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Trauma do Esporte - Brenda Rodrigues

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Trauma do 
Esporte
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB
CENTRO DE CIÊNCIAS E BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
Discente: Brenda Michelle Alves Rodrigues.
Introdução
	O termo “trauma” é usado para definir ou descrever as lesões causadas por um evento que gera um ferimento de maneira inesperada. 
	“Lesão é o dano sofrido pelos tecidos do corpo em resposta a um traumatismo físico” (WHITING, ZERNICKE, 2008, p. 2). 
Os traumas esportivos podem ser divididos em:  
Agudo: caracterizado pela evolução imediata, principalmente advinda de acidente decorrente de movimento brusco ou trauma direto. 
Crônico: provém de uma evolução cumulativa, ou seja, quando uma estrutura é exposta à ação repetitiva ao longo do tempo com períodos de remissão e de exacerbação.
A causa desses traumas deve-se essencialmente a:
	Idade
	Sexo
	Constituição física
	Esforço físico
	Estado geral de saúde
	Condição psicológica inata
	Treino prolongado
	Fatores ambientais: clima, temperatura, umidade. 
	Fatores ambientais artificiais: equipamentos de má qualidade, campos não qualificados, fatos de treino inadequados. 
	Inadaptação ao treino: métodos e técnicas inadequadas de treino, com grande esforço físico e intensidade, bem como duração prolongada.
Fatores Intrínsecos 
Fatores Extrínsecos
As lesões esportivas podem ser classificadas de acordo com a estrutura envolvida: articulares (luxações e entorses), musculotendíneas (distensão, tendinopatias, bursite e cãibras) e ósseas (fraturas, contusões e lombalgia).
1. Articulares: 
Luxação: ocorre quando uma das extremidades que compõe uma articulação se separa das outras, causando dor forte, inchaço, hematomas, impossibilidade de movimento e mudança na aparência e formato da articulação;
Entorse: define-se como uma lesão do ligamento de uma determinada articulação, encontrando como sinais e sintomas a dor e o inchaço e verifica-se imediata ou gradualmente uma incapacidade para a movimentação do local. 
É classificado em: 
1º grau: ligamento preservado. 
2º grau: frouxidão ligamentar. 
3º grau: ruptura ligamentar parcial ou total.  
2. Musculotendíneas: 
Distensão muscular: é caracterizada pelo rompimento de fibras musculares.
Pode ser:
1º grau: quando há um estiramento das fibras.
2º grau: quando há uma maior quantidade de fibras rompidas.
3º grau: quando há a ruptura completa do músculo. 
Tendinopatia: é uma síndrome clínica que descreve o uso excessivo de tendões lesionados, gerando inflamação ou degeneração. É caracterizada por uma combinação de dor, inchaço difuso ou localizado e desempenho prejudicado. 
Cãibra: é a contração muscular involuntária que acontece quando há uma atividade física intensa. 
Bursite: é a inflamação de uma bolsa sinovial, um saco membranoso revestido por células endoteliais, cuja função é evitar o atrito entre duas estruturas ou proteger as proeminências ósseas. Uma pancada ou a utilização excessiva podem fazer com que a bursa de ombros, cotovelos, anca, joelhos e tornozelos inche. 
3. Ósseas:
Contusão: é uma lesão traumática, aguda, sem corte e decorrente de trauma direto aos tecidos moles, provocando dor e edema. Nesse caso há infiltração de sangue nos tecidos circundantes.  
Fraturas: é a perda da continuidade óssea. 
É classificada em:
Avulsão: envolve um tendão ou ligamento e sua inserção ou origem com um fragmento de osso;
Impacção: é a compressão do córtex ou superfície articular;
Linear simples: é quando há uma linha de fratura dividindo o osso em duas partes;
Cominutiva: acontece quando há mais de uma linha de fratura dividindo o osso em três ou mais partes.
Por estresse: ocorrem como resultado de uma pressão frequente e repetitiva.
Lombalgia: é o conjunto de manifestações dolorosas que acometem a região lombar. Existem diferentes tipos, como hérnias de disco e traumas nos discos vertebrais, que podem surgir em pontos específicos da coluna. 
 
03
05
04
02
Sintomas das lesões
Edema dos tecidos moles (inchaço)
Eritema (vermelhidão)
Dor, que varia de leve a grave
Calor
Pontos de sensibilidade
01
06
Equimose (extravasamento de sangue)
07
Perda da mobilidade
Prevenção
01
Siga as orientações de um profissional.
Respeite o limite do seu corpo.
