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PRINCÍPIOS DE OURO DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AO TRAUMATIZADO Enfermeiro Dolgleani Peixoto Mina Fábrica PRINCÍPIOS DE OURO DO ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR AO TRAUMATIZADO • Princípios que norteiam o socorrista, a fim de que o atendimento seja de qualidade, rápido e seguro tanto para a equipe quanto para a vítima, sendo que cada minuto que passa, vale ouro para o atendimento à vítima. • Trata-se de uma sequência de eventos que visam acelerar o acesso do paciente ao hospital de trauma de forma segura, sem agravar mais suas lesões. 1°GARANTIR A SEGURANÇA DOS SOCORRISTAS E DA VÍTIMA • Os profissionais que atendem a ocorrência devem lembrar-se de que a segurança da cena deve ter prioridade máxima, não incluindo apenas a segurança da vítima, mas também da equipe. 2°AVALIAR A SITUAÇÃO PARA DETERMINAR Á NECESSIDADE DE RECURSOS ADICIONAIS • A caminho do local e logo na chegada deve-se fazer uma avaliação rápida para determinar os recursos necessários para o atendimento a ocorrência. • Ex. A necessidade de outra equipes envolvidas, devido ao número de vítimas; • Auxilio dos equipes externas ou unidades de suportes avançados; • Remoções aéreas; • Pessoas habilitadas e treinadas para desligamento de redes elétricas. 3° RECONHECER A CINEMÁTICA ENVOLVIDA NAS LESÕES • Ao aproximar-se do cenário, o profissional deve avaliar o mecanismo do trauma. Esta compreensão auxilia no atendimento a vítima. • Exemplos: • Se houve colisão lateral, frontal, traseira ou capotamento; • Se há óbito no local • Se estavam usando cinto de segurança; • Se o pára-brisa do veiculo esta com alguma marca. * Depois destas avaliações você terá melhor condições de iniciar o atendimento e encaminhar as vítimas para hospital específico de acordo com as lesões. 4°RECONHECER AS LESÕES GRAVES NO EXAME PRIMÁRIO • Este exame rápido permite que as funções sejam rapidamente avaliadas e as condições com risco de vida identificada por meio de avaliação sistemática de vias aéreas, ventilação, circulação, estado neurológico e exposição/controle do ambiente. 5°CUIDAR DAS VIAS AEREAS MANTENDO A COLUNA CERVICAL ESTABILIZADA • Neste procedimento deve-se procurar por sinais de obstrução das vias respiratórias causadas por corpo estranho, fraturas faciais, mandibular, traqueal ou laríngea. • Ao mesmo tempo devemos proteger a coluna cervical, evitando movimentos na região cervical. • Em vítima de trauma, a cabeça nunca deve ser hiperestendida, hiperfletida ou rotacionada, pois um exame neurológico normal não exclui lesão a este nível. 6° SE NECESSÁRIO PROVIDENCIAR SUPORTE VENTILATÓRIO E OFERECER OXIGÊNIO PARA MANTER SATO2 SUPERIOR A 95% • A avaliação e o tratamento da ventilação é um aspecto fundamental do atendimento ao traumatizado grave, a frequência ventilatória normal de um adulto é de 12 a 20 incursões respiratórias por minuto. • Frequências respiratórias baixas interferem na capacidade de troca gasosa, causando redução de oxigênio nos tecidos, levando a vítima a um quadro hipoxemico. • De acordo com o protocolo interno “Resgate” o profissional poderá iniciar a administração de oxigênio sem a prescrição médica quando a saturação medida no oxímetro for inferior a 92% ou em parada cardiorrespiratória (PCR). Detalhes da ITEM03 no próximo slide 7°REALIZAR O CONTROLE DA HEMORRAGIA EXTERNA • No traumatizado, toda hemorragia significativa externa requer atenção imediata. Lesões de extremidades e ferimentos no couro cabeludo como lacerações e avulsões parciais, podem levar a perda de sangue com risco de vida. • A maioria das hemorragias externas é controlada através de aplicação de pressão direta no ponto do sangramento. • Se a pressão direta não controlar a hemorragia de uma extremidade, existem outras opções: elevação do membro afetado (desde que não haja fratura ou luxações), e a compressão nos pontos de pressão (trajetos arteriais). 