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Seminário IV INTERPRETAÇÃO, VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS Aluna: Maria Fernanda de Toledo Pennacchi Tibiriçá Amaral RA: 007.120.074 Leitura básica • CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, Capítulo III, primeira parte da obra e, item 2.4 (Sistema e norma: validade, vigência, eficácia e interpretação da legislação tributária) da segunda parte do livro. • CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo IV. • CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Fundamentos Jurídicos da Incidência. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2015, Capítulo I, itens 15 (Validade como relação de pertinência da norma com o sistema), 16, 17 e 18 (A interpretação do direito e os limites da interdisciplinariedade). • CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. Vol. I. 2 Ed. São Paulo: Noeses, 2014, Tema II (As normas interpretativas no direito tributário: análise do art. 3º da Lei Complementar n. 118/05 e seus efeitos jurídicos). Leitura complementar • ADEODATO, João Maurício. Uma teoria retórica da norma jurídica e do direito subjetivo. São Paulo: Noeses, 2011. Capítulos 8 e 9. • BEZERRA NETO, Bianor Arruda. O que define um julgamento e quais são os limites do juiz: valores, hermenêutica e argumentação para a construção de uma teoria da decisão judicial. São Paulo: Noeses, 2017. Capítulo 3. • CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de teoria geral do direito: o constructivismo lógico- semântico. 5. ed. São Paulo: Noeses, 2016. Capítulos VII, XVII e XVIII. • CARVALHO, Paulo de Barros. O absurdo da interpretação econômica do “fato gerador” – Direito e sua autonomia – O paradoxo da interdisciplinaridade. Revista de Direito Tributário, n. 97. • GAMA, Tácio Lacerda. Competência tributária, fundamentos para uma teoria da nulidade. 2.ed. São Paulo: Noeses, 2011. Capítulo 11. • MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Revogação em matéria tributária. 2.ed. São Paulo: Noeses, 2011. Itens 3.5 a 3.8 do Capítulo III. Questões 1. Que significa afirmar que uma norma “N” é válida? Diferençar: (i) validade, (ii) vigência; (iii) eficácia jurídica; (iv) eficácia técnica e (v) eficácia social. R: Para Hans Kelsen, a norma é a ordem, norma é ato de vontade em sentido objetivo, enquanto ordem é expressão subjetiva de quem formula. Portanto para ser válida a norma precisa ser formulada porque possua autorização para fazê-lo. Segundo Lourival Vilanova1, há uma bivalência das proposições normativas: “Uma p-normativa é válida, ou não-válida, de acordo com os critérios- de-validade que o sistema jurídico estabelece.” Já Miguel Reale considera a validade da norma sobre três aspectos, o formal ou técnico (vigência), validade social (eficácia) e validade ética (fundamento). Para ele validade é gênero e vigência e eficácia são espécies. Diferentemente de Kelsen que entende que a validade de uma norma depende da validade de outra norma imediatamente superior a ela. Tendo como exemplo a pirâmide de Kelsen, em que a Constituição está acima das demais normas. Quando falamos em vigência da norma nos referimos ao fato dela estar em vigor, quando uma lei é publicada ela passa pela vacatio legis, que é intervalo temporal entre a publicação da lei e sua entrada em vigor. Eficácia para Kelsen está no mundo do SER, enquanto a validade está no mundo do DEVER-SER. Portanto uma norma jurídica eficaz é aquela em que a conduta do ser humano está em conformidade com as normas do ordenamento jurídico. Para ele a vigência sempre virá antes da eficácia. Eficácia técnica pode ser suspensa pelo Senado, através da resolução, que permanece vigente sem poder atuar, continuando também válida até que o órgão que a promulgou venha a expulsá-la do sistema2. Eficácia social é aquela que norma que foi acatada pela população (destinatário da norma), todas as vezes que a norma for descumprida, inexistirá eficácia social. 