Hidrate-se.
Faça aquecimento, alongamento e descanse.
Lesões mais frequentes
02
	Lesões de grau I: são pequenos estiramentos musculares em áreas específicas do corpo que possuem tratamento e recuperação rápidos e sem grandes consequências.
Tratamento
03
Para amadores
Em casos leves e moderados pode ser feito com medicação, repouso, compressas de gelo e até sessões de fisioterapia. 
Em casos graves, quando há ruptura de ligamentos ou quebra de ossos, pode ser necessário realizar cirurgia ortopédica ou imobilizar a parte do corpo afetada durante um determinado tempo. 
Resultados de pesquisas
Membros afetados por lesões esportivas mais comuns no futebol, vôlei, tênis, basquete e natação. 
Natação – ombro 
Tênis – cotovelo
Futebol – coxa
Vôlei – joelho
Basquete - tornozelo
de todas as lesões são tendinosas.
Mais de
45%
de todas as lesões são fraturas por estresse.
10%
Ombro
Joelho
Cotovelo
Tornozelo
61%
35%
56,25%
45%
Coxa
72%
Legenda
Fisioterapia esportiva 
01
Para profissionais
Segunda o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), “a atuação do Fisioterapeuta Esportivo se caracteriza pelo exercício profissional desde a promoção de atenção básica direta à saúde do paciente por meio de diagnóstico cinético-funcional bem como a eleição e execução de métodos fisioterapêuticos pertinentes a este.”
Logo, a função dessa especialidade é aumentar a longevidade esportiva do atleta, extrair o máximo de seu rendimento e garantir que o atleta esteja presente nas conquistas esportivas de sua modalidade.
Além disso, o fisioterapeuta deve identificar desequilíbrios musculares, alterações posturais, e déficits biomecânicos importantes e que demandem de intervenção. 
Prevenção
02
A prevenção de lesões envolve o conhecimento das limitações de um determinado atleta, assim como as características inerentes ao esporte que ele pratica e a magnitude da sobrecarga importa.
Um fisioterapeuta qualificado precisa estudar a biomecânica nos esportes, pois necessita compreender os mecanismos de lesão e os processos mecânicos e físicos aos quais se submete o organismo.
Ao fazer isto, de forma planejada e individual, poderá contribuir significativamente para o sucesso profissional daquele paciente.
Reabilitação
Na fisioterapia esportiva é elaborado um programa de tratamento específico para cada atleta, onde o objetivo é otimizar o tempo de recuperação física, promover a melhora da capacidade funcional e principalmente permitir o retorno das atividades diárias e esportivas, o mais breve possível.
Podendo ser utilizados técnicas e equipamentos de alta tecnologia, na avaliação e na evolução dos tratamentos, além dos recursos térmicos e analgésicos, como ultrassom, eletroterapia, laser, crioterapia, cinesioterapia, terapia manual e técnicas de reeducação postural para proporcionar um tratamento adequado. 
Retorno ao esporte 
Após uma lesão, o retorno ao esporte sempre é um momento difícil. 
Para isso é preciso desenvolver diversos programas de exercícios respeitando à especificidade de cada modalidade esportiva e a prevenção de recidivas, proporcionando uma adaptação bastante diferente do convencional.
Tipos de lesões e exercícios de reabilitação para as seguintes modalidades esportivas: 
Natação – lesão muscular
Tênis – epicondilite lateral 
Futebol – fraturas por estresse
Vôlei – tendinopatia patelar
Basquete – entorse de tornozelo
 
Epicondilite lateral:
É uma inflamação localpróxima à inserção dos extensores radiais do punho e, assim como outras tendinopatias, pode apresentar tanto o processo inflamatório quanto o degenerativo. 
	Exercícios
	Exercício excêntrico de extensores de punho
	Fortalecimento muscular dos extensores do punho, utilizando um halter.
Lesão muscular:
Ao realizar o exame físico, o fisioterapeuta deve verificar a presença de equimoses ou deformidade na região do ventre muscular. Realizar a palpação com o objetivo de identificar a presença de falha de continuidade muscular, dor, temperatura, espasmo muscular e possível aumento ou diminuição de sensibilidade. 
	Exercícios
	Fortalecimento em Diagonal
	Alongamento de Flexão, Depressão e Retração no ombro
	Fortalecimento de rotadores externos (Reformer)
Fraturas por estresse:
O tratamento inicial deve incluir redução de atividades a um nível indolor e ser iniciado em período precoce. 
Assim que os pacientes estiverem com ausência de dor, podem aumentar a atividade de forma progressiva e gradual. 
