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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA Professor PDE/2013 Título: GINÁSTICA DE ACADEMIA COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Autor Claudia Regina Cayres Vieira Escola de Atuação Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper– EMPN Município da escola Manoel Ribas Núcleo Regional de Educação Ivaiporã Orientador Fernando Pereira Cândido Instituição de Ensino Superior UEL Disciplina/Área Educação Física Produção Didático- pedagógica Unidade Didática Relação Interdisciplinar Biologia, História, Química, Física. Público Alvo Alunos do 1º ano do Ensino Médio Localização Colégio Estadual Profᵃ Reni Correia Gamper - EMNP, situado à Rua primeiro de maio nº 454, localizado no centro de Manoel Ribas. Resumo: A implementação deste projeto deve oportunizar aos alunos a ampliação do conhecimento diverso, contribuindo para a formação humana dos alunos, dando a eles mais saúde corporal e mental e respeitando o outro independentemente de etnia, habilidade ou nível social. O projeto tem como intuito debater e efetivar a aplicação da ginástica de academia, evidenciando a sua importância na conjuntura escolar, especificamente no Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper - EMPN, mostrando que é um conteúdo possível, e dinâmico o qual deve ser lecionado nas aulas de Educação Física escolar. Aborda, neste sentido, com o tema contemporâneo e de fácil assimilação, mas que vem fazendo jus ao espaço precário da totalidade escolar, por meio da ação de alguns professores em diversificar suas aulas, sugerindo a ginástica como uma substância escolar. Desta maneira, desempenhamos uma investigação através de uma revisão bibliográfica, para evidenciarmos algumas recomendações de trabalho de ginástica de academia nas escolas e uma análise de campo por meio de um questionário, para examinarmos se os alunos conhecem a ginástica de academia e como vem sendo trabalhado este conhecimento em seu método profissional e desta forma se é útil ao aluno como vida funcional e acadêmica. Palavras-chave Ginástica de Academia; Ensino; Conteúdos; Educação Física. 1. APRESENTAÇÃO A ginástica de academia como conteúdo da Educação Física escolar é uma unidade didática apresentada à Secretaria de Estado da Educação, como Produção Didático-Pedagógica resultante do Programa de Desenvolvimento Educacional, na disciplina Educação Física, na Universidade Estadual de Londrina sob a orientação do Professor Me. Fernando Pereira Cândido. Está direcionada aos alunos do primeiro ano do ensino médio, e foi elaborada de acordo com as orientações contidas nas Diretrizes Curriculares Educacionais, sem perder de vista o perfil sócio- econômico- cultural dos alunos das escolas públicas do Paraná. Esta Unidade Didática tem como objetivo mostrar a importância de debater e efetivar a aplicação da ginástica de academia, evidenciando a sua importância na conjuntura escolar, especificamente no Colégio Estadual Professora Reni Correia Gamper - EMPN, mostrando que é um conteúdo possível, e dinâmico o qual deve ser lecionado nas aulas de Educação Física escolar. Na natureza da ginástica de academia ela é muito compreensiva e as probabilidades de circulação e expressão através da ginástica são distintas, bem como diversas. Aborda, neste sentido, com o tema contemporâneo e de fácil assimilação, mas que não está muito presente nos precários espaços da escola, senão por meio da ação de alguns professores em diversificar suas aulas, sugerindo a ginástica como um tema da educação escolar. A implementação deste projeto deve oportunizar aos alunos a ampliação do seu conhecimento sobre a cultura corporal, contribuindo para a formação humana dos alunos, dando a eles mais saúde corporal e mental e respeitando o outro independentemente de etnia, habilidade ou nível social. No entendimento de Mello (2009, p. 142), “a mudança interna na Educação Física se esboçava na crítica ao seu paradigma pautado nas ciências naturais e humanas de cunho positivista, direcionada à aptidão física vinculada à saúde e ao esporte”. Porque na época isso poderia acontecer, haja vista as questões que estavam ocorrendo no mundo e no Brasil neste instante. Entende-se que a cada época muda a forma de ver o mundo e, em consequência, a forma de ver a Educação Física. Na Ginástica de Academia as possibilidades de trabalho sem materiais específicos são maiores do que em modalidades como a Ginástica Artística, a Ginástica Rítmica e outras. Na Ginástica de Academia com um aparelho de som simples podemos executar várias especificidades de movimentos importantes para a formação do aluno nas aulas de Educação Física. Queremos, com este projeto, permitir aos alunos vivenciar e conhecer a ginástica de academia, pois fora da escola poucos terão acesso a ela. Considerando que o professor de Educação Física tenha a formação necessária para ensinar este conteúdo, seria uma falta não fazê-lo pois, conforme entendemos, seu domínio é útil tanto em sua vida cotidiana quanto na acadêmica. Mello (2009) diz que [...] na Educação Física histórico-concreta, sua necessidade histórica está atrelada às funções sociais da sociabilidade que a criou. Isto implica não só a reprodução social, mas a reprodução das contradições inerentes a ela. Contradições que abrem possibilidades de impulsionar as relações sociais para além da sociedade posta, produzindo a necessidade da busca dos meios para a sua superação radical (p. 16). Para alcançar este intento, romper com o cunho da esportivização torna-se necessário para que tanto educandos quanto educadores, que negam outras possibilidades corporais nas aulas de educação física, possam vencer a limitação encontrada na sua formação acadêmica, que resulta na reprodução de movimentos esportivos estereotipados, justificando essa prática pelas suas preferências. Todavia, é fato que não nos identificamos com o que não conhecemos, veicular diferentes manifestações da ginástica no contexto escolar é necessário para ultrapassar esses limites e garantir a exploração do novo e a apropriação de conhecimentos capazes de resultar na formação de hábitos saudáveis, de modo prazeroso e produtivo. Para isto, é necessário compreender criticamente esse conteúdo em seu movimento histórico. Segundo Almeida (2005, p. 40), “a ginástica no sistema escolar brasileiro foi implementada a partir de políticas educacionais para atender o modelo produtivo industrializado, o qual exigia novos padrões sociais, econômicos e culturais.” “Entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino desse conteúdo deve ser as diferentes formas de representação das ginásticas” (DCE’s, 2008, p. 67). Nessa direção, o ensino da Ginástica de Academia pode mediar o conhecimento concreto sobre a ginástica na escola. Outro instrumento pedagógico que dispomos no Estado do Paraná, o Livro didático de Educação Física para o Ensino Médio traz como um dos conteúdos da Educação Física a arte circense, entre outros, relacionada ao ensino da ginástica que, como outros conteúdos, entre os quais lutas e danças, não é trabalhado amplamente conforme a literatura indica e minha experiência como professora atesta. A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas e representaçõesdo mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes (DCE’s, 2008, p. 53). Prevendo essas inúmeras formas desenvolvidas pelo homem ao longo dos tempos, buscamos refletir a prática pedagógica na Educação Física pois, considerando essa abrangência, devemos refletir porque as ações dessa disciplina aparecem atreladas exclusivamente à prática esportiva no contexto escolar. Considerando a importância que a escola possui na formação dos indivíduos percebemos a necessidade de ampliar os meios para apropriação do saber elaborado nesse espaço. A partir da colaboração de todos os elementos que a constituem, pressupondo os conhecimentos postulados no interior de cada disciplina prevista no currículo, devemos considerar