Buscar

Prévia do material em texto

Necessidades Nutricionais para o Exercício:
CARBOIDRATOS I
AULA 3
CAMILA GOMES FERREIRA
Objetivos da Aula 3:
• Distinguir entre monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos;
• Demonstrar quanto glicogênio é armazenado pelo corpo;
•Apresentar as conversões dos carboidratos;
• Recomendar consumo adequado de carboidratos;
• Identificar o papel dos hormônios nas reservas de glicogênio;
• Resumir as quatro funções principais dos carboidratos no organismo;
Tipos de Carboidratos
• Monossacarídeos
• Oligossacarídeos
• Polissacarídeos
•A glicose, a frutose e a galactose constituem os três principais monossacarídeos;
•A glicose é formada naturalmente no alimento ou no corpo por meio da digestão de carboidratos mais
complexos.
•A gliconeogênese, processo que ocorre no corpo para produzir novas moléculas de açúcar, ocorre
principalmente no fígado a partir dos resíduos de carbono de outros compostos. Após sua absorção pelo
intestino delgado, a glicose pode seguir uma destas três vias:
1. Torna- se disponível como fonte de energia para o metabolismo celular;
2. Forma glicogênio para armazenamento no fígado e nos músculos;
3. É convertida em gordura (triacilglicerol) para uso subsequente como energia;
Monossacarídeos
• A frutose, o açúcar mais doce, é encontrada em grandes quantidades nas frutas e no mel. A
frutose, à semelhança da glicose, também serve de fonte de energia, porém em geral
direciona-se rápida e diretamente do sistema digestório para o sangue, sendo convertida
principalmente em gordura, mas também em glicose, no fígado;
• A galactose não existe livremente na natureza; em vez disso se combina com a glicose
para formar o açúcar nas glândulas mamárias durante a lactação. O corpo transforma a
galactose em glicose para uso no metabolismo energético;
Oligossacarídeos
Os monossacarídeos e os dissacarídeos são denominados, como açúcares simples. Os três dissacarídeos
principais são:
1. Sacarose (glicose + frutose), o dissacarídeo mais comum, contribui com até 25% das calorias
totais. É encontrada naturalmente na maioria dos alimentos que contêm carboidratos,
particularmente beterraba e cana de açúcar, açúcar mascavo e mel;
2. Lactose (glicose + galactose), um açúcar não encontrado em vegetais (menos doce);
3. Maltose (glicose + glicose), presente na cerveja, cereais matinais e nas sementes em
germinação. Denominado como açúcar do malte, tem uma pequena contribuição para os
carboidratos da dieta;
Os açúcares simples são conhecidos
comercialmente por vários nomes. Essa
figura ilustra açúcares simples com seu
conteúdo percentual de glicose e frutose.
Polissacarídeos
Os polissacarídeos são formados durante o processo químico de síntese por desidratação, isto é, uma
reação com perda de água que forma uma molécula de carboidrato mais complexa. As fontes, tanto
vegetais quanto animais, contribuem para essas grandes cadeias de monossacarídeos interligados.
1. Polissacarídeos Vegetais (Amido e Fibras):
O amido, encontrado em sementes, no milho e em vários grãos no pão, cereais, apresenta-se sob duas
formas: amilose e amilopectina;
As fibras, incluem a celulose, resistem à degradação química pelas enzimas digestivas humanas, embora
uma pequena porção seja fermentada pela ação das bactérias no intestino grosso e participe finalmente
nas reações metabólicas após sua absorção intestinal.
2. Polissacarídeos Animais (Glicogênio):
O glicogênio é o carboidrato de armazenamento no músculo e no fígado dos mamíferos. O glicogênio
constitui-se como um grande polímero polissacarídeo sintetizado da glicose no processo de
glicogênese.
O glicogênio, cujo formato é irregular, varia de algumas centenas a 30.000 moléculas de glicose
ligadas entre si, lembrando um cordão de salsichas, com pontos de ramificação para a ligação de
unidades adicionais de glicose.
Quanto glicogênio é armazenado pelo corpo?
Distribuição de energia proveniente dos carboidratos em um homem de constituição média de 80 kg
• Cada grama de glicogênio ou de glicose contém aproximadamente 4 calorias (kcal) de energia. Isso
significa que uma pessoa comum armazena cerca de 2.000 kcal na forma de carboidratos.
• O corpo armazena comparativamente pouco glicogênio, de modo que sua quantidade flutua de modo
considerável de acordo com modificações nutricionais. Por exemplo, um jejum de 24 h ou uma dieta
pobre em carboidratos e com teor calórico normal praticamente depleta as reservas de glicogênio.
• Em contrapartida, a manutenção de uma dieta rica em carboidratos por vários dias quase duplica as
reservas corporais de glicogênio, em comparação com os níveis alcançados em uma dieta bem
balanceada. O limite superior do corpo para o armazenamento de glicogênio é, em média, de,
aproximadamente, 15 g por quilograma (kg) de massa corporal, equivalente a 1.050 g para um
homem de 70 kg, e 840 g para uma mulher de 56 kg.
