Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Licenciatura em Economia 1º Ano, 1º Semestre 2015/16 INTRODUÇÃO À GESTÃO Professor Doutor Fernando Brochado APPLE “THINK DIFFERNT” TURMA EA02 BEATRIZ CACHO, Nº.: 73100 , BFCOA@ISCTE-IUL.PT DIOGO TRINDADE, Nº.: 72717, DMPTE@ISCTE-IUL.PT JOÃO MEIRA, Nº.: 73383, JPDCM@ISCTE-IUL.PT LISBOA, 19 DE NOVEMBRO DE 2015 Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 1 ÍNDICE INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 2 HISTÓRIA .................................................................................................................................................................... 2 OBJETIVOS DA EMPRESA............................................................................................................................. 3 EVOLUÇÃO NO MODELO DE GESTÃO ................................................................................................ 4 Modelo relações humanas ..................................................................................................................... 4 Modelo de sistemas abertos ................................................................................................................. 4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .............................................................................................................. 4 INFLUÊNCIA DA LIDERANÇA E DO PODER NO SUCESSO DA EMPRESA ............... 5 Modelos comportamentais .................................................................................................................... 5 Modelos contingenciais ........................................................................................................................... 6 QUESTIONÁRIO DO CASO ............................................................................................................................ 6 CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................ 6 SUMMARY – INFLUENCE AND POWER............................................................................................... 7 BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................................... 9 Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 2 INTRODUÇÃO Serve o presente trabalho para dar a conhecer uma das principais multinacionais no setor das telecomunicações – a Apple. Criada em 1976, desde logo, durante os primórdios da informática, a Apple é mais um dos casos práticos onde presenciamos teorias lecionadas na área curricular de Introdução à Gestão, começando pela presença de dois modelos de gestão, cuja evolução foi notória ao longo da história da empresa: o modelo de relações humanas e o modelo de sistemas abertos, como empresa exemplar que exporta para todo o mundo. Vários são os modelos teóricos acerca das estruturas organizacionais, mas no caso da Apple é clara uma evolução de uma estrutura funcional para uma estrutura divisional. Steve Jobs é o grande génio da Apple, foi um dos seus co-fundadores e até aos seus últimos anos de vida foi o CEO da empresa. Durante os anos que esteve à frente dos destinos da empresa, a Apple nunca parou de crescer, afirmando-se como uma empresa visionária, consciente das necessidades do mercado e inovadora a cada segundo, perfil que adquirir dados os traços que pautavam Jobs. Além deste perfil inovador, revolucionário e solitário, Steve conferiu à Apple uma liderança isolada e centrada no seu CEO, cuja tomada de decisão se afirmaria autocrática, segundo o modelo de Kurt Lewin e cuja ação para com os executantes da empresa se afirma como um estilo de “produzir ou morrer”. A descrição das inúmeras inovações tecnológicas como o iPod, os diversos iPhones e o macintosh são um exemplo de sucesso atingido pelo determinismo, o conhecimento científico e a visão futurista de um gestor que em grande parte criou e reinventou a sua empresa, sem que tivesse algum dia conseguido afirma-se como um verdadeiro líder em toda a sua plenitude – Steve Jobs. HISTÓRIA A Apple é uma empresa multinacional americana criada a 1 de abril de 1976 na Califórnia (EUA) por Steve Jobs, Ronald Wayne e Steve Wozniak. Foi no ano da sua fundação que a Apple lançou o seu primeiro computador. Ao longo dos anos, conceitos como Inovação, Investigação e Tecnologia têm garantido a essência da empresa. Atualmente encontra-se a operar em mais de 200 países, destacando-se os mercados americano, japonês, italiano, canadiense e chinês. Apresenta aos seus clientes uma gama de mais de 200 produtos, empregando cerca de 49 400 trabalhadores, distribuídos pelas 452 lojas de retalho que possui por todo o mundo. Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 3 OBJETIVOS DA EMPRESA Projetar e comercializar produtos eletrónicos como tablets, iPhones, iPads, iPods, etc…; Produzir e atualizar software: sistemas operativos (iOS) e aplicações móveis; Comercializar computadores pessoais (Macintosh). EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DOS PRODUTOS Após o seu surgimento, a Apple lança o seu primeiro computador logo em 1976, ao qual se segue o Macintosh, em 1984, um dos primeiros computadores pessoais. Depois de um processo de reestruturação da empresa, com o afastamento de Steve Jobs, o “génio” começa a colaborar com a “Pixar”. Com o regresso de Jobs em 1997, como CEO da empresa, o crescimento da mesma é inevitável, inicia-se uma parceria com a Walt Disney e o “Silicon Valley” é internacionalizado nos mapas, por iniciativa do mesmo. Em 2001, o espírito de rejuvenescimento de Steve Jobs é notório com o lançamento do iPod, tecnologia que aliou o melhor do sistema operativo característico de um computador, sem que o fosse. A partir de 2010, a Apple passa a concorrer em novas direções, através do revolucionário lançamento do iPad, numa tentativa ousada de agrupar num só diapositivo livros eletrónicos, o telemóvel e o telefone. Será este o exemplo mais marcante para a era do touch-screen. O sucesso da empresa e a sua afirmação no mercado mundial das tecnologias é inevitável e torna-se na empresa com uma cota de mercado de MP`3 de cerca de 70%. Nos últimos 3 anos, a Apple têm vindo a redefinir os seus mercados, focando-se agora no mercado dos “smartphones”, através do lançamento sucessivo de diversas versões do iPhone, telemóvel capaz de concorrer com os tradicionais produtores mundiais, como a Samsung e a Microsoft. Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 4 EVOLUÇÃO NO MODELO DE GESTÃO Modelo relações humanas Partindo do ponto de vista de Cory Quinn rapidamente chegamos à conclusão de que a Apple é uma empresa em que a troca livre de ideias e o desenvolvimento do trabalho em grupo desempenham uma diretiva importante. Podemos deste modo enquadrar o modelo de gestão da empresa, neste caso, no modelo das relações humanas da escola comportamentalista. Tal afirmação é possível uma vez que a Apple é uma acérrima defensora dos trabalhadores não serem um indivíduo solitário, isolado, mas sim como uma parte de um grupo, com dinâmicas próprias e dirigidos por um superior. Modelo de sistemas abertos Seguindo o depoimento de Harol Welch concluímos que a Apple é uma empresa em constante mudança. Esta mudança pode ser explicada por diversosfatores, como a capacidade de internacionalização e a adaptação às imposições do meio envolvente. A Apple defende o trabalho em equipas que trabalham com o mesmo objetivo e que interagem entre si e com o exterior. Para além disso verifica-se uma hierárquia dentro da empresa (entropia negativa), sinergias e uma complexidade da organização. A produção tem em conta os gostos dos clientes, ou seja, há uma interação com o meio envolvente que influencia produções futuras. Todas estas características encontram-se fundadas no modelo de sistemas abertos. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Inicialmente, a Apple apresentava uma estrutura funcional, na medida em que Steve Jobs era o presidente, seguido do chefe executivo, Mike Markkula e do quadro executivo. A estrutura funcional aplicada seguia o critério de departamentalização por funções, ou seja, agrupavam-se postos de trabalho de acordo com a sua tarefa, sob a responsabilidade de um gestor. Quando Jobs regressa à Apple, em 1997, assume o cargo de CEO, com o objetivo de se tornar responsável pelo planeamento das ações futuras da empresa. Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 5 Com isto, apercebeu-se de que muita da criatividade da empresa tinha desparecido e comprometeu-se a reconstruí-la, trazendo gestores e repondo o quadro executivo, quadro esse que se tornava cada vez mais disfuncional. Opta então, pela estrutura divisional, ou seja, pela coordenação das tarefas por parte da Direção Executiva (por si administrada), que estabelece um contacto constante com os departamentos da empresa: hardware, marketing, consultoria, etc. INFLUÊNCIA DA LIDERANÇA E DO PODER NO SUCESSO DA EMPRESA A cultura de cooperação estabelecida na Apple é caracterizada por um intenso trabalho ético e descontraído. O espírito de liberdade na exploração de novas conceções após a distribuição de tarefas por parte de um superior está associado a uma liderança transformacional, segundo a qual o desempenho do líder e principalmente dos seus executantes vai para além dos níveis esperados. Quando Michael Mority observa Jobs, classifica-o como uma imparável e irreversível força da natureza, influenciando todas as decisões da empresa, a definição dos comportamentos e ideias dos executantes e até os próprios produtos e campanhas de marketing lançados pela Apple. Perante esta capacidade de influenciar os outros, Jobs pode-se afirmar como um inquestionável e exemplar gestor. Por outro lado, a tomada de decisão concentrada única e exclusivamente em Jobs é notória e visível quando decide reduzir custos, tornando muitos dos trabalhadores frustrados, dispensando os seus serviços e rejeitando e anulando a produção de bens que julgava na sua opinião inúteis. Todas estas decisões em si concentradas revelam uma gestão alheia de cooperação, diálogo e sensibilidade de relacionamento com os outros, na hora da decisão. Modelos comportamentais A concentração da tomada de decisão em Steve leva-nos a duas perspetivas: Estudos de Kurt Lewin - comportamento do líder autocrático, isto é, verifica-se uma imposição dos métodos de trabalho, onde a abertura para os executantes expressarem a sua opinião é reduzida. Modelo de Blake e Mouton (1979) - Jobs afirma uma extrema e eficiente preocupação com a produção e a sustentabilidade de futuro da empresa, mas despreza e desinteressa-se pelas necessidades dos executantes. O estilo de liderança da Apple classifica-se como um estilo de “produzir ou morrer” Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 6 Modelos contingenciais Modelo de Path-Goal - comportamento diretivo por parte do líder, que direciona os objetivos, orienta os métodos e afirma o que é esperado dos subordinados. Visível no carácter determinado e teimoso de Jobs. Liderança autocrática - Modelo de Vroom, onde o gestor desenvolve o problema, tomando as decisões segundo o seu conhecimento pessoal. QUESTIONÁRIO DO CASO 1 - Quais os exemplos de influência da gestão nos outros? Após a leitura do caso, identificámos três situações nas quais foi necessária a influência da gestão nos outros: quando foi preciso garantir o apoio de grandes investidores, fazer aprovar novas medidas e fazer aprovar novos designs. 2 - Que exemplos de “big 5 traits” conseguimos identificar na personalidade de Steve Jobs? Em relação aos “big 5 traits” que podemos encontrar em Steve Jobs, devemo-lo interpretar como: explorador (abertura), focado e muito pouco flexível (consciência), introvertido (extroversão), desafiador (agradabilidade) e reativo (neuroticísmo). 3 - Que características de transação e transformação poderemos identificar em Steve Jobs? Em Steve Jobs encontramos um líder não transacional, que despromove o desempenho dos executantes que já é esperado pela generalidade. Pelo contrário, Jobs afirmava-se um líder transformacional baseado num desempenho para lá do que é espectável, aplicando este modelo de liderança na sua profissão e motivando- o aos subordinados. 4 - Que fontes de poder da tabela 12.4 (livro Management) Jobs aplica? Jobs aplicava um poder legítimo que lhe era conferido pela sua posição hierárquica, permitindo-lhe impor regras e normas aos executantes. Também se define por um poder coercivo, penalizador e repreensivo para com os executantes sempre que estas normas não sejam cumpridas. Por fim, dado o seu conhecimento técnico e científico, outra forma de poder que Jobs aplica é a competência. CONCLUSÃO A Apple é sem dúvida um exemplo encorajador da força da ambição, do determinismo e do espírito futurista do seu criador e reinventor, todavia, apesar de se isolar sobre si e tomar as decisões sozinho, Jobs garantiu à Apple aquilo que sempre ambicionou para a mesma, a sua sustentabilidade de futuro, transferindo o seu “know how” aos que a si se seguiram. Hoje a Apple está no mercado liderando em diversas frentes, criando novos consumos e assumindo um papel importante de empregador mundial, mas se toda a estrutura, ainda que de uma forma rígida, não tivesse evoluído, se não se assumisse uma estrutura divisional, se Jobs não tivesse sido autocrático e conservado a iniciativa de decisão/conhecimento na sua pessoa, possivelmente a empresa não teria assegurado a sua longevidade. Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 7 SUMMARY – INFLUENCE AND POWER In Boddy, David (2011) MANAGEMENT An Introduction Fifth Edition, Pretice Hall Europe imprint, London 1. Distinguir liderar de gerir e explicar o porquê a essência de cada um para o desempenho da empresa Apesar de ambos serem essenciais e da diferença poder ser sobrestimada, a liderança é normalmente utilizado quando nos referimos a atividades que trazem mudanças, enquanto a gestão proporciona estabilidade e ordem. Muitas pessoas lideram e gerem no decurso do seu trabalho. EX: Steve Jobs afirma-se um gestor exímio, cuja organização era rígida e um fator determinante para o sucesso da Apple, todavia, alguma da sensibilidade e espírito de envolvimento característicos de um líder não lhe eram muitas vezes reconhecidos. 2. Explicar porque é que a liderança e a gestão dependem ambos da capacidade de influenciar os outros Alcançar objectivos normalmente depende da disposição das outras pessoas. A forma como a gestão procura influenciar os outros afeta a reação das pessoas que se encontram a ser geridas. 3. Comparar traços, comportamentos e as perspetivas de contingência nos modelos de influência O modelo dos traços procura identificar as características pessoais para que a influência seja eficaz. EX: O modelo de traços do CEO da Apple era caracterizadopor ser obstinado, determinado, teimoso, insistente, perfecionista e genial. O modelo comportamental distingue o comportamento dos gestores em duas dimensões: ‘initiating structure” e “consideration”. A perspetiva do modelo contingencial refere que a eficácia do processo de influência depende não só das circunstâncias, como também das características dos trabalhadores, do chefe e da tarefa. 4. Destacar as teorias que se focam no poder (comportamental e contingencial) como forma de influência Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 8 5. Contraste entre o estilo e a perspetiva de poder e explicar porque é que a partilha do poder pode aumentá-los Partilhar o poder com os subordinados pode não só fazer com que estes fiquem mais satisfeitos e tenham um trabalho mais rentável, como também, o gestor tenha mais tempo para desenvolver contactos superiores e externos, podendo este aumentar o seu poder se estiver focado em assuntos internos. 6. Destacar um modelo de táticas para influenciar os outros, inclusive através das redes Yukl e Falbe identificaram as seguintes táticas para influenciar os outros: o Persuasão racional o Apelo inspiracional o Consulta o Sedução o Troca o Apelo pessoal o Aliança o Apelo à legitimidade o Pressão Estes referiram também que a influência efetiva varia a sua tática dependendo da pessoa que estão a tentar influenciar. Numa outra linha de pesquisa identificam o valor da construção de redes como parte da eficácia da influência. 7. Demonstrar como as ideias do capítulo contribuem para o conhecimento dos temas integrantes As propostas para alcançar um desempenho mais sustentável dependem da capacidade dos gestores de influenciar os outros - sobre os quais eles normalmente não têm nenhuma autoridade formal. Como em qualquer mudança organizacional, os projetos de sustentabilidade, por vezes, irão enfrentar a oposição: assim os gestores ou outras pessoas que promovam a mudança terão de usar uma diversidade de táticas para influenciar os outros e alcançar os seus objetivos. Os sistemas de governação e de controlo são destinados a influenciar o comportamento dos chefes executivos e gestores para que estes atuem conforme os interesses dos acionistas. Economia – Introdução à Gestão - Caso Apple Página 9 Há uma acumulação de evidências de que valores culturais afetam as táticas de influência utilizadas em diferentes países, e que os estilos de liderança variam entre países. EX: tal como foi estudado e refletido de forma crítica na extensão do trabalho entregue e denominada “Os desafios das empresas internacionalizadas”. BIBLIOGRAFIA A realização do trabalho acima apresentado seguiu uma metodologia de recolha e tratamento de informação, baseada a partir das seguintes fontes: Boddy, David (2011) MANAGEMENT An Introduction Fifth Edition, Pretice Hall Europe imprint, London http://www.apple.com/jobs/pt/ http://www.apple.com/pt/pr/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Apple https://www.youtube.com/user/Apple
Compartilhar