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Questões 
1. A respeito das contribuições responda as seguintes 
perguntas, justificando suas respostas. 
(a) Definir o conceito de “contribuição”. 
 
Entendo que Contribuição é uma espécie tributária vinculada, cuja 
arrecadação é destinada a uma atividade estatal. 
Fernando E. Castellani1 define: 
“(...) vislumbramos as contribuições especiais como espécie 
tributária autônoma, que possui por fato gerador uma 
materialidade não obrigatoriamente vinculada a uma atividade 
estatal, destinada ao custeio específico de uma atividade estatal, 
de forma permanente (ausência de previsão de devolução dos 
valores).” 
 
(b) Quais são as espécies de contribuição existentes na 
CF/88? 
 
De acordo com a Constituição Federal/1988, existem expressamente 
quatro espécies de contribuições possíveis de serem instituídas pela União, 
diferentes apenas quando a finalidade de cada uma, são elas: 
 
a) Sociais; 
b) De intervenção no domínio econômico; 
c) De interesse das categorias profissionais ou econômicas. 
d) custeadora do serviço de iluminação pública (acrescentada pela 
EC/39) 
 
(c) A destinação do produto da arrecadação tributária é 
relevante para a classificação jurídica das contribuições como espécie 
autônoma de tributo? 
 
Sim, as contribuições são tributos qualificados por sua destinação, o 
produto da tributação por meio de contribuição deve ser revertido, 
 
1 CASTELLANI, Fernando E. Contribuições especiais e sua destinação. Capítulo IV: Das espécies de 
contribuições em nosso sistema tributário. 
obrigatoriamente, para o atendimento da finalidade específica do tributo. 
Fabiana Del Padre2 ensina: “o destino do produto da arrecadação dos 
tributos é critério relevante para aferir sua constitucionalidade” e dispõe ainda: 
“O constituinte utilizou como critério classificatório das 
contribuições a sua finalidade, a qual deve ser implementada por 
meio da destinação do produto arrecadado, devendo esta ser 
rigorosamente observada pelo legislador infraconstitucional no 
momento da instituição das indigitadas contribuições e, também, 
pela Administração Pública, quando da sua efetiva aplicação.” 
 
(d) Se os valores arrecadados a título de contribuição não 
forem aplicados na destinação prescrita na lei, pode o contribuinte 
requerer restituição do tributo pago? Sob qual fundamento? 
 
Sim, ocontribuinte pode requerer a restituição do tributo pago, 
conforme bem pontuado pela professora Fabiana, no mesmo artigo acima citado: 
 
“Por essas razões, entendemos que o contribuinte pode opor-se 
à cobrança de contribuição que não seja destinada, no plano 
normativo ou no fático, ao custeio das atividades 
constitucionalmente prescritas. Assim, caso o legislador não 
vincule o produto da contribuição a certa finalidade, nos termos 
prescritos pela Constituição, cabe ao contribuinte insurgir-se 
contra a constitucionalidade da instituição desse tributo, por 
verificar incompatibilidade entre as regras-matrizes de incidência 
e de destinação em relação à norma de competência, que lhes 
dá fundamento de validade. Além disso, caso o contribuinte já 
tenha efetuado o recolhimento da contribuição, pode pleitear a 
restituição dos valores pagos. Isso porque, para que se tenha a 
regular instituição de uma contribuição, não basta que sua 
criação se dê por meio de lei, nem que esta prescreva certo 
destino para os recursos arrecadados. É necessário que tais 
valores sejam efetivamente aplicados para alcançar os 
respectivos fins, pois só assim servirão como instrumento de 
atuação da União nas áreas constitucional e legalmente 
indicadas.” 
 
2. Sobre a hipótese de incidência das contribuições, pergunta-
 
2 Fabiana Del Padre Tomé: O destino do produto da arrecadação como requisito constitucional para a 
instituição de contribuições 
se: 
 (a) A União pode, na criação de contribuição com fundamento 
no art. 149 da CF, utilizar uma das materialidades que lhe foram atribuídas 
constitucionalmente para a instituição de impostos? 
 
Sim, mas de maneira indiscriminada e desde que o faça de acordo 
com a competência atribuída pelos artigos 153, 154, I, uma vez que tais artigos 
delimitam a competência da União. 
 
 (b) A hipótese de incidência destas contribuições pode 
abranger fatos que, por ocasião da repartição constitucional de 
competências para a instituição de impostos, foram atribuídos como 
materialidades próprias dos Estados, Distrito Federal e Municípios? Para 
responder a essa pergunta leve em consideração o texto constitucional 
antes da emenda constitucional 132/2023 e pós emenda, diante do que 
dispõe o artigo 149-B3 por ela inserido ao texto constitucional. 
 
