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Proa – Rumo – Rota 
A correta orientação de uma aeronave em voo é fator essencial quando 
se deseja um deslocamento de um ponto a outro. 
A aeronave é envolvida por massa de ar atmosférico, que normalmente 
está em deslocamento, fato conhecido como vento. O vento é um 
agente que influirá diretamente na determinação da orientação de uma 
aeronave.
Proa – Rumo – Rota 
O efeito do vento sobre a direção seguida por uma aeronave é 
comparável ao de correnteza de um rio sobre um barco que procura 
atravessá-lo.
Durante a travessia, a correnteza desviará o barco da trajetória e este 
atingirá a margem oposta em um ponto diferente do inicialmente 
pretendido. Com uma aeronave em voo, este efeito será o mesmo, só 
que em virtude do deslocamento da massa de ar.
Proa – Rumo – Rota 
Proa – Rumo – Rota 
• Passamos então a definir três elementos da navegação aérea:
• Proa – é a direção do eixo longitudinal de uma aeronave;
• Rota – é a projeção, na superfície terrestre, da trajetória prevista ou 
percorrida por uma aeronave;
• Rumo – é a direção da rota.
Proa – Rumo – Rota 
Devemos perceber que rota e rumo são elementos distintos. Pode-se 
dizer que rota é o próprio caminho (linha) entre dois pontos e o rumo é 
o sentido (direção) do caminho. 
Tanto o rumo como a rota podem ser ou previstos (não voados) ou 
percorridos (realmente voados), que não necessariamente coincidem.
Proa – Rumo – Rota 
• Imaginemos agora um deslocamento de uma aeronave com influência 
de vento lateral.
A aeronave sai do ponto A com proa do ponto B. Porém, a ação do 
vento faz com que a trajetória seja AC. Verifica-se que o vento atua na 
aeronave sem modificar a sua proa.
Proa – Rumo – Rota 
Proa – Rumo – Rota 
Mesmo com a ação do vento, é possível para qualquer aeronave sair do 
ponto A e chegar ao ponto B. Utilizando meios de corrigir o desvio 
provocado pelo vento.
O navegador, conhecendo a direção e intensidade do vento atuante na 
região, tem condições de calcular qual deve ser a correção necessária 
para compensar a ação deste vento.
Proa – Rumo – Rota 
• Assim, surgirão mais dois elementos:
• Deriva (DR) – é o ângulo formado da proa mantida em voo até o rumo 
pretendido.
• Correção de Deriva (ACD) – é o ângulo formado do rumo pretendido até a 
proa a manter em voo.
Proa – Rumo – Rota 
Com a correção de deriva aplicada contra o vento, a aeronave deriva 
sobre o rumo pretendido, e chega no ponto B. Neste caso, onde o rumo 
está a direita da proa, costuma-se dizer que o rumo é maior que a proa.
Se o vento influenciasse pelo lado direito, o rumo seria menor que a 
proa. Notamos que os termos maior e menor têm os mesmos 
significados de “à direita” e “à esquerda”, respectivamente.
Podemos ter situações em que o rumo será igual a proa, quando não 
houver vento ou se este existir, atuar exatamente de cauda (por trás) 
ou de proa (pela frente).
Triângulo de Velocidades
Além de causar uma derrapagem no ar da aeronave, um vento lateral 
também terá influência na determinação da velocidade desenvolvida 
por uma aeronave.
Portanto, uma aeronave em voo estará sob influência de duas forças 
(velocidades) originando uma força (velocidade) resultante. Estas três 
velocidades formam o Triângulo de Velocidades ou Triângulo do vento, 
composto por três vetores.
Triângulo de Velocidades
• 1) Vetor Vento: É um vetor cuja direção é de onde o vento vem e a 
intensidade é a velocidade horizontal da massa de ar (VV). Tem origem no 
vetor aeronave e extremidade no vetor solo, daí se dizer que o vento sempre 
sopra da proa para o rumo.
