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1 Semana Integradora, 3 Termo de Medicina Unoeste

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1. Descrever a dinâmica de atendimento na
ESF e diferenciar Triagem de acolhimento
(encaixe/agendamento) [SC]
O acolhimento com base na classificação de risco
é uma prática necessária pois existem usuários
que procuram desordenadamente os serviços de
saúde (vão em prontos socorros para
atendimentos de rotina por exemplo), além de
existirem trabalhadores insatisfeitos com a
pressão crescente por atender muitos pacientes
tendo pouco tempo para fazer isso. Essa situação
resulta em custos elevados, uma grande
demanda, saturação dos serviços de saúde,
insatisfação por parte dos trabalhadores e
usuários além da possível violência contra os
trabalhadores.
Como já se sabe, a atenção primária de saúde é a
porta de entrada da população no SUS e ela deve
estar apta para lidar tanto com a demanda
agendada (condições crônicas) quanto com a
demanda espontânea (condições agudas). Por
essa grande demanda, deve-se utilizar critérios
qualificados com base no sofrimento dos
pacientes para direcionar o atendimento. NÃO são
aceitos os seguintes critérios para o atendimento:
ordem de chegada, atendimento somente se
agendado e um dia mensal para agendamento
Acolhimento
O acolhimento é a recepção do usuário com uma
escuta qualificada e coordenada (determina-se
alguns limites) que apresenta articulações com
outros serviços de saúde para dar continuidade ao
atendimento. Esse atendimento precisa de um
protocolo para acontecer e promove uma melhor
relação entre médico e paciente.
O acolhimento está pautado na lógica da inclusão,
ou seja, não exclui ninguém, mas atende a todos
de acordo com as suas necessidades. O
acolhimento não dispensa um protocolo
pré-estabelecido para poder estratificar as
prioridades clínicas.
Triar X Acolher
Triar é a realização de uma avaliação rápida para
priorizar os atendimentos (concepção militar) por
meio da escolha de quem deve ser atendido.
Nessa prática o médico só é responsável por quem
ele atende. Essa prática segue uma lógica de
exclusão, gera recusas no atendimento e tem um
foco na doença e no procedimento.
O acolhimento é o procedimento em que existe
uma responsabilização do médico por todos os
pacientes, sendo ele responsável por oferecer
alguma resposta a todos os que procuram ajuda, e
não somente por aqueles que ele atendeu. O
acolhimento segue, então, a lógica da inclusão,
onde se tem um atendimento responsável que
visa gerar respostas para todos. Existe um foco no
indivíduo e em suas necessidades, por isso se
estratifica o atendimento de acordo com
prioridades clínicas.
Processo do Acolhimento
1.° Usuário procura o serviço de saúde.
2° É recebido pelos funcionários da recepção ou
estagiários e encaminhados para a confecção da
ficha de atendimento.
3° Logo após isso, é encaminhado ao setor de
classificação de risco, onde é acolhido pelo auxiliar
de enfermagem e/ou enfermeiro que, utilizando
informações de escuta qualificada e da tomada de
dados vitais, sinais e sintomas, se baseia no
protocolo e classifica o usuário.
*É importante ter uma boa gestão da sala de
espera para que se acompanhe os pacientes caso
eles piorem.
O acolhimento com classificação de risco (ACCR) é
um instrumento reorganizador dos processos de
trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o
SUS. Os descritores gerais que ajudam a identificar
prioridades clínicas são o risco de morte (como
em choque ou comprometimento de vias aéreas),
a dor, hemorragia, estado de consciência
diminuído e a temperatura (a partir de 37,8°C já é
febre, e a partir de 38,5°C já é febre alta).
O protocolo de Manchester é a uma escala de
classificação de risco. Essa classificação possibilita
a ampliação da resolutividade ao incorporar
critérios de avaliação de riscos. Para a elaboração
de classificação dividiu-se em 5 as prioridades de
atendimento: vermelho, laranja, amarelo, verde e
azul.
Na APS a escala é adaptada, então pacientes
não-urgentes podem ser agendados e pacientes
pouco urgentes podem ser atendidos em outro
turno.
VERMELHO: Emergência. São aqueles pacientes
que precisam de atendimento imediato e tem
prioridade absoluta, podendo ser referenciado
para um PS ou UPA com o transporte realizado por
ambulância. São exemplos de emergência casos
de obstrução do trato respiratório, estado de
choque, dor severa, confusão mental, hemorragia
grande, febre alta (acima de 38°C).
AMARELO: Muito urgente. Necessitam de
atendimento quase imediato mas podem esperar
(tolerância de 10 minutos a 50 minutos). É uma
queixa aguda, dor moderada, pequena
hemorragia, vômitos persistentes, febre moderada
ou baixa.
VERDE: Pouco Urgente. Podem aguardar
atendimento ou serem encaminhados para outros
serviços de saúde (120 minutos de tolerância). São
exemplos a dor leve, vômitos, estado febril.
Idosos (+ de 60 anos) e deficientes físicos são
sempre classificados a partir da categoria verde
AZUL: Não Urgente. Podem aguardar atendimento
ou serem encaminhados para outros serviços de
saúde (240 min no PS). São exemplos a consulta
de acompanhamento, receitas, curativo, vacina,
etc.
SÃO PRIORIDADES: Crianças, idosos, deficientes
físicos e mentais, acamados, com dificuldade de
locomoção, gestantes, escoltados ou envolvidos
em ocorrência policial, vítimas de abuso sexual e
pacientes que retornam em menos de 24h sem
melhora. Se tivermos situações iguais, ou seja,
pacientes na mesma cor, priorizar a idade. A
ordem de prioridade é: crianças, idosos,
gestantes/deficiente.
Referências bibliográficas
Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/a
colhimento.pdf>. Acesso em 23 de Agosto.
