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1. Descrever a dinâmica de atendimento na ESF e diferenciar Triagem de acolhimento (encaixe/agendamento) [SC] O acolhimento com base na classificação de risco é uma prática necessária pois existem usuários que procuram desordenadamente os serviços de saúde (vão em prontos socorros para atendimentos de rotina por exemplo), além de existirem trabalhadores insatisfeitos com a pressão crescente por atender muitos pacientes tendo pouco tempo para fazer isso. Essa situação resulta em custos elevados, uma grande demanda, saturação dos serviços de saúde, insatisfação por parte dos trabalhadores e usuários além da possível violência contra os trabalhadores. Como já se sabe, a atenção primária de saúde é a porta de entrada da população no SUS e ela deve estar apta para lidar tanto com a demanda agendada (condições crônicas) quanto com a demanda espontânea (condições agudas). Por essa grande demanda, deve-se utilizar critérios qualificados com base no sofrimento dos pacientes para direcionar o atendimento. NÃO são aceitos os seguintes critérios para o atendimento: ordem de chegada, atendimento somente se agendado e um dia mensal para agendamento Acolhimento O acolhimento é a recepção do usuário com uma escuta qualificada e coordenada (determina-se alguns limites) que apresenta articulações com outros serviços de saúde para dar continuidade ao atendimento. Esse atendimento precisa de um protocolo para acontecer e promove uma melhor relação entre médico e paciente. O acolhimento está pautado na lógica da inclusão, ou seja, não exclui ninguém, mas atende a todos de acordo com as suas necessidades. O acolhimento não dispensa um protocolo pré-estabelecido para poder estratificar as prioridades clínicas. Triar X Acolher Triar é a realização de uma avaliação rápida para priorizar os atendimentos (concepção militar) por meio da escolha de quem deve ser atendido. Nessa prática o médico só é responsável por quem ele atende. Essa prática segue uma lógica de exclusão, gera recusas no atendimento e tem um foco na doença e no procedimento. O acolhimento é o procedimento em que existe uma responsabilização do médico por todos os pacientes, sendo ele responsável por oferecer alguma resposta a todos os que procuram ajuda, e não somente por aqueles que ele atendeu. O acolhimento segue, então, a lógica da inclusão, onde se tem um atendimento responsável que visa gerar respostas para todos. Existe um foco no indivíduo e em suas necessidades, por isso se estratifica o atendimento de acordo com prioridades clínicas. Processo do Acolhimento 1.° Usuário procura o serviço de saúde. 2° É recebido pelos funcionários da recepção ou estagiários e encaminhados para a confecção da ficha de atendimento. 3° Logo após isso, é encaminhado ao setor de classificação de risco, onde é acolhido pelo auxiliar de enfermagem e/ou enfermeiro que, utilizando informações de escuta qualificada e da tomada de dados vitais, sinais e sintomas, se baseia no protocolo e classifica o usuário. *É importante ter uma boa gestão da sala de espera para que se acompanhe os pacientes caso eles piorem. O acolhimento com classificação de risco (ACCR) é um instrumento reorganizador dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o SUS. Os descritores gerais que ajudam a identificar prioridades clínicas são o risco de morte (como em choque ou comprometimento de vias aéreas), a dor, hemorragia, estado de consciência diminuído e a temperatura (a partir de 37,8°C já é febre, e a partir de 38,5°C já é febre alta). O protocolo de Manchester é a uma escala de classificação de risco. Essa classificação possibilita a ampliação da resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos. Para a elaboração de classificação dividiu-se em 5 as prioridades de atendimento: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. Na APS a escala é adaptada, então pacientes não-urgentes podem ser agendados e pacientes pouco urgentes podem ser atendidos em outro turno. VERMELHO: Emergência. São aqueles pacientes que precisam de atendimento imediato e tem prioridade absoluta, podendo ser referenciado para um PS ou UPA com o transporte realizado por ambulância. São exemplos de emergência casos de obstrução do trato respiratório, estado de choque, dor severa, confusão mental, hemorragia grande, febre alta (acima de 38°C). AMARELO: Muito urgente. Necessitam de atendimento quase imediato mas podem esperar (tolerância de 10 minutos a 50 minutos). É uma queixa aguda, dor moderada, pequena hemorragia, vômitos persistentes, febre moderada ou baixa. VERDE: Pouco Urgente. Podem aguardar atendimento ou serem encaminhados para outros serviços de saúde (120 minutos de tolerância). São exemplos a dor leve, vômitos, estado febril. Idosos (+ de 60 anos) e deficientes físicos são sempre classificados a partir da categoria verde AZUL: Não Urgente. Podem aguardar atendimento ou serem encaminhados para outros serviços de saúde (240 min no PS). São exemplos a consulta de acompanhamento, receitas, curativo, vacina, etc. SÃO PRIORIDADES: Crianças, idosos, deficientes físicos e mentais, acamados, com dificuldade de locomoção, gestantes, escoltados ou envolvidos em ocorrência policial, vítimas de abuso sexual e pacientes que retornam em menos de 24h sem melhora. Se tivermos situações iguais, ou seja, pacientes na mesma cor, priorizar a idade. A ordem de prioridade é: crianças, idosos, gestantes/deficiente. Referências bibliográficas Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/a colhimento.pdf>. Acesso em 23 de Agosto. 