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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
O ENSINO DA BÍBLIA EM EDUCAÇÃO RELIGIOSA
MÁRCIA CRISTINA DA SILVA
SÃO LOURENÇO
2018
2
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
O ENSINO DA BÍBLIA EM EDUCAÇÃO RELIGIOSA
MÁRCIA CRISTINA DA SILVA
Artigo científico apresentado à FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Pós-Graduação em Ensino Religioso,
SÃO LOURENÇO
2018
O ENSINO DA BÍBLIA EM EDUCAÇÃO RELIGIOSA
Márcia Cristina da Silva
RESUMO
O presente trabalho definiu como tema o ensino da Bíblia em Educação Religiosa. O objetivo é destacar a relevância de abordar este assunto e mostrar aos alunos a importância deste livro na cultura e evolução histórica da sociedade. Destacando os principais aspectos que envolvem o Ensino Religioso e a pluralidade de religiões que estão presentes no ambiente escolar. A metodologia escolhida para elaborar o trabalho foi a pesquisa bibliográfica, tendo como base as ideias e afirmações de diferentes autores que abordam assuntos referentes ao tema definido. Concluiu-se após este trabalho que o ensino da Bíblia em Educação Religiosa é um desafio aos docentes, pois é necessário que se considere as religiões dos discentes e é necessário criar uma aula que levante desafios, que gere troca de conhecimentos e acima de tudo visando o respeito às demais religiões.
Palavras-chave: Bíblia. Educação Religiosa. Pluralidade de Religiões.
ABSTRACT
The present work defined as theme the teaching of the Bible in Religious Education. The objective is to highlight the relevance of addressing this subject and to show students the importance of this book in the culture and historical evolution of society. Highlighting the main aspects that involve Religious Education and the plurality of religions that are present in the school environment. The methodology chosen to elaborate the work was the bibliographical research, based on the ideas and affirmations of different authors that approach subjects related to the defined theme. It was concluded after this work that the teaching of the Bible in Religious Education is a challenge to teachers, since it is necessary to consider the religions of the students and it is necessary to create a class that poses challenges, that generates knowledge exchange and above all aiming respect for other religions.
Keywords: Bible. Religious education. Plurality of Religions.
INTRODUÇÃO
	
	O Ensino Religioso é uma das disciplinas componentes do currículo escolar, mas é uma disciplina que não é obrigatória. Destaca-se que esse é um fundamento que supõe que ensinar religião nas escolas não é algo tão relevante assim.
	Supondo que no ambiente escolar há alunos de diferentes religiões e culturas, e como o ensino tende ser mais reservado e criterioso capaz de dar mais valor a determinada religião minimizando as outras.
	Esse é um dos problemas, mas o Ensino Religioso não deve e não se prende apenas a uma cultura religiosa, mas deve ser uma aula que procure abordar todas as religiões de forma imparcial, pois assim é fundamental que o discente possa além de já conhecer sua religião poder conhecer outras, diferentes da sua contribuindo assim para um respeito e maior tolerância religiosa.
	Este trabalho definiu o estudo da Bíblia em Educação Religiosa tendo como base mostrar a importância deste livro na sociedade e no processo de evolução histórico da civilização. Além de poder abrir debates com os alunos sobre o que está presente na Bíblia, incentivar a leitura e o respeito aos símbolos e tradição religiosa.
	Para que este artigo fosse realizado foi escolhida a metodologia baseada na pesquisa bibliográfica. Essa pesquisa engloba leituras de livros, artigos e buscas em endereços eletrônicos na internet contendo informações que complementam as ideias e que auxiliem na defesa do tema selecionado.
	A pesquisa realizada será referenciada no final do trabalho destacando nas citações presentes no corpo do artigo, os autores utilizados em diálogo com o que está se propondo com o assunto definido.
1. PROCESSO HISTÓRICO DO ENSINO RELIGIOSO
	No período colonial a educação era ligada à escola, Igreja e a sociedade. Nesse tempo os valores transmitidos eram alicerçados pelas ideias europeias difundidas pelos colonizadores portugueses.