2021.
Disponível em: <
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ac
olhimento_demanda_espontanea_cab28v1.pdf
>. Acesso em 23 de Agosto. 2021.
2. Determinar os tipos celulares encontrados
nas inflamações agudas crônicas e
alérgicas (PATO)
Revisão de Histologia
Os leucócitos são células temporárias, esféricas e
com a principal função de defesa do organismo
contra infecções. São produzidas na medula óssea
(assim como os eritrócitos) ou em tecidos
linfoides. Em linhas gerais, o sistema imune é
responsável por reconhecer e destruir substâncias
de potencial perigoso ao organismo.
Os leucócitos são divididos em dois grupos, os
granulócitos (também chamados de leucócitos
polimorfonucleares) que são aqueles que
apresentam grânulos específicos no citoplasma,
núcleo irregular/ segmentado e como exemplo se
tem os neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
Os agranulócitos (também chamados de
leucócitos mononucleares) que são aqueles sem
grânulos no citoplasma, têm núcleo mais regular e
os principais representantes desse grupo são os
linfócitos e os monócitos.
Os mononucleares vão receber nomes diferentes
de acordo com o local onde se encontram
(macrófagos estão nos tecidos enquanto
monócitos estão no sangue).
No processo alérgico o principal tipo de célula que
age é o eosinófilo.
Tipos Celulares na Inflamação
Em geral, em inflamações agudas, o grupo de
células inflamatórias mais presentes é o de
leucócitos polimorfonucleares, sendo o neutrófilo
a célula predominante nesse tipo de inflamação.
Já nas inflamações crônicas, o grupo mais
frequente é o de leucócitos mononucleares, sendo
os linfócitos e os macrófagos as células
encontradas em maior quantidade. Uma
inflamação de causa alérgica apresenta
predomínio de eosinófilos.
Inflamação Aguda
A inflamação aguda tem três componentes
principais: (1) dilatação de pequenos vasos
levando a aumento no fluxo sanguíneo; (2)
aumento de permeabilidade da microvasculatura,
que permite que as proteínas do plasma e os
leucócitos saiam da circulação e (3) emigração de
leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no
foco da lesão e sua ativação para eliminar o
agente agressor. Quando um organismo encontra
um agente lesivo, como um microrganismo
infeccioso ou células mortas, os fagócitos que
residem em todos os tecidos tentam eliminar
esses agentes. Ao mesmo tempo, os fagócitos e
outras células do tipo sentinela nos tecidos
reconhecem a presença da substância estranha ou
anormal e reagem por meio da liberação de
citocinas, mensageiroslipídicos e outros
mediadores da inflamação. Alguns desses
mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos
no entorno, promovendo o efluxo de plasma e o
recrutamento de leucócitos circulantes para o sítio
no qual o agente agressor está localizado.
Inflamação Crônica
A inflamação crônica é a inflamação de duração
prolongada (semanas ou meses) em que a
inflamação, a lesão tecidual e as tentativas de
reparo coexistem em variadas combinações. Ela
sucede a inflamação aguda, conforme descrito
anteriormente, ou pode se iniciar insidiosamente,
como uma resposta de baixo grau e latente, sem
nenhuma manifestação prévia de uma reação
aguda.
Células e Mediadores da Inflamação Crônica
A combinação de infiltração leucocitária, dano
tecidual e fibrose, que caracteriza a
inflamação crônica, resulta da ativação local
de vários tipos celulares e da produção de
mediadores.
*É importante destacar a palavra “predominante”,
pois ela indica que existem outras células nessas
inflamações, porém, que há um predomínio de
determinada célula.
Referências bibliográficas
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.
Histologia básica. 13ª edição. Rio de Janeiro -
RJ: Guanabara Koogan, 2017.
KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e
Cotran – Patologia – Bases Patológicas das
Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
3. Explicar a fisiologia da gustação e da
olfação e sua relação congestão nasal
versus perda de paladar (FISIO)
Tanto a olfação quanto a gustação são
considerados sentidos químicos os quais são
importantes para identificação de alimentos
estragados e outras substâncias letais.
Gustação
É o sentido garantido pelos botões gustatórios da
boca e que apresenta íntima relação e
dependência do olfato. A língua vai apresentar
três tipos de sensibilidades (dor, de tato e a
gustativa), sendo que todas, em conjunto e
associadas ao olfato, tornam a experiência do
paladar extremamente complexa e importante. O
paladar é importante para permitir ao indivíduo
identificar substâncias nocivas ao organismo assim
como selecionar alimentos de que o organismo
precisa.
Sensação primária da gustação
Após estudos, se identificou pelo menos 13
receptores diferentes de sabor, os quais oferecem
a capacidade de sentir cinco sensações primárias
de gustação: azeda, salgada, doce, amarga e
umami. Os diferentes gostos que experimentamos
resultam da combinação dessas sensações
primárias e dos diferentes odores dos alimentos
que vão complementar a experiência de paladar.
Quanto as sensações, o gosto azedo é causado por
ácidos (graças aos íons de hidrogênio), o gosto
salgado é provocado por sais ionizados
(principalmente íons sódio), o gosto doce é
induzido por vários agentes químicos como
açúcares, álcoois, amidos, ésteres e alguns
aminoácidos. O gosto amargo também é induzido
por vários agentes químicos, sendo eles
principalmente alcaloides e substâncias orgânicas
de cadeia longa que contêm nitrogênio. O umami,
por fim, é o gosto dos alimentos com L-glutamato.
A sensibilidade ao gosto amargo é importante pois
muitas toxinas são alcaloides, provocando assim o
gosto amargo. Por conta desse mecanismo de
proteção, alimentos com o gosto amargo muito
forte são rejeitados pelo organismo. Além disso, é
importante saber que a sensibilidade para o gosto
amargo é muito maior do que para os outros
gostos, tudo para aprimorar a função protetora
que essa sensibilidade oferece.
