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Disciplina: Análise Matemática para Engenharia I Aula 08: Integral De�nida – Parte II Apresentação Nesta oitava aula, continuaremos o estudo das integrais e voltaremos à ideia de determinar a área de uma região. Porém, o objetivo aqui será introduzir o conceito de integral de�nida e as consequências disso. Além disso, vamos nos deparar com algumas técnicas que tornarão a resolução de integrais uma tarefa menos árdua. Objetivos Descrever o teorema fundamental do cálculo; Aplicar a integração por partes na resolução de problemas; Aplicar a integração por substituição simples na resolução de problemas. A integral de�nida Aluno, esta aula contém um documento <galeria/aula8/pdf/aula8.pdf> com todos os exemplos da aula sintetizados. Durante a leitura, os exemplos serão referenciados para que os consulte. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0023/galeria/aula8/pdf/aula8.pdf Na aula anterior, a medida da área de uma região foi de�nida como sendo o seguinte limite: Você deve se recordar que chegamos a essa de�nição dividindo o intervalo fechado em subintervalos de igual comprimento. Além disso, tomamos como sendo o ponto do i-ésimo subintervalo no qual tem um valor mínimo absoluto. Também restringimos os valores funcionais a serem não negativos em e exigimos que fosse contínua em . O limite (1) é um caso particular de um novo tipo de processo de limite, que levará à de�nição de integral de�nida. Seja a função de�nida no intervalo fechado , vamos dividir esse intervalo em subintervalos, escolhendo qualquer dos pontos intermediários entre e . Sejam e e os pontos intermediários, de tal forma que: Os pontos não são necessariamente equidistantes. Seja o comprimento do primeiro subintervalo, de tal forma que ; seja o comprimento do segundo subintervalo tal que ; e, assim por diante, de tal forma que o comprimento do i-ésimo subintervalo seja e . Um conjunto de todos esses subintervalos do intervalo é chamado uma partição do intervalo . Seja tal partição. (1)f( ) ∆ xlim n→+∞ ∑ni=1 ci [a, b] ci f [a, b] f [a, b] f [a, b] n (n − 1) a b = axo = bxn , , … ,x1 x2 xn−1 < < < ⋯ < <xo x1 x2 xn−1 xn , , , … , ,xo x1 x2 xn−1 xn x∆1 x = −∆1 x1 xo x∆2 x = −∆2 x2 x1 x∆i x = −∆i xi xi−1 [a, b] [a, b] ∆ Figura 1: Partição ∆ do intervalo [a,b]. Fonte: Google Imagens. A partição contém subintervalos. Um deles é o maior; pode existir mais de um desses subintervalos. O comprimento do maior subintervalo da partição , chamada norma da partição, é denotado por ǁ∆ǁ. Vamos escolher um ponto de cada subintervalo da partição : seja o ponto escolhido em de tal forma que . Tomemos como o ponto escolhido em de tal forma que ; e, assim por diante, de forma que seja o ponto escolhido em e . Temos, então, a soma: Tal soma é denominada soma de Riemann. ∆ n ∆ ∆ ξ1 [ , ]xo x1 ≤ ≤xo ξ1 x1 ξ2 [ , ]x1 x2 ≤ ≤x1 ξ2 x2 ξ1 [ , ]xi−1 xi ≤ ≤xi−1 ξi xi ou f ( ) x + f ( ) x + … + f ( ) x + … + f ( )ξ1 ∆1 ξ2 ∆2 ξi ∆i ξn ∆ f ( ) x∑ n i = 1 ξ i ∆i De�nições Assim, temos as seguintes de�nições: Seja uma função cujo domínio inclui o intervalo fechado [a,b]. Então, será integrável em [a,b] se existir um número satisfazendo a seguinte condição: para todo ε>0, existe δ>0 tal que toda partição ∆ para a qual ǁ∆ǁ<δ, com no intervalo fechado , , temos: Nessas condições, escrevemos: Se for uma função de�nida no intervalo fechado , então, a