Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Priscilla Finotelli OS PROPÓSITOS DA MICROENCAPSULAÇÃO EM ALIMENTOS Departamento de Produtos Naturais e Alimentos Faculdade de Farmácia microencapsulação modelo celular histórico � 1954 - primeiro produto com material microencapsulado. Empresa norte-americana National Cash Register. Comercializou um papel de cópia sem carbono. Esse papel recebia uma fina camada de microcápsulas, liberando a tinta incolor que, ao entrar em contato com o reagente, tornava-se colorida, produzindo em outra folha uma cópia idêntica ao que estava sendo escrito no primeiro papel. � Anos 50 - primeiras pesquisas na área farmacêutica. Universidade de Wiscosin (EUA). � Anos 60 - área de alimentos. Instituto de Pesquisas Southwest (EUA). Microencapsulação de óleos essenciais para prevenir a oxidação e a perda de substâncias voláteis e controlar a liberação do aroma. definição A microencapsulação é definida como a tecnologia do empacotamento de materiais sólidos, líquidos e gasosos, em miniaturas, lacrados em cápsulas que podem liberar seus componentes a velocidades controladas em condições específicas. Essas embalagens em miniaturas, que são chamadas de microcápsulas, podem variar de ‘sub-micron’ a alguns milímetros de tamanho e são idealmente esféricas; entretanto a estrutura é fortemente influenciada pela estrutura do material original. O material encapsulante é denominado “casca” ou material de parede, enquanto o encapsulado é chamado de material ativo ou fase interna (DZIEZAK, 1988). propriedades • Estabilidade do material ativo • Proteção de materiais instáveis e compatibilidade nos sistemas • Ocultação de propriedades sensoriais indesejadas • Controle da liberação •Biodisponibilidade material ativo Materiais relacionados à indústria de alimentos que podem ser microencapsulados são: acidulantes, aminoácidos, bases, corantes, óleos comestíveis, enzimas, óleos essenciais, leveduras, microorganismos, minerais, sais, açúcares e vitaminas. micro x nano E n t e r ó c i t o Lúmen Corrente sanguínea Micropartículas Nanopartículas Liberação e absorção Silva et al, 2003 Matriz Núcleo Spray dryer: tecnologia de produção mais viável em alimentos modelos modelos “spray-drying” de água Gotas de solução contendo material encapsulante dissolvido Agente ativo (volátil) Partícula sólida com volátil retido (microesfera) Formação de uma crosta sólida (barreira seletiva) Ar quente H2O de água H2O H2O H2O Evaporação Crosta sólida “spray-drying” microencapsulação de vitamina antioxidante Ácido ascórbico 2. Caracterização das microcápsulas - Rendimento - Morfologia - Tamanho - Estabilidade do ativo 1. Produção de microcápsulas Condições de operação: Temperatura de entrada- 190oC; Temperatura de saída- 90oC; Vazão do líquido- 20 mL/min; Pressão ar- 6 bar; � do bico atomizador- 0,3 mm Matriz Encapsulante: Maltodextrina e Capsul 10% vit C + 90% capsul 20% vit C + 80% capsul 10% vit C + 45% capsul + 45% maltodextrina 10% vit C + 90% maltodextrina 20% vit C + 80% maltodextrina 20% vit C + 40% capsul + 40% maltodextrina microencapsulação de vitamina antioxidante Material de parede ideal necessita: - ser emulsificante; - ser bom formador de filme; - ter baixa viscosidade com altos níveis de sólidos; - apresentar alta higroscopicidade; - favorecer a adequada liberação do conteúdo quando reconstituído no produto final; - apresentar sabor suave e estável durante o armazenamento; - dar proteção ao produto encapsulado; - ser econômico; - ser insolúvel e - não reativo com o material interno. matriz de encapsulação Os principais materiais de parede utilizados são: - carboidratos: amido, maltodextrinas, sacarose e ciclodextrinas; - celulose: carboximetilcelulose e derivados; - gomas: arábica, agar; - lipídeos: ceras, parafina e ácidos graxos; - proteínas: glúten, caseína, gelatina e outros e - materiais inorgânicos: sulfato de cálcio, silicatos, argila. matriz de encapsulação matriz de encapsulação • Concentrado proteico de ervilha (PPC) Pisum sativum Vicilina Emulsificante, gelificante, formadora de filmes rígidos. métodos de encapsulação Fonte: South.Res. Inst. (1991); Shahidi e Han (1993); Desai e Park (2005); e Madene et al. (2006). JOURNAL OF FOOD SCIENCE Vol. 71, Nr. 9, 2006 R112 emulsão coacervação inclusão em ciclodextrina Fármaco Hidrofóbico Complexo solúvel β-Ciclodextrina Ácido �-D-manurônico (M) Ácido -L-gulurônico (G) alginato microcápsulas de alginato contendo nanopartículas magnéticas para liberação controlada de insulina Campo Magnético 2FeCl3 + FeCl2 + 8NH4OH ���� Fe3O4 + 8NH4Cl + 4H2O 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0 10 20 30 Tempo (horas) C o n c e n t r a ç ã o A c u m u l a t i v a d e I n s u l i n a ( m g / m L ) controle campo Moléculas de enzimas ficam retidas na rede tridimensional de um polímero insolúvel na água. Aprisionadas no interior de microcápsulas delimitadas por uma membrana semipermeável. Poros são suficientemente pequenos > para impedir difusão de macromoléculas > sufucientemente largos para permitir a passagem do substrato e dos produtos da reação. aplicações imobilização de enzimas � ENZIMAS Imobilizadas – Reutilização – Maior estabilidade (faixas mais amplas de pH e temperatura) – Menor interferência de inibidores e/ou ativadores aplicações imobilização de enzimas Utilização : Indústria famacêutica (cosmético ou colorante) e na indústria alimentícia. aplicações microencapsulação