2. Descreva o percurso gerador de sentido dos textos jurídicos explicando os planos: (i) dos enunciados tomados no plano da expressão (S1); (ii) dos conteúdos de significação dos enunciados prescritivos (S2); (iii) das significações normativas (S3); (iv) das relações entre normas (S4). R: Para Paulo de Barros Carvalho para compreender o direito positivo é preciso interpretá-lo, assim ele criou um modelo, que analisa a construção do sentido de qualquer sistema jurídico em quatro planos: S1 plano dos enunciados-expressões; S2 plano dos enunciados prescritivos (proposições); S3 plano das significações normativas (normas jurídicas) e o S4 plano das relações entre normas (sistematização). Seguindo esta corrente, o direito positivo é um sistema de enunciados prescritivos, onde o intérprete busca o sentido empregado pelo legislador, a partir da leitura do texto, atribuindo valores o que cria um conjunto de proposições, ou seja, atribui significação ao texto. Com isso, atingimos o plano imaterial (S2), mas ele não é suficiente para a compreensão do texto. Aqui surge a fórmula hipotético-condicional (H C), para que essa proposições normativas (S2), para que alcancem o plano das significações da normas jurídica (S3). Posteriormente haverá uma interpretação da norma dentro do seu sistema próprio, alcançando o plano da sistematização (S4). 3. Há um sentido correto para os textos jurídicos? Faça uma crítica aos métodos hermenêuticos tradicionais. É possível falar em interpretação teleológica e literal no direito tributário? E em interpretação econômica? Justifique. (Vide anexos I e II). R: Não há sentido correto ou incorreto, tudo depende dos critérios adotados. Hermenêutica não se resume a ciência que estuda as formas de interpretação de textos religiosos e filosóficos, interpretação do sentido das palavras. 1 VILANOVA, Lourival. As estruturas lógicas e o sistema do Direito Positivo, p. 77. Noeses, 2010. 2 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 30ª ed., São Paulo: Saraiva, 2019. Na hermenêutica jurídica tradicional, o intérprete busca o significado das palavras, textos, através de técnicas interpretativas que são aplicadas ao texto jurídicos. São elas: a) literal ou gramatical; b) histórico ou histórico-evolutivo; c) lógico; d) teleológico e e) sistemático. A intepretação literal é aquela que se atém a letra da lei, que você entende ao ler texto, sem precisar interpretá-lo. Entretanto Aurora Tomazini de Carvalho3 entende que: Por mais clara que pareça uma lei, seu sentido só existe como produto de um processo interpretativo, mediante a atribuição de valores, pelo intérprete, aos símbolos que compõem seus enunciados. Não há como escapar dessa trajetória hermenêutica. A clareza de um enunciado é pressuposta quando o intérprete não encontra muita dificuldade na trajetória interpretativa, não porque o processo de interpretação não existiu. Tanto é que um mesmo enunciado pode ser claro para uma pessoa e não tão claro para outra. Com isso entedemos que somente a interpretação literal não é suficiente para compreendermos os textos jurídicos. Segundo Paulo de Barros Carvalho, nenhuma palavra ou texto podem ser compreendidos de forma isolada, pois é preciso analisar o contexto fático em que estão inseridos.4 A interpretação teleológica busca a finalidade da norma, ou seja, para que ela foi criada, segundo Aurora Tomazini de Carvalho é uma justificação e legitimação das significações normativas contruídas no processo hermenêutico e também um modo de encara-las analiticamente.5 Quanta a intepretação economica do direito tributário, é preciso observar sobre prima do impacto direto a economia, visto que as duas áreas estão intimamente interligadas. Isto posto, é possível falar em interpretação literal, teleológica e economica do direito tributário. 4. A Lei “A” foi promulgadano dia 01/06/12 e publicada no dia 30 de junho desse mesmo mês e ano. A Lei “B” foi promulgada no dia 10/06/12, tendo sido publicada no dia 20 desse mesmo mês e ano. Na hipótese de antinomia entre os dois diplomas normativos, qual deles deve prevalecer? Justificar. R: Lei A (promulg. 01/06/2012) – (public. 30/06/2012) Lei B (promulg. 10/06/2012) – (public. 20/06/2012) A antinomia segue três critérios: 1. Cronológico; 2. Especialidade; 3. Hierarquia; Portanto, pelo critério cronológico, no qual a lei/norma posterior revoga a lei/norma anterior, deverá prevalecer a Lei B. 5. Compete ao legislativo a positivação de interpretações? Existe lei puramente interpretativa? Tem aplicabilidade o art. 106, I, do CTN ao dispor que a lei tributária interpretativa se aplica ao fato pretérito? Como confrontar este dispositivo do CTN com o princípio da irretroatividade? (Vide anexos III e IV). R: A positivação de interpretações ocorre através das leis (legislativo), súmulas e 3 CARVALHO, Aurora Tomazini de. Curso de Teoria Geral do Direito. 