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Clostridium · É extremamente heterogêneo. · A capacidade do Clostridium de causar infecção é atribuída a tres fatores: · Habilidade de sobreviver em ambientes adversos. (formação de esporos). · Rápido desenvolvimento em ambientes nutricionalmente ricos e sem oxigênio. · Produção de toxinas, enterotoxinas e neurotoxinas, causando quadros de infecção. · Provocam diversas doenças importantes, mediadas por toxinas. Ex: Clostridium tetani (tétano), Clostridium botulinum (botulismo), Clostridium perfrigens (gangrena gasosa) e Clostridium difficile (gastroenterites e colite pseudomembranosa) · Bastonetes Gram+, anaeróbicos e móveis. · São caracterizadas pela habilidade de fermentar carboidratos e degradar proteínas. (decompõe proteína e forma toxina) · Seu habitat natural é o solo, água, esgoto ou o TGI. Pode sobreviver muito tempo no solo através dos esporos. Clostridium difficile · Forma esporos cresce de um modo muito rápido em cultura. Para realizar as culturas tem que ser meios específicos, pois são anaeróbicos. · Produz uma variedade de ácidos graxos voláteis, contem um odor característico, colocado como odor de galinheiro. · As proteínas bacterianas de superfície do Clostridium são extremamente importantes para a ligação da bactéria no epitélio intestinal, resultando assim, na produção localizada de toxinas e dano tecidual maior. · Produz duas toxinas: · Toxina A: Potente enterotoxina que também exerce uma atividade citotóxica, ligam-se em membranas com borda em escova do intestino, fazem um rompimento da junção célula-célula, aumentando o espaço e aumentando a permeabilidade da parede intestinal, levando a quadros de diarréia. · Toxina B: Poderosa citotoxina, acarreta uma despolimerização da actina com a destruição do citoesqueleto celular. · Apresentações Clínicas: · Diarréia associada a antibióticos: Temos bactéria que coloniza nosso intestino, ao tomar antibiótico, a flora é lesada, causando uma desregulação dela, podendo ser um fator propício para o desenvolvimento do Clostridium. · Colite Pseudomembranosa: Mais grave que a diarréia. Pode ser diagnosticada tanto pela detecção das toxinas do Clostridium nas fezes, mas também pela observação da colonoscopia do aspecto de pseudomembrana. Pode verificar a presença de placas ou de microabcessos localizado na área intestinal. A diarréia pode ser aquosa ou sanguinolenta, dor abdominal associado a uma leucocitose, febre, um quadro infeccioso. Um antibiótico comum é a Ampicilina, Clindamicina e as Quinolonas. O tratamento é suspender o antibiótico e colocar um novo, o mais comum é o Medonitrazol ou Vancomicina. · Fatores Predisponentes: Pessoas internados ou uso de antibiótico há mais tempo. · Medidas Preventivas: Evitar a disseminação entre outros pacientes. Higienizar mãos e banheiro, evitar uso desnecessário de antibiótico e cuidado com o ambiente. Clostridium botullinum · Produz a toxina botulínica, uma das mais potentes neurotoxinas (bloqueia a acetilcolina) conhecidas no planeta, responsável pelo botulismo, doença caracterizada pela paralisia flácida. · Botulismo Alimentar: Visão turva, boca seca, constipação, dor abdominal, progredindo para fraqueza descendente da musculatura periférica com a paralisia flácida. · Botulismo Infantil: Inicialmente os sintomas são inespecífico como constipação, choro fácil, atraso de crescimento e vai progredindo por uma paralisia flácida e respiratória. · Botulismo de Feridas: Quadros clínicos semelhantes ao das doenças de origem alimentar, com período de incubação mais longo e também com sintomas gastrointestinais mais brandos. · Botulismo por Inalação: Inalação da toxina botulínica, ocasiona rápido inicio dos sintomas com paralisia flácida, insuficiência pulmonar e uma alta mortalidade. Clostridium tetani · Produz duas toxinas: · Tetanolisina: Hemolisina sensível ao O2 · Tetanoespasmina: Neurotoxina termolábil, codificada por plasmídeo. Essa neurotoxina inativa as proteínas que regulam a liberação dos neurônios transmissores inibitórios: Glicina e GABA. Com isso os neurônios motores não serão inibidos, o paciente vai apresentar em conseqüência disso uma hiperreflexia, um espasmo muscular e uma paralisia espástica. · O Clostridium tetani pode levar a tres manifestações clínicas: · Tétano Generalizado: Espasmo muscular generalizado, envolvendo o SNA e podendo levar a quadros graves da doença. · Tétano Localizado: Espasmo muscular restrito a área da infecção primária · Tétano Neonatal: Envolvendo o cordão umbilical. E a taxa de mortalidade é alta. Clostridium perfringens · Produz toxinas e enzimas que lisam células sanguíneas e destroem tecidos. Podendo acarretar doenças como sepse, hemólise, micronecrose. · Produz enterotoxina termolábil, acarretando em diarréia aquosa. · Manifestações Clínicas: · Infecções de tecidos moles: Celulites, Miosite supurativas, Mionecrose. · Gastroenterites: Intoxicação Alimentar e Enterite necrotizante Mycobacterium · Mycobacterium tuberculosis, M. leprae, M. bovis. · Bactérias de crescimento lento. Mycobacterium tuberculosis · Importante, pois é responsável por uma doença conhecida, que é a Tuberculose, podendo ser tanto pulmonar (mais frequentes) quanto extrapulmonar. · Bacilos imóveis aeróbios é um patógeno intracelular. Não são formadores de esporos. · Possuem parede celular rica em lipídeos (ácido micólico). · Resistem à descoloração por ácido ou álcool. Chamados de Bacilos “álcool-acidorresistente” (BAAR). São