2021. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ac olhimento_demanda_espontanea_cab28v1.pdf >. Acesso em 23 de Agosto. 2021. 2. Determinar os tipos celulares encontrados nas inflamações agudas crônicas e alérgicas (PATO) Revisão de Histologia Os leucócitos são células temporárias, esféricas e com a principal função de defesa do organismo contra infecções. São produzidas na medula óssea (assim como os eritrócitos) ou em tecidos linfoides. Em linhas gerais, o sistema imune é responsável por reconhecer e destruir substâncias de potencial perigoso ao organismo. Os leucócitos são divididos em dois grupos, os granulócitos (também chamados de leucócitos polimorfonucleares) que são aqueles que apresentam grânulos específicos no citoplasma, núcleo irregular/ segmentado e como exemplo se tem os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os agranulócitos (também chamados de leucócitos mononucleares) que são aqueles sem grânulos no citoplasma, têm núcleo mais regular e os principais representantes desse grupo são os linfócitos e os monócitos. Os mononucleares vão receber nomes diferentes de acordo com o local onde se encontram (macrófagos estão nos tecidos enquanto monócitos estão no sangue). No processo alérgico o principal tipo de célula que age é o eosinófilo. Tipos Celulares na Inflamação Em geral, em inflamações agudas, o grupo de células inflamatórias mais presentes é o de leucócitos polimorfonucleares, sendo o neutrófilo a célula predominante nesse tipo de inflamação. Já nas inflamações crônicas, o grupo mais frequente é o de leucócitos mononucleares, sendo os linfócitos e os macrófagos as células encontradas em maior quantidade. Uma inflamação de causa alérgica apresenta predomínio de eosinófilos. Inflamação Aguda A inflamação aguda tem três componentes principais: (1) dilatação de pequenos vasos levando a aumento no fluxo sanguíneo; (2) aumento de permeabilidade da microvasculatura, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação e (3) emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor. Quando um organismo encontra um agente lesivo, como um microrganismo infeccioso ou células mortas, os fagócitos que residem em todos os tecidos tentam eliminar esses agentes. Ao mesmo tempo, os fagócitos e outras células do tipo sentinela nos tecidos reconhecem a presença da substância estranha ou anormal e reagem por meio da liberação de citocinas, mensageiroslipídicos e outros mediadores da inflamação. Alguns desses mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos no entorno, promovendo o efluxo de plasma e o recrutamento de leucócitos circulantes para o sítio no qual o agente agressor está localizado. Inflamação Crônica A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas ou meses) em que a inflamação, a lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações. Ela sucede a inflamação aguda, conforme descrito anteriormente, ou pode se iniciar insidiosamente, como uma resposta de baixo grau e latente, sem nenhuma manifestação prévia de uma reação aguda. Células e Mediadores da Inflamação Crônica A combinação de infiltração leucocitária, dano tecidual e fibrose, que caracteriza a inflamação crônica, resulta da ativação local de vários tipos celulares e da produção de mediadores. *É importante destacar a palavra “predominante”, pois ela indica que existem outras células nessas inflamações, porém, que há um predomínio de determinada célula. Referências bibliográficas JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 13ª edição. Rio de Janeiro - RJ: Guanabara Koogan, 2017. KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 3. Explicar a fisiologia da gustação e da olfação e sua relação congestão nasal versus perda de paladar (FISIO) Tanto a olfação quanto a gustação são considerados sentidos químicos os quais são importantes para identificação de alimentos estragados e outras substâncias letais. Gustação É o sentido garantido pelos botões gustatórios da boca e que apresenta íntima relação e dependência do olfato. A língua vai apresentar três tipos de sensibilidades (dor, de tato e a gustativa), sendo que todas, em conjunto e associadas ao olfato, tornam a experiência do paladar extremamente complexa e importante. O paladar é importante para permitir ao indivíduo identificar substâncias nocivas ao organismo assim como selecionar alimentos de que o organismo precisa. Sensação primária da gustação Após estudos, se identificou pelo menos 13 receptores diferentes de sabor, os quais oferecem a capacidade de sentir cinco sensações primárias de gustação: azeda, salgada, doce, amarga e umami. Os diferentes gostos que experimentamos resultam da combinação dessas sensações primárias e dos diferentes odores dos alimentos que vão complementar a experiência de paladar. Quanto as sensações, o gosto azedo é causado por ácidos (graças aos íons de hidrogênio), o gosto salgado é provocado por sais ionizados (principalmente íons sódio), o gosto doce é induzido por vários agentes químicos como açúcares, álcoois, amidos, ésteres e alguns aminoácidos. O gosto amargo também é induzido por vários agentes químicos, sendo eles principalmente alcaloides e substâncias orgânicas de cadeia longa que contêm nitrogênio. O umami, por fim, é o gosto dos alimentos com L-glutamato. A sensibilidade ao gosto amargo é importante pois muitas toxinas são alcaloides, provocando assim o gosto amargo. Por conta desse