	O Ensino Religioso era um modo de evangelizar os escravos e índios, tendo a função de catequizar, sendo planejado pela Igreja e a Corte Portuguesa. O objetivo era fazer com que o Catolicismo fosse predominante para todos os que professavam uma religião diferente da Católica, isto era uma forma de controle e submissão elaborado pelos colonizadores.
A religião passa a ser um dos principais aparelhos ideológicos do Estado, concorrendo para o fortalecimento da dependência ao poder político por parte da Igreja. Dessa forma, a instituição eclesial é o principal sustentáculo do poder estabelecido, e o que se faz na Escola é o Ensino da Religião Católica Apostólica Romana. (PCN: ER, 2004:13)
	
	No período do Brasil Império este parâmetro catequista do Ensino Religioso, não mudou, visto que a religião do Império era a Católica Romana. E mais uma vez os objetivos eram catequizar os negros e índios, bem como a classe mais baixa economicamente. 
	No Brasil Republicano, advém a separação da Igreja e Estado o que modifica o processo do Ensino Religioso. Essa disciplina deveria ser ministrada apenas em alguns estabelecimentos de ensino, não sendo mais obrigatoriedade.
	Costa (2009), aponta que a Igreja católica romana ainda continuava com sua atuação voltada para a prática proselitista da catequização dentro das escolas públicas brasileiras, essa fase se prolonga em todo percurso da história da educação brasileira, precisamente até os 400 anos da história.
	Com o surgimento da Reforma Francisco Campos, ocorre a possibilidade do Ensino Religioso ser facultativo. Isto é demonstrado no decreto de 30 de abril de 1931 e na Constituição de 1934 ele passa a ser assegurado no artigo 153 que diz: 
O ensino religioso será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolar públicas primárias, secundárias, profissionais e normais. 
	De maneira que essa condição facultativa ainda é atual não sendo obrigatório o Ensino Religioso no ensino fundamental.
2.1 Leis do Brasil referentes ao Ensino Religioso
 	Este capítulo destacará as leis relacionadas ao Ensino Religioso no Brasil. Essas leis foram fundamentais para se entender mais sobre o processo histórico dessa disciplina e em como ela foi se consolidando no processo educacional brasileiro.
	Destaca-se as leis presentes na Constituição, de acordo com Costa (2009, p.3-4):
1824: ”Constituição do Imperador”
 Art. 5 – “A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, se forma alguma exterior de templo”.
 1ª Constituição do Brasil República: 1891 
Art.72 Parágrafo 3º - “Todos os indivíduos e confissões religiosas podem exercer pública e livremente o seu culto... ...Parágrafo 6º - Será leigo o Ensino Ministrado nos Estabelecimentos públicos. Nenhum culto ou Igreja gozará de subvenção oficial nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo...”. 
1934 – Constituição de 1934 
Art. 153 – “O Ensino Religioso será de frequência facultativa e ministrada de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno, manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais”. 
Constituição de 1937 
Art. 133 – “O ER poderá ser contemplado como matéria do curso ordinário das escolas primárias, normais e secundárias. Não poderá, porém, constituir objeto de obrigação dos mestres ou professores nem de frequência compulsória por parte dos alunos.”Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1946 
Art. 168 Parágrafo 5º - “O ER constitui disciplina dos horários das escolas oficiais, e de matrícula facultativa e será ministrado de acordo com a confissão religiosa do aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou pelo representante legal ou responsável”. Constituição do Brasil de 1967 
IV – “O ER de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas oficiais de grau primário e médio...”. 
Constituição de 1969: Emenda Constitucional Nº 1 
V – “O ER de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas de grau primário e médio...”. 
Constituição de 1988 
Art. 210 - §.1º - “O ER, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.”
Costa (2009), ainda complementa que:
Durante muito tempo o ER teve o objetivo de catequizar, fazer seguidores de uma religião ou de evangelizar com a LDB Nacional 9394/96, modificada pela Lei 9375/97, o ER enfoca seu estudo a compreensão do Fenômeno Religioso que se constata a partir do convívio social do educando, veja o quadro como as concepções de ER em cada LDB na história da educação brasileira (COSTA, 2009, p.4).