• 2) Vetor Aeronave: Composto pela direção do eixo longitudinal da aeronave e 
intensidade igual a velocidade que a aeronave desenvolve em relação ao ar 
(VA).
• 3) Vetor Solo: Obtido pela direção da rota e intensidade equivalente a 
velocidade em relação ao solo (VS). É o vetor resultante da composição do 
vetor aeronave e vento e representa a trajetória seguida por uma aeronave 
na superfície terrestre.
Triângulo de Velocidades
A solução do triângulo de velocidades é um trabalho constante do 
navegador. Por intermédio do meio gráfico, réguas de cálculo 
(computador de voo E6B ou similar) ou calculadoras eletrônicas 
apropriadas, chega-se ao resultado das incógnitas.
Não é objetivo no momento a solução do triângulo, mas simplesmente 
a compreensão do efeito do vento na direção e velocidade da 
aeronave, ou seja, se o rumo é maior ou menor que a proa e se a VS é 
maior ou menor que a VA.
Magnetismo Terrestre
O espaço, em torno de um ímã, em que se faz sentir sua força 
magnética, é chamado de Campo Magnético. Em qualquer parte do 
campo, a força magnética tem uma intensidade e direção definidas.
O campo magnético normalmente pode ser representado por linhas de 
força magnética que nunca se cruzam ou interrompem, mas convergem 
para dois pontos chamados polos.
Magnetismo Terrestre
A Terra age como um grande ímã esférico tendo suas propriedades 
características. O magnetismo terrestre em qualquer lugar é medido 
pela determinação da direção e intensidade do campo magnético.
Os dois valores variam com o tempo, entretanto, a variação da 
intensidade é abandonada em navegação.
Polos Magnéticos
Os polos magnéticos atualmente estão localizados nas coordenadas 
geográficas 73ºN 100ºW (Ilha do Príncipe de Gales, Polo Norte 
Magnético) e 68ºS 144ºE (Antártica = Polo Sul Magnético).
Sendo assim, em determinado lugar da superfície terrestre, poderemos 
obter a direção do Norte Magnético (NM) e a direção do Norte 
Verdadeiro (NV).
Declinação Magnética
Ao valor angular obtido do NV até o NM chamamos de Declinação 
Magnética, sigla DMG. A Dmg pode variar de 0º a 180º para Este ou 
para Oeste.
Se o NM está a esquerda do NV a Dmg é W (Oeste), se está a direita, a 
dmg é E (Este), e se as direções coincidirem é nula.
Declinação Magnética
Declinação Magnética
Ao navegador interessa saber o valor da Dmg de uma região que 
pretenda voar pois as direções obtidas nos equipamentos de bordo são 
referenciadas ao NM, e não ao NV.
Sendo conhecido o valor da Dmg, através de uma operação matemática 
simples, chega-se ao resultado pretendido, ou seja, transformaremos 
ângulos verdadeiros em ângulos magnéticos.
Declinação Magnética nas Cartas
As cartas aeronáuticas trarão expressas o valor da Dmg através de 
linhas isogônicas. 
Estas linhas, que unem pontos de mesma Dmg, serão representadas 
por uma linha tracejada, acompanhada do valor da Dmg e a letra 
designativa E ou W, conforme o caso.
Linhas Isogônicas
Declinação Magnética nas Cartas
• Além das linhas isogônicas, poderemos ter também nas cartas Linhas 
Agônicas.
As linhas Agônicas unem pontos de declinação magnética nula (0º), 
representada na carta através de uma linha tracejada duplamente.
Normalmente, no lugar do algarismo zero, aparecerão escritas as 
palavras “No Variation”.
Variação da Dmg
A Dmg varia com o tempo em virtude de diversos fatores, fazendo 
inclusive com que haja possibilidade de mudança de numeração das 
cabeceiras de pista dos aeródromos, que são numeradas em função do 
ângulo obtido a partir do NM até a direção do eixo da pista.
Um exemplo típico é o do aeródromo de Manaus onde recentemente 
as cabeceiras passaram de 10/28 para 11/29.