mecanismo de proteção, alimentos com o gosto amargo muito forte são rejeitados pelo organismo. Além disso, é importante saber que a sensibilidade para o gosto amargo é muito maior do que para os outros gostos, tudo para aprimorar a função protetora que essa sensibilidade oferece. Botões gustatórios Os botões gustatórios são estruturas formadas por cerca de 50 células epiteliais modificadas chamadas de células gustatórias, as quais estão em constante substituição por divisão mitótica. As extremidades externas das células gustatórias são ricas em pelos gustatórios, os quais se agrupam em um poro gustatório e se projetam a partir dele. Os pelos são importantes, pois oferecem a superfície sensível aos gostos. Ao redor das células gustatórias existem fibras nervosas gustatórias. *Cada botão é mais sensível a um dos cinco estímulos primários. Quanto ao mecanismo de estimulação dos botões, quando uma substância entra em contato com os poros ela se liga a receptores proteicos e causa despolarização das células gustatórias, sendo que essa alteração no potencial elétrico recebe o nome de potencial receptor para a gustação. Após isso, a substância é deslocada do poro graças a saliva, o que remove o estímulo gustativo daquele poro tornando-o apto a sentir novos sabores. Vale mencionar que, moléculas salgadas e azedas se ligam a receptores que abrem canais iônicos específicos, já moléculas doces e amargas se ligam a receptores que ativam segundos mensageiros, os quais provocam alterações intracelulares que proporcionam a sensação de sabor. Transmissão de sinais gustatórios ao SNC Os dois terços anteriores da língua enviam estímulos que seguem pelo nervo lingual, depois pelo ramo corda do tímpano, para o nervo facial e depois para o trato solitário presente no tronco encefálico. O terço posterior da língua (a região posterior da boca e a garganta) envia estímulos para o nervo glossofaríngeo e para o trato solitário em seguida. Por fim, a base da língua emite estímulos pelo nervo vago até o trato solitário. Como pode-se perceber, todas as fibras gustatórias fazem sinapse no trato solitário, a partir do qual se projetam segundos neurônios para o núcleo ventral póstero-medial do tálamo, de onde partem terceiros neurônios para a extremidade inferior do giro pós-central até a fissura silviana e área insular opercular, onde existe o córtex gustatório. Vale comentar também que a partir do trato solitário partem sinais gustatórios aos núcleos salivares superior e inferior, os quais estimulam as glândulas salivares a secretarem saliva durante a ingestão de alimentos. Observações Diferente da maioria dos sistemas sensoriais, que se adaptam aos estímulos a nível de receptores, a adaptação da gustação acontece no SNC. Quando se fala da preferência de gosto e controle da dieta, sabe-se que os animais escolhem alimentos de acordo com suas necessidades corporais., além disso, experiências prévias com gostos, agradáveis ou não, tem um papel importante na determinação das preferências gustatórias de cada um. Olfação No teto da cavidade nasal, se estendendo pela concha nasal superior e pela porção superior do septo nasal, existe a membrana olfatória, composta por neurônios bipolares chamados de células olfatórias cuja superfície apical forma um botão de onde se projetam pelos/ cílios olfatórios, estruturas essas capazes de serem sensibilizadas pelos odores presentes no ar. Próximas dessas estruturas existem as glândulas de Bowman, responsáveis pela secreção de muco que retira partículas de odor acopladas aos cílios permitindo que novos odores sejam sentidos. Sensação olfatória Como já dito, a porção das células olfatórias sensível a estímulos químicos de odor é o cílio olfatório. Quando uma substância entra em contato com a membrana olfatória, se difunde pelo muco e se liga a receptores na membrana dos cílios. Os receptores dos cílios são acoplados a proteína G, dessa forma há uma ativação da Adenil ciclase e a produção de AMPc, o qual ativa o canal iônico de sódio despolarizando a célula e gerando um potencial de ação que será transmitido pelo nervo olfatório ao SNC. Para que a estimulação ocorra, a substância deve ser volátil, ser um pouco hidrossolúvel para atravessar o muco e um pouco lipossolúvel para estimular os cílios. Transmissão dos sinais olfatórios ao SNC A substância odorífera, como já dito, atravessa o muco, chega aos cílios olfatórios e gera um potencial de ação nas células olfatórias. As células olfatórias emitem axônios (em conjunto formam o nervo olfatório) até os glomérulos que se encontram no bulbo olfatório (estrutura localizada acima da placa cribiforme). A placa cribiforme é toda perfurada para que o nervo olfatório chegue no bulbo. Ainda no bulbo, existem as células mitrais que emitem dendritos que fazem sinapse com os axônios das células olfatórias dentro dos glomérulos. As células mitrais emitem, então, axônios por uma estrutura chamada detrato olfatório que segue posteriormente a partir do bulbo. Dessa forma, o sinal olfatório é transmitido para os centros de controle. Vias olfatórias O trato olfatório chega no encéfalo na junção anterior entre mesencéfalo e prosencéfalo, onde se divide em duas vias, uma que segue medialmente até a área olfatória medial (presente no tronco cerebral) e outra que segue lateralmente até a área olfatória lateral. Sistemas olfatórios •Sistema olfatório muito antigo: é representado pela área olfatória medial, que é um grupo de núcleos na porção mediobasal do encéfalo