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Cirurgia do Sistema Urogenital - Hérnia em grandes animais - Cirurgia oftálmica - Cirurgia do sistema tegumentar

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27/02/2019
Introdução
Cirurgia a campo
Escolher local com cobertura vegetal e sombra: local macio
Tricotomia o mais ampla possível: por não trabalhar com pano de campo, favorece ambiente de menor contaminação principalmente quando há exposição de órgão abdominal durante a cirurgia.
Preparo do paciente cirúrgico
Tricotomia ampla.
Antissepsia de mãos e braços, mesmo que a luva usada não seja a estéril.
Organização do material cirúrgico
Posicionar o animal contra a corrente de vento.
Não começar nada sem organizar o material.
Esterilização do material:
Não é eficiente apenas submergir em álcool, é importante flambar (no mínimo 10 minutos), porém não é recomendado que faça isso sempre por estragar o material.
Pode-se esterilizar com iodo, mata bactérias e vírus, porém não fazer sempre → tira fio de tesouras e inox do material.
Micro-ondas: colocar instrumental em recipiente de vidro ou plástico, instrumentais articulados semiabertos, colocar água e submergir todo o instrumental com margem de segurança. 10 minutos na potência máxima, guardar em geladeira para uso no dia seguinte.
Fio de sutura
Aula prática – Instrumentais
Porta agulha e tesoura: usados para cirurgias obstétricas, em casos de lacerações e rupturas.
Hemasculador: tem a função de uma pinça hemostática. Não corta, apenas esmaga. Indicado para orquiectomia quando não se quer fazer sutura. É eficiente se usado por 1 minuto, usando toda a cremalheira.
Bordizzo: esmagamento do cordão espermático do plexo pampiniforme, sem machucar a pele, aplicado de 1 a 2 minutos.
Agulha em S: não usa porta agulhas, apoiada na mão. Tem formato triangular, portanto é traumática. Indicada para pele Abomasopexia.
Agulha de bünner: desenvolvida para prolapso uterino ou vaginal em bovinos. Na vagina é feita sutura de bünner com fio que não seja traumático ou com mangueira de soro para fechar um pouco a vagina e evitar que haja prolapso novamente. No pós operatório, animal sente muita dor. Pode usar 3 suturas Wolf captonada: edema muito menor.
Bisturi de teto: usado apenas em vacas estenose de teto.
Cureta: usada para teto.
Cânula/Trocarte: rúmen animais extremamente timpanizados. Comprimir na fossa paralombar esquerda, no meio, e fazer punção.
13/03/2019
Cirurgias do sistema urogenital
CRIPTORQUIECTOMIA
Criptorquida: animal nasce com um ou ambos testículos fora da bolsa escrotal.
Monorquida: animal que nasce sem um ou ambos testículos na bolsa escrotal.
Produção espermática pode ser prejudicada.
Avaliação do paciente
Histórico, inspeção, exame físico, imunoprofilaxia.
Em potros com 1 mês de idade o testículo já deve estar presente na bolsa escrotal. Com 6 a 7 meses, sai da bolsa devido ao crescimento do animal.
Maturidade testicular completa: 24 meses após essa idade, não desce mais.
Quando o testículo “desaparece”, ele ficará abaixo do anel inguinal interno, o qual só é palpável via retal.
Animal criptorquida: a primeira coisa a se fazer é descobrir qual testículo não está na bolsa. Para definir, deve-se palpar pênis. O testículo esquerdo tem maior prevalência de criptorquidismo, por ser o maior.
Localizar anel inguinal externo (2 cm) palpar e fazer leve pressão contra a pele sentir estrutura lisa e convexa, normalmente é o testículo. Não sentir não significa que não esteja a li. A primeira coisa é procurar o anel inguinal interno (7 a 10 cm da sínfise púbica).
Via inguinal: decúbito dorsal dissecar região de anel inguinal externo tracionar testículo pela cauda do epidídimo e fazer a castração convencional.
Testículo inguinal no criptorquida é menos produtivo.
Laparotomia pelo flanco ipsi lateral ao testículo: não necessariamente precisa de anestesia geral, a depender do temperamento.
Aula prática
Anestesia em nervo: bloqueio regional.
Cirurgia de globo ocular: dessensibilizar.
Pálpebra
Aquinesia: bloqueio que tira movimento da pálpebra superior pelo nervo auriculopalpebral (entre canto lateral do olho e parte inferior da orelha). Localizado no meio do arco zigomático.
Agenesia: bloqueio que tira a dor da pálpebra pelo nervo supraorbitário (acesso pelo forame supraorbitário).
Pálpebra inferior: não há bloqueio acessível, bloqueio local.