2. EDUCAÇÃO RELIGIOSA
A Educação Religiosa é a disciplina que compreende o ensino de uma ou mais religiões de forma didática, reflexiva e descritiva. Está presente em todas as etapas de ensino, desde os Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
	Sua importância se dá pela busca do entendimento e aprendizado em relação às religiões existentes não se limitando a focar apenas em uma, porém abrangendo todas para que os alunos possam ter uma compreensão destas, sendo que através do conhecimento as crenças que alguns alunos possuem sobre determinadas religiões pode ser desmistificada e deste modo a escola contribuir para o respeito aos costumes e culturas diferentes.
	Em uma sala de aula o docente acaba por se deparar com alunos de religiões diferentes, sendo assim se faz necessário que ele esteja apto à lecionar de modo que não cause momentos de desrespeito.
	Em relação ao ensino de religião nas escolas, de acordo com a Constituição brasileira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), desde que não sejam obrigatórias para os alunos e a instituição assegure o respeito à diversidade de credos e coíba o proselitismo, ou seja, a tentativa de impor um dogma ou converter alguém (SALLA, 2013).
Segundo o documento da BNCC – Base Nacional Comum Curricular - o Ensino Religioso deve atender os seguintes objetivos:
a) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e estéticos, a partir das manifestações religiosas percebidas na realidade dos educandos; 
b) Propiciar conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência e de crença, no constante propósito de promoção dos direitos humanos; 
c) Desenvolver competências e habilidades que contribuam para o diálogo entre perspectivas religiosas e seculares de vida, exercitando o respeito à liberdade de concepções e o pluralismo de ideias, de acordo com a Constituição Federal; 
d) Contribuir para que os educandos construam seus sentidos pessoais de vida a partir de valores, princípios éticos e da cidadania. (BRASIL, 2018, p.436).
	Complementa-se que o ensino religioso deve ser oferecido nas instituições públicas e privadas, porém como previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a matrícula pode ser optativa aos alunos do ensino fundamental.
	Salienta-se que o Ensino religioso deve tratar de conhecimentos religiosos englobando os aspectos éticos e científicos de forma que não privilegie uma religião sobre as demais.
	Esses conhecimentos inerentes ao Ensino Religioso devem tomar como base as diferentes culturas e tradições religiosas.
No Ensino Fundamental, o Ensino Religioso adota a pesquisa e o diálogo como princípios mediadores e articuladores dos processos de observação, identificação, análise, apropriação e ressignificação de saberes, visando o desenvolvimento de competências específicas. Dessa maneira, busca problematizar representações sociais preconceituosas sobre o outro, com o intuito de combater a intolerância, a discriminação e a exclusão. (BRASIL, 2018, p. 436).
	O Ensino Religioso é uma disciplina que se destaca por abordar questões referentes a outras culturas e costumes, levando os discentes a discutir de forma pedagógica e de maneira reflexiva sobre outras religiões.
	A relevância desse aspecto é porque contribui com o respeito à diversidade, ao convívio harmonioso com outros indivíduos de costumes diferentes. Isso é um passo importante, pois é por meio da educação, da aprendizagem na sala de aula que propicia ao aluno que ele conheça e respeite todas as religiões.
	O documento da BNCC destaca as competências específicas para o Ensino Religioso:
1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos. 2. Compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosofias de vida, suas experiências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios. 
3. Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enquanto expressão de valor da vida.
 4. Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos de ser e viver.
 5. Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultura, da política, da economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente. 
6. Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e práticas de intolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo a assegurar os direitos humanos no constante exercício da cidadania e da cultura de paz. (BRASIL, 2018, p.437).
		
	A percepção das diferenças (alteridades) possibilita a distinção entre o “eu” e o “outro”, “nós” e “eles”, cujas relações dialógicas são mediadas por referenciais simbólicos (representações, saberes, crenças, convicções, valores) necessários à construção das identidades (BRASIL, 2018).
	Para se ter um conhecimento mais amplo sobre o Ensino Religioso é necessário conhecer a história dessa disciplina na educação. O processo histórico é relevante para analisar e destacar as mudanças que ocorreram em âmbito educacional.