Compete aos Estados, Distrito Federal e Municípios, pela 
competência atribuída pela Constituição Federal, instituir seus próprios tributos, 
ou seja, suas contribuições também, isto é, cada qual dentro da repartição 
tributária goza de uma competência que ao meu ver deve ser mantida. 
 
3. Por força do que prescreve o art. 195, I, “a”, da Constituição 
da República, a legislação exige que o empregador recolha contribuição 
sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. Neste 
contexto, pergunta-se: 
 (a) Que é “salário”? E “rendimentos do trabalho”? 
 
De acordo com a CLT: 
Art. 76. Salário é a contraprestação mínima devida e paga 
diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao 
trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de 
serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região 
do País, as suas necessidades normais de alimentação, 
habitação, vestuário, higiene e transporte. 
 
Já o rendimento é um termo mais amplo do que o salário, pois 
 
3 Art. 149-B. Os tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, observarão as mesmas regras em relação a: 
I - fatos geradores, bases de cálculo, hipóteses de não incidência e sujeitos passivos; 
 
consiste em bônus, incentivos, opções de ações, regalias, entre outros, além do 
salário básico do empregado. 
 
 (b) Levando em consideração sua resposta às perguntas 
contidas em “(a)”. Pergunta-se: quais das parcelas abaixo estão ou não 
sujeitas à incidência deste tributo, justifique suas respostas: (Vide anexos 
I, II, III e IV) 
(i) os serviços extraordinários (horas extras); possuí natureza 
salarial, de modo a integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. 
Tem natureza remuneratória, conforme ficou definido pelo Superior Tribunal de 
Justiça no julgamento do RESp nº 1.358.281/SP, pela sistemática dos recursos 
repetitivos (Temas 687, 688 e 689). 
(ii) terço constitucional; o STF entende que "É legítima a incidência 
de contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço constitucional de 
férias". (TEMA 985). 
(iii) férias indenizadas; o STF, em julgamento do Recurso 
Extraordinário (RE) 1072485, fixou tese de que "é legítima a incidência de 
contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço constitucional de 
férias". 
(iv) aviso-prévio indenizado; aviso prévio indenizado é um 
rendimento do trabalho e possui natureza salarial, estando sujeito, portanto, à 
incidência de contribuição previdenciária. 
(v) adicional de insalubridade; possuí natureza salarial, de modo a 
integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. Tem natureza 
remuneratória, conforme ficou definido pelo Superior Tribunal de Justiça no 
julgamento do RESp nº 1.358.281/SP, pela sistemática dos recursos repetitivos 
(Temas 687, 688 e 689). 
(vi) adicional de periculosidade; possuí natureza salarial, de modo 
a integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária. Tem natureza 
remuneratória, conforme ficou definido pelo Superior Tribunal de Justiça no 
julgamento do RESp nº 1.358.281/SP, pela sistemáticados recursos repetitivos 
(Temas 687, 688 e 689). 
(vii) adicional noturno; possuí natureza salarial, de modo a integrar 
a base de cálculo da contribuição previdenciária. Tem natureza remuneratória, 
conforme ficou definido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do RESp 
nº 1.358.281/SP, pela sistemática dos recursos repetitivos (Temas 687, 688 e 
689). 
(viii) auxílio-educação; o Superior Tribunal de Justiça adota o 
entendimento de que possui natureza indenizatória, sendo, pois, descabida a 
cobrança de contribuição previdenciária sobre a rubrica (vide REsp 1491188 / 
SC). 
(ix) auxílio-creche; não se subsume ao conceito de renda e proventos 
de qualquer natureza, não se sujeitando à incidência de tributo.O STJ fixou a 
tese de que “o auxílio-creche funciona como indenização, não integrando o 
salário-de-contribuição para a Previdência. Inteligência da Súmula 310/STJ”. 
(Tema 338). 
(x) auxílio-doença; não há incidência da parte de contribuição 
previdenciária a cargo do empregado, de acordo com Jurisprudência 
consolidada do STJ, Parecer SEI Nº 16120/2020/ME. 
(xi) salário-maternidade; O Supremo Tribunal Federal, no 
julgamento do RE nº 576.967 pela sistemática de repercussão geral (Tema nº 
72), fixou a tese “É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária 
a cargo do empregador sobre o salário maternidade.” 
(xii) prêmio assiduidade; a jurisprudência do STJ (vide AgRg no 
Resp 1235356/RS) já firmou o entendimento de que não incide contribuição 
previdenciária patronal sobre o abono assiduidade convertido em pecúnia e 
sobre o abono único, pois as verbas constituem premiação do empregado, e não 
contraprestação ao trabalho. 
(xiii) vale-transporte; a Receita Federal entende: Receita Federal: 
1º) não incide contribuição previdenciária sobre vale-trasporte; 2º) o benefício 
(vale-transporte) é custeado tanto pela empresa quanto pelo empregado, mas o 
empregador somente poderá suportar a parcela que exceder a 6% do salário 
básico do empregado; 3º) caso deixe de descontar este percentual do salário do 
empregado, ou desconte percentual inferior, a diferença deverá ser considerada 
como salário indireto e sobre ela incidirá contribuição previdenciária e demais 
tributos. 
(xiv) descanso remunerado; tem natureza remuneratória, pois é 
caso de interrupção do contrato, há contagem de tempo de serviço. 
 
