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9/13/2018 1 Princípios do Treinamento Resistido FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA / UNESP PROF. LUÍS GOBBO 2018 Princípios do Treinamento Resistido VARIEDADE Todos os princípios até o momento, em algum ponto, destacaram a importância da alternância entre estímulo e repouso, ou a manipulação da intensidade de modo que diferentes níveis de estresse sejam provocados no organismo ao longo do tempo. O princípio da variedade indica a necessidade da alteração sistemática das variáveis do treinamento. Diversos estudos vêm, ao longo da história, demonstrando que a alteração sistemática no volume e na intensidade é uma estratégia eficiente em programas de treinamento de longo prazo. 9/13/2018 2 Princípios do Treinamento Resistido VARIEDADE Assim, por mais eficiente que um determinado programa de treinamento seja, ele só poderá ser executado por um curto período de tempo, uma vez que, ao ser mantido, certamente a magnitude das adaptações promovidas reduzirá ao longo do tempo e um novo estímulo deverá ser aplicado, caso contrário ocorrerá o que chamamos de acomodação ou estagnação dos processos adaptativos. A variação sistemática das variáveis do treinamento, além de evitar a acomodação e potencializar os resultados, também evita a monotonia do treinamento, principal motivo de evasão e desistência de programas de exercícios físicos, principalmente em academias de ginástica e treinamento individualizado. Princípios do Treinamento Resistido VARIEDADE Especialmente em relação ao treinamento de força, são indicadas variações frequentes na ordem e tipo (livres ou guiados) dos exercícios; nos sistemas de treinamento; na quantidade de séries; nas ações musculares (isto é, concêntrica, excêntrica ou isométrica); na velocidade e na amplitude dos movimentos; e, por fim, nos modelos de periodização. Contudo, de nada vale a alteração sistemática das variáveis do treinamento se elas forem realizadas aleatoriamente, sem intenção ou especificidade em relação aos objetivos de curto, médio e longo prazo propostos no início do programa de treinamento. Para tal, prestam-se os fundamentos da periodização do treinamento para cada indivíduo. 9/13/2018 3 Mesociclo 9/13/2018 4 Microciclo Sessão de Treino Descrição completa da sessão de treino - Segunda-Feira Parte inicial: Alongamento, Treino Aerobio no periodo da manhã de 40 minutos sendo que (Freq Max – 40%, 60% e 80%), Periodo da tarde – Pré aquecimento (nos aparelhos). Parte Principal: ORDINÁRIO 85% - 1h/ Descanso de 40 segundos Treino Anaerobio (Piramide) - Peito/Triceps/Abdomen (4X – 10/8/6/6) Peito: Flexão (2x – 20) - Supino reto – Cross Over – Crucifixo Triceps: Pulley + Inverso – Pulley Corda (unilateral)+ Coice Abdomen: Supra – Infra (3X – 20) Parte final: Alongamento Estático (40 para cada grupo muscular) 9/13/2018 5 Princípios do Treinamento Resistido Enfim, os princípios do treinamento aqui destacados fornecem a direção a que todo e qualquer programa de treinamento deve seguir, independentemente do nível de aptidão ou objetivo do praticante. O respeito a tais princípios permite que a aplicação das variáveis do treinamento e dos fundamentos da periodização ocorra de modo a potencializar as adaptações induzidas pelo treinamento de força. Periodização no Treinamento Esportivo O processo fisiológico pelo qual o corpo responde ao exercício é chamado de adaptação. As principais adaptações induzidas pelo treinamento de força são denominadas de adaptações neurais e hipertróficas. Assim, desvendar os mecanismos associados a tais adaptações parece ser fundamental para otimização das respostas ao estímulo provocado pelo programa de treinamento empregado. 9/13/2018 6 Periodização no Treinamento Resistido A periodização do TR é uma estratégia utilizada na tentativa de se manter um estímulo efetivo durante todo o programa de treinamento, com a perspectiva de se evitar o platô adaptativo. Periodização no Treinamento Resistido Esse pressuposto é sustentado por três teorias que compõem as bases fisiológicas da periodização e têm como objetivo otimizar o desempenho físico e a recuperação, a saber: i) teoria da síndrome da adaptação geral; ii) teoria do estímulo-fadiga-recuperação-adaptação e iii) teoria do desempenho-fadiga. 9/13/2018 7 Periodização no Treinamento Resistido Essas três teorias de adaptação sustentam a razão para a aplicação da periodização nos programas de treinamento. Desse modo, se o estímulo aplicado durante o treinamento se mantém na mesma magnitude (volume e intensidade) o sistema orgânico irá sofrer um processo de acomodação, o que provocará estabilização do desempenho. Periodização no Treinamento Resistido Considerando que o corpo humano se adapta rapidamente a programas de TR, a variação (periodização) se torna necessária para que a evolução ocorra. Essa variação pode ser realizada pela manipulação de diferentes variáveis de treinamento (volume e intensidade), porém, ela é comumente realizada através de modificações no volume e na intensidade, as quais podem ser organizados a partir de diferentes modelos existentes na literatura. 9/13/2018 8 Periodização no Treinamento Resistido A periodização do TR tem como base os modelos de periodização utilizados no treinamento esportivo. Há relatos de que essa concepção é utilizada desde a Grécia antiga, no treinamento para atividades militares ou olímpicas. Os gregos realizavam ciclos de treinamento com variação entre cargas leves e intensas até o período próximo das competições. 9/13/2018 9 Periodização no Treinamento Resistido Apesar do treinamento esportivo ser historicamente antigo, seu corpo de conhecimento começou a ser sistematizado apenas no final do século XIX e início do século XX. A partir daí, diversos pesquisadores passaram a investigar a evolução de estudos relacionados ao planejamento do treinamento, no qual diversos paradigmas foram superados e tantos outros foram desenvolvidos. Periodização no Treinamento Resistido Alguns autores como Murphy, em 1913, propuseram uma preparação de oito a 10 semanas de treinamento, alegando que nenhum atleta deveria se expor a um treinamento intenso por muito tempo. Em 1916, Kotov criticou essa metodologia e propôs uma metodologia de treinamento ininterrupta, com uma divisão de preparação em três ciclos, denominados de geral, preparatório e específico. No entanto, sua proposta era a favor do esporte polivalente, o que refutava toda e qualquer ideia de especialização em uma modalidade. 9/13/2018 10 Periodização no Treinamento Resistido Entre os anos de 1920 e 1930 autores como Pikala trouxeram à tona a concepção da alternância do ritmo de treinamento, além da ideia da preparação em ciclos, como a melhor estratégia para prevenir o overtraining, por meio da alternância entre trabalho e recuperação. Em 1939, Gratyn introduziu a necessidade do período de recuperação ser reduzido e o atribui a característica de período de transição. Já em 1949, Oslin complementa que o período de transição deve ser realizado por uma “recuperação ativa” e propõe que as etapas do treinamento deveriam ser direcionadas pelo calendário competitivo. Em 1950, Letunov em contrapartida a proposta de Oslin, defende que os ciclos de treinamento devem considerar o fenômeno biológico da progressão do nível de treinamento atingido por cada atleta. Periodização no Treinamento Resistido Embora as discussões sobre as propostas de planejamento do treinamento tenham sido amplamente abordadas, somente em 1965, Matveyev introduz de fato a concepção de periodização, baseado na teoria da síndrome geral da adaptação proposta por Han Seley, em 1936, e nas análises estatísticas de rendimento de seus atletas, tornando público