Botões gustatórios
Os botões gustatórios são estruturas formadas por
cerca de 50 células epiteliais modificadas
chamadas de células gustatórias, as quais estão
em constante substituição por divisão mitótica. As
extremidades externas das células gustatórias são
ricas em pelos gustatórios, os quais se agrupam
em um poro gustatório e se projetam a partir
dele. Os pelos são importantes, pois oferecem a
superfície sensível aos gostos. Ao redor das células
gustatórias existem fibras nervosas gustatórias.
*Cada botão é mais sensível a um dos cinco
estímulos primários.
Quanto ao mecanismo de estimulação dos botões,
quando uma substância entra em contato com os
poros ela se liga a receptores proteicos e causa
despolarização das células gustatórias, sendo que
essa alteração no potencial elétrico recebe o
nome de potencial receptor para a gustação. Após
isso, a substância é deslocada do poro graças a
saliva, o que remove o estímulo gustativo daquele
poro tornando-o apto a sentir novos sabores.
Vale mencionar que, moléculas salgadas e azedas
se ligam a receptores que abrem canais iônicos
específicos, já moléculas doces e amargas se ligam
a receptores que ativam segundos mensageiros,
os quais provocam alterações intracelulares que
proporcionam a sensação de sabor.
Transmissão de sinais gustatórios ao SNC
Os dois terços anteriores da língua enviam
estímulos que seguem pelo nervo lingual, depois
pelo ramo corda do tímpano, para o nervo facial e
depois para o trato solitário presente no tronco
encefálico. O terço posterior da língua (a região
posterior da boca e a garganta) envia estímulos
para o nervo glossofaríngeo e para o trato solitário
em seguida. Por fim, a base da língua emite
estímulos pelo nervo vago até o trato solitário.
Como pode-se perceber, todas as fibras
gustatórias fazem sinapse no trato solitário, a
partir do qual se projetam segundos neurônios
para o núcleo ventral póstero-medial do tálamo,
de onde partem terceiros neurônios para a
extremidade inferior do giro pós-central até a
fissura silviana e área insular opercular, onde
existe o córtex gustatório.
Vale comentar também que a partir do trato
solitário partem sinais gustatórios aos núcleos
salivares superior e inferior, os quais estimulam as
glândulas salivares a secretarem saliva durante a
ingestão de alimentos.
Observações
Diferente da maioria dos sistemas sensoriais, que
se adaptam aos estímulos a nível de receptores, a
adaptação da gustação acontece no SNC.
Quando se fala da preferência de gosto e controle
da dieta, sabe-se que os animais escolhem
alimentos de acordo com suas necessidades
corporais., além disso, experiências prévias com
gostos, agradáveis ou não, tem um papel
importante na determinação das preferências
gustatórias de cada um.
Olfação
No teto da cavidade nasal, se estendendo pela
concha nasal superior e pela porção superior do
septo nasal, existe a membrana olfatória,
composta por neurônios bipolares chamados de
células olfatórias cuja superfície apical forma um
botão de onde se projetam pelos/ cílios olfatórios,
estruturas essas capazes de serem sensibilizadas
pelos odores presentes no ar. Próximas dessas
estruturas existem as glândulas de Bowman,
responsáveis pela secreção de muco que retira
partículas de odor acopladas aos cílios permitindo
que novos odores sejam sentidos.
Sensação olfatória
Como já dito, a porção das células olfatórias
sensível a estímulos químicos de odor é o cílio
olfatório. Quando uma substância entra em
contato com a membrana olfatória, se difunde
pelo muco e se liga a receptores na membrana
dos cílios. Os receptores dos cílios são acoplados a
proteína G, dessa forma há uma ativação da
Adenil ciclase e a produção de AMPc, o qual ativa
o canal iônico de sódio despolarizando a célula e
gerando um potencial de ação que será
transmitido pelo nervo olfatório ao SNC.
Para que a estimulação ocorra, a substância deve
ser volátil, ser um pouco hidrossolúvel para
atravessar o muco e um pouco lipossolúvel para
estimular os cílios.
Transmissão dos sinais olfatórios ao SNC
A substância odorífera, como já dito, atravessa o
muco, chega aos cílios olfatórios e gera um
potencial de ação nas células olfatórias. As células
olfatórias emitem axônios (em conjunto formam o
nervo olfatório) até os glomérulos que se
encontram no bulbo olfatório (estrutura localizada
acima da placa cribiforme). A placa cribiforme é
toda perfurada para que o nervo olfatório chegue
no bulbo.
Ainda no bulbo, existem as células mitrais que
emitem dendritos que fazem sinapse com os
axônios das células olfatórias dentro dos
glomérulos. As células mitrais emitem, então,
axônios por uma estrutura chamada detrato
olfatório que segue posteriormente a partir do
bulbo. Dessa forma, o sinal olfatório é transmitido
para os centros de controle.
Vias olfatórias
O trato olfatório chega no encéfalo na junção
anterior entre mesencéfalo e prosencéfalo, onde
se divide em duas vias, uma que segue
medialmente até a área olfatória medial (presente
no tronco cerebral) e outra que segue
lateralmente até a área olfatória lateral.
Sistemas olfatórios
•Sistema olfatório muito antigo: é representado
pela área olfatória medial, que é um grupo de
núcleos na porção mediobasal do encéfalo logo
afrente do hipotálamo. Os núcleos mais visíveis
são os septais. As funções desse sistema são
respostas primitivas da olfação, como lamber os
lábios, salivação e outras que se relacionam a
alimentação provocadas pelo cheiro da comida e
por instintos primitivos associados a olfação.
