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Injúria Renal Aguda e Doença Renal Crônica Jessica Vieira de Oliveira Residência de fisioterapia no cuidado ao paciente nefropata - HCFMUSP- Introdução A importância dos rins muitas vezes só se tornam evidentes quando se observam as consequências da perda de suas funções, principalmente de forma abrupta. Embora seu funcionamento seja silencioso e pouco glamourizado pelas pelas mídias ou pela arte, os rins desenvolvem funções essenciais, tão indispensáveis a vida como as do fígado, pulmão e coração. (Zatz, 2011) Funções ✓ Regulação da osmolaridade e dos fluidos corporais; ✓ Regulação do equilíbrio eletrolítico; ✓ Regulação do equilíbrio ácido-base; ✓ Excreção de metabólitos e substâncias exógenas; ✓ Produção e secreção hormonal; ✓ Neoglicogênese; ✓ Regulação da pressão arterial. (Zatz, 2011) Definição - Síndrome caracterizada pela queda rápida (horas ou dias) da taxa de filtração glomerular (TFG). Caracteriza-se clinicamente, pela presença de anúria ou oligúria, com elevação das taxas de uréia e creatinina. É um distúrbio reversível, porém com alta mortalidade associada, principalmente no ambiente hospitalar (5% dos pacientes em UTI desenvolvem IRA) e a prevalência de sepse nesses pacientes é alta. Estima-se que a cada ano cerca de 2 milhões de pessoas morrem de IRA. Aqueles que sobrevivem à IRA têm um maior risco para o desenvolvimento posterior de DRC. Injúria renal aguda (IRA) (Costa e Yu, 2016; LI; BURDMANN; MEHTA, 2013) IRA pré-renal: 2. Diminuição da volemia arterial efetiva - ICC (chagas, valvulopatias); Hipoalbuminemia (síndrome nefrótica, doença hepática avançada, desnutrição); peritonites; vasodilatação periférica (hipotensão arterial, choque, sepse, síndrome hepatorrenal, uso de vasodilatadores, choque anafilático). 3. Diminuição aguda do débito cardíaco - Infarto do miocárdio, trauma, tamponamento cardíaco. 1. Hipovolemia - perdas gastrintestinais (vômitos, diarréia); Perdas renais: nefropatias perdedoras de sal, uso de diuréticos, diurese osmótica; queimaduras;hemorragias; ingestão inadequada de líquidos. Classificação (Zatz, 2011) IRA renal Classificação 1. Necrose tubular aguda (NTA): isquêmia, tóxica; 2. Nefrite intersticial aguda (NIA): reação alérgica a medicamentos, infecções (pielonfrites), infiltração; 3. Doenças vasculares: inflamatórias (vasculites), microangiopaticas; 4. Glomerulopatias: Glomerulonefrite pós-infecciosa, GN rapidamente progressiva; 5. Sepse: Síndrome da resposta inflamatória sistemica. (Zatz, 2011) Classificação IRA pós-renal 1. Ureteral e pélvica - Obstrução intrínseca (coágulos e infecções); Obstrução extrínseca (tumores, fibrose, cálculos). 2. Vesical - Cálculos, coágulos, carcinoma, bexiga neurogênica. 3. Uretral - Estreitamento, fimose hipertrofia prostática benigna, adenocarcinoma prostático. (Zatz, 2011) Classificação (TFG) (Denizarde, 2017) Diagnóstico IRA Fluxo urinário <400mL/dia Cr: >1,5mg/dL Anamnese e exame físico Ultrassonografia renal Diferenciar pré-renal e renal. Biópsia renal (Zatz, 2011) Biópsia renal Percutânea ou cirúrgica - A mais utilizada é a percutânea. Quando é realizada? Quando os dados clínicos-laboratoriais não são suficientes para dar um diagnóstico específico. Indicada apenas em casos selecionados. Estes incluem a causa desconhecida para o quadro, evolução atípica e/ou prolongada, suspeita de nefrite intersticial, necrose cortical, doença ateroembólica, glomerulonefrites agudas ou rapidamente progressivas e vasculites. -Apesar de