 
4. Com relação ao creditamento do PIS-COFINS, pergunta-se: 
 (a) Estabeleça diferença entre o regime monofásico e não 
cumulativo. 
 
De acordo com o entendimento do STJ no julgamento do EAREsp 
1109354 “no regime monofásico, a carga tributária é concentrada em uma única 
fase do ciclo produtivo e, portanto, suportada por um único contribuinte, não 
havendo, nesse sistema, a necessidade de seguir o princípio da não 
cumulatividade, próprio do regime plurifásico. Sendo assim, o regime monofásico 
impede que haja creditamento de contribuições sociais como o PIS e a Cofins.”. 
Já o regime não cumulativo, é a tributação em cadeia melhor dizendo. 
Professora Fabiana Tomé4, nos ensina ainda que “Vimos que a não-
cumulatividade é princípio jurídico que assegura uma única incidência tributária 
em cada etapa da cadeia econômica, obstando a superposição de tributos”. 
 
 (b) Qual o alcance da não cumulatividade do PIS-COFINS 
prevista no art. 195, § 12, da CF/88? 
 
Ainda em alusão ao texto da professora Fabiana podemos dizer que 
o alcance “foi evitar a incidência em cascata das contribuições incidentes sobre 
a receita, tal desígnio só será alcançado se permitido o crédito relativo a todas 
as despesas necessárias à consecução das atividades da empresa, por estarem 
compreendidas entre os fatores que possibilitam a obtenção de receitas”. 
 
 (c) O que caracteriza “insumo” para fins da não 
cumulatividade do PIS e da COFINS? Valores gastos com contratação de 
mão de obra terceirizada geram créditos de PIS-COFINS? (Vide anexos V, 
VI, VII, VIII, IX, X e XI). 
 
De acordo com a Receita Federal do Brasil, especificamente atinente 
as Instruções Normativas n. 247/2002 e n. 404/2004, se tivermos como premissa 
 
4 TOMÉ, Fabiana Del Padre. Definição do conceito de “insumo” para a não-cumulatividade do PIS e da 
COFINS. In: VIII CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses . 
à fabricação ou produção de bens destinados a venda, insumos seriam “as 
matérias-primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e 
quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou 
a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente 
exercida sobre o produto em fabricação”. Porém, se a premissa for com relação 
quanto à prestação de serviços, insumos abrangeriam “os bens aplicados ou 
consumidos na prestação de serviços”. 
Desse modo, a professora Fabiana Tomé nos ensina ainda que “o 
conceito de insumo semelhante àquele referido na legislação do Imposto sobre 
Produtos Industrializados, exigindo a incorporação ou transformação física do 
bem.” 
Já com relação ao PIS e a COFINS, é um tributo que incide sobre a 
receita e não o insumo haja vista que não incidem sobre a circulação de bens ou 
serviços. 
Por meio da Solução de Divergência Cosit n° 29, a Receita Federal 
definiu que valores gastos com a contratação de mão de obra terceirizada geram 
créditos de PIS e COFINS. 
 
 (d) A previsão do artigo 175 da Lei nº 11.033/04 é aplicada 
para todos contribuintes sujeitos à tributação monofásica? Fundamente. 
(Vide anexos XII e XIII) 
A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob o rito 
dos recursos especiais repetitivos (Tema 1.093), por maioria de votos, fixou 
cinco teses relativas ao creditamento de PIS/Pasep e Cofins no sistema 
monofásico e à legislação que disciplina o Regime Tributário para Incentivo à 
Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto). As teses são as 
seguintes: 
1 – É vedada a constituição de créditos da contribuição para o 
PIS/Pasep e da Cofins sobre o custo de aquisição (artigo 13 do 
Decreto-Lei 1.598/1977) de bens sujeitos à tributação 
 