Pode-se dizer que esse sistema participa de
reflexos olfatórios básicos e primitivos então.
•Sistema olfatório menos antigo: é representado
pela área olfatória lateral, sendo que as principais
áreas que o compõe são o córtex pré-piriforme,
córtex piriforme e a porção cortical do núcleo
amigdaloide, sendo que a partir dessas áreas
saem estímulos que são encaminhados ao sistema
límbico. Por esse motivo, esse sistema se relaciona
ao desenvolvimento de aversão a determinados
odores (especialmente daqueles alimentos que
provocaram náuseas e vômitos).
A partir da área olfatória lateral se projetam vias
neurais até a porção anteromedial do lobo
temporal (é a única parte do córtex cerebral em
que sinais sensoriais passa direto ao córtex sem
passar pelo tálamo). Resumindo, esse sistema é
responsável por um controle automático
aprendido da ingestão de determinados alimentos
e a aversão a outros.
•Sistema olfatório recente: é uma via olfatória que
passa pelo tálamo, segue ao núcleo talâmico
dorsomedial e depois ao quadrante posterolateral
do córtex orbitofrontal. A função desse sistema é
a percepção e análise consciente dos odores.
Observações
A olfação é um sentido pouco desenvolvido em
humanos.
As sensações de olfato se adaptam em cerca de 1
minuto após o início da percepção, podendo-se
supor uma forte influência psicológica nessa
adaptação.
Após estudos, constatou-se a existência de pelo
menos 100 sensações primárias de odor, o que é
extremamente diferente das 5 de paladar e das 3
da visão por exemplo.
Quando se fala da importância do olfato, o motivo
é semelhante ao do paladar, sendo que o olfato é
ainda mais importante que esse outro sentido no
quesito proteção do organismo de substâncias
letais. Esse mecanismo é percebido quando
ingerimos um alimento que nos faz mal e quando
vamos ingeri-lo posteriormente sentimos náuseas
só pelo cheiro.
A olfação se relaciona muito mais à percepção ou
não de determinado odor, do que à quantificação
da intensidade desse odor.
Olfato X Paladar
Como foi mencionado, o olfato é um sentido
muito mais complexo do que o paladar, uma vez
que é sensível a mais de 100 sensações primárias
de odor enquanto o paladar a apenas 5 sensações
primárias de sabor. Além disso, sabe-se que a
função de ambos os sentidos é a mesma, proteger
o organismo da ingestão equivocada de alimentos
ou substâncias de potencial nocivo ao organismo.
Com base nisso, entende-se que os dois sentidos
atuam de maneira complementar, pois as células
gustatórias são sensíveis a apenas 5 sabores,
sendo todos os outros resultantes de uma
experiência sensorial que associa as dezenas de
odores que um alimento pode ter ao sabor dele.
Considerando o funcionamento dos sentidos de
forma complementar e a maior complexidade do
olfato, entende-se que, quando ele se encontra
afetado por uma obstrução nasal por exemplo
(impede a chegada das substâncias odoríferas na
membrana olfatória), consequentemente se terá
uma diminuição do funcionamento do paladar
uma vez que a experiência de sabor é formada
não só pelas sensibilidades da língua, mas
também pela sensação olfatória do alimento que
se ingere.
Referências bibliográficas
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana, 5º
Ed. Artmed, Porto Alegre, 2010.
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de
Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed.,
2017.
MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia
Funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
4. Identificar as medicações que causam
mais intoxicação de acordo com a Anvisa
(PAPP)
Os medicamentos são a principal causa de
intoxicação no Brasil, segundo dados do Sinitox
(Sistema Nacional de Informações
Tóxico-Farmacológicas), da Fundação Oswaldo
Cruz, ficando à frente de produtos de limpeza,
agrotóxicos e alimentos estragados. A maior parte
das intoxicações é causada por automedicação,
seguida por uso acidental de medicamentos
(principalmente por crianças).
De acordo com a Anvisa, os analgésicos, os
antitérmicos e os anti-inflamatórios representam
as classes de medicamentos que mais intoxicam.
O Paracetamol, os descongestionantes nasais e os
psicotrópicos são remédios que, mais
comumente, causam intoxicação no país. A Anvisa
possui uma cartilha com diversas orientações
relacionadas a medicamentos para orientação da
população.
O uso de remédios de forma incorreta oferece
vários maus, dentre eles o agravo da doença,
aumento da resistência dos microrganismos
(compromete a eficácia dos tratamentos), os
riscos da combinação medicamentosa
inadequada, além de reações alérgicas,
dependência e morte.
Referências bibliográficas
Disponível em: <
https://www.paulista.pe.gov.br/site/noticias/det
alhes/2457>. Acesso em 23 de Agosto. 2021.
5. Nomear o princípio ativo do Neosoro
Resfenol e Benegrip. Descrever a via de
administração e o mecanismo de ação dos
mesmos (FARMACO)
Princípio Ativo (PA)
Neosoro
●Via de Administração: Nasal
●PA: Cloridrato de nafazolina
●Forma farmacêutica: Solução em gotas
Benegrip
●Via de Administração: Oral
●PA: Dipirona monoidratada, maleato de
clorfeniramina, cafeína.
●Forma farmacêutica: Comprimido revestido.
Resfenol
●Via de Administração: Oral
●PA: paracetamol, maleato de clorfeniramina e
cloridrato de fenilefrina.
●Forma farmacêutica: Cápsula ou Solução ora
Princípios Ativos do Caso
Cloridrato de Nafazolina
●Grupo farmacológico: O cloridrato de nafazolina
é classificado como derivado imidazolínico,
simpatomimético, descongestionante, com ação
agonista alfa 1-adrenérgica.