3. ENSINO DA BÍBLIA
A religião foi e é constantemente uma temática de guerras e conflitos de culturas e nações diferentes. A religião foi um dos maiores fatores de influência no desenvolvimento e na construção cultural das civilizações. 
O Brasil é um país formado por muitas matrizes religiosas, sendo que a Constituição de 1988 garantiu a liberdade de expressão de direito a crença.
Como apresentado, historicamente o Brasil é um país de forte cunho católico, devido à colonização dos portugueses e a imposição da religião Católica sobre os índios e os negros que possuíam religiões de matrizes diferentes. A presença desta religião no país ainda é muito expressiva, assim como outras religiões cristãs e como as pentecostais e neo pentecostais.
Um ponto observável é o campo das leis que garantem o ensino religioso nas escolas públicas, desde que não ocorra o proselitismo e seja uma disciplina facultativa. No entanto, ainda é grande a defasagem de professores capacitados, pois geralmente muitos educadores em sala de aula tendem ao proselitismo, utilizando-se de sua religião pessoal.
Para Schlogl (2009, p. 15) “o ensino religioso visa, portanto, reconhecer a existência do plural e da diversidade cultual presente na sociedade brasileira (...)”.
A escola é um ambiente, onde indivíduos de diferentes culturas e religiões se reúnem como um mesmo intuito: aprender.
	Nas últimas décadas a instituição escolar ganhou extrema importância, sendo a responsável pela formação social do indivíduo. É no espaço escolar que se transmite aos discentes determinados conhecimentos que são elencados por documentos oficiais do Estado, para que estes possam ser capacitados de modo a compreender osfatos cotidianos do meio social e cultual que formam as bases para se viver em sociedade.
	Gomes e Schier[footnoteRef:1] [1: GOMES, Francisco Fernandes. SCHIER, Dirlei Afonso. Ensino religioso na formação integral. Disponível em: <https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/tcc_artigo_ensino_religioso_na_formacao_integral-2.pdf>. Acesso em: 18 de dezembro de 2018.
] 
A formação nas escolas brasileiras é deficiente, pois, o ensino não abrange na totalidade da formação do discente, ao deixar de tratar epistemologicamente o fenômeno religioso, e não aplicá-lo efetivamente nas escolas. Por consequência, fica aberta uma lacuna no indivíduo, pelo fato do processo de formação, não considerar os preceitos religiosos do próprio aluno, nem os daqueles que ele irá relacionar na sociedade.
Hoje, o indivíduo sai da escola e é inserido numa sociedade pluralista e religiosa, constata-se uma formação incompleta, um desatino no que tange respeito ao diferente, a moral, a ética, a tolerância religiosa, amor, justiça e os relacionamentos sociais, e citamos também até comportamentos a margem a lei. Além disso, deixar de considerar e explorar áreas de conhecimentos de cada religião. Salientamos ainda que, a escola é o instrumento de transformação, ela deverá ser por excelência o agente moderador para educar o indivíduo na sua totalidade.
	Destaca-se a importância de tornar a escola um espaço democrático onde toda a comunidade escolar aprenda, conviva e evolua junto para que o meio em que se vive seja melhor. A escola deve tratar a todos com igualdade, ao reconhecer elementos que diferem os alunos que a frequentam realizam isso de forma mais fácil, como é o caso da pluralidade religiosa.
Alves (2015) acredita que o ensino religioso na escola pode contribuir para que os alunos adquiram um olhar mais amplo sobre a realidade, cujo o objetivo é realizar de forma concreta uma ressignificação de suas ações a respeito do fenômeno religioso, pois umas das maiores riquezas da humanidade, encontra-se na diversidade da comunhão. O autor ainda destaca que o espaço escolar deve ser utilizado como um ambiente em que se desenvolvam nos educandos pensamentos voltados à ideia de combate à discriminação religiosa, racial ou étnica.
Assim, a disciplina de ensino religioso deve ser considerada como uma área do conhecimento a ser trabalhada pedagogicamente nas escolas para o bem comum.
É neste sentindo que o docente é considerado o grande mediador a frente da sala, aquele que detém o conhecimento capaz de conscientizar os alunos. O professor de ER necessita de discernimento para explicar os conteúdos da disciplina.