as barreiras de diversas ordens que enfrentamos. A realidade da Escola apresenta algumas limitações não apenas de ordem estrutural, como também cultural, além da limitação do espaço físico, dos materiais e implementos necessários, da formação acadêmica dos professores existe também o regionalismo que determina os hábitos e costumes locais. [...] a Educação Física tal qual a conhecemos hoje, expressa, de alguma maneira, a forma como os seres humanos se relacionam no modo societário capitalista. As modificações do seu conteúdo e da forma de aplicá-los, bem como as disposições legais desta disciplina no âmbito escolar, tendem a obedecer à lógica das modificações dessa organização social (MELLO, 2009, p. 10). Esta situação nos auxilia a pensar de acordo com Mello (2009, p. 10): “(...) as instituições, os complexos sociais, toda a práxis humana, são frutos das relações sociais estabelecidas em determinados períodos históricos, respondendo a determinadas necessidades humanas”. Cabe ao espaço designado para a formação inicial prever formas de garantir o acesso de todos os indivíduos a toda proposição de conhecimento elaborada pelos homens nas suas relações sociais. A ginástica nasce em meio ao culto do corpo e também como preparação para a guerra, sua evolução permitiu atender as necessidades que o homem desenvolveu socialmente. A ginástica de academia nasce para satisfazer a ausência de movimento no mundo moderno, sendo que a satisfação encontrada permitiu a continuidade do desenvolvimento de atividades voltadas à busca da força, da beleza e da saúde. Tendo em vista a apropriação desses conhecimentos a Educação Física deve relacionar não apenas os aspectos motores do movimento humano, mas também os demais momentos desse desenvolvimento como o afetivo, o cognitivo e o social. Para abordar a Ginástica de Academia e as expectativas formadas em torno do universo escolar é necessário repensar a prática pedagógica da Educação Física e propor muito além dos esportes. Prevendo essas inúmeras formas constitutivas da cultura corporal, desenvolvidas pelo homem ao longo dos tempos, nos preocupamos com a prática pedagógica na Educação Física a partir dessa abrangência, refletindo sobre a atuação dessa disciplina atrelada quase exclusivamente à prática esportiva no contexto escolar, e considerando que a ginástica nasce primeiro que o esporte –apesar da sua anulação no espaço escolar em favor da esportivização, chegamos aos seguintes questionamentos: O que é a ginástica? O que o aluno tem que saber para conhecer a ginástica? Como o ensino da Ginástica de Academia pode mediar o conhecimento da ginástica na escola? Considerando estas problemáticas estabeleceu-se para a intervenção o objetivo geral de estudar a Ginástica de Academia nas aulas de Educação Física, a partir de uma proposta de ensino do conteúdo ginástica que contemple as suas múltiplas determinações. Os objetivos específicos elencados são estudar a origem e desenvolvimento da ginástica e da ginástica de academia; Sistematizar para o ensino alguns conhecimentos que fundamentam a ginástica como conteúdo da Educação Física escolar; desenvolver o trabalho pedagógico com a ginástica de academia considerada como conteúdo específico da Educação Física. Dada esta estruturação, desenvolvemos a unidade didática Ginástica de Academia como conteúdo da Educação Física escolar que apresentamos aos colegas professores, contendo os seguintes pontos: . 1. Introdução. 2. História da ginástica: ginástica hoje; ginásticas competitivas (descrição breve de cada uma); ginástica de academia; ginástica de rua (street workout). 3. Aspectos anatômicos relacionados à ginástica: os ossos do corpo humano; os músculos do corpo humano. 4. Aspectos fisiológicos relacionados à ginástica: valências físicas; os nutrientes fundamentais. 5. Ginástica de academia: step; jump; ginástica localizada; atividades físicas e esportivas na adolescência: mudanças de preferências ao longo das últimas décadas; objetivo da ginástica em academias; a influência motivacional da música em mulheres praticantes de ginástica de academia; as academias só para mulheres. 6 orientações metodológicas. Produção Didático-Pedagógica 1. INTRODUÇÃO O que vocês lembram quando ouvem a palavra Ginástica? O conceito de ginástica engloba modalidades competitivas e não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos que exigem força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental. Aquilo que hoje conhecemos como ginástica se iniciou na Pré-História, onde as atividades físicas eram praticadas nos jogos, rituais e festividades da época. No Oriente, Grécia e Roma, a ginástica tinha grande importância porque era usada na preparação de soldados para as guerras, para as lutas e jogos praticados na época. Na Idade Média, a Ginástica ou atividade física era praticada nos esportes, marchas, na caçada e outras atividades praticadas na época. Nesse momento já existiam os praticantes de Ginástica nas ruas onde se faziam acrobacias circenses para entretenimento da sociedade europeia, que podemos considerar o início da ginástica moderna. A partir do século XVIII e XIX a Ginástica começou a ser sistematizada, onde os movimentos espontâneos, acrobáticos e desenvolvidos livremente que compunham a Ginástica, foram negados para se afirmar a Ginástica Científica, voltada a educar e adestrar o corpo. A ginástica na sua configuração atual surgiu no século XIX, com as primeiras escolas destinadas à preparação de atletas para exibições ginásticas em público e nos ginásios. Neste período, a ginástica tinha a finalidade de constituir um corpo saudável, afastando-o das doenças que cresciam juntamente com a população dos grandes centros urbanos. A ginástica foi usada como prática de poder das elites perante a nova classe dominada, os trabalhadores assalariados urbanos. Com a justificativa do seu caráter científico, buscou posicionar o corpo de forma retilínea, utilizando, para tanto, da anatomia, da fisiologia, da higiene, dentre outras áreas desta natureza. Ela se constituía numa forma de educar gestos e comportamentos, tão necessários para a ordem social daquela época, quantos são para os nossos dias. A Ginástica já foi denominada de Educação Física, Ginástica Médica ou Terapêutica e era usada como uma ginástica educativa para a formação do corpo e melhoria da saúde. Se pararmos para pensar nós dias de hoje sobre a ginástica ela nós remete a práticas competitivas e excludentes, com fins estéticos, ou na busca pela saúde. Por isso, devemos pensar em ampliar nosso conhecimento sobre a ginástica nas aulas de Educação Física e não apenas considera-la como coadjuvante dos esportes, como exercíciospara aquecimento e alongamento no inicio, ou como relaxamento no final das aulas. Quando estudada na escola a ginástica permitirá adquirir instrumentos para compreender e interpretar os movimentos em geral, mesmo aqueles que não são específicos da ginástica. Estudando a ginástica podemos conhecer além dos movimentos específicos de cada modalidade ginástica os fundamentos históricos, sociais, anatômicos, fisiológicos e biomecânicos dos diferentes movimentos. Entender o movimento dessa forma é necessário para conhecer o homem de forma integral, pois estes movimentos são criações humanas, produzidos historicamente e representam parte das conquistas culturais da humanidade. Podemos entender a ginástica, desta maneira, como uma “teoria” geral do movimento humano. No Brasil a primeira academia que oferece aulas de ginástica data do século XX, quando foi aberta na cidade do Rio de Janeiro uma academia deste tipo em 1930. A partir deste momento as academias se disseminaram pelo país, se constituindo uma boa opção para a prática da ginástica. Vamos estudar o processo histórico de saída da ginástica das instituições militares o que significou a possibilidade de civis terem o acesso à prática da ginástica, suas transformações e formatos atuais. E, para conhecer cientificamente esta criação humana chamada ginástica, você verá nesta apostila: a) A história da ginástica; b) Aspectos anatômicos relacionados à ginástica; c) Aspectos fisiológicos relacionados à ginástica; d) Ginástica de academia. 