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Asma: exacerbação aguda SINTOMAS ➢ Dispneia ➢ Tosse ➢ Desconforto torácico ➢ Sibilância *Sintomas paroxísticos – momentos de piora importante dos sintomas e momentos assintomáticos - Sintomas tipicamente paroxísticos (≠DPOC) ➢ Piores durante a noite ou acordar (ritmo circadiano do diâmetro do brônquio – mais contraído) / asma noturna ➢ Pioram com exercício (respirar pela boca, ar entra mais frio e mais seco – estímulo para broncoespasmo) ➢ Pioram com exposição ao frio (inverno) ➢ Pioram com exposição à alérgenos (poeira, pelo de animais) ➢ Pioram na vigência de infecção viral ➢ História de alergias e antecedente familiar de asma – rinite, asma, alergia de pele EXAME FÍSICO - Fácies adenoidiana (saudação alérgica, olheira, boca entreaberta com o lábio superior mais fino e inferior mais grosso, pode haver palato em ogiva) - Rinoscopia – mucosa pálida, pólipos nasais Crise de asma: ➢ Taquidispneia ➢ Uso de musculatura acessória ➢ Retração intercostal, de fúrcula ➢ Batimento de asa nasal Ausculta – sinal de gravidade – ausculta silenciosa / tórax silente (paciente que aparenta muita dispneia porém, sibila pouco à ausculta) – não está havendo a passagem de ar de tão obstruído... ESPIROMETRIA - Tanto DPOC quanto a ASMA são obstrutivos, no entanto, o DPOC não melhora mesmo com o uso de broncodilatadores, já o asmático, reverte - VEF1 baixo (também pode haver em doença RESTRITIVA, fibrose pulmonar, escoliose grave, DP volumoso) - Relação VEF1/CVF baixo (<0,7) = típico de doença OBSTRUTIVA; diferencia de restritiva e obstrutiva *No DPOC, utiliza-se sempre a espirometria pós BD, pois o paciente não pode ter recuperação da relação (>0,7) após o BD *O paciente asmático pode possuir uma melhora pós BD Critérios de variabilidade na obstrução: - Aumento de 12% do VEF1 basal (>200ml) com BD - Melhora de 12% do VEF1 (>200ml) com 4 semanas de TTO (fora de infecções virais) - Melhora de 20% no pico de fluxo expiratório após 4 semanas de TTO - Variação diária média >10% no pico de fluxo expiratório em 2 semanas PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO - Permite que o paciente monitorize a asma em casa; identificação da redução do pico de fluxo devido a piora da asma, porém com paciente pouco sintomático (ou pacientes mau-perceptores de sintoma) - Limitações do uso do pico de fluxo: ➢ Não diferencia doenças obstrutivas de restritivas (bom para monitorizar, mas não faz diagnóstico) ➢ Subestima grau de obstrução quando comparado a espirometria ➢ Não diferencia obstrução de vias aéreas altas de baixa ➢ Dependem da realização correta da técnica pelo paciente ➢ Aparelhos não podem ser calibrados; evitar troca de aparelho TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO - Paciente com história e exame físico que sugerem asma, porém na espirometria não é mostrado o padrão obstrutivo – pct com asma sem o quadro clínico AGUDO de asma (espiro normal) → teste de broncoprovocação “define melhor o diagnóstico”* - Substância que causa broncoespasmo em todos pacientes, porém, em quem tem hiper-reatividade brônquica, o broncoespasmo será desencadeado numa concentração menor da substância - Metacolina 8mg/ml = valor de corte - Broncoespasmo abaixo de 8mg/ml = hiper-reativo (*o que não define ter asma) - Exame normal em um paciente com história sugestiva de asma favorece pensar em um DIAGNÓSTICO ALTERNATIVO para justificar os sintomas - Descartar asma no paciente com história que sugere asma porém, que no exame não mostrou bronco-reatividade CUIDADOS COM O PACIENTE ASMÁTICO ➢ Orientação sobre a doença e seus sintomas ➢ Monitorizar PFE continuamente, principalmente em maus perceptores de sintomas ➢ Checar uso correto dos dispositivos e adesão ao TTO ➢ Seguimento periódico com pneumologista ➢ Plano de ação em caso de piora dos sintomas ou do PFE Mudanças no GINA - Salbutamol – alívio sintomático sem tratar a doença - Broncodilatador de longa duração + corticoide inalatório – trata alívio de sintoma + a doença MODIFICAÇÃO POR 1 A 2 SEMANAS NO TTO DOMICILIAR PARA EXACERBAÇÃO DA ASMA ➢ Budesonida + formoterol (b2 longa com início de ação rápido) → TTO e alívio ➢ Beclometasona + formoterol → TTO e alívio ➢ CI + salbutamol / CI + b2 longa (que não sejam o formoterol) + salbutamol → quadruplicar a dose do CI e usar o salbutamol para alívio GLICOCORTICOIDE ORAL PARA EXACERBAÇÃO DE ASMA NO PLANO PARA MANEJO DOMICILIAR - Indicações: ➢ Ausência de melhora após 2-3 dias após a modificação da terapia ➢ PFE<60% em algum momento durante a exacerbação ➢ História de exacerbações graves de início súbito - Prednisona 40-50mg por dia, por 5 a 7 dias, pela manhã - Não fazer cascata de retirada se utilizar por menos de 2 semanas (cascata serve para evitar insuficiência adrenal, pois inibe o eixo) - Agendar uma consulta para atendimento em até 2 semanas; porém, os benefícios do plano de ação é que o paciente pode evitar de ter que ir no serviço de emergência QUANDO PROCURAR SERVIÇO DE EMERGÊNCIA? ➢ Piora progressiva apesar das modificações ➢ Piora aguda significativa ➢ PFE <50% PACIENTE DE RISCO PARA MORTE POR ASMA ➢ História pregressa de crise grave de asma com necessidade de intubação ou internação em CTI ➢ Hospitalização ou necessidade de buscar PS no último ano ➢ Em uso/uso recente de corticoide oral ➢ Uso intenso de broncodilatador (+ de 1 dispositivo por mês) – salbutamol (resgate) ➢ Não estar usando CI ou má adesão ao TTO ➢ Alergia alimentar confirmada – risco de crise anafilática ➢ Doença psiquiátrica, fragilidade social ➢ Falta de plano de ação escrito para TTO de exacerbação GINA – CLASSIFICAÇÃO: Leve-moderada: *Apenas sibilo Fala frases Calmo Prefere ficar sentado FR aumentada Não utiliza musculatura acessória FC 100-120 bpm Sat 90-95% PFE >50% do previsto Grave: Fala palavras (intermitente) Agitado (hipoxemia) Sentado inclinado para frente Uso da musculatura acessória, respiração abdominal, retração de fúrcula e EIC FR >30irpm (taquipneia) FC>120 bpm (taquicardia) Sat <90% (dessaturação) PFE <50% do previsto Risco de morte: BD? IOT? *Sinais de hipoxemia/espasmo grave Sonolência Confusão mental Tórax silente TRATAMENTO NO PS ➢Ofertar oxigênio (manter Sat entre 93-95%) – se pct dispneico ou Sat <93% ➢Beta-agonista de curta duração (contraindicado apenas se IAM, ICAD, FC >140) ➢ Salbutamol spray 4-10 puffs em 20-20 min – conferir se o pct está sendo capaz de fazer a técnica correta ➢ Salbutamol inalação 10-20 gotas em 5ml de SF, 20 em 20 min (conectado no O2 ou no ar comprimido, fluxo de 6-8L/min) – por 1h ➢ Fenoterol (Berotec) ou Terbutalina (Bricanyl) – 8-10 gotas /*Salbutamol dá menos taquicardia ➢Glicocorticoide ➢ Prednisona 40-50 mg VO ➢ Metilprednisolona 40-60mg EV (máximo 60- 80mg de 12/12h) – se paciente vomitando ou não conseguir administrar VO ➢Anticolinérgico ➢ Brometo de ipratrópio 20-40 gotas na 1ª inalação (repetir em 4-6h) ➢Sulfato de magnésio 1-2g em 100ml de SF, em 20 min ➢Beta-agonista subcutâneo ou EV ➢ Apenas na impossibilidade de fazer inalatório ➢ Terbutalina SC ou Salbutamol EV Obs. NÃO FAZER ➢ Metilxantinas (aminofilina) ➢ Beta-agonista SC/EV em quem já está fazendo inalação de forma efetiva ➢ Anticolinérgico no lugar de beta-agonista em quem não tem contraindicação ao B-agonista INTERNAÇÃO ➢ Asma grave ou risco de morte (sonolência, confusão, tórax silente) ➢ Pct que piora mesmo após início do TTO ➢ Pct que não atingem critérios de alta após o TTO (2-4h) INTUBAÇÃO (IOT) ✓ Pct com sonolência ou confusão mental ✓ Sat <90% com oxigênio ✓ PaCO2 > 40mmHg (alerta de fadiga resp!) ➢ Pré-medicação – Lidocaína (apenas se não tiver sidofeito salbutamol anteriormente p/ tto do broncoespasmo) ➢ Sedação – Quetamina (↑PA) / Propofol (↓PA) – reduzem o broncoespasmo; utilizar o propofol em casos de crise hipertensiva ➢ Bloqueador neuromuscular – Succinilcolina / Rocurônio 1) Alta hospitalar – paciente inicia o TTO para asma com corticoide inalatório e permanece utilizando até o retorno ambulatorial com o pneumologista; 2) Resposta incompleta – paciente não preenche os critérios de alta, mas há melhora dos parâmetros – pode necessitar de internação – iniciar corticoide oral e associar brometo de ipratrópio 3) Piora ou não melhora com o TTO instituído – avaliar necessidade de IOT = PaCO2 alto pode sinalizar fadiga respiratória (pois na asma, o pct tende a hiperventilar e reduzir CO2) / sonolência / confusão mental; fazer sulfato de magnésio CRITÉRIOS DE ALTA ➢ Melhora substancial dos sintomas ➢ PEF 60-80% do previsto ➢ Sat >94% sem oxigênio complementar ➢ Condição de completar tto em casa EXEMPLO DE PRESCRIÇÃO USO INALATÓRIO 1- Budesonida inalatória + formoterol oral 200+ 12mcg____________________________1 inalador Aplicar 1 puff de 12/12h continuamente. Aplicar um puff em caso de falta de ar. USO ORAL 2- Prednisona 20mg_____________________14 cps Tomar 2cp por boca pela manhã, por 7 dias.