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Mel: legislação e controle de qualidade Profa: Viviane Lansky Universidade Federal de Pernambuco Curso: Nutrição (2013.1) Disciplina: Bromatologia Produtos apícolas • Mel, geléia real, pólen apícola e própolis; • Mel → mais importante produto apícola do ponto de vista econômico, única forma concentrada de açúcar disponível. Mel • Tipo de mel mais conhecido e consumido → produto obtido pelas abelhas Apis mellifera, embora outras também produzam mel; • Matérias-primas: néctar das flores, exsudados vegetais ou excreções de insetos sugadores de plantas (pulgões e cochonilas). Mel • A matéria-prima é transformada pela ação das enzimas das abelhas e armazenada em alvéolos de cera para maturação. • O mel é um produto natural e bastante variável em coloração, aroma, teor de umidade, composição de açúcares, minerais e outros componentes. Mel – Legislação • Produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores, das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Legislação • CLASSIFICAÇÃO 1. Por sua origem: a) Mel floral: é o mel obtido dos néctares das flores. Pode ser unifloral ou monofloral (proveniente de flores de uma mesma família) e multifloral ou polifloral. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Legislação b) Melato ou mel de melato: é o mel obtido principalmente a partir de secreções das partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que se encontram sobre elas. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Legislação • CLASSIFICAÇÃO 2. Segundo o procedimento de extração do favo: a) Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados, sem larvas. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Legislação b) Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos, sem larvas. c) Mel centrifugado: é o mel obtido por centrifugação dos favos desoperculados, sem larvas. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Legislação • CLASSIFICAÇÃO 3. Segundo sua apresentação e/ou processamento: a) Mel: é o mel em estado líquido, cristalizado ou parcialmente cristalizado. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Legislação b) Mel em favos ou mel em secções: é o mel armazenado pelas abelhas em células operculadas de favos novos, construídos por elas mesmas, que não contenha larvas e comercializado em favos inteiros ou em secções de tais favos. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Legislação c) Mel com pedaços de favo: é o mel que contém um ou mais pedaços de favo com mel, isentos de larvas. d) Mel filtrado: é o mel que foi submetido a um processo de filtração, sem alterar o seu valor nutritivo. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Composição • O mel é uma solução concentrada de açúcares com predominância de glicose e frutose. • Contém mistura complexa de outros HC, enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, minerais, substâncias aromáticas, pigmentos e grãos de pólen podendo conter cera de abelhas procedente do processo de extração. Mel – Composição AÇÚCARES • Responsáveis por alta viscosidade, densidade, higroscopicidade, valor energético e eventual cristalização. • Glicose e frutose (85-95%), sacarose e outros dissacarídeos. Mel – Composição UMIDADE • Segundo componente de maior [ ]; • Méis de Apis mellifera podem conter máx de 20% de umidade; • Pode influenciar no sabor, palatabilidade, viscosidade e peso específico do mel. Mel – Composição ENZIMAS • Importantes para formação e caracterização do mel. • Invertase (ação sobre o néctar coletado produzindo o açúcar invertido – ação contínua até maturação do mel – aumenta resistência a fermentação). Mel – Composição ÁCIDOS • Representam 0,5% dos sólidos; • Efeito determinante no flavor e estabilidade do mel frente a deterioração. • Maior quantidade: ácido glicônico (70-90%) Mel – Composição HIDROXIMETILFURFURAL (HMF) • Produto da decomposição de hexoses em meio ácido; • Componente natural do mel, porém seu valor é aumentado em ↑T°C – indica superaquecimento, longa estocagem ou adulteração; perda de valor nutritivo. Mel – Composição PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS • Origem vegetal ou animal; • Prolina (glândulas salivares da abelha) – maiores concentrações (0,2-2,8%) – usada para identificar maturidade do mel. Mel – Composição MINERAIS E VITAMINAS • Concentração de minerais varia de 0,02-1%; contribuem para a cor; • Vitaminas do complexo B, C e D estão presentes em baixas [ ], porém facilmente assimiláveis. Mel – Características sensoriais COR • Varia de quase incolor a pardo-escura; • Méis mais claros são mais aceitos pelo consumidor. • Usa-se a escala Pfund para determinar a cor do mel. • Escala Pfund: baseia-se na leitura da densidade óptica do produto (espectrofotometria). ////////////////////////////////////////////// Mel – Características sensoriais SABOR E AROMA • Característicos de acordo com a sua origem. • Méis claros apresentam sabor mais suave. Mel – Características sensoriais CONSISTÊNCIA • Variável de acordo com o estado físico em que o mel se apresenta: • Líquida, cremosa ou cristalizada (total ou parcial). Mel – Controle de qualidade ADITIVOS • É expressamente proibida a utilização de qualquer tipo de aditivos. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Controle de qualidade CONTAMINANTES • Os contaminantes orgânicos e inorgânicos não devem estar presentes em quantidades superiores aos limites estabelecidos pelo Regulamento Técnico correspondente. IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Controle de qualidade CONTAMINANTES • Antibióticos - cloranfenicol (tto e prevenção de doenças nas abelhas); • Metais pesados – Cr, As, Pb e Cd (ocorrência natural no solo ou práticas de apicultura adotadas). Mel – Controle de qualidade OBTENÇÃO DO MEL • O mel pode conter quantidade anormalmente alta de impurezas, caso seja extraído sem os cuidados necessários de higiene ou caso não sofra decantação no tempo recomendado. Mel – Controle de qualidade ARMAZENAMENTO DO MEL • O armazenamento inadequado pode acarretar aumento da umidade, com possibilidade de fermentação, e inúmeras alterações quando feito em T°C elevadas. Mel – Controle de qualidade FRAUDES • Aquecimento excessivo – para filtração ou para eliminar contaminação microbiana; • Adição de açúcares (sacarose, açúcar invertido, xarope de glicose); • Adição de acidulantes – para evitar fermentação de méis com alta umidade. Mel – Métodos de análise IN n° 11, de 20 de outubro de 2000 Mel – Controle de qualidade AÇÚCARES REDUTORES • Método titulométrico de Fehling. • Méis de néctar devem conter mín de 65% • Méis de melato devem ter mín de 60% • [ ] inferiores podem indicar adição de sacarose. Mel – Controle de qualidade UMIDADE • Método indireto: obtém-se o índice de refração do mel a 20°C, que é convertido a teor de umidade através de uma tabela de referência. • Umidade máx deve ser de 20%. • Umidade alta: mel verde ou incorretamente armazenado. Mel – Controle de qualidade SACAROSE APARENTE • Determinação de açúcares totais do mel, como açúcares redutores, após hidrólise ácida; • A diferença entre a [ ] de açúcares totais e redutores informa a [ ] de açúcares não- redutores (% de sacarose); • Máx de 6% para méis de néctar e 15% para méisde melato. Mel – Controle de qualidade SÓLIDOS INSOLÚVEIS EM ÁGUA • Determinação gravimétrica dos sólidos insolúveis por meio de filtração do mel diluído com água a 80°C em cadinhos de placa porosa. • Máx de 0,1%. Mel – Controle de qualidade MINERAIS (CINZAS) • Método gravimétrico de incineração em mufla a 600°C. • Máx deve ser de 0,6% para méis de néctar e 1,2% para méis de melato. • Excesso pode indicar presença de impurezas por falta de higiene ou não decantação antes do envase. Mel – Controle de qualidade ACIDEZ • Determinada por titulação com NaOH até ponto de equivalência. • Máx deve ser de 50 mEq/kg. • Acidez além do permitido indica adição de acidulantes ou adição de açúcares obtidos por hidrólise ácida (açúcar invertido, xarope de glicose). Mel – Controle de qualidade HIDROXIMETILFURFURAL (HMF) • Determinação pelo método espectrofotométrico na região do UV. • Máx de 60 mg/kg. • [ ] maiores indica armazenamento em T inadequada ou aquecimento inadequado. • Xarope de glicose e açúcar invertido contém [ ] altas de HMF. Mel – Controle de qualidade ATIVIDADE DIASTÁSICA • Determinada através de uma solução tamponada de amido-mel, que fica incubada até um ponto final específico, cujo tempo é determinado por uma reação colorimétrica. • O resultado é expresso em n° de diastase (DN). • O DN deve ser maior que 8. Entre 8 e 3, verificar o teor de HMF. DN < 3, impróprio.
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