Agulha: menor possível que funcione. Em cavalos: 25x8.
Globo ocular e estruturas internas da órbita
Anestesia retrobulbar: 20 mL, nunca movimentar a agulha.
Peterson: região caudal do globo ocular, agulha longa, anestésico através da orbita, vai até sentir resistência óssea.
Nervo infraorbitário: acesso pelo forame infraorbitário palato lábio, gengiva, osso.
Nervo alveolar mandibular: acesso pelo nervo mentoniano.
Para saber se a anestesia funcionou em globo ocular, inicia-se a cirurgia e avaliar se o animal sente dor. Se necessário, aplicar mais anestésico, mas não ultrapassar dose tóxica de Lidocaína (7mg/kg).
20/03/2019
Hérnia em grandes animais
Passagem de um órgão ou estrutura através de uma abertura natural ou artificial.
Umbilical
Inguinal/Inguinoescrotal
Abdominal
Incisional: passagem através de uma deiscência.
HÉRNIA UMBILICAL
Passagem de um órgão através da abertura umbilical.
Congênitas: macho (pai)
Adquiridas: Onfalites.
Úraco: por onde é eliminada a urina durante a vida fetal.
Abertura da linha alba por de levar até 3 semanas para fechar. 
A causa mais comum para não fechar é uma infecção pós-Natal: onfalite, onfaloflebite.
Etiopatogenia das onfalopatias
Incorreta ou ausente higiene do umbigo.
Imunidade passiva deficiente: não mamar o colostro de forma adequada dá condições que não sejam suficientes para cicatrização.
Trauma: tração mal realizada do bezerro durante o parto pode causar ruptura próximo a cavidade abdominal.
Hereditário.
Bezerros de FIV.
Diagnóstico das onfalopatias
Exame clínico
Histórico
Inspeção
Palpação
Possibilidade de desenvolvimento de uma hérnia quando o bezerro cai na hora do parto, sem sustentação Umbigo pode romper abaixo da região da estenose.
Para ser uma hérnia verdadeira deve ter conteúdo, abertura e saco herniário. Pode encontrar uma fístula por onde é drenado pus, de consistência firme ou não, com ou sem dor.
Importante saber se a hérnia é redutível (consegue introduzir o conteúdo por dentro da abertura, tem bom prognóstico) e não redutível (não consegue introduzir o conteúdo para dentro, pode ter grau de aderência, fazer US).
Úraco persistente: tratar com antisséptico. Se não cicatrizar em 2 dias, resolução cirúrgica.
Tratamento das onfalopatias
Conservador: usar iodo a 5%.
Cirúrgico: decúbito dorsal ou levemente lateralizado sedação profunda: hipnose, anestesia local (subcutânea ou na linha alba), anestesia epidural incisão elíptica de pele e subcutâneo disseca região com tesoura de Metzembaum amplia com bisturi e tesoura. 
Sutura: mayo ou jaquetão, Wolf, simples isolado.
Fio: absorvível de ácido poliglicólico, não absorvível polipropileno. 
Dose tóxica lidocaína: 7mg/kg.
HÉRNIA INGUINAL / INGUINOESCROTAL
Congênitas: maioria.
Adquiridas: raro.
Classificação
Direta: aumento de volume na região inguinal, acontece em potros, manifesta na primeira semana de vida. Pode ser congênito ou se manifestar em animais adultos.
Inguinal: acontece com abertura abdominal cranial ao anel inguinal externo. Conteúdo entra pelo anel inguinal interno, desce dilatando o anel inguinal externo, migra para a região subcutânea cranial do escroto.
Inguinoescrotal: conteúdo (ID: jejuno ou íleo) entra pelo anel inguinal interno, entra pela túnica vaginal e segue para o saco escrotal.
Não estrangulativa.
Indireta
Procedimento: midazolam (hipnose) anestesia local lombo sacral.
HÉRNIA INCISIONAL
Conteúdo passa por deiscência de sutura.
Excesso de inflamação e/ou infecção.
Técnica operatória.
Material implantado.
Inadequado repouso.
27/03/2019
Cirurgias do sistema tegumentar e anexos de grandes animais – Cirurgias Oftálmicas
Indicações em grandes animais
Tumores
Traumas córnea, conjuntiva e/ou pálpebra.
Entrópio: congênitos.
Outros procedimentos invasivos
Terapia subconjuntival.Ceratoconjuntivite infecciosa dos bovinos: causado por bactérias. O primeiro sinal dessa doença é epífora (lacrimejamento), que pode ser uni ou bilateral.
Enucleação
Tricotomia ampla.