integral de�nida de de até , denotada por será dada por se o limite existir. f f L ξi [ , ]xi−1 xi i = 1 ,2, … , n | f ( ) x − L | < ε∑ni = 1 ξi ∆i f (ξ ) x = Llim |∆| →0 ∑ni = 1 i ∆i f [a, b] f a b f (x) dx∫ ba f (x)dx = f ( ) x∫ ba lim |∆| →0 ∑ni = 1 ξi ∆i Dica Você deve se familiarizar com as seguintes notações: é a notação de integral de�nida; é chamada de integrando; é o limite inferior e é o limite superior; e, é chamado de sinal de integração. f (x) dx∫ ba f(x) a b ∫ Teoremas Se uma função for contínua no intervalo fechado , então, ela será integrável em ; Seja uma função contínua em e para todo em . Seja a região limitada pela curva , pelo eixo e pelas retas e . Então, a medida da área da região é dada por: [a, b] [a, b] f [a, b] f(x) ≥ 0 x [a, b] R y = f(x) x x = a x = b A R A = f (ξ ) x = f (x)dxlim ||∆x|| →0 ∑ni = 1 i ∆i ∫ b a Para compreender a de�nição acima, observe os exemplos 1 e 2 no documento. Os teoremas fundamentais do cálculo Clique nos botões para ver as informações. Seja uma função contínua no intervalo fechado e seja qualquer número em . Se for a função de�nida por: O primeiro teorema fundamental do cálculo f [a, b] x [a, b] F Então, F (x) = f (t)dt∫ x a (x) = f(x)F ' Seja uma função contínua no intervalo fechado e seja g uma função tal que para todo em . Então, Se , a derivada pode ser uma derivada à direita, e se , a derivada pode ser uma derivada à esquerda. O segundo teorema fundamental do cálculo f [a, b] g’(x) = f(x) x [a, b] f (t)dt = g (b) − g (a)∫ b a x = a x = b Comentário Devido à conexão entre integrais de�nidas e antiderivadas, usamos o sinal de integral ʃ para a notação de antiderivada. Vamos dispensar agora a terminologia de antiderivadas e antidiferenciação e começaremos a chamar apenas de integral inde�nida. ∫ f (x)dx ∫ f (x)dx O processo de cálculo de uma integral inde�nida ou de�nida é chamado de integração. Deve ser enfatizada a diferença entre uma integral inde�nida e de�nida. A primeira, , foi estabelecida como sendo uma função tal que sua derivada . Por outro lado, a segunda , é um número cujo valor depende da função e dos números e e foi de�nida como o limite de uma soma de Riemann. A de�nição de integral de�nida não faz nenhuma referência à diferenciação. A integral inde�nida envolve uma constante arbitrária; por exemplo, A constante arbitrária é chamada de constante de integração. Ao aplicar o segundo teorema fundamental do Cálculo não é preciso incluir a constante arbitrária C na expressão de , pois o teorema permite-nos escolher qualquer antiderivada, inclusive aquela para a qual . ∫ f (x)dx g [g(x)] = f(x)Dx f (x)dx∫ b a f a b ∫ dx = + Cx2 x 3 3 C g(x) C = 0 Para compreender a de�nição acima, observe os exemplos 3, 4, 5, 6, 7 e 8 no documento. Integração por partes Da fórmula da derivada do produto de duas funções obtemos um método de integração muito útil chamado de integração por partes. Se e forem funções diferenciáveis, então: Integrando ambos os lados, obteremos: Chamaremos (1) de fórmula de integração por partes. Para propósitos de cálculo, existe uma maneira mais conveniente de escrever essa fórmula, tomando: Então: Assim sendo, (1) torna-se: f g [f (x)g (x)] = f (x) (x) + g (x) (x)Dx g ' f ' f (x) (x) = [f (x)g (x)] − g (x) (x)g' Dx f ' ∫ f (x) (x)dx = ∫ [f (x)g (x)]dx − ∫ g (x) (x)dg' Dx f ' ∫ f (x) (x)dx = f (x)g (x) − ∫ g (x) (x)dx (g' f ' e u = f (x) v = g(x) e du = (x) dxf ' dv = (x) dxg' ∫ u ⋅ dv = uv − ∫ v ⋅ du Agora, observe o exemplo 9 no documento. Outras substituições Em determinadas situações, a resolução de integrais inde�nidas ou de�nidas requer que sejam feitas substituições mediante alguns artifícios. Embora somente a prática contínua de resolução de variados exercícios garanta a habilidade necessária, observaremos alguns exemplos em que esses artifícios devem ser empregados. Observe o exemplo 10 no documento. Saiba mais Antes de ver o próximo exemplo, você precisa lembrar de como se dividem polinômios. Para isso, consulte o material Teoria Polinômios <https://matika.com.br/polinomios/divisao-de-polinomios---metodo-da-chave> . Observe o exemplo 11 no documento. Não há uma regra geral para determinar qual substituição resultará em um integrando mais simples. Dica https://matika.com.br/polinomios/divisao-de-polinomios---metodo-da-chave Veja algumas identidades trigonométricas importantes para serem aplicadas aos exercícios desta aula: A identidade tangenteda soma só é aplicável quando: , e . A identidade tangente da diferença só é aplicável quando: , e . A identidade cotangente da soma só é aplicável quando: , e . A identidade cotangente da diferença só é aplicável quando: , e . sin (a + b) = sina ⋅ cosb + cosa ⋅ sinb sin (a − b) = sina ⋅ cosb − cosa ⋅ sinb cos (a + b) = cosa ⋅ cosb − sina ⋅ sinb cos (a − b) = cosa ⋅ cosb + sina ⋅ sinb tg (a + b) = tga+tgb 1−tga⋅tgb tg (a − b) = tga−tgb 1+tga⋅tgb a ≠ + kππ 2/ b ≠ + kππ 2/ (a + b) ≠ + kππ 2/ a ≠ + kππ 2/ b ≠ + kππ 2/ (a − b) ≠ + kππ 2/ cotg (a + b) = cotga⋅cotgb−1 cotga+cotgb cotg (a − b) = cotga⋅cotgb+1 cotgb−cotga a ≠ kπ b ≠ kπ (a + b) ≠ kπ a ≠ kπ b ≠ kπ (a − b) ≠ kπ Fórmulas de multiplicação e divisão Clique nos botões para ver as informações. Fórmulas para funções circulares de 2a cos (2a) = a − acos2 sin2 cos (2a) = 2 ⋅ a − 1cos2 cos (2a) = 1 − 2 ⋅ asin2 sin (2a) = 2 ⋅ sina ⋅ cosa tg (2a) = 2⋅tg(a) 1− atg2 Fórmulas para funções circulares de x 2/ Vamos deduzir fórmulas para calcular as funções trigonométricas de , conhecida uma das funções circulares de . Sabemos que e , portanto, fazendo teremos: Os sinais só têm sentido quando se conhece , sem se conhecer . Assim, sabendo que , temos: 1. Solução 1: (I) 2. Solução 2: (II) x 2/ x cos (2a) = 2 ⋅ a − 1cos2 cos (2a) = 1 − 2 ⋅ asin2 2a = x cosx = 2 ⋅ − 1 → cos( ) = ±cos2 x 2 x 2 1+cosx 2 − −−−− √ sin( ) = ±x 2 1−cosx 2 − −−−− √ tg( ) = ±x 2 1−cosx 1+cosx − −−−− √ ± cos x x cos x = cos xo x = + 2kπ ⇔ = + kπxo x 2 xo 2 x = − + 2kπ ⇔ = − + kπxo x 2 xo 2 As expressões (I) e (II) nos indicam que, dado , existem 4 possíveis arcos , pois pode assumir valores pares ou ímpares, que dão origem a dois valores para , e . cos x x 2/ k cos ( )x 2/ sin ( )x 2/ tg ( )x 2/ Em Álgebra Elementar, os recursos para transformar um polinômio em produto de outros polinômios (fatoração) têm grande importância prática. Muitas vezes, esses recursos podem ser aplicados à Trigonometria. Transformações para produto Vamos, então, às transformações para produto: cosp + cosq = 2 ⋅ cos ( ) ⋅ cos ( )p+q2 p−q 2 cosp − cosq = −2 ⋅ sin ( ) ⋅ sin ( )p+q2 p−q 2 sinp + sinq = 2 ⋅ sin ( ) ⋅ cos ( )p+q2 p−q 2 sinp − sinq = 2 ⋅ sin ( ) ⋅ cos ( )p−q2 p+q 2 tgp + tgq = sin(p+q) cosp⋅cosq tgp − tgq = sin(p−q) cosp⋅cosq Dica Veja algumas integrais inde�nidas importantes para você lembrar e aplicar nos exercícios desta aula: se for