logo afrente do hipotálamo. Os núcleos mais visíveis são os septais. As funções desse sistema são respostas primitivas da olfação, como lamber os lábios, salivação e outras que se relacionam a alimentação provocadas pelo cheiro da comida e por instintos primitivos associados a olfação. Pode-se dizer que esse sistema participa de reflexos olfatórios básicos e primitivos então. •Sistema olfatório menos antigo: é representado pela área olfatória lateral, sendo que as principais áreas que o compõe são o córtex pré-piriforme, córtex piriforme e a porção cortical do núcleo amigdaloide, sendo que a partir dessas áreas saem estímulos que são encaminhados ao sistema límbico. Por esse motivo, esse sistema se relaciona ao desenvolvimento de aversão a determinados odores (especialmente daqueles alimentos que provocaram náuseas e vômitos). A partir da área olfatória lateral se projetam vias neurais até a porção anteromedial do lobo temporal (é a única parte do córtex cerebral em que sinais sensoriais passa direto ao córtex sem passar pelo tálamo). Resumindo, esse sistema é responsável por um controle automático aprendido da ingestão de determinados alimentos e a aversão a outros. •Sistema olfatório recente: é uma via olfatória que passa pelo tálamo, segue ao núcleo talâmico dorsomedial e depois ao quadrante posterolateral do córtex orbitofrontal. A função desse sistema é a percepção e análise consciente dos odores. Observações A olfação é um sentido pouco desenvolvido em humanos. As sensações de olfato se adaptam em cerca de 1 minuto após o início da percepção, podendo-se supor uma forte influência psicológica nessa adaptação. Após estudos, constatou-se a existência de pelo menos 100 sensações primárias de odor, o que é extremamente diferente das 5 de paladar e das 3 da visão por exemplo. Quando se fala da importância do olfato, o motivo é semelhante ao do paladar, sendo que o olfato é ainda mais importante que esse outro sentido no quesito proteção do organismo de substâncias letais. Esse mecanismo é percebido quando ingerimos um alimento que nos faz mal e quando vamos ingeri-lo posteriormente sentimos náuseas só pelo cheiro. A olfação se relaciona muito mais à percepção ou não de determinado odor, do que à quantificação da intensidade desse odor. Olfato X Paladar Como foi mencionado, o olfato é um sentido muito mais complexo do que o paladar, uma vez que é sensível a mais de 100 sensações primárias de odor enquanto o paladar a apenas 5 sensações primárias de sabor. Além disso, sabe-se que a função de ambos os sentidos é a mesma, proteger o organismo da ingestão equivocada de alimentos ou substâncias de potencial nocivo ao organismo. Com base nisso, entende-se que os dois sentidos atuam de maneira complementar, pois as células gustatórias são sensíveis a apenas 5 sabores, sendo todos os outros resultantes de uma experiência sensorial que associa as dezenas de odores que um alimento pode ter ao sabor dele. Considerando o funcionamento dos sentidos de forma complementar e a maior complexidade do olfato, entende-se que, quando ele se encontra afetado por uma obstrução nasal por exemplo (impede a chegada das substâncias odoríferas na membrana olfatória), consequentemente se terá uma diminuição do funcionamento do paladar uma vez que a experiência de sabor é formada não só pelas sensibilidades da língua, mas também pela sensação olfatória do alimento que se ingere. Referências bibliográficas SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana, 5º Ed. Artmed, Porto Alegre, 2010. GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2014. 4. Identificar as medicações que causam mais intoxicação de acordo com a Anvisa (PAPP) Os medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil, segundo dados do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), da Fundação Oswaldo Cruz, ficando à frente de produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos estragados. A maior parte das intoxicações é causada por automedicação, seguida por uso acidental de medicamentos (principalmente por crianças). De acordo com a Anvisa, os analgésicos, os antitérmicos e os anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam. O Paracetamol, os descongestionantes nasais e os psicotrópicos são remédios que, mais comumente, causam intoxicação no país. A Anvisa possui uma cartilha com diversas orientações relacionadas a medicamentos para orientação da população. O uso de remédios de forma incorreta oferece vários maus, dentre eles o agravo da doença, aumento da resistência dos microrganismos (compromete a eficácia dos tratamentos), os riscos da combinação medicamentosa inadequada, além de reações alérgicas, dependência e morte. Referências bibliográficas Disponível em: < https://www.paulista.pe.gov.br/site/noticias/det alhes/2457>. Acesso em 23 de Agosto. 2021. 