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Aula Prática Diagnóstico de Salmonella UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA – (FAMV) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOEXPERIMENTAÇÃO Médica Veterinária Mestranda Adriana Souto Pereira Núncio Orientadora: Profª Dra. Laura Beatriz Rodrigues Passo Fundo, 22 de outubro de 2020. Diagnóstico de Salmonella Alimentos Salmonella CLASSIFICAÇÃO • Bacilo Gram negativo; • Não esporogênicos; • Aeróbios e anaeróbios facultativos; • Maioria dos sorovares são móveis; • Crescimento: 37C; • Mesófilas (25C e 40C); • Aw: 0,94; • Suscetíveis à destruição pelo calor: 55°C/1h ou 60°C/20 min. GÊNERO: Salmonella ➢ Espécies: ✓ Salmonella bongori ✓ Salmonella enterica subespécie Comumente denomina-se: Salmonella Heidelberg (Forsythe 2002; Grimont &Weil, 2007) ESPÉCIE SUBESPÉCIE SOROVAR Salmonella enterica subespécie enterica sorovar Heidelberg enterica salamae arizonae diarizonae houtenae indica ➢Subespécies divididas em sorovares: Em 2016: 2.637 SOROVARES (LOPES et al., 2016) Resolução RDC n° 12 - 2001 Qualidade microbiológica Critérios e padrões microbiológicos para alimentos Alimentos destinados ao consumo humano DTA Salmonella → PRESENÇA/AUSÊNCIA EM 25 g/ml -Frutas, produtos de frutas e similares; -Hortaliças, legumes e similares, incluindo cogumelos (fungos comestíveis); -Raízes, tubérculos e similares; -Carnes e produtos cárneos; -Ovos e derivados; -Pescados e produtos de pesca; -Leite de bovinos e de outros mamíferos e derivados; -Produtos lácteos; -Cereais; GRUPO DE ALIMENTOS PARA PESQUISA DE Salmonella Resolução RDC n° 12 - 2001 RDC 12 não contempla pesquisa de Salmonella em carne de frango. ISO 6579:2002 Isolamento Bacteriano ISO 6579:2002 → Aplica-se a todos os alimentos destinados ao consumo humano, às rações animais e a amostras do ambiente de fabricação ou manipulação de alimentos. 1º: Pesagem e preparo da amostra: Pesar 25 ± 0,2 g ou pipetar 25 ± 0,2 mL da amostra, em sacos estéreis. ESTUFA 41-43°C/21 a 27h 2º Pré-enriquecimento caldo não seletivo 3º Enriquecimento Seletivo TT RP BPLS XLD BPLS XLD Isolamento Bacteriano Muller- Kauffmann Tetrationato com novobiocina ESTUFA 36°C (+/-1)/16 a 20h 225 mL Água Peptonada 1% (1:10) 9mL TT 9,9mL RP 1mL 0,1mL Contra prova C- e C+ 4º plaqueamento seletivo diferencial Homogeneizar 60 s no "stomacher" Incubar as placas invertidas, a 37 ± 1°C /24 ± 3 horas FOTO ALIMENT O Após o período de incubação verificar se há desenvolvimento de colônias típicas de Salmonella nos meios de plaqueamento diferencial. 5º Seleção XLD BPLS PROVAS BIOQUÍMICAS ESTUFA 36°C (+/-1)/18 a 24h VP CARACTERIZAÇÃO ANTIGÊNICA (Vi, H e O) Poli “O”, Poli “B” (H:i, H:2 H:r), Poli “D” (Hgm, Hgp, Hm, Hp) AN 6º Confirmação TSI UREIA LISINA β-Galactosidase SIM Reagente Kovacs → TESTE INDOL Para teste indol pode usar triptona com triptofano. BAX System® Método por PCR Método validado e aceito pela AOAC. →Sistema rápido de detecção de patógenos; →Utiliza a tecnologia da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR); →Detecta 100% de sorovares de Salmonella em alimentos; →Método de triagem!!!! →Resultados positivos devem ser confirmados por método convencional. Pré-enriquecimento Água Peptonada Tamponada (APT) ▪ Meio não seletivo para a fase de pré-enriquecimento no processo