2. HISTÓRIA DA GINÁSTICA A história da Ginástica confunde-se com a história do homem. A Ginástica entendida por Ramos (1982, p.15) como a prática do exercício físico ”vem da Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta- se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea”. No homem pré-histórico a atividade física tinha papel relevante para sua sobrevivência, expressa principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O exercício físico de caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar era transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades. Na Antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira geral. Na Grécia nasceu o ideal da beleza humana, o qual pode ser observado nas obras de arte espalhadas pelos museus em todo o mundo, onde a prática do exercício físico era altamente valorizada como educação corporal em Atenas e como preparação para a guerra em Esparta. O fato de ser a Grécia o berço dos Jogos Olímpicos, disputados 293 vezes durante quase 12 séculos (776 a.C-393 d. C), demonstra a importância da atividade física nesta época. Em Roma, o exercício físico tinha como objetivo principal a preparação militar e num segundo plano a prática de atividades desportivas como as corridas de carros e os combates de gladiadores que estavam sempre ligados às questões bélicas. Recordações das magníficas instalações esportivas desta época como as termas, o circo, o estádio, ainda hoje impressionam quem os visita pela magnitude de suas proporções. Na Idade Média os exercícios físicos foram a base da preparação militar dos soldados, que durante os séculos XI, XII e XIII lutaram nas Cruzadas empreendidas pela igreja. Entre os nobres eram valorizadas a esgrima e a equitação como requisitos para a participação nas Justas e Torneios, jogos que tinham como objetivo “enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto” (Ramos, 1982, p.23). Há ainda registros de outras atividades praticadas neste período como o manejo do arco e flecha, a luta, a escalada, a marcha, a corrida, o salto, a caça e a pesca e jogos simples e de pelota, um tipo específico de futebol e jogos de raquete, as bases fundamentais da justificativa da educação física enquanto necessidade histórica de uma burguesia que se firmava como hegemônica na Europa do século XIX e que, segundo Soares (1994, p. 11), “rompe e abole as relações feudais em toda a Europa Ocidental, e cria, com seu ideário, as condições objetivas para a construção desta nova sociedade regida pelas leis do capital, e pautada na abordagem positivista de ciência.” O exercício físico na Idade Moderna, considerada simbolicamente a partir de 1453, quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, passou a ser altamente valorizado como agente de educação. Vários estudiosos da época, entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram para a evolução do conhecimento da Educação Física com a publicação de obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica. A partir daí surgiu um grande movimento de sistematização da Ginástica. Esse modelo de sociedade, de modo de produção, pautado na abordagem positivista de ciência adota um modelo de conhecimento alicerçado, sobretudo, na biologia e na história natural, passa então a “produzir um conjunto de teorias que passarão a justificar as desigualdades sociais pela via das desigualdades biológicas” (SOARES, 1994, p 13). Até 1800 as formas comuns de exercício físico eram os jogos populares, as danças, folclóricas e regionais e o atletismo. Nessa nova ordem das coisas “o corpo dos indivíduos e o “corpo social” são tomados como objetos mensuráveis, passíveis de classificações e generalizações isentas de paixões e impregnadas da neutralidade própria da abordagem positivista de ciência” (SOARES, 1994, p. 27). Para estes autores, a origem da atual Ginástica data do início do século XIX, quando surgiram quatro grandes escolas: A Escola Inglesa, a Escola Alemã, a Escola Sueca e a Escola Francesa, sendo a primeira mais relacionada aos jogos, atividades atléticas e ao esporte. As demais escolas foram as responsáveis pelo surgimento dos principais métodos ginásticos, que por sua vez determinaram a partir de 1900 o início dos três grandes movimentos ginásticos na Europa. São eles: o Movimento do Oeste na França, o Movimento do Centro na Alemanha, Áustria e Suíça e o Movimento do Norte englobando os países da Escandinávia. A denominação Ginástica, inicialmente utilizada como referência à todo tipo de atividade física sistematizada, cujos conteúdos variavam desde as atividades necessárias à sobrevivência, aos jogos, ao atletismo, às lutas, à preparação de soldados, adquiriu a partir de 1800 com o surgimento das escolas e movimentos ginásticos acima descritos, uma conotação mais ligada à prática do exercício físico. De acordo com Soares (1994, p.64), a partir desta época, a Ginástica passou a desempenhar importantes funções na sociedade industrial, “apresentando-se como capaz de corrigir vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as suas vinculações com a medicina e, desse modo, conquistando status”. 2.1 GINÁSTICA HOJE 2.1.1 Ginásticas competitivas Ginástica rítmica são movimentos em forma de dança em variados tipos e dificuldades e também com utilização de pequenos equipamentos como: fitas, arcos, bolas e claves, (GR). Ginástica artística ou ginástica olímpica como é também chamada no Brasil, ela pode ser executada no solo e aparelhos como: cavalo com alças, argolas, barras paralelas, barra fixa e trave de equilíbrio. Ginástica acrobática tem como objetivo de fazer acrobacias de forma que se tem habilidade, força, equilíbrio e flexibilidade. Ginástica de trampolim é usada um ou dois trampolins para executar uma série de dez elementos.Ginástica Aeróbica é combinação de ginástica clássica com dança, pode ser qualquer atividade física caracterizada pela prática de exercício isométrico. 2.1.2 Ginástica de academia Musculação é uma atividade anaeróbica, de alta intensidade e curta duração, e é praticada em aparelhos específicos e com pesos; Proporciona ganho de massa muscular; redução da quantidade de gordura corporal, auxiliando no ganho ou na perda de peso. Para cada objetivo existe um tipo de treinamento especifico. RPM é uma das modalidades mais intensas, executadas por bike proporcionando condicionamento físico e é ótimo aliado para emagrecer, além de treinar e tonificar as pernas e glúteos. ERGOMETRIA são caminhada, corrida e ciclismo em bicicletas, esteiras e elípticos ergométricos proporcionam maior controle do treinamento aeróbio. GINÁSTICA LOCALIZADA é uma das mais tradicionais formas de exercício físico, ela proporciona o fortalecimento dos músculos e aumenta a resistência de forma geral, através de uma variedade de exercícios, que incluem pesos e caneleiras. JUMP/ STEP circuito aeróbico com atividades que desenvolvem a resistência, o equilíbrio e a coordenação praticados com implementos o mini trampolim e plataforma. BODY PUMP é uma aula de treinamento com pesos (utilizando barras e anilhas). HIDROGINÁSTICA são exercícios executados dentro da água melhorando a capacidade aeróbica, a resistência muscular, a flexibilidade e o bem estar geral. PILATES é um método de alongamento e exercícios físicos que utiliza o peso do próprio corpo em sua execução. É uma técnica de reeducação do movimento, composto por exercícios profundamente alicerçados na anatomia humana, capaz de restabelecer e aumentar a flexibilidade e a força muscular, melhorar a respiração, corrigir a postura e prevenir lesões. GINÁSTICA LABORAL compreende exercícios específicos de alongamento, de fortalecimento muscular, de coordenação motora e de relaxamento realizado em diferentes setores ou departamentos da empresa, tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os casos de LER/DORT (Oliveira, 2006). GINÁSTICA AERÓBICA é combinação de ginástica clássica com dança, pode ser qualquer atividade física caracterizada pela prática de exercício isométrico. 