5. Nomear o princípio ativo do Neosoro Resfenol e Benegrip. Descrever a via de administração e o mecanismo de ação dos mesmos (FARMACO) Princípio Ativo (PA) Neosoro ●Via de Administração: Nasal ●PA: Cloridrato de nafazolina ●Forma farmacêutica: Solução em gotas Benegrip ●Via de Administração: Oral ●PA: Dipirona monoidratada, maleato de clorfeniramina, cafeína. ●Forma farmacêutica: Comprimido revestido. Resfenol ●Via de Administração: Oral ●PA: paracetamol, maleato de clorfeniramina e cloridrato de fenilefrina. ●Forma farmacêutica: Cápsula ou Solução ora Princípios Ativos do Caso Cloridrato de Nafazolina ●Grupo farmacológico: O cloridrato de nafazolina é classificado como derivado imidazolínico, simpatomimético, descongestionante, com ação agonista alfa 1-adrenérgica. ●Mecanismo de Ação: A nafazolina age sobre os receptores alfa 1 adrenérgicos da mucosa nasal (sem efeito sobre os receptores beta-adrenérgicos) gerando constrição do leito vascular nasal, com consequente limitação do fluxo sanguíneo, reduzindo o edema e a obstrução, resultando no alívio da congestão nasal. A inervação da mucosa nasal já apresenta, sob condições normais, tônus predominantemente simpático, com efeito vasoconstritor na vascularização da mucosa. Esse efeito é potencializado com a utilização da nafazolina. O início de ação da nafazolina após instilação nasal é de 10 minutos, com duração de ação de 2 a 6 horas. Apesar de existir alguma absorção do medicamento, quer através da mucosa nasal, quer da porção deglutida que é absorvida por via digestiva, a maior parte da ação farmacológica se limita ao plexo vascular superficial das fossas nasais. Cloridrato de Fenilefrina ●Grupo farmacológico: A fenilefrina é uma amina simpatomimética, descongestionante, do grupo agonista α1- adrenérgico ●Mecanismo de Ação: As aminas simpatomiméticas atuam no sistema nervoso simpático, através da liberação présináptica de norepinefrina. A norepinefrina atua nos receptores pós-sinápticos α, causando vasoconstrição, redistribuição do fluxo sanguíneo local e redução do edema da mucosa nasal. Dessa forma, a ventilação e drenagem ficam melhoradas, e a respiração, consequentemente, facilitada. Maleato de Clorfeniramina ●Grupo farmacológico: O maleato de clorfeniramina é um derivado das alquilaminas, pertencente ao grupo dos antagonistas dos receptores histamínicos H1, sendo considerada, então, um anti-histamínico *A clorfeniramina ou dexclorfeniramina, é um dos antihistamínicos mais comuns na composição deantigripais ●Mecanismo de Ação: O maleato de clorfeniramina atua por competição com a histamina pelos receptores H1 presentes nas células de efeito, impedindo, portanto, o efeito da histamina e o de substâncias histaminóides que são liberadas nos casos de infecções gripais, pela desintegração de substâncias proteicas em consequência do metabolismo alterado pela irrigação sanguínea insuficiente, por influência de temperaturas baixas, bem como metabólitos bacterianos que agem como alérgenos. O maleato de clorfeniramina possui um acentuado efeito antialérgico, impermeabiliza as paredes celulares e capilares e diminui edemas de mucosas. Sua ação direta sobre os receptores promove vasoconstrição, levando ao descongestionamento nasal e a redução da coriza. Cafeína ●Grupo farmacológico: A cafeína é um estimulante suave do SNC. ●Mecanismo de Ação: A cafeína é comumente utilizada associado aos analgésicos, com a intenção de aumentar a resposta terapêutica no tratamento, além de combater efeitos sedativos de outros PA (como a clorfeniramina). Ela parece exercer suas ações centrais e talvez também suas funções periféricas bloqueando os receptores adenosínicos. Dipirona monoidratada ●Grupo farmacológico: A dipirona é um anti-inflamatório nãoesteroidal. Assim como o paracetamol, o efeito antiinflamatório da dipirona é mínimo. ●Mecanismo de Ação: A dipirona apresenta atividade analgésica e antipirética/ antitérmica causada pela diminuição da síntese de prostaglandinas. Ela atua no SNC e perifericamente, inibindo a ciclooxigenase (COX), que é uma enzima fundamental para a produção de prostaglandinas, que por sua vez contribuem nos processos álgicos e pirético. Paracetamol ●Grupo farmacológico: O paracetamol é um anti-inflamatório não-esteroidal pertencente à classe dos derivados do paminofenol, com atividade analgésica e antipirética/ antitérmica ●Mecanismo de Ação: O paracetamol inibe a síntese das prostaglandinas a partir do ácido araquidônico por bloquear o sistema enzimático da Cicloxigenase (COX1 e COX2). As prostaglandinas, por sua vez, são mediadores inflamatórios que estão envolvidos no processo de geração e transmissão da dor, central e perifericamente, e também na regulação da temperatura corpórea, a nível central. Referências bibliográficas Disponível em: < https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/>. Acesso em 25 de Agosto. 2021. 6. Diferenciar conhecimento científico de senso comum (importância das Fontes) [MBE] Até a idade média a religião era quem determinava o que era verdade, e era quem possuía todas as explicações sobre todos os fenômenos. Atualmente a ciência ocupou o lugar da religião, e a religião passou a produzir verdades por adesão, ou seja, só as adere quem acredita nelas. A ciência busca a produção de verdades, e se a teoria em questão é confirmada de acordo com os procedimentos pertinentes ao conhecimento científico, tal teoria é tomada como uma verdade. O senso comum, por outro lado, é um conhecimento prático, produzido em nosso cotidiano, e é por meio dele que orientamos as nossas ações. O senso comum representa a experiência imediata, o conhecimento vulgar e as opiniões. Ou seja, tudo o que se precisa romper para se tornar possível o conhecimento científico, racional e válido. Senso Comum O senso comum, ou empirismo, é todo conjunto de conhecimento baseado em intuição, valores, crenças e experiências adquiridas durante a vida em sociedade. O senso comum é a sabedoria popular baseada em tentativas, erros e acertos, que é prolongada de geração a geração, mas que se modifica com o passar do tempo segundo a cultura na qual está inserida. Conhecimento Científico O conhecimento científico, por outro lado, é um conhecimento reflexivo, sistemático, analítico e lógico, cujas explicações embora não sejam verdades absolutas, possuem uma base muito maior do que a do senso comum, uma vez que ele é produzido através da aplicação do método científico, o que o torna passível de repetição por outros cientistas. O conhecimento científico ainda, pode ser utilizado para comprovar ou refutar conhecimentos do senso comum através de investigações detalhadas. O conhecimento científico sempre parte de uma dúvida, a partir da qual se desenvolve uma pesquisa que busque uma explicação contextualizada e embasada para sanar a dúvida e produzir um conhecimento. Referências bibliográficas Silva, S. A relação entre ciência e senso comum. Ponto Urbe. 2011. 