um número positivo diferente de 1 onde onde onde ∫ du = {un + C se n ≠ −1 un+1 n+1 ln |u| + C se n = − 1 ∫ du = + Ceu eu ∫ du = + C au a u lna a ∫ = u + Cdu 1−u2√ sin−1 ∫ = u + Cdu 1+u2 tg−1 ∫ = u + Cdu u −1u2√ sec−1 ∫ = ( ) + Cdu −a2 u2√ sin−1 ua a > 0 ∫ = ( ) + Cdu +a2 u2 1 a tg −1 u a a ≠ 0 ∫ = ( ) + Cdu u −u2 a2√ 1 a sec −1 u a a > 0 Atividades 1. A integral inde�nida pode ser corretamente descrita por:∫ dxx 2 +1x3 a) ln + C∣∣x2 ∣∣ b) ⋅ ln |x| + C1 3 c) ln |x| + C d) ⋅ ln + 1 + C1 3 ∣∣x3 ∣∣ e) ln + 1 + C∣∣x3 ∣∣ 2. A integral de�nida por representa gra�camente uma região cuja área em unidades quadradas é de:dx∫ 32 ln x x a) −(ln 3) 2 2 (ln 2) 2 2 b) −(ln 3) 3 2 (ln 2) 3 2 c) −ln 3 2 ln 2 2 d) ln 3 − ln 2 e) −e3 e2 3. A integral inde�nida dada por pode ser representada corretamente por:∫ dx 3−2x a) − ⋅ ln |−3 + 2x| + C1 2 b) ln |−2x| + C c) − ⋅ ln |3 − 2x| + C1 2 d) ln |3 − 2x| + C e) − ⋅ ln |2x| + C1 2 4. O valor da integral de�nida é corretamente dado por: (Sugestão: divida o numerador pelo denominador).dx∫ 41 −xx5 3x3 a) 3 4/ b) 10 3/ c) 15 7/ d) 13 9/ e) 27 4/ 5. Em um circuito elétrico, a força eletromotriz varia com relação ao tempo segundo a equação . Assim sendo, ache o valor médio de no intervalo de tempo de a t=π3 s. (E) (t) E = 2 ⋅ sin 3t E t = 0 s 6. A integral definida corresponde à uma região cuja área em unidades quadradas é:dy∫ 10 ( +2y)y2 +3 +4y3 y2√3 a) 1 3/ b) 2 − 2√3 c) 2 d) 2√ e) 2 − 2√ 7. A integral indefinida é corretamente expressa por:∫ dx 1−4x2√ a) (2x) + Csin−1 b) (x) + Csin−1 c) ⋅ (x) + C12 sin −1 d) ⋅ (2x) + C12 sin −1 e) ( ) + Csin−1 x2 8. A área da região S pode ser calculada pela integral definida . Qual o valor em unidades quadradas para a área S? (cos 2x − sin 2x)dx∫ ππ 2/ a) 1 b) 1 2/ c) 3 4/ d) 2 e) 1 3/ 9. Calcule o valor da integral de�nida dada por cos 2x ⋅ cos 4x ⋅ dx∫ π0 10. Resolva a integral inde�nida dada por ∫ ⋅ 1+ln x x dx Notas Teorema do Valor Médio 1 Seja contínua no intervalo fechado e diferenciável no intervalo aberto . Então, existe pelo menos um ponto em , tal que: f [a, b] (a, b) c (a, b) (c) =f ′ f(b)−f(a) b−a Interpretação geométrica para o Teorema do Valor Médio. Fonte: ANTON et al. (2007). Referências ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. Volume 1. Porto Alegre: Artmed Editora S.A., 2007. BROCHI, A. Cálculo Diferencial e Integral I. Rio de Janeiro: SESES, 2015. FERNANDES, D. B. Cálculo. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. GUIDORIZZI, H. L. Um Curso de Cálculo. Volume 1. Rio de Janeiro: LTC, 2001. PANONCELI, D. M. Análise Matemática. Curitiba: Intersaberes, 2017. Próxima aula A integração por substituição trigonométrica; A integração de funções racionais; Integrais impróprias. Explore mais Revise os tópicos estudados nesta aula assistindo aos seguintes vídeos: “Cálculo integral: Integração por partes” <https://youtu.be/O2q45TzlsSM> ; “Integração por substituição – exercícios resolvidos 1” <https://youtu.be/93_bEw4ZxWQ> ; “Cursos Unicamp: Cálculo 1 / aula 39 - Teorema Fundamental do Cálculo” <https://youtu.be/NaIgyOeN8KM> ; https://youtu.be/O2q45TzlsSM https://youtu.be/93_bEw4ZxWQ https://youtu.be/NaIgyOeN8KM p p y gy ; “Cursos Unicamp: Cálculo 1 / aula 40 - Teorema Fundamental do Cálculo - parte 2” <https://youtu.be/pi8et8w6epw> ; https://youtu.be/NaIgyOeN8KM https://youtu.be/pi8et8w6epw
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