ômega 3 aplicações microencapsulação ômega 3 � Proteção contra oxidação; � Proteção contra sabor e odor indesejáveis; � Evitar que a temperatura induza a polimerização; � Fácil uso na forma de pó; � Aumenta tempo de prateira; � Controle sobre as propriedades de liberação; � Pode ser aplicado em uma vasta gama de produtos. aplicações corantes - estabilização do pigmento em relação à luz - produção de diferentes tonalidades da cor - redução da perda de cor aplicações probióticos e simbióticos Simbióticos Utilização combinada de microrganismos probióticos substâncias não digeríveis prebióticas (que beneficiam a saúde do hospedeiro e/ou estimulam atividade de um ou mais microrganismos probióticos) de modo a potencializar o seu efeito. Como aplicar probióticos e simbióticos? aplicações probióticos e simbióticos Existem dois modos possíveis: → Culturas puras → Microencapsulados � útil em grande escala � microrganismos viáveis durante mais de 10 anos Problemas da microencapsulação: → Manter a viabilidade e atividade dos microrganismos após a secagem Solução: → Adicionar açúcares durante o processo de secagem para proteger os microrganismos aplicações alimento em pó Obtenção de Hidrolisado Protéico de Carne em Pó e Microencapsulado Kil Jin Park, Mirian Dupas Hubinge, Louise Emy Kurozawa, Graziella Colato Antonio, Renata Valeriano Tonon Faculdade de Engenharia Agrícola 1) Condimento; 2) Suplemento para alimentos que requeiram grande quantidade de proteína; 3) Alimento funcional. O sabor amargo é o principal problema de hidrolisados protéicos (aminoácidos hidrofóbicos). A microencapsulação é a técnica usada para mascarar esse efeito. aplicações flavor � melhorar a estabilidade química de compostosde flavor; � promover uma liberação controlada dos flavors em produtos; � promover a formação de pó, melhorando propriedades de manuseamento; � proteção física dos voláteis. http://www.bio.tottori-u.ac.jp/~kogaku/Thesis/Thesis0405/apinan.pdf aplicações flavor http://www.bio.tottori-u.ac.jp/~kogaku/Thesis/Thesis0405/apinan.pdf Ácidos: Dziezak (1988) reportou que a encapsulação de acidulantes como os ácidos ascórbico, cítrico, fumárico e lático normalmente é realizada para evitar a oxidação e permitir que os mesmos sejam dissolvidos em condições específicas de temperatura. Edulcorantes: os edulcorantes são microencapsulados objetivando diminuir a higroscopicidade (DZIEZAK, 1988), aumentar a fuidez, a resistência a altas temperaturas e prolongar a sensação de doçura (JACKSON e LEE, 1991). aplicações IPT pesquisadora do IPT desenvolve produto para fortificação da farinha de trigo e milho Difusão do ativoErosão da matriz mecanismos de liberação � Fraturação: O material de parede - rompido por forças externas (pressão, corte) ou por forças internas (material de parede com permeação seletiva). Ex: Cápsulas feitas a partir lipídios Mastigação - o processo mecânico de liberação mais utilizado. Incorporação de um agente “inchante” ou por método eletromagnético. O mecanismo de fraturação é efetuado em um tempo relativamente curto sob condições controladas, comparado com outros mecanismos. mecanismos de liberação � Difusão: Membrana semipermeável. Processo de difusão controlada. A difusão - processo de permeação que ocorre por um gradiente de concentração ou por forças atrativas entre cadeias. A difusão - do tamanho, forma, polaridade da molécula penetrante, forças atrativas entre cadeias, cristalinidade, grau de “cross-linking”. mecanismos de liberação � Dissolução ou aquecimento: A integridade do material de parede - destruída por dissolução em solvente apropriado ou por tratamento térmico. Umidade no sistema. Liberação térmica - cápsulas feitas com lipídios. � Biodegradação: Se o material de parede apresenta um mecanismo próprio de degradação. Lipídios podem ser degradados por lipases. mecanismos de liberação 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 Tempo (min) Q u a n t . d i s s . ( % ) AA livre PPC PPC/M CMC CMC/M Liberação do ácido ascórbico (AA) microencapsulado em matrizes de concentrado protéico de ervilha (PPC) e carboximetilcelulose (CMC), com e sem adição de maltodextrina (M), em meio gástrico. Velocidade de liberação: Ordem zero - ocorre quando o material interno é uma substância pura que pode ser liberada através da “casca” do reservatório da microcápsula. Meia-ordem - geralmente ocorre em “partículas matrizes”. Primeira ordem - ocorre quando o material interno é uma solução. tempo liberação Propriedades do material de parede Densidade, cristalinidade, orientação, solubilidade, nível de plasticidade, “cross- linking”, pré-tratamentos Propriedades das cápsulas Tamanho, espessura da parede, configuração, conformidade, camada de revestimento, pós-tratamento Parâmetros experimentais Temperatura, pH, umidade, solvente, ação mecânica, pressão parcial diferencial (interna ou externa) liberação matriz de encapsulação x liberação Fonte: Adaptado de Southwest Research Institute (1991). matriz de encapsulação x liberação conclusão MICROENCAPSULAÇÃO tecnologia inovadora e limitada apenas pela imaginação, pouco explorada comercialmente na área de alimentos alternativa viável para solucionar dificuldades na incorporação de alguns ingredientes e aditivos em alimentos. aprimorar e otimizar as técnicas e identificar materiais de parede ideais Obrigada pela atenObrigada pela atençção!ão! pfinotelli@gmail.compfinotelli@gmail.com
Compartilhar