7. Localizar a parte do córtex responsável pela percepção da dor e esquematizar a somatotopia. (ANATO) Localiza-se na área somestésica primária. Área somestésica primária (S 1) e a área da sensibilidade somática geral estão localizadas no giro pós-central, que corresponde às áreas 3, 1 e 2 de Brodmann. A área 3 localiza-se no fundo do sulco central, enquanto as áreas 1 e 2 aparecem na superfície do giro pós-central. Na área somestésica chegam radiações talâmicas que se originam nos núcleos ventral posterolateral e ventral posteromedial do tálamo e trazem, por conseguinte, impulsos nervosos relacionados a temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção consciente da metade oposta do corpo. Para representar essa somatotopia, Penfield e Rasmussen imaginaram um 'homúnculo sensitivo' de cabeça para baixo no giro pós-central. Referências bibliográficas MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007. 8. Citar os sinais flogísticos da inflamação. Diferenciar os tipos de inflamação e nomear a que a Júlia apresenta (patologia) DESTAQUES HISTÓRICOS Embora as características clínicas da inflamação tenham sido descritas em papiro egípcio datado em torno de 3.000 a.C., Celsus, escritor romano do primeiro século depois de Cristo, foi o primeiro a descrever os quatro sinais cardinais da inflamação: rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), ardor (calor) e dolor (dor). Esses sinais são os marcos clássicos da inflamação aguda. Um quinto sinal clínico – perda de função (functio laesa) – foi adicionado por Rudolf Virchow no século XIX. *Vale Salientar que sinais flogísticos correspondem a sinais cardinais A inflamação é o evento destinado a eliminar a causa inicial de uma lesão celular, bem como as células e tecidos necróticos que resultam dessa lesão, além de iniciar o processo de reparo. O processo de inflamação envia essas células e proteínas aos tecidos lesados ou necróticos, bem como aos invasores estranhos, como microrganismos, e ativa as células e moléculas recrutadas, que, então, funcionam de modo a eliminar as substâncias indesejadas ou nocivas Ela realiza sua função protetora diluindo, destruindo ou neutralizando os agentes nocivos (como toxinas). Sem inflamação, as infecções prosseguiriam sem controle e as feridas jamais cicatrizariam. Embora faça parte dos mecanismos de defesa contra grande número de agressões, em muitos casos ela própria pode também causar danos ao organismo. Agressões exógenas (físicas, químicas ou biológicas) ou endógenas (estresse metabólico) constituem o que se denominam agentes inflamatórios. Inflamação Aguda X Crônica ●Inflamação aguda é de início rápido e de curta duração (poucos minutos a poucos dias), e caracteriza-se pela exsudação de líquido e proteínas plasmáticas, além do acúmulo de leucócitos polimorfonucleares. ●Inflamação crônica é de duração mais longa (dias a anos) e é caracterizada pelo influxo de linfócitos e macrófagos com proliferação vascular associada e fibrose (cicatrização). *As duas formas básicas de inflamação podem se sobrepor, e muitas variáveis modificam seu curso e aspecto histológico. A inflamação que a paciente apresenta é a Rinite, ela pode ser classificada entre aguda ou crônica. Referências bibliográficas KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 9. Identificar se esses medicamentos fazem parte do RENAME e REMUME (PAPP) Neosoro, resfenol e benegrip RENAME: benegrip (estão presentes os princípios ativos) REMUME: nenhum dos medicamentos está presenteno REMUME de Presidente Prudente Referências bibliográficas Disponível em: < http://conitec.gov.br/images/Rename-2020-fin al.pdf>. Acesso em 25 de Agosto. 2021. Disponível em: < http://www.presidenteprudente.sp.gov.br/site/d ocumento/50633>. Acesso em 25 de Agosto. 2021. 10. Descrever o caminho de condução da dor (cabeça e membros), gustação e olfação (anatomia) Via de Sensibilidade Dolorosa É importante saber que a sensibilidade da cabeça é conduzida por nervos cranianos (representam o trajeto periférico das vias), enquanto a do restante do corpo por nervos espinais. Como o caso pede para descrever a via de dor nos membros, será explicada a dor que percorre os nervos espinais. A via de sensibilidade dolorosa dos membros segue o padrão clássico já descrito. O primeiro neurônio é pseudo-unipolar e está localizado em um gânglio espinal, ele emite um prolongamento periférico que fará sinapse com os nociceptores (receptores da dor) e um prolongamento central que chega na raiz posterior da medula espinal. Na medula se encontra o segundo neurônio, que faz sinapse com o prolongamento central do primeiro e emite um axônio até o tálamo por meio do trato espinotalâmico lateral. No tálamo, o terceiro