4ª ed. Editora Noeses. 2014. 4 Curso de Direito Tributário. P. 150. 5 Curso de Teoria Geral do Direito. p. 208. jurisprudências (judiciário) e também através de medida provisórias (executivo), que posteriormente são convertidas em lei. Assim, a função essencial do legislativo é a criação da lei, mas ele não é único órgão competente, vez que o ativismo judicial é bastante frequente no ordenamento jurídico brasileiro. Sim, existe lei puramente interpretativa, por mais clara que seja a letra da lei, como bem lecionou Aurora Tomazini de Carvalho, um mesmo enunciado pode ser claro para uma pessoa e não ser claro para outra. Portanto, cada pessoa interpreta a norma de acordo com os seus valores, princípios e conceitos que ela traz consigo, demonstrando a individualidade de cada interpretação. O artigo 106, I do CTN dispõe que a lei aplica-se a ato ou fato PRETÉRITO, em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. Extraímos do texto que se a nova lei for interpretativa e trouxer uma punição, ela não retroagirá. Mas caso a nova lei seja interpretativa, mas não trouxer punição, ela retroagirá. Importante destacar que só irá retroagir no caso da penalidades, isto não se aplica as alíquotas.6 Outro ponto importante é que a lei tributária somente se aplicará a fato pretérito para beneficiar o contribuinte, a fim de preservar a segurança jurídica e o princípio da irretroatividade. 6. Dada a seguinte lei fictícia, responder às questões que seguem: Lei ordinária federal n. 10.001, de 10/10/2015 (DO de 01/11/2015) Art. 1º Esta taxa de licenciamento de veículo tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor com registro de domicílio no território nacional. Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é o valor venal do veículo. Parágrafo único. A alíquota é de 1%. Art. 3º Contribuinte é o proprietário do veículo. Art. 4º Dá-se a incidência dessa taxa no primeiro dia do quarto mês de cada exercício, devendo o contribuinte que se encontrar na situação descrita pelo art. 1º dessa lei, desde logo, informar até o décimo dia deste mesmo mês, em formulário próprio (FORMGFA043), o valor venal, o tipo, a marca, o ano e a cilindrada do respectivo veículo. Art. 5º A importância devida, a título de taxa, deve ser recolhida até o décimo dia do mês subsequente, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido. Art. 6º Diante da não emissão do formulário (FORMGFA043) na data aprazada, poderá, a autoridade fiscal competente lavrar Auto de Infração e Imposição de Multa, em decorrência da não observância dessa obrigação, impondo multa de 50% sobre o valor do tributo devido. (...) a) Em 01/06/2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em ação direta (com efeito erga omnes), pela inconstitucionalidade desta lei federal. Identificar nas datas abaixo fixadas, segundo os critérios indicados, a situação jurídica da regra que instituiu o tributo, justificando cada uma das situações: 6 MAIDL, Daniel. Princípio da Irretroatividade Tributária e as hipóteses em que a Lei Tributária pode retroagir. Acesso em: 28 de maio de 2020. Disponível em: https://danielmaidl.jusbrasil.com.br/artigos/407078644/lei-tributaria-posterior-pode-retroagir- para-beneficiar-o-nao-pagamento-de-tributo https://danielmaidl.jusbrasil.com.br/artigos/407078644/lei-tributaria-posterior-pode-retroagir-para-beneficiar-o-nao-pagamento-de-tributo https://danielmaidl.jusbrasil.com.br/artigos/407078644/lei-tributaria-posterior-pode-retroagir-para-beneficiar-o-nao-pagamento-de-tributo Critérios\ datas 11/10/201 5 01/11/201 5 01/02/201 6 01/04/201 6 01/07/201 7 É válida Não Sim Sim Sim Não É vigente Não Não Não Não Não Incide Não Sim/nã o Sim/nã o Sim/nã o Não Apresenta eficácia jurídica Não Sim/par cial Sim Sim Não R: Cumpre mencionar que a ação direta de inconstitucionalidade tem efeito ex tunc, ou seja, retroage ab initio. Assim, a Lei Ordinária Federal é inconstitucional desde o sua sanção/promulgação e publicação. Publicação: 90 dias antes do execício seguinte. Em tese, só poderia entrar em vigor em 2016. Promulgação: é anterior a publicação Incidência: é um evento automático e infalível, aconteceu no mundo incide. Para PCB só haverá incidência quando é convertido do mundo real para o sistema, se houver lançamento. Eficácia Jurídica: produzir efeitos 11.10.2015 - Não era válida, vigente, incidente ou eficaz juridicamente, isto porque a publicação é um requisito para existência. 