Variação da Dmg
Variação da Dmg
A primeira preocupação, portanto, é verificar se a Dmg impressa numa 
carta está atualizada. Se não estiver, haverá necessidade de atualização. 
Para isto, na própria carta, virá o valor da Variação Média Anual que 
deverá ser somado ou subtraído da Dmg impressa na carta para 
atualização.
Variação da Dmg
• Exemplo: Uma carta de 2007 apresentava numa região a Dmg de 
20ºW. Sabendo-se que a variação média anual é de 6’W, qual seria a 
Dmg desta região em 2017?
Inclinação Magnética
O campo magnético formado em torno da superfície terrestre faz com 
que a agulha imantada de uma bússola fique alinhada na mesma 
direção de suas linhas de força. 
Esta tendência de alinhamento fará com que, em certassituações, 
tenhamos a direção horizontal não coincidente com a direção da 
agulha. 
Esta diferença angular será nula (0º) próxima do Equador e será 
máxima (90º) sobre os polos magnéticos.
Inclinação Magnética
A este ângulo chamamos de Inclinação Magnética, responsável pela 
inutilidade do uso da bússola magnética para navegar em regiões 
polares.
Podemos concluir que o campo magnético atua com uma força sobre a 
agulha de uma bússola em qualquer direção. Esta força magnética 
pode ser decomposta em dois componentes, que atuariam na vertical e 
na horizontal.
Inclinação Magnética
A componente horizontal provoca o alinhamento da agulha na direção 
Norte-Sul magnética. A componente horizontal provoca a tendência de 
inclinação da agulha em relação ao horizonte.
Entende-se facilmente que a componente vertical é nula no Equador e 
atinge um valor máximo sobre os polos magnéticos.
Inclinação Magnética
• Linhas Isoclínicas – são linhas que unem pontos de mesma inclinação 
magnética. Só serão representadas em cartas de altas latitudes onde 
o uso da bússola magnética não é aconselhável para orientação.
• Linhas Isopóricas – são linhas que unem pontos de mesma variação 
da Dmg. Não virão representadas nas cartas de navegação em virtude 
de só interessarem a quem executa os serviços de atualização das 
mesmas. Em termos práticos não consideraremos estas linhas para 
atualizar uma carta pois ela terá inserida a variação média anual da 
região apresentada, o que é suficiente.
Bússola Magnética
Sem dúvida alguma, o mais importante equipamento de navegação a 
bordo das aeronaves é a bússola. 
Basicamente, a bússola magnética é composta por um ímã montado 
sobre uma superfície circular ou cônica graduada que, suspensa sobre 
um pivô, tenderia a se alinhar com a direção Norte-Sul magnética da 
superfície terrestre, indicando ao piloto o valor angular que a direção 
do eixo longitudinal da aeronave (proa) forma com o Norte Magnético 
(NM).
Bússola Magnética
Entretanto, a agulha ou ímã no interior da bússola sofre influência 
também de forças magnéticas da estrutura da aeronave e seus 
sistemas elétricos. 
Estas forças podem causar um desvio da agulha e, consequentemente, 
um erro no valor indicado na linha de fé do visor.
Bússola Magnética
Considerando este desvio, na realidade a agulha de uma bússola se 
alinha com um norte resultante dos campos magnéticos terrestre e da 
própria aeronave, batizado de Norte Bússola, ou NB, ou ainda Norte 
Agulha (NA).
O erro provocado, expresso por um valor angular para Este ou Oeste a 
partir da direção NM à direção NB, é chamado de Desvio Bússola (DB), 
Desvio Agulha (DA) ou simplesmente Desvio (D).
Bússola Magnética
O Desvio Bússola (DB) varia com a direção em que a aeronave estiver 
orientada e será definido por intermédio de um cartão de desvios 
colocado próximo da bússola.
O erro pode ser diminuído por intermédio de compensadores 
magnéticos, não devendo atingir nunca valor maior do que 5º.
Bússola Magnética
Bússola Magnética