neurônio faz sinapse com o trato e emite seu axônio para a área somestésica primária. *Não confundir prolongamento central do neurônio com trajeto central da via. É importante se atentar pois os tratos espinotalâmico laterais se cruzam antes de chegar no tálamo, com isso, estímulos dolorosos sentidos em um membro do lado esquerdo do corpo chegam à porção direita do tálamo. TRANSMISSÃO DOS SINAIS GUSTATÓRIOS PARA O SISTEMA NERVOSO CENTRAL A figura abaixo mostra as vias neuronais para a transmissão dos sinais gustatórios, da língua e região da faringe, até o sistema nervoso central. Impulsos gustatórios, oriundos dos dois terços anteriores da língua, passam, inicialmente, pelo nervo lingual e, então, pelo ramo corda do tímpano do nervo facial e, por fim, pelo trato solitário, no tronco cerebral. Sensações gustatórias, que se originam das papilas circunvaladas, na parte posterior da língua, e de outras regiões posteriores da boca e garganta, são transmitidas pelo nervo glossofaríngeo para o trato solitário, mas em nível mais posterior. Por fim, poucos sinais gustatórios são transmitidos da base da língua e de outras partes da região faríngea pelo nervo vago para o trato solitário. Todas as fibras gustatórias fazem sinapse nos núcleos do trato solitário no tronco cerebral. Esses núcleos contêm os neurônios de segunda ordem que se projetam para pequena área do núcleo ventral posteromedial do tálamo, situada ligeiramente medial às terminações talâmicas das regiões faciais do sistema da coluna dorsal-lemnisco medial. Do tálamo, neurônios de terceira ordem se projetam para a extremidade inferior do giro pós-central no córtex cerebral parietal, onde eles penetram na fissura silviana e na área insular opercular. Esta área se situa pouco mais lateral, ventral e rostral à área para os sinais táteis da língua, na área somática cerebral I. Fica evidente, por essa descrição das vias gustatórias, que elas cursam paralelamente às vias somatossensoriais da língua. Via de Sensibilidade Olfatória A via olfatória é diferente da via descrita anteriormente por alguns motivos. Essa via é composta por um receptor e apenas dois neurônios. Os primeiros neurônios dessa via são as células olfatórias, que são neurônios bipolares localizados na porção mais superior da cavidade nasal em um neuroepitélio. Os prolongamentos periféricos dessas células assumem a forma de cílios olfatórios, os quais atuam como quimiorreceptores graças a presença de receptores químicos sensíveis a substâncias odoríferas em sua membrana celular. Os primeiros neurônios fazem a transdução do estímulo odorífero em estímulo nervoso. Os prolongamentos centrais dos primeiros neurônios são amielínicos e, em conjunto, formam o primeiro par de nervos cranianos que recebe o nome de nervo olfatório. Os prolongamentos centrais atravessam a lâmina cribiforme e terminam no bulbo olfatório, onde fazem sinapse com o segundo neurônio. Os segundos neurônios são as células mitrais cujos dendritos fazem sinapse com os prolongamentos centrais dos primeiros neurônios nos glomérulos olfatórios. Essas células emitem axônios mielínicos que vão em conjunto formar o trato olfatório, o qual percorre o sulco olfatório e se divide em duas estrias, sendo que a estria olfatória medial termina na área olfatória primária (córtex olfatório) presente no uncus. Resumindo, os receptores são as células olfatórias, o trajeto periférico é o nervo olfatório, o trajeto central é o trato olfatório e a área de projeção cortical é a área olfatória primária, presente no uncus. Referências bibliográficas GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. 11. Descrever anatomicamente os órgãos e estruturas da gustação (língua e papilas) e sua inervação (anatomia) Língua A língua é o órgão muscular móvel recoberto por mucosa presente na cavidade oral e na parte oral da faringe. As principais funções da língua são auxiliar na fala e participar do processo de mastigação e deglutição. A língua tem duas faces, o dorso, que compreende a região superior e a posterior, e a face inferior da língua, que se encontra em contato com o assoalho da boca. No dorso da língua existe um sulco em forma de V chamado de sulco terminal da língua. A túnica mucosa da língua está bem fixada à musculatura, e ela é caracterizada pela presença de várias papilas linguais, que podem ser de quatro tipos. As papilas circunvaladas são grandes e planas, formam uma fileira em formato de V anterior ao sulco terminal. Ao redor de cada papila existe uma depressão profunda em formato circular. As papilas folhadas são pregas em forma de folha presentes nas laterais da língua que são pouco desenvolvidas em humanos. As papilas filiformes são longas, são as únicas que não apresentam receptores de sabor e, assim como as circunvaladas, se encontram em fileiras com forma de V paralelas ao sulco terminal (essas papilas estão na maior área da língua). Por fim, existem as papilas fungiformes que têm forma de cogumelo e estão dispersas entre as papilas filiformes. Inervação Todos os músculos da língua (exceto o palatoglosso) recebem inervação motora do nervo hipoglosso (NC XI I). Os 2/3 anteriores da língua apresentam sensibilidade geral (para temperatura e tato) garantida por um ramo do nervo facial que, por sua vez, é ramo do nervo trigêmeo (NC V). *Vale ressaltar que ramos do nervo vago (NC X) oferecem sensibilidade geral e especial para a porção da língua imediatamente anterior à epiglote. A sensibilidade especial (paladar) dos 2/3 anteriores da língua é garantida pelo nervo corda do tímpano, ramo do nervo facial (NC VI I). O terço posterior da língua é inervado pelo nervo glossofaríngeo (NC IX), o qual oferece sensibilidade geral e especial (paladar) a essa região da língua. *O NC V, NC VI I e NC IX são nervos mistos (motores e sensitivos), porém, o foco será dado apenas na porção sensitiva. Referências bibliográficas MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007. TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010. 