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PROTEÍNAS Profa. Ma. Mayara Feitosa Teresina, 2020 • As proteínas são macromoléculas presentes em todas as células dos organismos vivos. • Em nível elementar contêm em base: ✓50-55% de carbono ✓6-7% de hidrogênio ✓20-23% de oxigênio ✓12-19% de nitrogênio ✓0,2-3% de enxofre INTRODUÇÃO ❖ PROTEÍNAS (DAMODARAN, 2010) • Quanto a origem, as proteínas podem ser exógenas, provenientes das proteínas ingeridas pela dieta ou endógenas, derivadas da degradação das proteínas celulares do próprio organismo. • Desempenham um papel central nos sistemas biológicos, exercendo funções estruturais (queratina, colágeno), reguladoras (hormônios), de defesa (anticorpos), transporte nos fluídos biológicos (hemoglobina), participando de reações bioquímicas (enzimas) etc... ❖ PROTEÍNAS INTRODUÇÃO PROTEÍNAS • São polímeros constituídos dos 21 diferentes aminoácidos, diferindo em peso molecular e característica polar interligados por ligações peptídicas. • Os aminoácidos são as unidades estruturais básicas das proteínas. Aminoácido Grupo carboxílicoGrupo amino (ARAÚJO, 2010) • Os aminoácidos diferem entre si pelos radicais R – definem suas propriedades químicas e físicas e consequentemente, as das proteínas a que pertencem. PROTEÍNAS (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004) Apolar Polar • O número e sequência em que cada aminoácido aparece, o tamanho da cadeia e a conformação molecular tridimensional – diversidade de proteínas encontradas. Ligação peptídica PROTEÍNAS (ARAÚJO, 2010) • Estrutura primária – tipo e sequência dos aminoácidos na proteína; • Estrutura secundária – formada por associação de membros próximos da cadeia polipeptídica por pontes de hidrogênio. (queratina, colágeno). • Estrutura terciária - a cadeia polipeptídica encurva-se e dobra-se em 3 dimensões. (mioglobina) • Estrutura quaternária – associação das estruturas terciárias. (hemoglobina) PROTEÍNAS Helicoidal GlobularLinear (DUTRA DE OLIVEIRA, 2008)❖Maior estabilidade e ocupar menor volume • Essas interações intermoleculares que formam as estruturas secundárias, terciárias e quaternárias das proteínas são mais fracas que as ligações covalentes que formam a sua estrutura primária. PROTEÍNAS • Diversos tratamentos são utilizados no processamento de alimentos e vários podem provocar a desnaturação da proteína (calor, alteração do pH, aditivos) • É qualquer modificação na sua conformação (alteração das estruturas secundária, terciária ou quaternária) sem o rompimento das ligações peptídicas envolvidas na estrutura primária. ALTERAÇÕES DAS PROTEÍNAS NO PROCESSAMENTO ❖ DESNATURAÇÃO PROTEICA DESNATURAÇÃO PROTEICA • Efeitos desfavoráveis da desnaturação: ✓Redução da solubilidade (aumento da exposição dos grupos hidrofóbicos); ✓Diminuição da capacidade de retenção de água (congelamento e posterior descongelamento da carne); ✓Aumento da reatividade química (aumento de grupos reativos); • Efeitos favoráveis da desnaturação: ✓A desnaturação parcial de proteínas melhora as propriedades emulsificantes; ✓A desnaturação parcial de proteínas em geral, melhora a sua digestibilidade; ✓Perda de atividade biológica (enzimática); (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004; DAMODARAN, 2010) • Reversível ou irreversível: depende das ligações que estabilizam sua conformação, da intensidade e do tipo de agente desnaturante. • Agentes de desnaturação: ✓Físicos: temperatura, pressão hidrostática, cisalhamento; ✓Químicos: alterações de pH, solventes orgânicos; DESNATURAÇÃO PROTEICA (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004) • É o agente físico mais comum, responsável pela alteração conformacional de proteínas; • A velocidade de desnaturação depende da temperatura; • A maioria das proteínas são desnaturadas quando expostas a moderado aquecimento (60º a 90ºC - 1h) DESNATURAÇÃO PROTEICA ❖ TEMPERATURA Rompimento das ligações de hidrogênio e ligações eletrostáticas - que desestabiliza a sua conformação promovendo o desenrolamento da cadeia. • 60º a 100ºC – Desnaturação irreversível • -100C a – 400C – Desnaturação é irreversível • A desnaturação de proteínas induzida pela pressão ocorre porque as proteínas são flexíveis e compressíveis; • Proteínas globulares - espaços vazios no interior da proteína. • Proteínas fibrosas - em sua maioria desprovidas de espaços vazios, são mais estáveis a alta pressão. DESNATURAÇÃO PROTEICA ❖ PRESSÃO HIDROSTÁTICA • Desnaturação induzida pela pressão pode ocorrer a 250C (relação temperatura x pressão) DESNATURAÇÃO PROTEICA ❖ PRESSÃO HIDROSTÁTICA As altas pressões danificam as membrana celulares - causando a dissociação de organelas de microrganismos, ocorrendo a destruição dos microrganismos Desnaturação das proteínas no alimento – perda da sua funcionalidade – desejável para inativação enzimática ❖Não ocorre danos aos aminoácidos essenciais, a cor natural e ao sabor (leite, sucos de frutas, carnes) (DAMODARAN, 2010) • Agitação, amassamento, batimento - causa a desnaturação de proteínas; • Ocorre devido a incorporação de bolhas de ar - interface ar- líquido. • As proteínas sofrem modificações conformacionais na interface; DESNATURAÇÃO PROTEICA ❖ CISALHAMENTO • Forte repulsão eletrostática intramolecular em valores de pH extremos resulta em expansão