●Mecanismo de Ação: A nafazolina age sobre os
receptores alfa 1 adrenérgicos da mucosa nasal
(sem efeito sobre os receptores
beta-adrenérgicos) gerando constrição do leito
vascular nasal, com consequente limitação do
fluxo sanguíneo, reduzindo o edema e a
obstrução, resultando no alívio da congestão
nasal.
A inervação da mucosa nasal já apresenta, sob
condições normais, tônus predominantemente
simpático, com efeito vasoconstritor na
vascularização da mucosa. Esse efeito é
potencializado com a utilização da nafazolina. O
início de ação da nafazolina após instilação nasal é
de 10 minutos, com duração de ação de 2 a 6
horas.
Apesar de existir alguma absorção do
medicamento, quer através da mucosa nasal, quer
da porção deglutida que é absorvida por via
digestiva, a maior parte da ação farmacológica se
limita ao plexo vascular superficial das fossas
nasais.
Cloridrato de Fenilefrina
●Grupo farmacológico: A fenilefrina é uma amina
simpatomimética, descongestionante, do grupo
agonista α1- adrenérgico
●Mecanismo de Ação: As aminas
simpatomiméticas atuam no sistema nervoso
simpático, através da liberação présináptica de
norepinefrina. A norepinefrina atua nos
receptores pós-sinápticos α, causando
vasoconstrição, redistribuição do fluxo sanguíneo
local e redução do edema da mucosa nasal. Dessa
forma, a ventilação e drenagem ficam
melhoradas, e a respiração, consequentemente,
facilitada.
Maleato de Clorfeniramina
●Grupo farmacológico: O maleato de
clorfeniramina é um derivado das alquilaminas,
pertencente ao grupo dos antagonistas dos
receptores histamínicos H1, sendo considerada,
então, um anti-histamínico
*A clorfeniramina ou dexclorfeniramina, é um dos
antihistamínicos mais comuns na composição deantigripais
●Mecanismo de Ação: O maleato de
clorfeniramina atua por competição com a
histamina pelos receptores H1 presentes nas
células de efeito, impedindo, portanto, o efeito da
histamina e o de substâncias histaminóides que
são liberadas nos casos de infecções gripais, pela
desintegração de substâncias proteicas em
consequência do metabolismo alterado pela
irrigação sanguínea insuficiente, por influência de
temperaturas baixas, bem como metabólitos
bacterianos que agem como alérgenos. O maleato
de clorfeniramina possui um acentuado efeito
antialérgico, impermeabiliza as paredes celulares
e capilares e diminui edemas de mucosas. Sua
ação direta sobre os receptores promove
vasoconstrição, levando ao descongestionamento
nasal e a redução da coriza.
Cafeína
●Grupo farmacológico: A cafeína é um
estimulante suave do SNC.
●Mecanismo de Ação: A cafeína é comumente
utilizada associado aos analgésicos, com a
intenção de aumentar a resposta terapêutica no
tratamento, além de combater efeitos sedativos
de outros PA (como a clorfeniramina). Ela parece
exercer suas ações centrais e talvez também suas
funções periféricas bloqueando os receptores
adenosínicos. Dipirona monoidratada
●Grupo farmacológico: A dipirona é um
anti-inflamatório nãoesteroidal. Assim como o
paracetamol, o efeito antiinflamatório da dipirona
é mínimo.
●Mecanismo de Ação: A dipirona apresenta
atividade analgésica e antipirética/ antitérmica
causada pela diminuição da síntese de
prostaglandinas. Ela atua no SNC e
perifericamente, inibindo a ciclooxigenase (COX),
que é uma enzima fundamental para a produção
de prostaglandinas, que por sua vez contribuem
nos processos álgicos e pirético. Paracetamol
●Grupo farmacológico: O paracetamol é um
anti-inflamatório não-esteroidal pertencente à
classe dos derivados do paminofenol, com
atividade analgésica e antipirética/ antitérmica
●Mecanismo de Ação: O paracetamol inibe a
síntese das prostaglandinas a partir do ácido
araquidônico por bloquear o sistema enzimático
da Cicloxigenase (COX1 e COX2). As
prostaglandinas, por sua vez, são mediadores
inflamatórios que estão envolvidos no processo de
geração e transmissão da dor, central e
perifericamente, e também na regulação da
temperatura corpórea, a nível central.
Referências bibliográficas
Disponível em: <
https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/>.
Acesso em 25 de Agosto. 2021.
6. Diferenciar conhecimento científico de
senso comum (importância das Fontes)
[MBE]
Até a idade média a religião era quem
determinava o que era verdade, e era quem
possuía todas as explicações sobre todos os
fenômenos. Atualmente a ciência ocupou o
lugar da religião, e a religião passou a produzir
verdades por adesão, ou seja, só as adere quem
acredita nelas.
A ciência busca a produção de verdades, e se a
teoria em questão é confirmada de acordo com
os procedimentos pertinentes ao conhecimento
científico, tal teoria é tomada como uma
verdade.
O senso comum, por outro lado, é um
conhecimento prático, produzido em nosso
cotidiano, e é por meio dele que orientamos as
nossas ações. O senso comum representa a
experiência imediata, o conhecimento vulgar e
as opiniões. Ou seja, tudo o que se precisa
romper para se tornar possível o conhecimento
científico, racional e válido.
Senso Comum
O senso comum, ou empirismo, é todo
conjunto de conhecimento baseado em
intuição, valores, crenças e experiências
adquiridas durante a vida em sociedade. O
senso comum é a sabedoria popular baseada
em tentativas, erros e acertos, que é
prolongada de geração a geração, mas que se
modifica com o passar do tempo segundo a
cultura na qual está inserida.