2.1.3 Ginástica de Rua (street workout) STREET WORKOUT ou Ginástica de rua é uma combinação de ginástica, atletismo, parkour (percurso) e outros desportos. É um esporte gratuito onde qualquer pessoas e idade podem fazer, usando apenas o peso corporal. É um movimento baseado em exercício em lugares públicos, como pátios das escolas, praias, parques, etc. Street Workout é extremamente popular entre os jovens, sua popularidade vem da capacidade de construir um grande físico e promover um estilo de vida saudável e sociável. 3. ASPECTOS ANATÔMICOS RELACIONADOS À GINÁSTICA Os principais ossos, músculos e articulações do corpo humano envolvidos com os movimentos de membros inferiores e superiores. 3.1 OS OSSOS DO CORPO HUMANO CABEÇA: A cabeça é constituída pelos ossos do crânio. Os principais ossos são o occipital, parietais, frontal e temporais. O ossos da face: nasais, lacrimais, maxilares e mandíbula. As 7 cervicais são grupo flexível que sustenta a cabeça e o pescoço. Manter a cabeça ereta desenvolve e mantém a curvatura destas vértebras. TÓRAX: O tórax é um conjunto móvel de estruturas essenciais à função respiratória, alojando vísceras delicadas como pulmões e o coração. O esterno consiste de ossos fundidos, onde as articulações são fibrocartilaginosas. As cartilagens costais unem a maioria das costelas ao esterno e conferem considerável elasticidade ao tórax. As sete costelas superiores (verdadeiras) ligam-se diretamente a cartilagens costais individuais; das 5 costelas seguintes (falsas), 3 ligam-se à 7ª cartilagem costal e as duas restantes (flutuantes) terminam na parede muscular abdominal. MEMBROS SUPERIORES: Os ossos do membro superior a clavícula e a escápula formam uma plataforma móvel a parti da qual o úmero se move livremente através da articulação escapulo-umeral. No cotovelo, a articulação principal está entre a ulna e o úmero. Distal mente, a ulna afina e não forma nenhuma articulação importante com os ossos do carpo. O rádio, formando a menos estável das duas articulações que existem no cotovelo, espessa-se distal mente, tornando-se o osso principal do antebraço na articulação com ossos do carpo. Note como cada osso metacárpico e falange formam uma unidade de sustentação. A ação de garra da mão, possível graças à estrutura articular, é mais eficiente quando a articulação do pulso (radiocárpica) está estendida. As articulações mediocárpicas auxiliam a radiocárpica para permitir as ações do pulso. QUADRIL: A cintura do membro inferior é formado por 2 ossos do quadril que se unem através da sínfise púbica. A pelve é esta bacia criada pelos dois ossos do quadril, além do sacro e cóccix. Tem uma abertura superior e uma inferior. Os dois ossos do quadril, cada um com sua forma propulsora, juntamente com o sacro, formam um arco que sustenta o peso do corpo, dirigindo para o fêmur. As pelves feminina e masculina se diferenciam bastante uma da outra a feminina é mais arredondada e mais larga para poder acomodar mais facilmente um feto em desenvolvimento. A articulação do quadril, embora similar em estrutura à ombro, é muito mais seguro com sua fossa profunda e fortes ligamentos. Por estas razões seus movimentos são um pouco mais limitados do que as do ombro. MEMBROS INFERIORES: O fêmur é o maior osso do corpo e é curvado oblíqua e medialmente de modo que os pés situem diretamente sob o peso do corpo. A articulação do joelho é uma das mais complicadas articulações do corpo, pois precisa sustentar o peso do corpo todo em equilíbrio e proporcionar liberdade de movimento na locomoção. A tíbia é o osso mais forte do corpo. Ela transmite diretamente o peso do corpo para a articulação talocrural (tornozelo). O pé é uma estrutura móvel que suporta peso. Os largos ossos társios e as curtas falanges estão ligados a esta função. A estrutura óssea, reforçada e mantida por ligamentos e sob a influência de músculos, forma arcos – longitudinal e transverso. Estes ossos são importantes na absorção de cargas de choque e no equilíbrio do corpo. O arco longitudinal (medial) transmite a força do peso do corpo para o chão quando se está em pé, parado, e para o hálux durante o movimento, criando uma alavanca gigante que ocasiona o andar. Os ossos do pé são falanges, metatársicos, cuneiformes, navicular, cuboide, tálus e calcâneo. 3.2 OS MÚSCULOS DO CORPO HUMANO Os grandes músculos envolvidos nos movimentos dos membros inferiores, superiores, anterior e posterior do tronco. Um músculo esquelético consiste de feixes (fascículos) de células musculares (fibras) envoltas em sua bainha de tecido conjuntivo (epimísio, perimísio, endomísio, respectivamente). À medida que o músculo esquelético se aproxima de seu ponto de inserção, as fibras musculares terminam; e o tecido conjuntivo continua como tendão. MÚSCULOS DA FACE Os músculos da expressão facial geralmente se originam de osso ou cartilagem e se inserem na fáscia superficial ou num dos músculos esfinctéricos da órbita e da boca. Esses músculos são muitos delicados e o sistema nervoso tem um controle bastante preciso sobre eles, como você bem sabe, pois é muito grande o número de expressões que você pode criar. A boca constitui a estrutura mais móvel na face,portanto, a maioria dos músculos faciais se insere em seu esfíncter. Esses músculos são principalmente inervados pelo nervo facial; se esse nervo se danificar, os músculos do lado afetado se tronam flácidos e a pele cai, especialmente em torno dos olhos e da boca. MÚSCULOS DO PESCOÇO O pescoço constitui uma área muitíssimo complicada de qualquer perspectiva e o arranjo muscular não é exceção. Aparecem aqui os músculos mais superficiais do pescoço ajustados dentro de duas áreas triangulares e o músculo demarcatório esternocleidomastóideo. Não aparecem os músculos que se inserem no crânio e nas vértebras cervicais, a maior parte dos músculos profundos do dorso e do pescoço e os músculos intrínsecos da laringe e da língua. O esternocleidomastóideo é um músculo importante na rotação, na flexão e mesmo na extensão da cabeça. Esse músculo é uma estrutura chave, já que separa os triângulos anterior e posterior do pescoço. As artérias carótidas, as veias jugulares internas e os nervos vagos correm por detrás desses músculos. MÚSCULOS DO TRONCO O Transverso-Espinhal: Semispinhal da cabeça, do pescoço, do tórax, multífido, rotadores e elevadores são músculos em grande parte rotadores da coluna, pois em geral eles vão dos processos transversos de uma vértebras. Os semispinhais são os músculos maiores de seu grupo, que também estendem a coluna vertebral. E já as Inter transversais e Inter espirais são músculos pequenos, sob a musculatura sobrejacente mais ampla, estendem e flexionam lateralmente a coluna vertebral. MÚSCULOS DO ABDOMEM Os músculos da parede abdominal anterior são o transverso, reto, oblíquo interno e externo. Em geral, os músculos da parede abdominal anterior são semelhantes aos músculos intercostais da parede torácica em termos de orientação. O músculo mais profundo é o transverso do abdômen, que corresponde ao músculo intercostal mais interno, que é bem grosso. O transverso encerra as fibras inferiores do reto, depois soma-se à camada posterior da bainha do reto. O reto do abdômen se origina em segmentos conectados por tendões planos, é enclausurado numa bainha para a qual contribuem as aponeuroses dos outros três músculos abdominais, e é um flexor questionável da coluna vertebral. As fibras dos oblíquos externo e interno são orientadas a 90º uma com relação à outra e correspondem aos músculos intercostais interno e externo, respectivamente. Estes músculos são ativos na compressão do conteúdo abdominal, como no estiramento, e contribuem para a flexão e rotação do dorso. Todos esses músculos se tornam ativos nos exercícios de sentar e