de isolamento de Salmonella em alimentos e água para aumentar a recuperação destes microrganismos; ▪ A triptona fornece aminoácidos e proteínas; ▪ O cloreto de sódio mantém o balanço osmótico do meio; ▪ O fosfato dissódico e o fosfato monopotássico são agentes tamponantes. Pré-enriquecimento Água Peptonada 1% Enriquecimento Seletivo Tetrationato - TT ▪ A adição da iodo-iodetato mais o tiossulfato inibem o crescimento de coliformes e proporciona um ambiente ideal para as bactérias redutoras de tetrationato como Salmonella e Proteus podendo se multiplicar com mais facilidade. Os sais biliares inibem o desenvolvimento de microrganismos Gram positivos. novobiocina ESTUFA 36°C (+/-1)/18 a 24h 9mL TT 10mL RP 1mL 0,1mL Rappaport Vassiliadis - RV ▪ Possui verde de malaquita em sua composição e a Novobiocina é adicionada como um agente seletivo. ESTUFA 36°C (+/-1)/18 a 24h 9mL TT 10mL RP 1mL 0,1mL Provas Bioquímicas TSI (Triple Sugar Iron Agar) ▪ Açucares: ➢ Fermentação da Glicose: reação ácida no fundo do tubo (amarelo) reação alcalina na superfície (vermelho); → Salmonella fermenta glicose (+) base amarela (reação ácida). ➢ Fermentação da glicose, sacarose e lactose: reação ácida em todo o meio, formando coloração amarela no fundo e na superfície; → Salmonella incapaz de metabolizar a lactose e a sacarose (-): reação alcalina. ▪ Produção de gás: ➢ Formação de bolhas de gás no meio; ▪ Produção de H2S: ➢ Fundo do tubo torna-se enegrecido (escuro); ➢ Determina se houve a liberação de H2S de aminoácidos do meio de cultura, por ação de uma enzima (cisteína desulfidrase); BIOQUÍMICA PRELIMINARConfirmação LIA ▪ Avalia-se a descarboxilação da lisina, desaminação da lisina e produção de H2S; ▪ Salmonella: + cor púrpura. Reação Alcalina. ▪ Contem: ▪ Lisina (aminoácido); ▪ Glicose (carboidrato); ▪ Proteína (pouco); ▪ Violeta de bromocresol (indicador de pH); ▪ Tiossulfato de sódio/ citrato de amônio férrico (fonte de enxofre e indicador de H2S). BIOQUÍMICA PRELIMINAR Confirmação SIM (gás sulfídrico, indol, motilidade) ▪ H2S ( Salmonella +) ▪ Motilidade: (Salmonella +) ▪ É observado em no meio SIM através da inoculação com agulha, deixando 1 cm do meio sem perfuração. O crescimento de microrganismos imóveis fica restrito ao local da inoculação. No caso das móveis a bactéria migra pelo meio tornando-o turvo. ▪ Indol: (Salmonella -) ▪ Produto resultando da degradação do triptofano, detectado pelo reagente do Kovac’s (composto aldeído). BIOQUÍMICA PRELIMINARConfirmação SIM (gás sulfídrico, indol, motilidade) BIOQUÍMICA PRELIMINARConfirmação URÉIA ▪ Capacidade da bactéria utilizar a ureia formando moléculas de amônia, através da enzima urease. ▪ Salmonella urease negativa; BIOQUÍMICA PRELIMINARConfirmação β - Galactosidase (ONPG) ▪Mostra a presença ou ausência da enzima beta galactosidase. ▪Negativo para Salmonella. VP Voges-Proskauer Test ▪ Habilidade de organismos em detectar a acetilmetilcarbinol. ▪Salmonella negativo. Interpretação de Resultados - Alimentos Comportamento Bioquímico Preliminar S. Typhimurium, S. Enteritidis e S. Heidelberg entre outras... TSI Base Fermentação de Glicose Reação Ácida (+) Amarela Gás Produção de gás (+) Bisel Utilização da Lactose e/ou Sacarose Reação alcalina (-) Vermelho H2S Enegrecimento do meio (+) LIA Base/Bisel Produção de Lisina