invasiva é considerada de pouco risco. -Risco de sangramento e de piora da função renal. -Repouso absoluto de no mínimo 6hs, após esse período é relativo. Diretrizes da Sociedade Brasileira de nefrologia, 2007. Tratamento (IRA) Visa otimizar rápida e adequadamente o volume intravascular e o débito cardíaco, evitar agressão isquêmica adicional aos rins, assim como evitar o excesso de volume. ➢ Atenção no drogas e substâncias nefrotóxicas ➢ Controle da hipervolemia ou hipovolemia, hiponatremia e da hipercalemia, nutrição adequada e prevenção de infecções ➢ Diuréticos de alça* ➢ Diálise (Zatz, 2011) Doença Renal Crônica (DRC) (Sociedade Brasileira de Nefrologia): - Lesão presente por um período igual ou superior a 3 meses, definida por anormalidades estruturais ou funcionais do rim, com ou sem diminuição da filtração glomerular, evidenciada por anormalidades histopatológicas ou de marcadores de lesão renal, incluindo alterações sanguíneas e urinárias ou ainda de exames de imagem. - FG <60 mL/min/1,73 m2 por um período igual ou superior a três meses com ou sem lesão renal. INSIDIOSA - PROGRESSIVA - INEXORÁVEL (BASTOS; BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010) Classificação Nº de pacientes em hemodiálise em 10 anos Estima-se 10 milhões de brasileiros com DRC. 122.000 paciente mantidos em Diálise 48.000 transplantados renais Principais causas: HAS, DM e IDADE Elevada morbidade e mortalidade. Doença subdiagnosticada -A taxa de mortalidade no pacientes em diálise é de 17%. -A grande maioria dos pacientes falecem sem sequer ter acesso a essa terapia, por falta de diagnóstico. (Romão Junior JE. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Braz. J. Nephrol. (J. Bras. Nefrol.) 2004.) Grupos de risco - DRC - Hipertensos - Diabéticos - Idosos - Doenças cardiovasculares - Familiares de pacientes com DRC - Pacientes em uso de medicações nefrotóxicas Todo paciente pertencente a grupos de risco para DRC deve ser submetido a exames anuais para averiguar a presença de lesão renal e para estimar o nível de função renal glomerular por meio da determinação do RFG, para o devido controle e prevenção da DRC. (BASTOS; BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010) Diagnóstico DRC Diagnóstico diferencial da IRA (Romão Junior JE, 2004.) Tratamento DRC ● Programa de promoção à saúde e prevenção primária (grupos de riscos para DRC) ● Identificação precoce da disfunção renal (Diagnóstico da DRC) ● Detecção e correção de causas reversíveis da doença renal ● Diagnóstico etiológico (tipo de doença renal) ● Definição e estadiamento da disfunção renal ● Instituição de intervenções para retardar a progressão da doença renal crônica ● Prevenir complicações da doença renal crônica ● Modificar comorbidades comuns a estes pacientes ● Planejamento precoce da terapia de substituição renal (TSR) (Romão Junior JE. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Braz. J. Nephrol. (J. Bras. Nefrol.) 2004.) Tratamento DRC Retardar progressão Prevenir complicações Modificar comorbidades Preparo para TRS Inib. SRAA Desnutrição Cardiopatia Educação Controlar HAS Anemia Vasculopatia Escolha da TRS Controlar Glicemia Osteodistrofia Neuropatia Acesso Reduzir proteinúria Alterações eletrólitos Dislipidemia Tx “direto” Restrição protéica Acidose Retinopatia Início da TRS (Romão Junior JE. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Braz. J. Nephrol. (J. Bras. Nefrol.) 2004.) Antes tarde do que nunca... Obrigada!
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