levantar. Os da região inguinal é os ligamentos inguinal, cremaster, anel inguinal superficial, funículo espermático e ligamento fundi forme do pênis. Essa região é a porção medial mais baixa da parede abdominal e é importante porquanto o funículo espermático atravessa a parede obliquamente em seu percurso desde a cavidade pélvica ate o escroto. Os músculos da parede abdominal posterior são diafragma do tórax e músculos intercostais. Esses músculos intercostais ocupam os espaços entre as costelas e são importante músculos da respiração. Eles mudam as dimensões (o volume) da cavidade torácica, assim criando alterações em sua pressão interna. O diafragma é um grande músculo que fecha e abertura torácica inferior hermeticamente. Ele se contrai durante a inspiração e é o principal musculo da respiração. O diafragma se origina no processo xifoide, das seis costelas inferiores e das vértebras lombares; a parte direita e a esquerda do músculo se inserem uma na outra ao nível do largo centro tendíneo. A artéria principal que vai do coração para o abdômen (aorta), a principal veia que vai para o coração desde o abdômen e abaixo (veia cova inferior) e o esôfago passam através de aberturas individuais (hiatos) no diafragma. MÚSCULOS DO QUADRIL O iliopsoas é principalmente flexor da articulação do quadril. Pode representar um papel no equilíbrio do dorso na postura sentada. Na postura ereta, há indícios de que o iliopsoas funciona para contrariar a tendência do dorso a se inclinar fora da linha de gravidade, que passa aproximadamente por trás das articulações dos quadris. É certamente um importante músculo postural para alinhar o membro inferior com o tronco do corpo. Músculos do períneo e o assoalho pélvico, o períneo é a região sob a cavidade pélvica situada dentro do orifício pélvico. É limitado pelas estruturas. Seu assoalho é a pele; seu teto é o diafragma pélvico, a maior parte do qual é o músculo elevador do ânus. Esse músculo também é o assoalho da pelve. Por razões descritivas, o períneo, em forma de losango, é bi seccionado ao nível do turbe isquiático formando dois triângulos: o urogenital e o anal. MÚSCULOS DA CINTURA ESCAPULAR Os músculos da estabilização da escápula são trapézio, romboides, elevador da escápula, serrátil anterior e peitoral menor. Estes músculos são responsáveis pelo suporte das escápulas e clavículas. O único ligamento ósseo que esses ossos têm com o esqueleto axial é na articulação esterno clavicular; assim, eles necessitam de suporte. Um bônus dessa estabilização muscular da faixa peitoral é a considerável mobilidade da escápula e, portanto, do braço. Os grupos de músculos dentro de um músculo inteiro são capazes de se contrair ou relaxar independentemente. Assim com as fibras médias do trapézio são retratados eficazes, ao passo que as fibras superiores elevam e ajudam a rodar as escápulas, e as fibras inferiores são depressoras das escápulas, tal como no ato de empurrar uma parede; ele auxilia também na depressão dos ombros e na rotação descendente da escápula. Músculos que atuam sobre a articulação do ombro são deltoide, peitoral maior, grande dorsal, redondo maior e coracobraquial. Esses músculos são os principais movimentadores do ombro ou articulação escápula-umeral. Essa articulação esférica, reforçada pela bainha musculotendínea, é livremente móvel em quase todas as direções e são esses músculos que efetuam a movimentação como: adução, abdução, extensão flexão, rotação medial e rotação lateral. MÚSCULOS DOS MEMBROS SUPERIORES Músculos que atuam no antebraço, na parte flexora são: bíceps do braço, braquial, braquiorradial, pronador redondo e no extensor: tríceps do braço e ancôneo. Os principais flexores da articulação do cotovelo são o braquial e o bíceps do braço, dos quais o primeiro tem mais vantagem mecânica. Dado o modo pelo qual o tendão do bíceps se insere ao nível da tuberosidade do rádio, é ele também um supinador do antebraço. O braquiorradial, ao que se tem demonstrado, é ativo na flexão do cotovelo e na rápida extensão onde contraria a força centrífuga produzida por esse movimento. O pronador redondo ajuda na flexão do cotovelo, mas é antes de tudo um pronador. Já o principal extensor do antebraço é o tríceps do braço (com três cabeças). O ancôneo, menor, auxilia nesta função. A exemplo do bíceps é fácil sentir o tríceps apalpando-o. Os músculos que atuam no pulso, na mão e nos dedos. Os flexores do pulso e dos dedos tornam a maior parte do compartimento anterior do antebraço, originando-se como um grupo do epicôndilo medial, da parte superior do rádio e da ulna e da membrana interóssea interveniente. Cruzando a articulação do pulso, os músculos “cárpicos” se inserem nos ossos cárpicos distais ou metacárpicos, ao passo que os dois flexores dos dedos, um imediatamente por trás do outro e partilhando o mesmo túnel e a mesma bainha, prosseguem para as falanges média e distal. O palmar longo, ausenteem cerca de 10% da população, funde-se com o tecido conjuntivo palmar (aponeurose). Os extensores se originam no epicôndilo lateral e das partes superiores dos ossos e da membrana Inter óssea do antebraço, com exceção do lado posterior, criando um compartimento extensor. Como você pode ver prontamente em seu próprio antebraço, a massa de músculo aqui é menor que no lado flexor. Os músculos “cárpicos” se inserem nos ossos cárpicos distais ou metacárpicos, ao passo que os extensores dos dedos formam uma expansão de tendão sobre as falanges média e distal em que se inserem os pequenos músculos intrínsecos da mão. O flexor longo do polegar é um membro do compartimento flexor, situado ao longo do flexor profundo dos dedos. MÚSCULOS DOS MEMBROS INFERIORES MÚSCULOS DOS GLÚTEOS Músculos da região glútea são: glúteo máximo, médio e mínimo, tensor da lata, 6 rotadores laterais profundos: piriforme, obturador interno e externo, quadrado da coxa, gêmeo superior e inferior. Os músculos das nádegas operam a articulação do quadrado eles são responsáveis pela extensão, abdução e rotação do fêmur. O glúteo médio é um importante estabilizador do quadril e músculo postural, porquanto mantém o nível dos quadris quando se anda ou corre. O glúteo máximo, geralmente com uma polegada ou mais de espessura, desempenha seu maior papel quando corremos ou galgamos obstáculos. Há uma quantidade variável de gordura na fáscia superficial sobrejacente a essa região, que da mais forma à nádega. Músculos posteriores da coxa são: semimembranoso, semitendinoso e bíceps da coxa. Os músculos posteriores da coxa são igualmente eficazes tanto na articulação do quadril como na do joelho como extensores e flexores, respectivamente. Os tendões desses músculos podem ser facilmente apalpados e identificados na parte posterior do joelho quando a articulação do joelho está parcialmente flexionada. São esses músculos que restringem a extensão do joelho durante o chute forte. MÚSCULOS DAS PERNAS Músculos mediais da coxa(adutores). É o pectíneo, adutor curto, longo, magno e o grácil. Esses músculos adutores constituem uma considerável poção da coxa. Como grupo, eles têm suprimento nervoso próprio. O pectíneo é também um flexor da coxa. Note o hiato no músculo adutor magno. Por este hiato passam a artéria/veias femorais, do compartimento anterior da coxa para o posterior. Músculos anteriores da coxa são: sartório, quadríceps da coxa, reto da coxa, vasto lateral, intermédio e medial. O músculo quadríceps é o único extensor da articulação do joelho. O quadríceps da coxa se origina de quatro pontos: o reto da coxa da espinha ilíaca, como é indicado; o vasto medial e o lateral da linha áspera na face posterior do fêmur e o vasto intermédio que se origina da diáfise femoral anterior. Todos os quatro convergem num tendão espesso que se liga à tuberosidade da tíbia. A patela é um osso sesamóide que se desenvolve dentro do tendão; e sentido estrito, portanto, o tendão entre a patela e a tíbia é um ligamento. O sartório é considerado mais como um fraco flexor do quadril, sendo