No Referencial Curricular para o Ensino Religioso do Sistema Estadual de Ensino do RS (2006, p.9), trás como recomendação algumas características que este pode desenvolver em sua relação educando-conhecimento-educador:
a) ser habilitado e conhecer o fenômeno religioso e suas consequências socioculturais no contexto da educação em geral; b) ser capaz de compreender o pluralismo religioso presente na sociedade brasileira e de interagir com ele; c) desenvolver um pensamento autônomo, criativo, interrogativo e mediador, diante de um amplo referencial cultural; d) comprometer-se com seu desenvolvimento pessoal e profissional, através de uma formação continuada e aberta à sua atualização, com flexibilidade para o aprendizado do novo; e) apresentar um compromisso pautado em princípios éticos, com a transformação social e com a afirmação da construção da cidadania como patrimônio coletivo de toda a sociedade civil; f) adquirir habilidades comunicativas e domínio das novas linguagens e tecnologias, para articular a prática pedagógica com meios de comunicação atualizados; g) admitir que o educando é pessoa, sujeito-como-sujeito, manifestação da realidade e da alteridade; h) promover relações interdisciplinares e transdisciplinares, envolvendo os diferentes componentes curriculares, favorecendo a formação integral, fim último da ação educativa. 
	Características como estas devem ser importantes no educador de ER, pois este precisa ser uma pessoa consciente, aberta, flexível que busque sempre se aprimorar e apresentar alternativas a serem trabalhadas em sala de aula. 
	 Importante que em meio à aula e as novas ressignificações que o professor trará, leve em consideração mais do que as questões políticas e sociais que envolvem as religiões, são tantos conteúdos que podem ser trabalhados, onde o educador pode capacitar seus alunos através de reflexões que levam a comunicação e ao discernimento do diferente.
 Gomes e Schier[footnoteRef:2] ressaltam que o professor de ensino religioso deve ter uma formação adequada para que desta forma possibilite o conhecimento sobre o fenômeno religioso, as diversas manifestações do sagrado, e o pluralismo cultural existente na sociedade, para que ele possa ter uma compreensão da relação do homem com o transcendente. [2: GOMES, Francisco Fernandes. SCHIER, Dirlei Afonso. Ensino religioso na formação integral. Disponível em: <https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/tcc_artigo_ensino_religioso_na_formacao_integral-2.pdf>. Acesso em: 18 de dezembro de 2018.] 
 Para Alves (2015) ao existir uma disciplina curricular que trata de assuntos ligados à natureza do ser humano, caracterizada como a dimensão religiosa, pode trazer consequências no convívio entre os indivíduos, que por estarem em um mesmo espaço de convívio, certamente podem encontrar em suas diferenças, possibilidades para terem disposição em conhecer, aceitar, e ouvir o diferente.
Um aspecto importante que será destacado é como trabalhar a Bíblia nas aulas de Ensino Religioso. Trabalhar a Bíblia em sala de aula não deve ser encarado como um modo de impor qualquer religião aos alunos, mas sim de fazê-los conhecer este livro que gera grande influência na cultura humana.
A Bíblia é a sagrada escritura, o conjunto de livros do Antigo e do Novo Testamento, que contém as doutrinas que orientam o comportamento dos cristãos. Trabalhar a Bíblia nas aulas de Ensino Religioso, visto a pluralização dos discentes que podem pertencer a outras religiões e culturas necessita de um bom planejamento.
O docente precisa ter consciência que em uma sala de aula ele vai encontrar resistência por partes de alunos que não utilizam ou até mesmo desconhecem a Bíblia devido à sua cultura e costumes.
Mesmo que seja uma minoria é necessário estar atento a esse aspecto já que o Ensino Religioso não é uma obrigatoriedade e esses discentes podem se preferir ser dispensados das aulas ou realizar outras atividades. O que não poderá acontecer é o docente impor o ensino da Bíblia se sobrepondo sobre as demais religiões, pois assim estaria sendo uma aula de intolerância religiosa.