A fisioterapia pode ajudar a manter flexibilidade, força e condicionamento cardiovascular durante o período de afastamento dos treinamentos específicos.
	Exercícios
	Exercício de equilíbrio em apoio unipodal sobre prancha circular. 
	Treino de aterrissagem
Tendiniopatia patelar:
O início da lesão é gradual, e o paciente não é capaz de recordar um momento específico que tenha desencadeado a lesão. 
O processo de cronicidade é resultado do círculo vicioso composto por três fases: tendinopatia reativa, incapacidade de reparação tecidual e degeneração.
	Exercícios
	Miniagachamento em plano inclinado e apoio monopodálico.
	Alongamento músculos flexores e extensores do quadril e joelho
	Levantamento de peso, utilizando barras livres ou fixas, associadas ao agachamento.
Entorse do tornozelo:
O tratamento inicial costuma ser feito por meio de crioterapia, compressão e elevação do membro inferior acometido para redução do edema e dos hematomas. 
O fisioterapeuta deve evitar o alongamento das estruturas lesionadas, para evitar que cicatrizem em posição de alongamento. 
A lesão ligamentar pode ser de 3 diferentes graus:
grau 1 ou ligeira, quando ocorre estiramento patológico dos ligamentos, sem roturas.
grau 2 ou moderada, quando surge rotura parcial de 1 ou mais ligamentos.
grau 3 ou grave, quando surge rotura completa de 1 ou mais ligamentos.
	Exercícios
	Exercícios unipodálicos 
	Exercícios pliométricos
	Exercícios de flexibilidade
	Resistência aeróbica
Curiosidades
03.
A incidência de lesão muscular é de 2,8 lesões por mil horas de jogo. 
02.
Traumatismo craniano é uma lesão no cérebro causada normalmente por uma pancada na cabeça, sendo mais comum em esportes de contato.  
01.
No universo do esporte o joelho é a articulação que mais sofre lesões. 
06.
Os corredores contam com 69% de todas as fraturas de estresse. 
05.
Em esportes praticados individualmente, há um maior risco de torções, distensões e estiramentos musculares. 
04.
Os atletas envolvidos em esportes de alta velocidade, como o futebol, estão mais propensos a ter lesões osteomusculares.
Referências 
LESÕES Esportivas. [S. l.]: Osteofisio Fisioterapia Avançada, 2017. Disponível em: http://clinicaosteofisio.com.br/tratamos/lesoes-esportivas/. Acesso em: 6 fev. 2022.
LESÕES ESPORTIVAS EM ATLETAS AMADORES. [S. l.]: Pfizer, 2019. Disponível em: https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/lesoes-esportivas-em-atletas-amadores. Acesso em: 6 fev. 2022.
ARBEX, Flávia Silva; MASSOLA, Ricardo Martineli. Lesões Desportivas (LD): Conceitos Básicos e Aspectos Epidemiológicos. [S. l.]. Disponível em: https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/saude_coletiva_cap7.pdf. Acesso em: 7 fev. 2022.
HANIEF, Y. N.; WIDIAWATI, P. Características de lesões em atletas adolescentes de basquete. Revista Pesquisa em Fisioterapia, [S. l.], v. 11, n. 4, p. 711–721, 2021. DOI: 10.17267/2238-2704rpf.v11i4.4112. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/4112. Acesso em: 8 fev. 2022.
VENÂNCIO, Bárbara Oliveira et al. Prevalência de dor nos nadadores de São Vaetano do Sul. São Caetano do Sul, SP: Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 14 fev. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbme/a/56HNQK6zkfPLkfrcfKxzWqC/?lang=pt#. Acesso em: 8 fev. 2022.
Referências
FERNANDES, Drª Helena. Entorse do Tornozelo. [S. l.]: Saúde bemestar pt, 5 abr. 2021. Disponível em: https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/fisioterapia/entorse-do-tornozelo/. Acesso em: 8 fev. 2022.
SAIBA TUDO SOBRE A TENDINITE PATELAR NA FISIOTERAPIA. [S. l.]: VOLL Pilates Group, 23 maio 2017. Disponível em: https://blogfisioterapia.com.br/tendinite-patelar/#:~:text=A%20realiza%C3%A7%C3%A3o%20do%20exerc%C3%ADcio%20exc%C3%AAntrico,forma%20correta%20e%20sem%20dor. Acesso em: 7 fev. 2022.
HEBERT , Sizínio K. et al. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e práticas. 5°. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 3440 p. E-book.