sua principal ação a de flexor da articulação do joelho e auxilia na rotação lateral do quadril. Músculos da parte lateral da perna é a fíbular longo e curto. Os músculos fibulares são principalmente eversores do pé, os tendões desses músculos passam para a margem lateral e para o lado de baixo do pé. O fibular terceiro é, na realidade, parte do extensor do dedo, mas pode representar um papel na e versão. Estes músculos também podem proteger contra a inversão excessiva. Parte anterior da perna(dorsiflexores).Tibial anterior, extensor longo dos dedos e do hálux e fibular terceiro. Esses músculos se encontram no compartimento ântero-lateral da perna, pois a área ântero- medial é tomada pela diáfise tibial. Eles cruzam várias articulações e são, portanto, dorsiflexores dos tornozelos, assim como extensores dos dedos dos pés. O tibial anterior cruza para o arco do pé e é, portanto, um importante inversor do pé, assim como dorsiflexor do tornozelo. Músculos posteriores da perna: tibial posterior, flexor longo do dedo e do hálux, poplíteo, plantar, sóleo e gastrocnêmio. O gastrocnêmio (2 cabeças) e o sóleo formam um músculo tricipital que se insere no calcâneo (como tendão calcâneo) e ergue o corpo nas cabeças dos metatársicos (flexão plantar). Os outros músculos/tendões cruzando a articulação do tornozelo por trás do centro de gravidade auxiliam nessa ação. Os músculos/tendões dos dedos flexionam os dígitos(articulações interfalângicas) e são assim denominados. A orientação tibial posterior influencia principalmente as articulações intertásicas, tornando esse músculo principalmente inverso, bem como um flexor plantar. O uso funcional dos termos flexão/extensão na articulação do tornozelo é um tanto confuso, embora haja uma firme base embriológica para tal uso. Em geral, os termos flexão plantar(flexão) e dorsiflexão (extensão) são usados para os movimentos da articulação do tornozelo. MÚSCULOS DOS PÉS Os músculos da mão e do pé são em geral complementares em sua estrutura. Entretanto, o pé é estruturado para suportar o peso do corpo e para proporcionar uma plataforma móvel numa variedade de terrenos. Os músculos da face plantar são arranjados em cerca de 4 camadas, em conjunção com os músculos da perna que contribuem com tendões para o pé, criam uma superfície estável e, ao mesmo tempo, com considerável mobilidade. Os músculos intrínsecos do pé estão em grande parte relacionados com a estabilização do pé na posição ereta ou ao andar/correr em qualquer das muitas superfícies diferentes. 4. ASPECTOS FISIOLÓGICOS RELACIONADOS À GINÁSTICA O exercício físico é uma condição onde ocorre um aumento da demanda energética do organismo visando a manutenção da atividade muscular. A energia derivada dos nutrientes ingeridos na alimentação tem fundamental importância para o fornecimento de energia química, contribuindo com a manutenção do trabalho muscular a partir da geração de adenosina trifosfato (ATP) (FOX, BOWERS & FOSS, 1991). Atividades realizadas por um longo período de tempo podem apresentar um equilíbrio (“steady-state”) entre a capacidade de geração de energia e a demanda decorrente da atividade muscular. Contudo, nos momentos iniciais do esforço e em exercícios severos, a ativação das reservas de substratos energéticos torna-se fundamental para o atendimento da maior exigência metabólica. Desta forma, o funcionamento e/ou a ativação destas vias de fornecimento de energia tem como objetivo fornecer uma quantidade adequada de nutrientes para o desempenho da atividade muscular (FOX, BOWERS & FOSS, 1991). Inicialmente é importante descrever um resumo das funções do sistema cardiorrespiratório, que segundo Fox, Bowers e Foss (1991). Onde o sistema respiratório proporciona em primeiro lugar o meio pelo qual o ar é movimentado para dentro e para fora dos pulmões. Movimento este denominado de ventilação pulmonar. Assim o oxigênio do ar é oferecido ao sangue graças a uma extensa rede de capilares que circundam os alvéolos, e o sangue venoso se torna arterial. A Segunda tarefa é o transporte do sangue arterial aos tecidos, que é realizado pelo coração e por seus vasos sanguíneos, que se capilarizam e promovem a troca a nível de tecido de C02 por 02 utilizado para obtenção de energia, para trabalho dos músculos. Segundo Fox, Bowers & Foss (1991, p.19); “o sistema aeróbico libera energia para a produção de ATP graças a desintegração de carboidratos e gorduras.” Com o treinamento os músculosconseguem mobilizar, transportar e oxidar a gordura, aumentando o fluxo sanguíneo e maiores quantidades de enzimas para mobilizarem e metabolizarem as gorduras. Um dos fatores mais importantes dos exercícios relacionados à saúde é o condicionamento cardiovascular, que ocorre quando “há hipertrofia cardíaca nos atletas, caracteriza-se por um aumento da cavidade ventricular e por espessura normal da parede ventricular”. Além desta adaptação que ocorre, de forma e função do coração (anatomo-fisiológica), outros conceitos importantes devem ser conhecidos por nós quando estudamos a ginástica e os exercícios físicos. Estes conceitos são as valências físicas. 4.3 VALÊNCIAS FÍSICAS FORÇA: A força muscular pode ser definida como a força ou tensão que um músculo ou, mais corretamente, um grupo muscular consegue exercer contra uma resistência, em um esforço máximo. RESISTÊNCIA: É o tempo em que o indivíduo suporta desempenhar uma atividade com determinada intensidade, ou seja, o indivíduo não se fadiga com facilidade ou pode até trabalhar em estado de fadiga. FLEXIBILIDADE: É a amplitude de movimento ao redor de uma articulação. VELOCIDADE: É a capacidade de o sistema neuromuscular reagir a uma dada estimulação no mínimo tempo, rapidez de um movimento. AGILIDADE: É a capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com mudanças nas direções, que as pessoas necessitam para ter uma boa forma física. 4.4 OS NUTRIENTES FUNDAMENTAIS São denominados nutrientes energéticos essenciais carboidratos, gorduras, proteínas. Carboidratos, gorduras e proteínas são as únicas fontes de energia alimentar; assim sendo, recebem a designação de nutrientes energéticos. Por não possuírem carbono os minerais e a água constituem os nutrientes inorgânicos. As vitaminas desempenham papel metabólico em todas as células do organismo, com o complexo B sendo particularmente importante no metabolismo energético. Carboidratos Carboidratos são compostos químicos que abrangem o grupo nutricional denominado carboidratos. Açucares simples tipo glicose e frutose (monossacarídeos), açúcares duplos tipo sacarose e maltose (dissacarídeos) e açúcares complexos tipo amido e glicogênio ( polissacarídeos) estão entre os carboidratos mais importantes. Fontes alimentares de carboidratos são o feijão seco, o pão, os bolos, os cereais, as frutas secas, o mel, as panquecas, as massa, as batatas, os espaguetes, a calda de açúcar, os vegetais (legumes) e os bolinhos. Gorduras Gorduras ou lipídios são encontrados no corpo principalmente como triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol. Os triglicerídeos são armazenados nas células gordurosas existentes em todo o corpo e dentro dos músculos esqueléticos. Representam a forma de gordura utilizada como combustível alimentar na produção aeróbica de energia ATP (adenosina trifosfato). Fontes alimentares de ácidos graxos, as gorduras saturadas encontram- se habitualmente em forma sólida à temperatura ambiente. Incluem a maioria das gorduras animais como, por exemplo, as gorduras presentes nas carnes de gado, porco e carneiro. Os ovos e produtos lácteos também contêm altos níveis de gorduras saturadas. As gorduras insaturadas apresentam-se em estado líquido nas temperaturas ambientes. São encontradas nos óleos vegetais tipo óleo de amendoim, óleo de milho, óleo de soja e óleo de algodão. Outras fontes de gordura são o toucinho, a manteiga, a margarina e os óleos para salada. Proteínas Proteínas desempenham uma ampla variedade de funções fisiológicas que são consideradas essenciais para a saúde e o desempenho físico. Apesar do papel da proteína no fornecimento de energia não tem sido considerado importante para a maioria das formas de atividades musculares, está se tornando cada vez mais claro que o catabolismo proteico aumenta durante a atividade de endurance (mais de 60 minutos) e pode contribuir com entre 5 e 15% das necessidades energéticas. Fontes alimentares de proteínas, os alimentos mais ricos em aminoácidos essenciais são as proteínas animais e o leite. As proteínas vegetais contêm alguns porém não muitos dos aminoácidos essenciais. As fontes comuns de proteínas são os cereais, os queijos, os ovos, os peixes, as carnes magras, o fígado, o leite. 