Carboxilase Reação Alcalina (+) Púrpura H2S Enegrecimento do meio (+) SIM Motilidade Turvação do ágar na ausência de H2S ou enegrecimento na presença de H2S. (+) Indol Coloração do anel (-) Anel Amarelo H2S Enegrecimento do meio (+) Uréia Presença de Urease (-) Inalterado VP Ausência de acetoína (-) amarelo beta- galactositase Presença ou Ausência da enzima (-) Lisina Descarboxilase Realcalinização Púrpura-Amarelo-Púrpura (+) Púrpura Diagnóstico de Salmonella na Sanidade avícola Métodos de ensaio Sorologia Isolamento bacteriológico Pré-enriquecimento Isolamento Bioquímico Sorotipificação O que espera de resultado? Isolamento Sorológico indireto Patógeno envolvido Anticorpos Sorologia SAR – Sorologia rápida em placa Sorologia indireta ▪ COLHEITA DA AMOSTRA: ▪ Veia braquial (asa); ▪ Punção cardíaca (pintinhos). ▪ SANGUE TOTAL ▪ SORO (AMOSTRA RESFRIADA) Isolamento Bacteriano DIAGNÓSTICO DEFINITIVO ESTUFA 42-43°C/18 a 24h Pré-enriquecimento Enriquecimento Seletivo TT RP MC/VB XLD MC/VB XLD Isolamento Bacteriano Iodo 200uL ESTUFA 36°C (+/-1)/18 a 24h Água Peptonada 1% (1:10) 9mL TT 10mL RP 1mL 0,1mL Contra prova BIOQUÍMICA PRELIMINAR ESTUFA 36°C (+/-1)/18a 24h ESTUFA 36°C (+/-1)/18 a 24h Citrato Fenil. Dulc. Malt. Glic. Man. Lac. Sac. Malon ato Lisina Arg. Ornit. VM VP CARACTERIZAÇÃO ANTIGÊNICA Poli “O”, Poli “B” (H:i, H:2 H:r), Poli “D” (Hgm, Hgp, Hm, Hp) AN Confirmação Provas Bioquímicas PROVAS BIOQUÍMICAS ADICIONAIS Citrato de Simmons ▪ Bactérias capazes de utilizar citrato como única fonte de carbono. → Salmonella Pullorum e Gallinarum: (-) inalterado →S. Typhimurium, S. Enteritidis e S. Heidelberg :(+) Azul Lisina, Ornitina e Arginida ▪ Habilidade enzimática da bactéria para descarboxilar um aminoácido para formar amina, resultando em alcalinidade. ▪ Bactéria possui descarboxilase específicas capaz de atacar aminoácidos na ligação carboxila (-COOH), resultando em amina e CO2. Ornitina descarboxilase: Gallinarum: (+) Púrpura Pullorum: (-) Enteritidis...Etc (+) Púrpura Malonato: Alcalinização do meio: Salmonella: (-) inalterado Carboidratos ▪ Fermentação: ➢ Sorbitol, Ramnose, Dulcitol, manitol, glicose, maltose, lactose: Sorotipificação ▪ Polivalente “O” ▪ Polivalente “H” Interpretação de Resultados - Sanidade Comportamento Bioquímico Preliminar Salmonella Pullorum Salmonella Gallinarum S. Typhimurium, S. Enteritidis e S. Heydelberg entre outras TSI Base Fermentação de Glicose Reação Ácida (+) Amarela (+) Amarela (+) Amarela Gás Produção de gás (+/-) diferentes tipos (-) (+) Bisel Utilização da Lactose e/ou Sacarose Reação alcalina (-) Vermelho (-) Vermelho (-) Vermelho H2S Enegrecimento do meio (+/-) (+) (+) LIA Base/Bisel Produção de Lisina Carboxilase Reação Alcalina (+) Púrpura (+) Púrpura (+) Púrpura H2S Enegrecimento do meio (+/-) (+) (+) SIM Motilidade Turvação do ágar na ausência de H2S ou enegrecimento na presença de H2S. (-) (-) (+) Indol Coloração do anel (-) Anel Amarelo (-) Anel Amarelo (-) Anel Amarelo H2S Enegrecimento do meio (+/-) (+) (+) Uréia Presença de Urease (-) Inalterado (-) Inalterado (-) Inalterado Comportamento Bioquímico Complementar Salmonella Pullorum Salmonella Gallinarum S. Typhimurium, S. Enteritidis e S. Heydelberg entre outras Citrato de Simmons Alcalinização (-) Inalterado (-) Inalterado (+) Azul Ornitina Descarboxilase