Conhecimento Científico
O conhecimento científico, por outro lado, é
um conhecimento reflexivo, sistemático,
analítico e lógico, cujas explicações embora
não sejam verdades absolutas, possuem uma
base muito maior do que a do senso comum,
uma vez que ele é produzido através da
aplicação do método científico, o que o torna
passível de repetição por outros cientistas. O
conhecimento científico ainda, pode ser
utilizado para comprovar ou refutar
conhecimentos do senso comum através de
investigações detalhadas.
O conhecimento científico sempre parte de
uma dúvida, a partir da qual se desenvolve
uma pesquisa que busque uma explicação
contextualizada e embasada para sanar a
dúvida e produzir um conhecimento.
Referências bibliográficas
Silva, S. A relação entre ciência e senso
comum. Ponto Urbe. 2011.
7. Localizar a parte do córtex responsável
pela percepção da dor e esquematizar a
somatotopia. (ANATO)
Localiza-se na área somestésica primária.
Área somestésica primária (S 1) e a área da
sensibilidade somática geral estão localizadas
no giro pós-central, que corresponde às áreas
3, 1 e 2 de Brodmann. A área 3 localiza-se no
fundo do sulco central, enquanto as áreas 1 e 2
aparecem na superfície do giro pós-central.
Na área somestésica chegam radiações
talâmicas que se originam nos núcleos ventral
posterolateral e ventral posteromedial do
tálamo e trazem, por conseguinte, impulsos
nervosos relacionados a temperatura, dor,
pressão, tato e propriocepção consciente da
metade oposta do corpo.
Para representar essa somatotopia, Penfield e
Rasmussen imaginaram um 'homúnculo
sensitivo' de cabeça para baixo no giro
pós-central.
Referências bibliográficas
MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia
funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora,
2007.
8. Citar os sinais flogísticos da inflamação. 
Diferenciar os tipos de inflamação e
nomear a que a Júlia apresenta (patologia)
DESTAQUES HISTÓRICOS
Embora as características clínicas da inflamação
tenham sido descritas em papiro egípcio datado
em torno de 3.000 a.C., Celsus, escritor romano
do primeiro século depois de Cristo, foi o primeiro
a descrever os quatro sinais cardinais da
inflamação: rubor (vermelhidão), tumor (inchaço),
ardor (calor) e dolor (dor). Esses sinais são os
marcos clássicos da inflamação aguda. Um quinto
sinal clínico – perda de função (functio laesa) – foi
adicionado por Rudolf Virchow no século XIX.
*Vale Salientar que sinais flogísticos
correspondem a sinais cardinais
A inflamação é o evento destinado a eliminar a
causa inicial de uma lesão celular, bem como as
células e tecidos necróticos que resultam dessa
lesão, além de iniciar o processo de reparo.
O processo de inflamação envia essas células e
proteínas aos tecidos lesados ou necróticos, bem
como aos invasores estranhos, como
microrganismos, e ativa as células e moléculas
recrutadas, que, então, funcionam de modo a
eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas
Ela realiza sua função protetora diluindo,
destruindo ou neutralizando os agentes nocivos
(como toxinas). Sem inflamação, as infecções
prosseguiriam sem controle e as feridas jamais
cicatrizariam. Embora faça parte dos mecanismos
de defesa contra grande número de agressões, em
muitos casos ela própria pode também causar
danos ao organismo. Agressões exógenas (físicas,
químicas ou biológicas) ou endógenas (estresse
metabólico) constituem o que se denominam
agentes inflamatórios.
Inflamação Aguda X Crônica
●Inflamação aguda é de início rápido e de curta
duração (poucos minutos a poucos dias), e
caracteriza-se pela exsudação de líquido e
proteínas plasmáticas, além do acúmulo de
leucócitos polimorfonucleares.
●Inflamação crônica é de duração mais longa (dias
a anos) e é caracterizada pelo influxo de linfócitos
e macrófagos com proliferação vascular associada
e fibrose (cicatrização).
*As duas formas básicas de inflamação podem se
sobrepor, e muitas variáveis modificam seu curso
e aspecto histológico.
A inflamação que a paciente apresenta é a Rinite,
ela pode ser classificada entre aguda ou crônica.
Referências bibliográficas
KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e
Cotran – Patologia – Bases Patológicas das
Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010
9. Identificar se esses medicamentos fazem
parte do RENAME e REMUME (PAPP)
Neosoro, resfenol e benegrip
RENAME: benegrip (estão presentes os
princípios ativos)
REMUME: nenhum dos medicamentos está
presenteno REMUME de Presidente Prudente
Referências bibliográficas
Disponível em: <
http://conitec.gov.br/images/Rename-2020-fin
al.pdf>. Acesso em 25 de Agosto. 2021.
Disponível em: <
http://www.presidenteprudente.sp.gov.br/site/d
ocumento/50633>. Acesso em 25 de Agosto.
2021.
10. Descrever o caminho de condução da dor
(cabeça e membros), gustação e olfação
(anatomia)
Via de Sensibilidade Dolorosa
É importante saber que a sensibilidade da cabeça
é conduzida por nervos cranianos (representam o
trajeto periférico das vias), enquanto a do restante
do corpo por nervos espinais. Como o caso pede
para descrever a via de dor nos membros, será
explicada a dor que percorre os nervos espinais.
A via de sensibilidade dolorosa dos membros
segue o padrão clássico já descrito. O primeiro
neurônio é pseudo-unipolar e está localizado em
um gânglio espinal, ele emite um prolongamento
periférico que fará sinapse com os nociceptores
(receptores da dor) e um prolongamento central
que chega na raiz posterior da medula espinal. Na
medula se encontra o segundo neurônio, que faz
sinapse com o prolongamento central do primeiro
e emite um axônio até o tálamo por meio do trato
espinotalâmico lateral. No tálamo, o terceiro
neurônio faz sinapse com o trato e emite seu
axônio para a área somestésica primária.