Desse modo, o espaço escolar onde há o encontro de indivíduos de diversas identidades, culturas e crenças funcionam como um local dinâmico onde deve-se trabalhar a desconstrução de pré-conceitos ainda enraizados na sociedade e que se faz necessária e urgente a quebra destes através do conhecimento, ultrapassando as fronteiras e ampliando sua concepção de mundo.
O que o docente precisa fazer é criar uma aula em que consiga trabalhar a Bíblia de forma que não seja uma aula catequista, mas sim um momento em que os alunos se sintam interessados em conhecer este livro.
Há maneiras que o professor pode trabalhar a Bíblia, como ela formada, de quantos livros se constitui, diferenças que podem existir entre ela nas diferentes religiões em que é usada, levar a discussão sobre ela e os diferentes livros sagrados usados em outras religiões; seu processo histórico, poderá trabalhar a intolerância religiosa, criando discussões com os alunos sobre determinadas passagens presentes na Bíblia.
O professor poderá fazer análises dos costumes religiosos antigos e como eles evoluíram, destacando as mudanças até o momento atual. Se houver alunos que são de outras religiões é possível atiçar a curiosidade deles, contando sobre a história da Bíblia, destacando sua importância na cultura e desenvolvimento históricona sociedade.
O docente também poderá perguntar a alunos de outras religiões se eles também seguem algum livro, perguntar sobre como são realizadas as cerimônias de sua religião e se eles seguem algum livro, como a Bíblia.
Ao fazer isso o professor não está colocando o livro da Bíblia acima dos outros, mas criando uma aula onde o conhecimento de costumes e culturas diferentes possam se dialogar e dessa forma não ter lugar para intolerância religiosa. 
	O professor de Ensino Religioso pode se unir com outras matérias, como por exemplo a disciplina de história, para desenvolver trabalhos interdisciplinares.
CONCLUSÃO
	A religião e a transmissão de seus ensinamentos nas diferentes culturas sempre acompanhou o homem. Infelizmente há em nossa história a mancha da imposição da religião católica sobre crenças muito diferentes.
	O ensino religioso passou por diversas fases no meio escolar, até de consolidar como uma disciplina pedagógica em que possui o objetivo de abordar sobre a pluralidade religiosa existente no país, deixando de ser um meio onde se catequizava os estudantes, pois o proselitismo foi proibido e a disciplina é facultativa ao educando.
	Para a realização deste trabalho foram realizadas muitas pesquisas, pouco material sobre meios alternativos e modos de se trabalhar a bíblia de um modo onde todos possam aprender mais sobre este livro sagrado das religiões cristãs e entendem sobre a diversidade foram encontrados. 
Sendo assim, se faz necessário que destacar que materiais sobre esta temática, bem como a utilização de outras escrituras sagradas que possam auxiliar o professor a ensinar seus alunos deveria ser pesquisado e publicado para que saibam e compreendam que nenhuma religião é errada, apenas são diferentes e que todas devem ser respeitadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Alan Nickerson. A influência pedagógica do ensino religioso para a formação cidadã. Diversidade Religiosa, v. 1, n. 2, 2015, ISSN 2317-0476. Disponível: <www.periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/dr/article/download/25445/13783> Acesso em: 20 de dezembro de 2018.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular - Educação à Base. Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf.> Acesso em: 31 de nov. de 2018.
COSTA, Antonio Max Ferreira da. Um breve histórico do Ensino Religioso na educação brasileira. Disponível em: < http://www.cchla.ufrn.br/humanidades2009/Anais/GT07/7.4.pdf.> Acesso em: 05 de dez. de 2018.
FORUM PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Religioso. São Paulo: AM, 1997.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Referencial Curricular para o Ensino Religioso na Educação Básica do Sistema Estadual de Ensino. Porto Alegre, 2006.
SALLA, Fernandes. Ensino Religioso e escola pública: uma relação delicada. Disponível em: < https://novaescola.org.br/conteudo/74/ensino-religioso-e-escola-publica-uma-relacao-delicada>. Acesso em: 15 de dezembro de 2018.
SCHLÕGL, Emerli. Ensino Religioso: Perspectivas para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Curitiba: Ibpex, 2009, p. 12, 21.