Blefarorrafia de pálpebra: isolar a região afetada durante a dissecção. Fio de nylon, sutura simples contínua.
Sutura elíptica preservando o máximo possível de pálpebra em pele e subcutâneo.
Dissecção com tesoura Metzembaum. 
Carcinoma de células escamosas
Biópsia aspirativa.
Tirar com grande margem cirúrgica.
Etiologia
Pouca pigmentação + raios UV.
Viral: Herpesvirus, Papilomavirus causam mutação celular. 
Localização variada: conjuntiva e transição córneo limbal
Sarcóide
Imiquimod: medicamento humano. Melhora condições de pele para resolver o tumor.
Flap de terceira pálpebra
Indicação: úlcera e lesão cornana pouco contaminadas.
Fixação temporária da membrana nictante (3ª pálpebra) sob a córnea.
É uma das principais estruturas produtoras de lágrima e, quando o animal pisca, ela espalha a lágrima.
Boa contenção de cabeça. 
Sutura Wolf Captonado: sem atravessar a 3ª pálpebra.
Fio nylon 3-0.
Injeção subconjuntival: não necessariamente é um procedimento cirúrgico, mas é interessante para associar com o flap. É como se fosse um colírio que ficará em contato com a córnea por até 3-4 dias. 
AINE: flunixin-meglumine.
ATB: amikacina, gentamicina (mais barato), não usar cetiofur.
Volume varia conforme o tamanho do olho: 0,5-1mL.
Não podem ser colocados na mesma seringa, nem ser usado com a mesma agulha, nem aplicado no mesmo ponto.
Entrópio
Técnica cirúrgica
Remoção elipse pele: em animais mais velhos, envolve pele e subcutâneo. 2-0
Pregueamento cutâneo em jovens: pálpebra everte. 4-0
Aula prática
Terapia subconjuntival
Agulha de insulina: volumes não superiores a 1 mL seringa de insulina.
Procedimento pode ser feito sem anestesia, desde que haja boa contenção de cabeça.
Colírio anestésico: efeito em 15s, 2 gotas.
Ter certeza que a agulha penetrou a mucosa. Quando estiver no lugar certo, forma-se vesícula no local aplicado. Se desfaz em 30 minutos a 1h.
Ulcera de córnea / ceratoconjuntivite seca / ceratite.
Flap de 3ª pálpebra
Sutura temporária de fixação da membrana na pálpebra superior.
Anestesia: bloqueio do meio supraorbitário.
Colírio anestésico: ação rápida, mas perde efeito rápido.
3ª pálpebra: injetar colírio.
Puxar o necessário para corrigir o defeito.
Manter por não mais que 15 dias.
Apertar demais: desconforto.
Enucleação
Anestesia: pálpebra inferior no meio do olho. Usar o mesmo furo, só virar agulha.
Não usar volume desnecessário de anestésico local: pode causar edema atrapalha o pós operatório.
MPA: simpático mimético. Manipulação pode fazer bradicardia.
Dreno: quando há contaminação ou hemorragia.
03/04/2019
Cirurgias do sistema urogenital de grandes animais
UROLITÍASES
Introdução
Doença multifatorial: dieta rica em concentrado, confinamento (recebem dietas de alto teor de concentrado), anatomia (influência em machos).
Muito mais comum em pequenos ruminantes e em machos, por terem uretra mais longa. acidentes anatômicos.
Macho – divertículo uretral: não tem saída, fundo de saco.
Processo uretral: prolongamento da uretra a partir da glande.
Prevalência de obstrução: processo uretral > S peniano > divertículo.
Dieta rica em concentrado ↓ forragem ↓ ruminação ↓ produção de saliva principal mecanismo de controle plasmático de fosfatos prejuízo desequilíbrio Ca:P.
Principal urólito: estruvita (rica em magnésio e fosfato) fosfato magnesiano tri hidratado.
Exame clínico
Histórico de disúria e/ou anúria
Historico, inspeção, exame físico.
Animal apresenta inapetência pela dor ativa SN simpático ↓ SN parassimpático ↓ motilidade.
Dorso arqueado: dor abdominal.
Coloração escura próxima ao prepúcio: ruptura de uretra área de necrose química urina é caustica prognóstico reservado.
Tratamento conservador
Acepromazina 0,01mg/kg: pouco eficiente em ruminante. 
N-butilescopolamina Anti espasmódico: facilita eliminação pois relaxa.
Amputação do processo uretral Animal sentado, expõe glande, corta sem anestesia.
Sondagem uretral
Inspecionar o prepúcio. Não estando enegrecido e suspeita de urolitiase, verificar se há “farinha” no prepúcio cristais de estruvita.
