→ edema palpebral ● Exantema: após uso de amoxicilina ou ampicilina ○ não é sempre que tem antes Complicações ● Ruptura esplênica ○ orientar repouso Vitória Ferreira🌸 ○ pouco frequente em crianças Conduta Avaliação laboratorial ● Linfocitose com atipia linfocitária ● Ac heterófilos (>4 anos) ○ Capazes de se ligar a hemácia de outras espécies (promove aglutinação) ● Ac específicos (para o vírus EB) Tratamento ● Corticoide pra criança que tem obstrução das VAS ● Não tem tratamento específico