corados por método Ziehl-Neelsen. · Componentes da parede celular: Lipídeos (da característica do BAAR, possuem uma complexa parede, função de antígeno, crescimento lento), Proteínas e Polissacarídeos. · Tuberculose: Doença infectocontagiosa, a principal característica é a preferência dele pelo parênquima pulmonar, a transmissão acontece de pessoa-pessoa, através da inalação de partículas de aerossóis contaminadas com as MO, pela tosse, espirro. Esses indivíduos que transmitem a bactéria através desse aerossol, chamamos esses indivíduos de bacilíferos (elimina o bacilo através de alguns desses mecanismo). Isso só acontece na tuberculose pulmonar, pois na extrapulmonar o mecanismo de transmissão não é o mesmo. · Patogenicidade: O individuo bacilífero, aquele que elimina a bactéria através das gotículas, vai ter contato com individuo que estará próximo e vai inalar e se infectar com essas gotículas, uma vez que essa Mycobacterium entra na parte respiratória do indivíduo ela vai depositar nos alvéolos pulmonares, quando estiver no interior do alvéolo, o sistema imunológico do hospedeiro vai responder com a liberação de citocinas que estimulam os monócitos e os macrófagos, os macrófagos vão fagocitar essas MO, e as MO que agora estarão dentro dos macrófagos, iniciam sua multiplicação, e aumentando assim, a resposta inflamatória (produção de interleucinas, TNF), recrutando células T e NK em direção a área que estão os macrófagos infectados, e nesse área onde estão os macrófagos infectados e com essa reação inflamatória produzida, há um acumulo de varias células, formando o granuloma (estrutura concêntrica, que na sua região central, a uma presença de necrose caseosa e esse processo envolve varias células gigantes). · Uma vez que é formado o granuloma, se a carga antigênica presente nesse granuloma, for pequena, o estímulo é pequeno, e com a resposta do hospedeiro boa, o granuloma passa a ser um processo pequeno e as bactérias são destruídas ou controladas. Porém, se nesse granuloma estiver presentes muitas bactérias, os granulomas são maiores e com a presença forte da área de necrose, formam a cápsula de fibrina que protege essas bactérias, fazendo com que elas permaneçam dormentes, podendo vim a reativar em algum momento. · Geralmente após a um ou dois meses de infecções, as lesões patogênicas associadas a infecção aparece nos pulmões. · Para não se contaminar, devem-se higienizar as mãos, máscara N-95 o médico, o paciente usar máscara cirúrgica e um quarto privativo. · Além dos fatores do sistema imunológico de cada indivíduo, algunsfatores de vida podem ter um risco aumentado: · Pessoas em situações de rua (56x maior) · Pessoas que vivem com AIDS/HIV (28x maior) · Privados de liberdade, ex: presidiários (28x maior) · Indígenas (3x maior) · Usuários de drogas e álcool · Doenças Clínicas: · Tuberculose Pulmonar: Manifestações do pulmão, tosse · Tuberculose Extrapulmonar: Tuberculose Miliar, Linfadenite por tuberculose (ganglionar), Meningite, Osso e Intestinal. · Diagnóstico: da Tuberculose Pulmonar é o quadro clínico (sinais e sintomas), Evidência radiológica, PPD (teste cutâneo da tuberculina, avaliar resposta do paciente a exposição da bactéria), Baciloscopia ou Cultura e PCR (teste molecular). Mycobacterium leprae · Desenvolvimento e Crescimento lento. · Doença conhecida que é causada por essa bactéria é a Lepra (Hanseníase). · Prevalência global da lepra diminuiu após o tratamento mais rápido e eficaz. · Bactéria ácidorresistente. · Parede celular rica em lipídeos, não é possível ser cultivado em meios artificiais (não cultivável). · A doença se da pela resposta do hospedeiro contra a infecção. · A Lepra é disseminada de contato por pessoas-pessoa, porém a forma exata como a disseminação acontece não tem certeza. · O início da Hanseníase é insidioso. O indivíduo pode apresentar lesão anos depois da infecção. · Na doença tem duas apresentações: · Forma tuberculóide (paucibacilar): Infectividade baixa. O teste cutâneo é responsável por confirmar esse tipo de lepra. · Forma lepromatosa (multibacilar): Altamente infecciosa. A microscopia só é sensível nessa forma. · A cultura não é útil. · Diagnóstico: Temos quadro clínico de sinais e sintomas sugestivos, e fazer raspado da lesão, ou biópsia da pele. Bacilos Gram-Negativos Anaeróbicos · Bactérias que geralmente infecta as mucosas. · Bacteroides fragilis, Fusobacterium, Parabacteroides, Porphyromonas, Prevotella. · Colonização: Mucosas, função de estabilizar flora residente, e prevenir a colonização por outras bactérias exógenas e Auxilia na digestão. · Bacteroides fragilis: Anaeróbico, Gram-, cresce rapidamente em meios de cultura, tem uma parede celular (LPS) e pode ser envolta por uma cápsula polissacarídia, sua aderência é por meio de fimbrias. · Patogenicidade: Aderência, Cápsula (anti-fagocítica), Toxina B (metaloprotease de Zn, enterotoxinas, levando a uma alteração morfológica do epitélio intestinal, com perda de cloreto e quadro diarréico). · Doenças Clínicas: Infecção do Trato Respiratório Alto (sinusites crônicas ou otite), Gastroenterites, Abscesso Cerebral, Infecção intra-abdominal, infecção ginecológica e bacteremia. Doenças Periodontais. · Compõe a microbiota intestinal normal: Enterobactérias (E. coli, Klebsiella, Proteus, Enterobacter), Enterococcus, Bacilos Gram- B. fragilis, Estreptococos viridans e Bastonetes Gram + anaeróbica.
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