8° REALIZAR A MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA NORMAL DA VÍTIMA • A hipotermia compromete drasticamente o funcionamento do sistema de coagulação. O sangue coagula como resultado de uma complexa séries de reações enzimáticas que levam a formação de matriz de fibrina que aprisiona as hemácias e interrompe o sangramento. • A queda da temperatura abaixo de 35°C pode contribuir significamente para o desenvolvimento de coagulopatia (redução da capacidade de formação de coágulo). 9° CONSIDERAR USO DE CALÇA PNEUMÁTICA NOS PACIENTES COM CHOQUE DESCOMPENSADO (PAS>90mmHg) E SUSPEITA DE FRATURA PÉLVICA, HEMORRAGIA INTRAPERITONEAL OU RETROPERITONEAL NOS PACIENTES COM HIPOTENSÃO GRAVE (PAS<60 mmHg) • Este procedimento é indicado quando o acidentado tiver suspeita de fratura pélvica ou hemorragia intraperitoneal ou retroperitoneal. • A aplicação e a insuflação de calça pneumática antichoque (PASG) pode reduzir ou mesmo tamponar graves sangramentos internos. • Não e indicado se houver ferimentos penetrante de tórax, evisceração de órgãos abdominais, gravidez e na PCR traumática. 10° Manter estabilização da coluna até que o paciente esteja imobilizado em prancha longa • A imobilização adequada de coluna implica a imobilização desde a cabeça até a pelve. 11°Quando se tratar de traumatizados graves, iniciar transporte para o hospital apropriado mais próximo dentro de 10 minutos após a chegada ao local • A preocupação do socorrista em gastar o menor tempo possível no local com acidentado em estado grave, não deve ser confundida com a mentalidade de ‘carregar e correr”. • Em vez disto o PHTLS advoga uma filosofia de intervenção limitada no local, em foco na avaliação rápida para identificar as lesões com risco de vida e na execução de intervenções que possam realmente melhorar o prognóstico do doente. 12° A caminho do hospital iniciar a reposição de volume com soluções aquecidas • O início do transporte de um paciente grave nunca deve ser atrasado para conseguir acesso venoso e repor volume. • O acesso venoso deve ser obtido rapidamente, a opção inicial deve recair sobre a inserção de dois cateteres venosos de grosso calibre. • A solução deve ser aquecidas para auxiliar na prevenção de hipotermia. • O acidentado deve ser reavaliado com frequência, o profissional deve estar atendo a evolução dos sinais clínicos. 13° Uma vez adequada, tratadas ou descartadas as lesões com risco de vida, obter o histórico da vítima e realizar o exame secundário. • O exame secundário é sistemático, sentido cefalocaudal. • Começando pelo SAMPLE (Sinais e Sintomas; Alergias, Medicamentos, Passado médico, Líquidos e Sólidos e Eventos Associados) e o DFAFI. D - deformidade Fa - ferimentos abertos F - flacidez I – inchaço 14°Acima de tudo não causar mais dano • O socorrista ao cuidar de um traumatizado grave deve se perguntar se as suas intenções no local e durante o transporte irão beneficiar o paciente. • Vale lembrar o conceito de NEGLIGÊNCIA: – A não observação de técnicas adequadas ou protocolos e que provoque agravamento ou lesões adicionais é considerado negligência. – A negligência envolve: – Omitir socorro quando há obrigatoriedade implícita à função; – Prestar socorro com qualidade de atendimento inferior à que seria possível; – Provocar lesões adicionais Referências • PHTLS – Prehospital Trauma Life Support 5° ed. • Protocolo e Instruções Técnicas Resgate • Elaborado Enf. Dolgleani Peixoto • Coren – MG 209.884