5 Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o 
PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. 
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=1093&cod_tema_final=1093
monofásica (artigos 3º, inciso I, alínea "b", da Lei 10.637/2002 e 
da Lei 10.833/2003). 
2 – O benefício instituído no artigo 17 da Lei 11.033/2004 não se 
restringe às empresas que se encontram inseridas no regime 
específico de tributação denominado Reporto. 
3 – O artigo 17 da Lei 11.033/2004 diz respeito apenas à 
manutenção de créditos cuja constituição não foi vedada pela 
legislação em vigor; portanto, não permite a constituição de 
créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre o 
custo de aquisição (artigo 13 do Decreto-Lei 1.598/1977) de 
bens sujeitos à tributação monofásica, já que vedada pelo artigo 
3º, inciso I, alínea "b", da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003. 
4 – Apesar de não constituir créditos, a incidência monofásica 
da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins não é incompatível 
com a técnica do creditamento, visto que se prende aos bens e 
não à pessoa jurídica que os comercializa, que pode adquirir e 
revender conjuntamente bens sujeitos à não cumulatividade em 
incidência plurifásica, os quais podem lhe gerar créditos. 
5 – O artigo 17 da Lei 11.033/2004 apenas autoriza que os 
créditos gerados na aquisição de bens sujeitos à não 
cumulatividade (incidência plurifásica) não sejam estornados 
(sejam mantidos) quando as respectivas vendas forem 
efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não 
incidência da contribuição para o PIS/Pasepe da Cofins, não 
autorizando a constituição de créditos sobre o custo de aquisição 
(artigo 13 do Decreto-Lei 1.598/1977) de bens sujeitos à 
tributação monofásica. 
5. Sobre as contribuições de intervenção no domínio econômico, 
pergunta-se: 
 (a) Que se entende por intervenção no domínio econômico? 
As causas de intervenção estão restritas aos arts. 170 a 181 da 
Constituição Federal? 
 
Intervenção no domínio econômico é um instrumento que a União tem 
para atuar na área econômica, de competência exclusiva da União consoante 
artigos 149 e 174 da CF. Não, posto que há previsão também nos artigos 
subsequentes 184 a 191 da CF. 
 
 (b) O produto da arrecadação da CIDE deve ser legalmente 
destinado à intervenção no setor econômico de que trata a contribuição 
(intervenção positiva), ou pode ser instituída com finalidade de 
desestimular determinada atividade, ou seja, com caráter extrafiscal 
(intervenção negativa)? 
 
Sim, são formas de atuações indiretas no estado – onde no primeiro 
se vê claramente o poder de polícia, legalmente previsto no artigo 78 do CTN: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da 
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à 
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 
1966). 
Já no segundo caso, são as atividades de fomento que são 
diretamente ligadas ao estímulo e incentivo, concessão de benefícios fiscais, 
sempre para estimular ou desestimular comportamentos. 
 
 (c) A sua materialidade e o sujeito passivo devem estar 
relacionados com a destinação escolhida pelo legislador como forma de 
intervenção no domínio econômico? (Vide anexo XIV) 
 
Para o professor Fernando F. Castellani6 “a materialidade das 
contribuições não precisa estar relacionada a nenhuma atividade específica 
estatal”. 
Nas palavras do ilustre professor Roque Antonio Carraza: 
“Positivamente, o termo “contribuição” não é senha para que a 
União crie quakquer tributo. Pelo contrário, há a necessidade de 
correlação lógica entre as causas e fundamentos da intervenção 
no domínio econômico e a instituição do tributo ora em estudo. 
É que são justamente tais causas e fundamentos que justificam 
a própria instituição da contribuição interventiva. Todos estes 
detalhes devem, por evidente, figurar na lei instituidora da 
exação, até porque eles balizam, inclusive, temporalmente, sua 
 
6 CASTELLANI, Fernando E. Contribuições especiais e sua destinação. Capítulo IV: Das espécies de 
contribuições em nosso sistema tributário. 
 
cobrança: desaparecidas ou superadas as causas e 
fundamentos invocados, desaparecida ipso facto também estará 
a possibilidade de seu lançamento e arrecadação”. 
Aliás esse foi o entendimento firmado pelo STJ da desnecessidade de 
vinculação. 
 
 (d) a remuneração por direitos autorais e operações com o 
exterior se classificam como royalties para fins da incidência da CIDE? 
(Vide anexo XV) 
 
Ao julgar Recurso Voluntário no Processo nº 19515.721344/2017-31, 
Acórdão nº 3302-011.909, na sessão de 23 de setembro de 2021, o CARF 
entendeu que a CIDE não incide sobre o valor de royalties decorrente de direitos 
autorais.

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