Palpar trajeto peniano: animal não reluta, a menos que haja urólito obstruindo. 
Exposição do pênis: avaliar se há hiperemia em glande e processo uretral.
Cistotomia: colocação temporária de sonda que fica no lúmen da vesícula urinária. Retira urina e lava com solução fisiológica até estar sem urólitos.
Histórico, inspeção, exame físico. 
Uretrostomia perineal: nova abertura uretral, recomendado sondar.
Pele, subcutâneo, músculo retrator do pênis, músculo bulboesponjoso, uretra.
Fixação da uretra na pele, retirar em ambos os lados pedaço de pele e subcutâneo.
Importante castrar.
Limpeza diária, antimicrobianos (gentamicina, enrofloxacina), AINEs (flunixim meglumine).
Medidas de controle
Dieta: relação Ca:P, carbonato de Cálcio.
Sal comum x sal mineral.
Cloreto de amônio: acidifica a urina (urina é mais alcalina).
10/04/2019
Cirurgias do sistema tegumentar e anexos em grandes animais
Introdução
Glândula sudorípara especializada.
Leite.
Glândula mamária é um tecido muito parenquimatoso, vascularizado e uniforme.
Cisterna do úbere: acumular leite durante o estimulo de ocitocina.
Teto: também possui cisterna, acumulo de leite no momento do estimulo de ocitocina.
Ducto papilar: ápice do teto, rico em musculatura lisa, sempre fechado para evitar infecção ascendente. Epitélio pavimentoso, é o mesmo da pele externa.
Para formar 1 litro de leite é necessário 350 a 400 litros de sangue passando na glândula mamária. Mais de 80% é drenado pela veia mamária.
Anel venoso de Fustenberg: artérias e veias mais calibrosas direcionam-se para lá.
Laceração transversal: comprometimento é maior.
Roseta de Fustenberg: região de transição de epitélio.
Exame do teto: rolar o teto entre os dedos por toda sua extensão.
CIRURGIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA
Exames complementares: sonda, rx contrastado, teloscopia, US.
Anestesia
Em anel, na base do teto, abaixo do anel venoso.
Agulha de insulina: pele delicada.
Não usar vasoconstritor em circulação terminal.
Diretrizes
Deposição de lidocaína intramamária.
Ordenhar.
Absorvível inorgânico, poliamida (nylon).
Não usar categute: mecanismo de fagocitose, embebe rápido com líquidos orgânicos.
Telotomia
Indicações: desobstrução de teto. Lactólitos, granuloma, pólipos, prolapso de mucosa, obstrução da roseta de Furstenberg, fibrose da cisterna do teto, tecido de granulação, fibropapiloma.
Não se usar bisturi de teto, apenas para ducto papilar.
Se possível, anestesiar via sonda.
Introduzir cânula do teto manter durante incisão pressionada contra a parede. 
2 planos em padrão colchoeiro: 1º em região submucosa e 2º em região subcutânea.
Melhor operar quando está em época de alta produção de leite para evitar mastite.
Incisão lateral no teto para ter acesso a cisterna.
Estenose de ducto papilar
Animal apresenta sensibilidade a palpação.
Usar bisturi de teto.
Materiais: bisturi de teto, sonda de teto, dilatadores de teto.
Pós-operatório: usar sonda por 5 a 7 dias, dilatadores por 5 dias.
Lacerações de teto
Classificação das lesões
Duração
Conformação
Localização
Profundidade.
Principal complicação: edema.
Reconstituição possível quando consegue reaproximar bordas.
Duração:
Agudo: <12h
Cronico: >12h.
Conformação:
Simples.
Complexo (U, Y).
Longitudinal.
Transverso.
Sutura e planos de rafia: mucosa, submucosa, mm circular, mm longitudinal, pele.
Aula prática
Anestesia: fazer subcutâneo e aprofundar pouco, fazendo inversão da agulha sem tirar da pele para fazer o outro lado.
Garrote: pode prender com pinça hemostática – Maximo: 60 minutos.
Sonda mamária: pode ser usada para anestesia local, sempre no garrote.
Telotomia: porta agulha, tesoura de metzembaum/mayo, pinça anatômica, 3-0 ou 4-0, capton. Não esquecercânula mamária: base para incisão ser retilínea.
Sutura: entrar de dentro para fora, passando todas as camadas, começa fora da incisão.
Colchoeiro: faz aposição, evita passagem de leite pela incisão.
Voltar a sutura de baixo para cima, começando na borda oposta.
Pós operatório: ordenha com sonda, não deixar bezerro mamar, bisnaga com antimicrobiano por 3 a 5 dias.