01.11.2015 – Era válida, pois já havia sido promulgada. Se adotarmos a teoria de que incidência é um evento automático e infalível, era vigente, contudo se seguirmos a teoria de Paulo de Barros Carvalho, não há incidência, vez que não houve lançamento. Ela tem eficácia jurídica parcial, devido a presunção de constitucionalidade das leis. 01.02.2016 – Era válida, pois foi promulgada. Se adotarmos a teoria de que incidência é um evento automático e infalível, era vigente, contudo se seguirmos a teoria de Paulo de Barros Carvalho, não há incidência, vez que não houve lançamento. Ela tem eficácia jurídica parcial, devido a presunção de constitucionalidade das leis. 01.04.2016 – Era válida, pois foi promulgada. Se adotarmos a teoria de que incidência é um evento automático e infalível, era vigente, contudo se seguirmos a teoria de Paulo de Barros Carvalho, não há incidência, vez que não houve lançamento. Ela tem eficácia jurídica parcial, devido a presunção de constitucionalidade das leis. 01.07.2017 – Com a declaração de inconstitucionalidade, a norma perdeu sua validade, sua vigência, sua incidência e eficácia jurídica. 7. Uma lei inconstitucional (produzida materialmente em desacordo com a Constituição Federal – porém ainda não submetida ao controle de constitucionalidade) é válida? O vício de inconstitucionalidade pode ser sanado por emenda constitucional posterior? (Vide anexo V). R: Sim, há uma presunção de constitucionalidade da leis. O STF tem o julgamento da constitucionalidade em trânsito da inconstitucionalidade (julgo que o MP pode atuar nesse caso, enquanto não for criada a Defensoria Pública). Interpretação conforme a CF. 8. Leia atentamente abaixo a sucessão de fatos no tempo: FATO 1 – A lei n. 9.528/97, alterando o art. 25 da Lei n. 8.212/91, estabeleceu que: “Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea “a” do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada a Seguridade Social, é de: I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercializaçãoda sua produção para o financiamento das prestações por acidente do trabalho.” FATO 2 – Emenda Constitucional 20/1998 alterou a redação do art. 195, inciso I, da Constituição Federal. REDAÇÃO NOVA: Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; REDAÇÃO ANTERIOR: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; II - dos trabalhadores; FATO 3 – O STF, em controle difuso, declarou inconstitucional o art. 25, incisos I e UU, da Lei n. 8.212/91, com as alterações promovidas pela lei n. 9.528/97: (RE 363852, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 03/02/2010, DJe-071 DIVULGAÇÃO 22-04-2010 PUBLICAÇÃO 23-04-2010): “RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PRESSUPOSTO ESPECÍFICO - VIOLÊNCIA À CONSTITUIÇÃO - ANÁLISE - CONCLUSÃO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS - PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS - SUB-ROGAÇÃO - LEI Nº 8.212/91 - ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTA FEDERAL - PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 - UNICIDADE DE INCIDÊNCIA - EXCEÇÕES - COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - PRECEDENTE - INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR. Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária sub-rogada do adquirente, presente a venda de bovinos por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97. Aplicação de leis no tempo - considerações.” FATO 4 – A lei 10.256/2001, alterou o caput do artigo 25 da Lei n. 8.212/91: “Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de:” FATO 5 - O STF reconheceu a constitucionalidade da contribuição do empregador rural pessoa física ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL): (RE 718874, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 30/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-219 DIVULG 26-09-2017 PUBLIC 27-09-2017 REPUBLICAÇÃO: DJe-225 DIVULG 02-10-2017 PUBLIC 03-10-2017) Ementa: TRIBUTÁRIO. EC 20/98. NOVA REDAÇÃO AO ARTIGO 195, I DA CF. POSSIBILIDADE DE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA PARA INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADORES RURAIS PESSOAS FÍSICAS INCIDENTE SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10.256/2001. 