12. Explicar a realização do exame físico das fossas nasais e o tratamento da epistaxe e seu maior local de ocorrência (PPM) EXAME FÍSICO Compreende a inspeção e a rinoscopia anterior e posterior. Inspeção. Analisa se a pirâmide nasal, para detectar dismorfias, distúrbios de desenvolvimento e desvios; sinais sugestivos de processos infecciosos: hiperemia, edema e abaulamento; presença de traço sobre o dorso nasal denominado “saudação alérgica” que pode estar presente em pacientes com rinite. Durante a inspeção, pode se observar a fáceis característica do respirador bucal (ausência de vedamento labial, encurtamento de lábio superior, eversão de lábio inferior, narinas estreitas, olheiras evidentes).Rinoscopia anterior. O exame das cavidades nasais é realizado com iluminação obtida por uma fonte de luz externa. Com um espéculo nasal apropriado e de tamanho adequado para cada paciente, promove se a lateralização da asa do nasal para permitir melhor visão do interior da cavidade nasal. Figura 24.1 Rinoscopia anterior de fossa nasal esquerda, em que é possível visualizar conchas nasais inferior e média. Observar: inferiormente, o assoalho da cavidade nasal e se há secreções ou lesões; lateralmente, a cabeça da concha inferior (coloração da mucosa, hipertrofia, degenerações polipoides), cabeça da concha média e meato médio (local em que ocorre drenagem das secreções provenientes dos seios frontal, maxilar e etmoidal anterior); medialmente, septo nasal (deformidades, perfurações, ulcerações e abaulamentos). Rinoscopia posterior. Com a língua relaxada, apoiada no assoalho da boca e assim mantida com auxílio de abaixador de língua, introduz se o espelho de laringe pequeno, previamente aquecido, em direção à parede posterior da orofaringe até ultrapassar os limites do palato mole (Figura 24.3). Avaliar as paredes da rinofaringe, as cóanas, a cauda da concha inferior, a porção posterior do septo nasal, o tamanho das tonsilas faríngeas e as tubas auditivas bilateralmente (exame de difícil realização em crianças e pacientes não colaborativos). Oroscopia. Durante a oroscopia no paciente com obstrução nasal, obervar o palato e avaliar características da mordida. Comum palato atrésico (ogival). (Figura 24.2B) Tratamento Medidas iniciais feitas pelo próprio paciente como o uso de vasoconstritor tópico nasal, compressão nasal direta e uso de compressas geladas, podem ser suficientes para controle dos casos de epistaxe leve. Caso o sangramento persista, o tratamento específico pode ser iniciado. Cauterização Se o ponto de sangramento for identificado, a cauterização química ou elétrica é o tratamento de escolha, com redução de morbidade e tempo de permanência no hospital. O uso de endoscópios nasais facilita a identificação de pontos de sangramento mais posterior. A cauterização química é habitualmente o tratamento de primeira escolha. Uma adequada anestesia nasal deve ser realizada para diminuir o desconforto do paciente. O nitrato de prata e o ácido tricloroacético parecem não diferir quanto à eficácia, porém o primeiro é mais bem tolerado pelo paciente e mais amplamente utilizado em estudos prévios. A cauterização é realizada inicialmente em uma pequena área ao redor do ponto sangrante, e só posteriormente na área central. Cauteriza-se a menor área possível, por poucos segundos (menos de 10 segundos) até a região ficar esbranquiçada. Cuidado para não deixar o medicamento escorrer e cauterizar áreas indesejadas. A cauterização elétrica é tão eficaz quanto a química e tem a vantagem de ser mais efetiva que esta quando existe sangramento ativo. Como desvantagem, pode causar desconforto maior ao paciente caso não tenha sido realizada anestesia eficaz. Ulceração e perfuração septal são complicações possíveis e com incidências semelhantes tanto na cauterização química quanto na elétrica. Local de maior intercorrência é no Plexo de Kiesselbach. Referências bibliográficas PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. PILTCHER, O.B. Rotinas em Otorrinolaringologia. São Paulo. Artmed, 2015. 13. Relacionar a importância da anamnese para diferenciar rinite sinusite e covid (PPM) A anamnese é importante a fim de que o diagnóstico seja preciso e consiga-se determinar a moléstia a qual o paciente possui, se uma boa anamnese não for realizada – existindo uma escuta de acolhimento e não um processo de triagem – muito provavelmente haverá um erro no diagnóstico daquele paciente. Assim, uma boa anamnese, aliada a um exame físico de qualidade nos permitirá realizar a diferenciação no diagnóstico de rinite, sinusite e covid. Hipótese diagnóstica e diagnóstico diferencial: rinite alérgica. Pode ter levado a sinusite devido a coloração amarelada da secreção e febre. Além disso, deve-se considerar Covid por estar em uma pandemia ou algum corpúsculo na cavidade nasal. A hipótese principal é rinite pelo contato com cachorro e poeira, e não descrever se teve contato com algum paciente com covid. Referências bibliográficas