Realcalinização Púrpura-Amarelo-Púrpura (+) Púrpura (-) Amarelo (+) Púrpura Maltose Reação Ácida (-) Inalterado ou tardiamente (+) Amarelo (+) Amarelo (+) Amarelo Dulcitol Reação Ácida (-) Inalterado (+) Amarelo ou ocasionalmente (-) Inalterado (+) Amarelo VM Reação ácida (+) vermelho (+) vermelho (+) vermelho VP Ausência de acetoína (-) amarelo (-) amarelo (-) amarelo Fenilalanina desaminase Ausência de ácido fenilpirúvico (-)inalterado (-) inalterado (-)inalterado Lisina Descarboxilase Realcalinização Púrpura-Amarelo-Púrpura (+) Púrpura (+) Purpura (+) Púrpura Arginina desidrolase Realcalinização Púrpura-Amarelo-Púrpura (-) amarela ou (+) Púrpura (-) amarela (-) amarela ou (+) Púrpura Malonato Alcalinizalção (-) inalterado (-) inalterado (-) inalterado D-Glicose produçãode ácido Reação ácida (+) Amarelo (+) Amarelo (+) Amarelo D-Glicose produção de gás Reação ácida (-) sem bolhas ou (+) presença de bolhas (-) sem bolhas (+) presença de bolhas Lactose Reação ácida (-) inalterado (-) inalterado (-) inalterado Sacarose Reação ácida (-) inalterado (-) inalterado (-) inalterado D – Manitol Reação ácida (+) Amarelo (+) Amarelo (+) Amarelo Caracterização antigênica da Salmonella Typhimurium Antissoros Resultado da aglutinação Interpretação “B” (4,5) + Confirmação do grupo H:i + Confirmação da presença do fator H:i H:2 + Confirmação da presença do fator H:2 Diferenciação bioquímica de S. Pullorum e S. Gallinarum Provas bioquímicas Salmonella Pullorum Salmonella Gallinarum Descaboxilação da ornitina + - TSI Produção de H2S +/- + Fermentação da Glicose + + Produção de gás +/- - Fermentação do dulcitol - +/- (ocasionalmente negativa) Fermentação da maltose -/+ (ou tardiamente positiva) + IN 78 /2003 PNSA Certificado como livre de Salmonella Gallinarum (tifo aviário) e Salmonella Pullorum (pulorose) e livre ou controlado para Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium. →Linhas puras, bisavoseiros e avoseiros deverão apresentar-se livres das quatro salmonelas: Salmonella Gallinarum, Salmonella Pullorum, Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium →Matrizeiros deverão ter a condição de livres de Salmonella Gallinarum e Salmonella Pullorum e livres e/ou controlados para Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium. Avós: Positividade para Salmonella Gallinarum, Salmonella Pullorum, Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium→ sacrifício/abate do núcleo e eliminação de todos os ovos, incubados ou não, provenientes dos núcleos afetados. Matrizes: positividade para Salmonella Gallinarum, Salmonella Pullorum → sacrifício/abate do núcleo e eliminação de todos os ovos, incubados ou não, dele provenientes. IN 20 /2016 FRANGO DE CORTE: - Salmonella sem implicação em saúde pública: Gallinarum e Pullorum. → Abate normalmente, mas posteriormente higienização do frigorifico. - Salmonella com implicação em saúde pública: Enteritidis, Typhimurium... → Idem anterior, porém deve-se destinar o produto para CMS, tratamento térmico ou outro tratamento aprovado pelo ministério que garanta eliminação do patógeno. UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA – (FAMV) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOEXPERIMENTAÇÃO Adriana Souto Pereira Núncio adrianaspn@hotmail.com
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