*Não confundir prolongamento central do
neurônio com trajeto central da via.
É importante se atentar pois os tratos
espinotalâmico laterais se cruzam antes de chegar
no tálamo, com isso, estímulos dolorosos sentidos
em um membro do lado esquerdo do corpo
chegam à porção direita do tálamo.
TRANSMISSÃO DOS SINAIS
GUSTATÓRIOS PARA O SISTEMA
NERVOSO CENTRAL
A figura abaixo mostra as vias neuronais para
a transmissão dos sinais gustatórios, da
língua e região da faringe, até o sistema
nervoso central. Impulsos gustatórios,
oriundos dos dois terços anteriores da língua,
passam, inicialmente, pelo nervo lingual e,
então, pelo ramo corda do tímpano do nervo
facial e, por fim, pelo trato solitário, no tronco
cerebral. Sensações gustatórias, que se
originam das papilas circunvaladas, na parte
posterior da língua, e de outras regiões
posteriores da boca e garganta, são
transmitidas pelo nervo glossofaríngeo para o
trato solitário, mas em nível mais posterior.
Por fim, poucos sinais gustatórios são
transmitidos da base da língua e de outras
partes da região faríngea pelo nervo vago
para o trato solitário.
Todas as fibras gustatórias fazem sinapse nos
núcleos do trato solitário no tronco cerebral.
Esses núcleos contêm os neurônios de
segunda ordem que se projetam para
pequena área do núcleo ventral
posteromedial do tálamo, situada ligeiramente
medial às terminações talâmicas das regiões
faciais do sistema da coluna dorsal-lemnisco
medial. Do tálamo, neurônios de terceira
ordem se projetam para a extremidade
inferior do giro pós-central no córtex cerebral
parietal, onde eles penetram na fissura
silviana e na área insular opercular. Esta área
se situa pouco mais lateral, ventral e rostral à
área para os sinais táteis da língua, na área
somática cerebral I. Fica evidente, por essa
descrição das vias gustatórias, que elas
cursam paralelamente às vias
somatossensoriais da língua.
Via de Sensibilidade Olfatória
A via olfatória é diferente da via descrita
anteriormente por alguns motivos. Essa via é
composta por um receptor e apenas dois
neurônios.
Os primeiros neurônios dessa via são as células
olfatórias, que são neurônios bipolares localizados
na porção mais superior da cavidade nasal em um
neuroepitélio. Os prolongamentos periféricos
dessas células assumem a forma de cílios
olfatórios, os quais atuam como
quimiorreceptores graças a presença de
receptores químicos sensíveis a substâncias
odoríferas em sua membrana celular. Os primeiros
neurônios fazem a transdução do estímulo
odorífero em estímulo nervoso. Os
prolongamentos centrais dos primeiros neurônios
são amielínicos e, em conjunto, formam o
primeiro par de nervos cranianos que recebe o
nome de nervo olfatório. Os prolongamentos
centrais atravessam a lâmina cribiforme e
terminam no bulbo olfatório, onde fazem sinapse
com o segundo neurônio.
Os segundos neurônios são as células mitrais cujos
dendritos fazem sinapse com os prolongamentos
centrais dos primeiros neurônios nos glomérulos
olfatórios. Essas células emitem axônios mielínicos
que vão em conjunto formar o trato olfatório, o
qual percorre o sulco olfatório e se divide em duas
estrias, sendo que a estria olfatória medial
termina na área olfatória primária (córtex
olfatório) presente no uncus.
Resumindo, os receptores são as células olfatórias,
o trajeto periférico é o nervo olfatório, o trajeto
central é o trato olfatório e a área de projeção
cortical é a área olfatória primária, presente no
uncus.
Referências bibliográficas
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de
Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed.,
2017.
11. Descrever anatomicamente os órgãos e
estruturas da gustação (língua e papilas) e
sua inervação (anatomia)
Língua
A língua é o órgão muscular móvel recoberto por
mucosa presente na cavidade oral e na parte oral
da faringe. As principais funções da língua são
auxiliar na fala e participar do processo de
mastigação e deglutição. A língua tem duas faces,
o dorso, que compreende a região superior e a
posterior, e a face inferior da língua, que se
encontra em contato com o assoalho da boca. No
dorso da língua existe um sulco em forma de V
chamado de sulco terminal da língua.
A túnica mucosa da língua está bem fixada à
musculatura, e ela é caracterizada pela presença
de várias papilas linguais, que podem ser de
quatro tipos. As papilas circunvaladas são grandes
e planas, formam uma fileira em formato de V
anterior ao sulco terminal. Ao redor de cada
papila existe uma depressão profunda em formato
circular.
As papilas folhadas são pregas em forma de folha
presentes nas laterais da língua que são pouco
desenvolvidas em humanos. As papilas filiformes
são longas, são as únicas que não apresentam
receptores de sabor e, assim como as
circunvaladas, se encontram em fileiras com
forma de V paralelas ao sulco terminal (essas
papilas estão na maior área da língua). Por fim,
existem as papilas fungiformes que têm forma de
cogumelo e estão dispersas entre as papilas
filiformes.
Inervação
Todos os músculos da língua (exceto o
palatoglosso) recebem inervação motora do nervo
hipoglosso (NC XI I). Os 2/3 anteriores da língua
apresentam sensibilidade geral (para temperatura
e tato) garantida por um ramo do nervo facial que,
por sua vez, é ramo do nervo trigêmeo (NC V).
*Vale ressaltar que ramos do nervo vago (NC X)
oferecem sensibilidade geral e especial para a
porção da língua imediatamente anterior à
epiglote.
A sensibilidade especial (paladar) dos 2/3
anteriores da língua é garantida pelo nervo corda
do tímpano, ramo do nervo facial (NC VI I). O terço
posterior da língua é inervado pelo nervo
glossofaríngeo (NC IX), o qual oferece
sensibilidade geral e especial (paladar) a essa
região da língua.
*O NC V, NC VI I e NC IX são nervos mistos
(motores e sensitivos), porém, o foco será dado
apenas na porção sensitiva.
Referências bibliográficas
MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia
funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora,
2007.
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL.
Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed,
2010.
12. Explicar a realização do exame físico das
fossas nasais e o tratamento da epistaxe e
seu maior local de ocorrência (PPM)
EXAME FÍSICO
Compreende a inspeção e a rinoscopia anterior e
posterior.
Inspeção. Analisa se a pirâmide nasal, para
detectar dismorfias, distúrbios de
desenvolvimento e desvios; sinais sugestivos de
processos infecciosos: hiperemia, edema e
abaulamento; presença de traço sobre o dorso
nasal denominado “saudação alérgica” que pode
estar presente em pacientes com rinite. Durante a
inspeção, pode se observar a fáceis característica
do respirador bucal (ausência de vedamento
labial, encurtamento de lábio superior, eversão de
lábio inferior, narinas estreitas, olheiras
evidentes).Rinoscopia anterior. O exame das cavidades nasais
é realizado com iluminação obtida por uma fonte
de luz externa.
Com um espéculo nasal apropriado e de tamanho
adequado para cada paciente, promove se a
lateralização da asa do nasal para permitir melhor
visão do interior da cavidade nasal.
Figura 24.1 Rinoscopia anterior de fossa nasal
esquerda, em que é possível visualizar conchas
nasais inferior e média.
Observar: inferiormente, o assoalho da cavidade
nasal e se há secreções ou lesões; lateralmente, a
cabeça da concha inferior (coloração da mucosa,
hipertrofia, degenerações polipoides), cabeça da
concha média e meato médio (local em que
ocorre drenagem das secreções provenientes dos
seios frontal, maxilar e etmoidal anterior);
medialmente, septo nasal (deformidades,
perfurações, ulcerações e abaulamentos).
Rinoscopia posterior. Com a língua relaxada,
apoiada no assoalho da boca e assim mantida com
auxílio de abaixador de língua, introduz se o
espelho de laringe pequeno, previamente
aquecido, em direção à parede posterior da
orofaringe até ultrapassar os limites do palato
mole (Figura 24.3).
Avaliar as paredes da rinofaringe, as cóanas, a
cauda da concha inferior, a porção posterior do
septo nasal, o tamanho das tonsilas faríngeas e as
tubas auditivas bilateralmente (exame de difícil
realização em crianças e pacientes não
colaborativos).
Oroscopia. Durante a oroscopia no paciente com
obstrução nasal, obervar o palato e avaliar
características da mordida. Comum palato atrésico
(ogival). (Figura 24.2B)
Tratamento
Medidas iniciais feitas pelo próprio paciente como
o uso de vasoconstritor tópico nasal, compressão
nasal direta e uso de compressas geladas, podem
ser suficientes para controle dos casos de epistaxe
leve. Caso o sangramento persista, o tratamento
específico pode ser iniciado.
Cauterização
Se o ponto de sangramento for identificado, a
cauterização química ou elétrica é o tratamento
de escolha, com redução de morbidade e tempo
de permanência no hospital. O uso de
endoscópios nasais facilita a identificação de
pontos de sangramento mais posterior. A
cauterização química é habitualmente o
tratamento de primeira escolha. Uma adequada
anestesia nasal deve ser realizada para diminuir o
desconforto do paciente. O nitrato de prata e o
ácido tricloroacético parecem não diferir quanto à
eficácia, porém o primeiro é mais bem tolerado
pelo paciente e mais amplamente utilizado em
estudos prévios. A cauterização é realizada
inicialmente em uma pequena área ao redor do
ponto sangrante, e só posteriormente na área
central. Cauteriza-se a menor área possível, por
poucos segundos (menos de 10 segundos) até a
região ficar esbranquiçada. Cuidado para não
deixar o medicamento escorrer e cauterizar áreas
indesejadas.
A cauterização elétrica é tão eficaz quanto a
química e tem a vantagem de ser mais efetiva que
esta quando existe sangramento ativo. Como
desvantagem, pode causar desconforto maior ao
paciente caso não tenha sido realizada anestesia
eficaz. Ulceração e perfuração septal são
complicações possíveis e com incidências
semelhantes tanto na cauterização química
quanto na elétrica.
Local de maior intercorrência é no Plexo de
Kiesselbach.
Referências bibliográficas
PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio
de Janeiro. Guanabara, 2019.
PILTCHER, O.B. Rotinas em
Otorrinolaringologia. São Paulo. Artmed,
2015.
13. Relacionar a importância da anamnese
para diferenciar rinite sinusite e covid
(PPM)
A anamnese é importante a fim de que o
diagnóstico seja preciso e consiga-se
determinar a moléstia a qual o paciente
possui, se uma boa anamnese não for
realizada – existindo uma escuta de
acolhimento e não um processo de triagem –
muito provavelmente haverá um erro no
diagnóstico daquele paciente.
Assim, uma boa anamnese, aliada a um
exame físico de qualidade nos permitirá
realizar a diferenciação no diagnóstico de
rinite, sinusite e covid.
Hipótese diagnóstica e diagnóstico diferencial:
rinite alérgica. Pode ter levado a sinusite
devido a coloração amarelada da secreção e
febre. Além disso, deve-se considerar Covid
por estar em uma pandemia ou algum
corpúsculo na cavidade nasal. A hipótese
principal é rinite pelo contato com cachorro e
poeira, e não descrever se teve contato com
algum paciente com covid.
Referências bibliográficas