e desdobramento das proteínas. • pH- desnaturam em valores extremos: ✓maiores que 10 (alcalino) ✓menores que 3 (ácido) DESNATURAÇÃO PROTEICA ❖ ALTERAÇÕES DE PH (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004; DAMODARAN, 2010) • Grupo genérico de líquidos que contêm carbono em sua composição molecular - álcoois, éteres, ésteres, cetonas, aldeídos, ácidos carboxílicos; • Altas concentrações – todos os solventes orgânicos desnaturam as proteínas – efeito solubilizante sobre as cadeias laterais apolares; • Afetam a estabilidade das interações hidrofóbicas da proteína – cadeias laterais apolares são mais solúveis em solventes orgânicos do que em água. DESNATURAÇÃO PROTEICA ❖ SOLVENTES ORGÂNICOS (DAMODARAN, 2010) PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • Propriedades funcionais – propriedades físico-químicas que afetam seu comportamento em sistemas alimentares durante o preparo, processamento, armazenamento, consumo e contribuem para a qualidade e para atributos sensoriais dos alimentos. Textura, sabor, cor e aparência (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004) • Propriedades físico-químicas – dependem da forma da proteína, composição e sequência de aminoácidos, relação hidrofobicidade/hidrofilicidade, estruturas primária, secundária, terciária e quaternária, flexibilidade/rigidez, e habilidade de reagir com outros componentes. PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS Propriedades sensoriais dos produtos de padaria - propriedades viscoelásticas e de formação da massa do glúten do trigo. Produtos cárneos - características de texturas e de suculência dependem das proteínas do músculo (actina, miosina) Estrutura de bolos, propriedades de batimento de alguns produtos - propriedades das proteínas da clara de ovo PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • As propriedades funcionais das proteínas podem ser classificadas em 3 grupos principais: ✓Propriedades de hidratação: dependem das interações entre água e proteína – compreendem propriedades como adsorção e retenção de água, formação de gel, solubilidade e viscosidade; ✓Propriedades relacionadas com interações de proteínas: formação de gel, coagulação, formação de glúten; ✓Propriedades de superfície: emulsificação, formação de espumas. (RIBEIRO E SERAVALLI, 2004) PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • As propriedade funcionais das proteínas costumam ser afetadas pela solubilidade da proteína – espessamento, formação de espuma, emulsificação e geleificação; • As principais interações que influenciam as características de solubilidade são: ✓Hidrofóbica – interações proteína-proteína – diminui a solubilidade; ✓Iônica – proteína-água – aumento da solubilidade ❖ SOLUBILIDADE (DAMODARAN, 2010) PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • Alimentos naturais e processados – leite,leite de coco, manteiga, maionese, molhos para salada – são produtos do tipo emulsão. ❖ PROPRIEDADES EMULSIFICANTES As proteínas desempenham papel importante como emulsificantes - compatibilizar a mistura de água com óleos, fazendo pontes entre esses componentes, formando emulsões. (DAMODARAN, 2010) PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • As espumas consistem de uma fase contínua aquosa e uma fase dispersa gasosa (ar) – muitos alimentos processados são produtos do tipo espuma – cremes batidos, sorvetes, bolos, pães, suflês. ❖ PROPRIEDADES ESPUMANTES Proteínas ajudam na formação e estabilização da fase gasosa dispersa, formando a barreira protetora elástica entre as bolhas de gás capturadas (DAMODARAN, 2010) Distribuição uniforme e tamanho reduzido das bolhas de gás produzem um alimento suave e leve e com maior intensidade de aroma PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • As proteínas em si são inodoras; • Podem-se ligar a compostos de aroma e, dessa forma, afetar as propriedades sensoriais dos alimentos; • Produtos análogos da carne que contêm proteínas vegetais - a imitação bem-sucedida de um aroma semelhante à carne é essencial para sua aceitação. ❖ FIXAÇÃO DE AROMA (DAMODARAN, 2010) PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • A viscosidade das proteínas resulta do tamanho, forma, interações proteína-solvente e flexibilidade molecular no estado hidratado; ✓Interação das moléculas proteína-água (inchamento das moléculas) ✓Interações proteína-proteína (influem no tamanho dos agregados) ❖ VISCOSIDADE (DAMODARAN, 2010) PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • Consiste na formação de uma rede proteica ordenada a partir de proteínas previamente desnaturadas, capaz de aprisionar água - produtos lácteos (iogurte), produtos de carne, gelatinas, massa de pão. ❖ GELIFICAÇÃO (DAMODARAN, 2010) ❖ Gelatina: é o gelificante mais conhecido, de origem animal (obtido de ossos de bovinos), composto basicamente de colágeno (ou seja, proteína). PROPRIEDADES FUNCIONAIS DAS PROTEÍNAS • Transformação de uma proteína do estado globular para uma estrutura física fibrosa que tem características sensoriais semelhantes à carne; • Proteínas vegetais – fonte preferencial para a texturização; • Dois processos – texturização por formação de fibra e texturização por extrusão; ❖ TEXTURIZAÇÃO (DAMODARAN, 2010)
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