• Vários fatores determinam a taxa e a quantidade de degradação e de ressíntese de
glicogênio. Durante o exercício, o glicogênio intramuscular fornece a principal fonte
energética de carboidratos para os músculos ativos.
• Além disso, o glicogênio hepático é rapidamente reconvertido em glicose para sua
liberação no sangue como suprimento extramuscular de glicose para o exercício.
• O termo glicogenólise descreve essa reconversão do glicogênio em glicose. A depleção de
glicogênio hepático e muscular por meio de restrição nutricional de carboidratos ou
exercício intenso estimula a síntese de glicose. Isso ocorre por meio de vias metabólicas
gliconeogênicas a partir dos componentes estruturais de outros nutrientes, particularmente
proteínas.
Papel dos Carboidratos no Organismo
1. Fonte de Energia
2. Preservação de Proteínas
3. Iniciador Metabólico
4. Combustível para o Sistema Nervoso Central
1. Fonte de energia
• Atuam como combustível energético, principalmente durante a atividade física intensa. A 
energia proveniente do catabolismo da glicose transportada pelo sangue e do glicogênio 
muscular aciona os componentes contráteis do músculo, assim como outros tipos de 
trabalho biológico;
• O consumo diário suficiente de carboidratos para indivíduos fisicamente ativos mantém as 
reservas corporais de glicogênio relativamente limitadas. Quando as células alcançam sua 
capacidade máxima de armazenamento do glicogênio, os açúcares em excesso são 
convertidos em gordura e assim armazenados- interconversão de macronutrientes para o 
armazenamento de energia; 
2. Preservação de proteínas
• Em condições normais, a proteína é vital na manutenção, reparo e crescimento dos tecidos e,
em grau menor, atua como fonte nutritiva de energia. A depleção das reservas de glicogênio
afeta significativamente a mistura metabólica das fontes de energia. Além de estimular o
catabolismo das gorduras, a depleção de glicogênio desencadeia a síntese de glicose a partir do
reservatório lábil de aminoácidos. Essa conversão gliconeogênica proporciona uma opção
metabólica para aumentar a disponibilidade de carboidratos, mesmo na existência de reservas
insuficientes de glicogênio. O preço pago recai sobre os níveis corporais de proteína,
particularmente a proteína muscular. Em condições extremas, isso reduz a massa de tecido
magro e leva a sobrecarga de solutos para os rins forçando-os a excretar os subprodutos
nitrogenados do catabolismo proteico.
• Tanto em repouso quanto durante a atividade, a glicogenólise hepática (conversão do
glicogênio em glicose) mantém níveis normais de glicemia, habitualmente em 100 mg/dℓ.
Na atividade física prolongada, como maratona de corrida (ou atividades de duração e
intensidade semelhantes), a concentração sanguínea de glicose acaba caindo abaixo dos
valores normais, dada a depleção do glicogênio hepático, enquanto o músculo ativo continua
catabolizando a glicose sanguínea disponível. Os sintomas de níveis de glicemia
clinicamente reduzidos (hipoglicemia: < 45 mg de glicose/dℓ de sangue) consistem em
fraqueza, fome,confusão mental e tontura. Isso prejudica finalmente o desempenho físico e
pode contribuir para a fadiga do sistema nervoso central associada ao exercício prolongado.
A hipoglicemia persistente e profunda pode levar à perda da consciência e produzir dano
cerebral irreversível.
Importantes Conversões dos Carboidratos
Glicogênese: glicose glicogênio
Gliconeogênese: proteína glicose
Glicogenólise: glicogênio glicose
Papel dos hormônios nas reservas de glicogênio
• Desempenham papel-chave na regulação das reservas hepáticas e musculares de
glicogênio por meio do controle dos níveis circulantes de glicemia;
• Em resposta aos níveis elevados de glicemia, as células beta (β) do pâncreas secretam
mais insulina, o que facilita a captação celular de glicose e inibe a secreção adicional de
insulina (regulação por feedback);
• Em contrapartida, quando o nível de glicemia cai abaixo do normal, as células alfa (α) do
pâncreas secretam glucagon para normalizar a concentração sanguínea de açúcar;
Consumo Recomendado de Carboidratos
Embora não haja recomendações mínimas ou máximas absolutas para o consumo total de
carboidratos, para uma pessoa sedentária de 70 kg, o consumo diário de carboidratos em
geral corresponde a cerca de 300 g ou entre 40 e 50% das calorias totais. Para as pessoas
fisicamente mais ativas e para as envolvidas em treinamento físico, os carboidratos
devem constituir cerca de 60% das calorias diárias ou 400 a 600 g, predominantemente sob
a apresentação de frutas, grãos e legumes ricos em fibras e não refinados. Em períodos de
treinamento intenso, o consumo de carboidratos deve aumentar para 70% das calorias
totais consumidas, ou aproximadamente 8 a 10 g por kg de massa corporal.
Bibliografia
McARDLE, W.D., KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho
Humano. 8 Ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
AULAS 2 E 3
NUTRIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA