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04 Abril Princípios de ouro atendimento pré hospitalar enf Dolgleani

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PRINCÍPIOS DE OURO DO 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
AO TRAUMATIZADO 
 
 
 
Enfermeiro Dolgleani Peixoto 
Mina Fábrica 
PRINCÍPIOS DE OURO DO ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR AO TRAUMATIZADO 
 
• Princípios que norteiam o socorrista, a fim de que o atendimento 
seja de qualidade, rápido e seguro tanto para a equipe quanto 
para a vítima, sendo que cada minuto que passa, vale ouro para o 
atendimento à vítima. 
• Trata-se de uma sequência de eventos que visam acelerar o 
acesso do paciente ao hospital de trauma de forma segura, sem 
agravar mais suas lesões. 
1°GARANTIR A SEGURANÇA DOS 
SOCORRISTAS E DA VÍTIMA 
• Os profissionais que atendem a ocorrência devem lembrar-se de que a 
segurança da cena deve ter prioridade máxima, não incluindo apenas a 
segurança da vítima, mas também da equipe. 
2°AVALIAR A SITUAÇÃO PARA DETERMINAR Á 
NECESSIDADE DE RECURSOS ADICIONAIS 
• A caminho do local e logo na chegada deve-se fazer uma avaliação rápida 
para determinar os recursos necessários para o atendimento a ocorrência. 
• Ex. A necessidade de outra equipes envolvidas, devido ao número de 
vítimas; 
• Auxilio dos equipes externas ou unidades de suportes avançados; 
• Remoções aéreas; 
• Pessoas habilitadas e treinadas para desligamento de redes elétricas. 
 
 
3° RECONHECER A CINEMÁTICA ENVOLVIDA 
NAS LESÕES 
• Ao aproximar-se do cenário, o profissional deve avaliar o mecanismo do 
trauma. Esta compreensão auxilia no atendimento a vítima. 
 
• Exemplos: 
 
• Se houve colisão lateral, frontal, traseira ou capotamento; 
• Se há óbito no local 
• Se estavam usando cinto de segurança; 
• Se o pára-brisa do veiculo esta com alguma marca. 
 
* Depois destas avaliações você terá melhor condições de iniciar o 
atendimento e encaminhar as vítimas para hospital específico de acordo 
com as lesões. 
 
 
4°RECONHECER AS LESÕES GRAVES NO 
EXAME PRIMÁRIO 
• Este exame rápido permite que as funções sejam rapidamente avaliadas e 
as condições com risco de vida identificada por meio de avaliação 
sistemática de vias aéreas, ventilação, circulação, estado neurológico e 
exposição/controle do ambiente. 
5°CUIDAR DAS VIAS AEREAS MANTENDO A 
COLUNA CERVICAL ESTABILIZADA 
• Neste procedimento deve-se procurar por sinais de obstrução das vias 
respiratórias causadas por corpo estranho, fraturas faciais, mandibular, traqueal 
ou laríngea. 
• Ao mesmo tempo devemos proteger a coluna cervical, evitando movimentos na 
região cervical. 
• Em vítima de trauma, a cabeça nunca deve ser hiperestendida, hiperfletida ou 
rotacionada, pois um exame neurológico normal não exclui lesão a este nível. 
 
6° SE NECESSÁRIO PROVIDENCIAR SUPORTE 
VENTILATÓRIO E OFERECER OXIGÊNIO PARA 
MANTER SATO2 SUPERIOR A 95% 
• A avaliação e o tratamento da ventilação é um aspecto fundamental do 
atendimento ao traumatizado grave, a frequência ventilatória normal de 
um adulto é de 12 a 20 incursões respiratórias por minuto. 
• Frequências respiratórias baixas interferem na capacidade de troca 
gasosa, causando redução de oxigênio nos tecidos, levando a vítima a um 
quadro hipoxemico. 
• De acordo com o protocolo interno “Resgate” o profissional poderá iniciar 
a administração de oxigênio sem a prescrição médica quando a saturação 
medida no oxímetro for inferior a 92% ou em parada cardiorrespiratória 
(PCR). Detalhes da ITEM03 no próximo slide 
 
7°REALIZAR O CONTROLE DA HEMORRAGIA 
EXTERNA 
• No traumatizado, toda hemorragia significativa externa requer 
atenção imediata. Lesões de extremidades e ferimentos no couro 
cabeludo como lacerações e avulsões parciais, podem levar a 
perda de sangue com risco de vida. 
 