5. GINÁSTICA DE ACADEMIA A escola, como estabelecimento formador, tem um respeitável papel na sociedade contemporânea. Esta objetiva o ensino das habilidades físicas e intelectuais necessárias ao desempenho das diferentes funções do indivíduo, além de criar espaços de intervenção mais elaborados que visem a ressignificação dos saberes discentes, organizando criativamente os conhecimentos a serem tratados no tempo. Dentro deste contexto, a Educação Física, está inserida em um currículo que propõe vivências corporais necessárias à formação humana integral do indivíduo. Estas vivências são oportunizadas dentro da denominada cultura corporal. Por cultura corporal compreende-se todo um acervo de práticas como (jogos, ginástica, dança, lutas e os esportes) que ao longo do tempo, o homem vem criando e modificando, conforme suas necessidades (SOARES, 1992). A Educação Física, por intermédio dessa cultura, precisa dar conta dos processos cognitivos, sociais, afetivos e motores, permitindo aos discentes, saberes bem elaborado dentro de uma proposta que venha propiciar a ressignificação da didática, bem como, da forma de ensinar no campo da Educação Física. Pensando na ressignificação da prática e desvencilhando-se de alguns conteúdos tradicionais no âmbito da Educação Física é que se pensou na reelaboração das práticas corporais propostas dentro da ginástica, para o ensino médio, a fim de possibilitar ações que pudessem despertar maior interesse pelos assuntos tratados em aula, oportunizando o prazer, o bem- estar, a satisfação e a alegria, por meio do se movimentar. Esta oportunidade de vivenciar a ginástica de academia dentro do contexto escolar, ao longo de um trimestre, no ano, foi possível, a partir da inserção desta prática corporal, no componente de Educação Física dentro do Plano de Estudos da escola. Considerando a promoção de algumas reflexões: - Pensar sobre o significado da ginástica sair da caserna e se tornar acessível à todos – todos que puderem pagar. O que muda em termos de objetivo, de ideal de homem, tipo de moral que é formada? - Identificar o aspecto de mercantilização de uma atividade humana. - Compreender os métodos que são franquias, que mudam e se substituem conforme a atividade que está na moda – ginástica aeróbica que foi quase totalmente substituída pelos sistemas body. A questão atual do método privilegia a determinação midiática que está em constante transformação. - Academia Curves (só para mulheres), o que significa, por que é necessário superar homens e mulheres na prática da ginástica: retorno à concepção higienista do início do século passado? A mulher é uma mercadoria do homem que paga e ela não pode ser exposta à outros homens? A mulher não se sente segura e livre para permanecer no mesmo ambiente que outros homens vivem. (que tipo de relação humana isso mostra?) – relação com o caso dos metrôs lotados, violência sexual nestes espaços e os vagões só para mulheres que foram estabelecidos; relacionar com o caso das mulheres violentadas nas manifestações do Egito. De acordo com Neiva, Gomes e Costa (2007), que estudaram As academias de ginástica ao longo da história e as mulheres, a ginástica de academia surgiu aproximadamente em 1930. Havia também ginásios destinadosà prática de ginástica e lutas. Novas (1991) investigou a ginástica em academia no Rio de Janeiro, afirmando que há pouca informação, mesmo assim, não muito precisa sobre o momento histórico da aparição das academias na cidade. A ginástica realizada em academia “teve como entidades propagadas a Associação Cristã de Moços e a Escola de Dança de Ballet Municipal” (p.11). Capinussú relata que: a unificação da expressão [academia] surgiu espontaneamente nas últimas décadas possivelmente por facilitar a identificação de um interventor profissional autônomo em múltiplas formas de atividades físicas. Portanto, a academia teve diferentes abordagens especializadas até o sentido eclético hoje dominante no Brasil.(2005, p.174). A partir da década de 1940, “delineou-se o modelo eclético de academia que hoje predomina no Brasil com base na ginástica, oferta adicional de lutas e/ou de halterofilismo” (ibid.) e profissionais com formação superior, declinando a atuação dos profissionais vindos do exterior. A ginástica de academia até ela tomar o formato atual ela passou por vários momentos como da Calistenia, nos anos de 60 e 70, já na década de 80 foi a ginástica aeróbica ( alto e baixo impacto), e nos anos de 90 foi o step e ginástica localizada. A ginástica de academia tem como objetivo trabalhar o condicionamento físico, a saúde e a estética corporal, entre outros benefícios. Para que isso aconteça tem que focar em exercícios que trabalhem com resistência aeróbica, resistência muscular localizada, força muscular, flexibilidade e composição corporal. Hoje em dia nos centros maiores as academias estão investindo na Body System que é uma empresa Americana que vende seus programas e ministra cursos de treinamento para professores. Somente professores certificados e academia licenciada podem ministrar as aulas da Body System, que contem varias modalidades entre elas: Body Attack, Body Balance, Body Combat, Body Jam, Body Pump, Body Step, o Power Pool e o Power Jump. Também temos atualmente o caso das academias Curves, frequentadas somente por mulheres, no Brasil ela pareceu no ano de 2000, essa academia só apareceu porque um empresário ouviu de uma mãe de seu alunos da academia convencional que não se sentia bem malhar com homem e nem com jovem. Essa academia têm em comum o método de treinamento em circuito que duram trinta minutos, com atividades cardiovasculares e de fortalecimento muscular, pois seu foco é perder peso. Agora veremos algumas das modalidades de academia que vamos trabalhar na escola. 5.1 STEP O Step essa atividade é cardiovascular desenvolvida com a utilização das plataformas conhecidas como steps. Ela promove gasto energético consequentemente queima calórica, além de fortalecer glúteos e pernas. São exercícios de sobe e desce em uma plataforma de altura variável entre 10 e 30cm, essa modalidade é de baixo impacto. O movimento básico é composto por quatro fases: partindo da posição inicial parado, de frente para a plataforma a pessoa sobe a perna direita e depois à esquerda na plataforma e de costa, desce a perna direita e depois à esquerda voltando à posição inicial, também na lateral, com elevação do joelho, elevação do calcanhar e colocando movimentos de braços, executando varias repetições. 5.2 JUMP O jump é uma atividade cardiovascular desenvolvida num mini-trampolim conhecida também como cama elástica. Ela promove queima calórica e proporciona uma espécie de drenagem linfática, que ativa a circulação e facilita o processo de eliminação das toxinas do organismo, fortalecendo a musculatura do core e tonifica os membros inferiores. A aula é segura e o impacto nas articulações e na coluna é mínimo. Os movimentos básicos são correr, polichinelo, tesoura, saltito para frente e para trás e na lateral simples e duplos. 