1.A declaração incidental de inconstitucionalidade no julgamento do RE 596.177 aplica-se, por força do regime de repercussão geral, a todos os casos idênticos para aquela determinada situação, não retirando do ordenamento jurídico, entretanto, o texto legal do artigo 25, que, manteve vigência e eficácia para as demais hipóteses. 2. A Lei 10.256, de 9 de julho de 2001 alterou o artigo 25 da Lei 8.212/91, reintroduziu o empregador rural como sujeito passivo da contribuição, com a alíquota de 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; espécie da base de cálculo receita, autorizada pelo novo texto da EC 20/98. 3. Recurso extraordinário provido, com afirmação de tese segundo a qual É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural pessoa física, instituída pela Lei 10.256/01, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção. FATO 6 – Resolução do Senado n. 15/2017: “Art. 1º É suspensa ,nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e a execução do art. 1º da Lei nº 8.540, de 22 de dezembro de 1992, que deu nova redação ao art. 12, inciso V, ao art. 25, incisos I e II, e ao art. 30, inciso IV, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, todos com a redação atualizada até a Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997, declarados inconstitucionais por decisão definitiva proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 363.852.” Considerando as ocorrências acima, responda fundamentadamente: a) Em dezembro de 1999, é possível afirmar que o art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97) é válido, vigente e possui eficácia técnica? R: Destaca-se a decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade do artigo 25, inciso I da lei 8.212/91. Desta feita, o inciso I do artigo 25 não possuía mais validade, porém possuía vigência e eficácia jurídica por causa do regime de repercussão geral, o qual foi decidido. A Lei 9.528/97 foi publicada em 10 de dezembro de 1997, considerando o período de vacância, pelo princípio da anterioridade (nonagesimal), ela entraria em vigor em 09 de março de 1998, nesse caso em dezembro de 1999 era válida, vigente e eficaz juridicamente. Entretanto se seguirmos o princípio da anterioridade anual, em dezembro de 1998 é que a lei entrará em vigor, caso este que estaria válida, vigente e eficam em dezembro de 1999. b) A decisão na RE 363.852 é capaz de alcançar a validade, vigência ou a eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)? R: A decisão do Recurso Extraordinário foi julgado em controle difuso, sem repercussão geral. Efeito intra-partes. Nesse caso, o RE 363.852, só se aplica ao caso em concreto, com isso não é capaz de alcançar a validade, vigência ou eficácia jurídica do artigo 25. c) Quais os efeitos da Resolução do Senado n. 15/2017 no que se refere à Vigência, validade e eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)? http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8212.htm http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-8540-1992.htm http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-8540-1992.htm http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8212.htm R: O senado suspendeu a execução da lei, à partir da suspensão, ou seja, efeito ex nunc, a partir de agora, essas leis perderão a validade, a vigência e a eficácia jurídica. d) A decisão no RE 718.874 alcança a validade, vigência ou eficácia do art. 25, incisos I e II, da Lei 8.212/98 (redação dada pela lei n. 9.528/97)? R: A decisão do STF, reconhece a CONSTITUCIONALIDADE da contribuição do empregador rural pessoa física ao FUNRURAL, tem efeito erga omnes, alcançando a validade, a vigência e eficácia do artigo 25 da lei 8.212/98.
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