• A maioria das hemorragias externas é controlada através de 
aplicação de pressão direta no ponto do sangramento. 
 
• Se a pressão direta não controlar a hemorragia de uma 
extremidade, existem outras opções: elevação do membro afetado 
(desde que não haja fratura ou luxações), e a compressão nos 
pontos de pressão (trajetos arteriais). 
8° REALIZAR A MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA NORMAL DA VÍTIMA 
• A hipotermia compromete drasticamente o funcionamento do sistema 
de coagulação. O sangue coagula como resultado de uma complexa séries 
de reações enzimáticas que levam a formação de matriz de fibrina que 
aprisiona as hemácias e interrompe o sangramento. 
• A queda da temperatura abaixo de 35°C pode contribuir significamente 
para o desenvolvimento de coagulopatia (redução da capacidade de 
formação de coágulo). 
9° CONSIDERAR USO DE CALÇA PNEUMÁTICA NOS PACIENTES COM CHOQUE 
DESCOMPENSADO (PAS>90mmHg) E SUSPEITA DE FRATURA PÉLVICA, 
HEMORRAGIA INTRAPERITONEAL OU RETROPERITONEAL NOS PACIENTES COM 
HIPOTENSÃO GRAVE (PAS<60 mmHg) 
• Este procedimento é indicado quando o acidentado tiver suspeita de 
fratura pélvica ou hemorragia intraperitoneal ou retroperitoneal. 
• A aplicação e a insuflação de calça pneumática antichoque (PASG) pode 
reduzir ou mesmo tamponar graves sangramentos internos. 
• Não e indicado se houver ferimentos penetrante de tórax, evisceração de 
órgãos abdominais, gravidez e na PCR traumática. 
10° Manter estabilização da coluna até que o 
paciente esteja imobilizado em prancha longa 
• A imobilização adequada de coluna implica a imobilização desde a cabeça 
até a pelve. 
11°Quando se tratar de traumatizados graves, iniciar 
transporte para o hospital apropriado mais próximo dentro 
de 10 minutos após a chegada ao local 
• A preocupação do socorrista em gastar o menor tempo possível no local 
com acidentado em estado grave, não deve ser confundida com a 
mentalidade de ‘carregar e correr”. 
• Em vez disto o PHTLS advoga uma filosofia de intervenção limitada no 
local, em foco na avaliação rápida para identificar as lesões com risco de 
vida e na execução de intervenções que possam realmente melhorar o 
prognóstico do doente. 
12° A caminho do hospital iniciar a reposição de 
volume com soluções aquecidas 
• O início do transporte de um paciente grave nunca deve ser atrasado para 
conseguir acesso venoso e repor volume. 
• O acesso venoso deve ser obtido rapidamente, a opção inicial deve recair 
sobre a inserção de dois cateteres venosos de grosso calibre. 
• A solução deve ser aquecidas para auxiliar na prevenção de hipotermia. 
• O acidentado deve ser reavaliado com frequência, o profissional deve 
estar atendo a evolução dos sinais clínicos. 
13° Uma vez adequada, tratadas ou descartadas 
as lesões com risco de vida, obter o histórico da 
vítima e realizar o exame secundário. 
• O exame secundário é sistemático, sentido cefalocaudal. 
• Começando pelo SAMPLE (Sinais e Sintomas; Alergias, Medicamentos, 
Passado médico, Líquidos e Sólidos e Eventos Associados) e o DFAFI. 
D - deformidade 
Fa - ferimentos abertos 
F - flacidez 
I – inchaço 
14°Acima de tudo não causar mais dano 
• O socorrista ao cuidar de um traumatizado grave deve se perguntar se as suas 
intenções no local e durante o transporte irão beneficiar o paciente. 
 
• Vale lembrar o conceito de NEGLIGÊNCIA: 
 
– A não observação de técnicas adequadas ou protocolos e que provoque 
agravamento ou lesões adicionais é considerado negligência. 
– A negligência envolve: 
– Omitir socorro quando há obrigatoriedade implícita à função; 
– Prestar socorro com qualidade de atendimento inferior à que seria possível; 
– Provocar lesões adicionais 
 
 
 
Referências 
 
• PHTLS – Prehospital Trauma Life Support 5° ed. 
• Protocolo e Instruções Técnicas Resgate 
 
• Elaborado Enf. Dolgleani Peixoto 
• Coren – MG 209.884