5.3 GINÁSTICA LOCALIZADA Ginastica localizada são séries de exercícios com numero elevado de repetições, para manter e desenvolver a força e a resistência de um determinado músculo ou grupo muscular, dos membros superiores e inferiores. Com essa prática é possível melhorar a postura e contribui para preservar massa magra. Geralmente ela é praticada só por mulheres pelo fato dos homens não se sentirem bem com algumas posições voltada para o fortalecimento dos glúteos. Essa ginástica pode ser executada com alguns equipamentos como: halteres, caneleiras, colchonetes, bastões ou sem equipamento. 5.4 ATIVIDADES FÍSICAS E ESPORTIVAS NA ADOLESCÊNCIA: MUDANÇAS DE PREFERÊNCIAS AO LONGO DAS ÚLTIMAS DÉCADAS De acordo com a pesquisa de Azevedo Junior, Araújo e Pereira (2006), que estudaram atividades físicas e esportiva na adolescência, nos mostra jovens que dando preferência para a prática de atividade física tem vida ativa na vida adulta, por isso temos que dar várias oportunidades a eles na escola podendo ser o passo inicial para reverter o crescimento do sedentarismo no Brasil. A pesquisa nos mostra preferência dos meninos pelo futebol e as meninas pelo voleibol, mesmo assim chama atenção pela procura por atividades oferecidas em academias, como aula de ginástica e musculação. Tal realidade é evidenciada pelo crescimento de números de academia de ginástica a partir da década de 80 e também pelo expressivo aumento do conhecimento sobre os benefícios da atividade física para a saúde no mesmo período. A Educação Física escolar poderia estar contribuindo mais efetivamente na oferta de atividades físicas que despertam a curiosidade e o interesse da população jovem, como: caminhada, corrida, musculação e aulas de ginástica localizada, tão procuradas fora do ambiente escolar entre os jovens de hoje. Entretanto, evidências têm mostrado um quadro desfavorável em relação ao aproveitamento da ginástica enquanto conteúdo nas aulas. Ela mostrou que a cultura escolar é conservadora em relação à seleção de conteúdos, destacando o trabalho com os desportos coletivos tradicionais e o atletismo, enquanto que fora da escola aumentam a procura por atividades de lutas e ginástica, caminhadas e musculação. 5.5 OBJETIVO DA GINÁSTICA EM ACADEMIAS Alguns métodos de origem estrangeira influenciaram diretamente a Ginástica de Academia até ela tomar o formato atual. Nas academias encontramos a Ginástica Aeróbica, o Step Training, a Ginástica Localizada, que tem sua base na musculação. E a musculação, pode ser considerada uma forma de ginástica de academia? Vários fatores, tais como cinesiológicos, anatômicos e de melhoria de desempenho são comuns nestas atividades, o que aumenta a correlação entre elas. Com o desenvolvimento recente das academias em vários setores, muitas atividades, tratadas por alguns autores como ginástica, foram sendo oferecidas, tais como: Yoga, Ginástica Postural, Tai-chi Chuan, Pilates e ginástica com movimentos de animais. A ginástica de academia, visa ao condicionamento físico, além de proporcionar melhor qualidade de vida a partir de aulas coletivas. Nas aulas normalmente se utiliza o estímulo musical, equipamentos os mais variados, e se desenvolvem a partir de uma organização sistemática feita pelo professor. Para que um indivíduo desenvolva uma boa condição física é necessária a utilização de exercícios voltados à resistência aeróbica, resistência muscular localizada, força muscular, flexibilidade e composição corporal. 5.6 A INFLUÊNCIA MOTIVACIONAL DA MÚSICA EM MULHERES PRATICANTES DE GINÁSTICA DE ACADEMIA De acordo com o artigo de Moura (2007), a música tem um papel importante para a motivação e o prazer de executar a práticade ginástica em mulheres nas academias, por isso vem crescendo muito as aulas de Body Systems . A Body Systems é uma empresa que atua na América Latina divulgando seus programas como eficientes, motivantes e seguros, além de ministrar cursos oferecendo treinamento e formação dos professores responsáveis pelas aulas. Esses professores já recebem as aulas pré-coreografadas e com as músicas já selecionadas. Nos treinamentos, eles recebem todas as informações necessárias para que possam ter condições de aplicar essas aulas aos seus respectivos alunos. Somente professores certificados podem ministrar as aulas da Body Systems nas academias licenciadas. A atualização trimestral garante ao aluno praticar uma atividade sempre renovada. Os programas de aula da Body Systems, são: Body Attack (combina-se exercícios aeróbicos de alta intensidade com trabalhos de força e estabilização), Body Balance ("Condicionamento Postural" que utiliza movimentos adaptados de disciplinas orientais, como o Tai-chi-Chuan e Yoga e também de disciplinas ocidentais como, o Pilates), Body Combat (baseado nas mais variadas artes marciais, pretende desenvolver a técnica dos golpes simultaneamente ao treinamento físico de todo o corpo), Body Pump (treinamento com pesos sincronizado às músicas, que visa desenvolver a força e a resistência muscular), Body Step (atividade cardiovascular desenvolvida com a utilização das plataformas conhecidas mundialmente como steps) e RPM, que é um programa de ciclismo indoor que visa o desenvolvimento da capacidade cardiovascular, Power Jump (ginástica em grupo que utiliza o mini- trampolim como equipamento para realizar o trabalho cardiovascular), entre outros. 5.7 AS ACADEMIAS SÓ PARA MULHERES NEIVA, GOMES e COSTA apresentaram um trabalho com o título Academia de Ginástica só para Mulheres: Inovação ou Tradição?, durante o XV Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte - II Congresso Internacional de Ciências do Esporte, no ano de 2007 em Recife, onde expuseram as ideias a seguir. As academias para mulheres da atualidade iniciaram um movimento de expansão a partir da década de 1990, com surgimento nos Estados Unidos. Primeiro a Curves, em 1992; em 1995 foi inaugurado o primeiro clube franqueado. Os sócios de uma empresa, que eram donos de academia convencional, escutaram da mãe de um deles que ela não se sentia à vontade em frequentar a academia pela presença de homens e por jovens. No Brasil os primeiros clubes apareceram no ano de 2000. Denominadas como Academia Curves são frequentadas somente por mulheres, estas academias têm em comum o método de treinamento em circuitos que duram trinta minutos, com atividades cardiovasculares e de fortalecimento muscular. E seu foco é a perda de peso, pois o objetivo entre as mulheres é de um corpo mais magro. TRABALHO EM GRUPO Discutam com seus colegas quais as modalidades que mais gostam de praticar na escola? E fora dela alguém pratica outra atividade física diferente? Quais? Dentro dessas modalidades diferente que vocês falaram, gostariam de trazer para estudar teoricamente dentro do ambiente escolar. A realidade nos mostra que desde 1980 ouve um crescimento de atividade física em academias com as aulas de ginásticas e musculação pelo devido conhecimento benéfica que atividade traz a saúde. Então vamos praticar algumas dessas modalidades como: caminhada, corrida e ginásticas de academia nas nossas aulas de Educação Física. 6 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS A intervenção será feita por uma análise de campo por meio de um questionário, para examinar o que os alunos conhecem sobre a ginástica e ginástica de academia. Essa intervenção será desenvolvida os elementos básicos da ginástica e de ginástica de academia, oportunizando o aluno conhecer o próprio corpo, bem com as possibilidades de movimentos. Serão sugeridas atividades teóricas e práticas, empregando leitura de textos, imagens, músicas e vídeos no ensino do conteúdo e na busca de informações pelos alunos que possam auxiliar a caracterização da origem e a evolução da ginástica. Para a execução deste trabalho serão necessárias leituras dirigidas, seleção de fotos e vídeos acerca da evolução histórica da ginástica, dos seus fundamentos anatômicos, fisiológicos e sociais. Nesta abordagem discutiremos o conjunto de modos que os conhecimentos da ginástica podem ser manipulados para a manutenção da ordem social vigente, ou como ferramentas passiveis de instrumentalizar os indivíduos, como qualquer outra área de conhecimento, para promover ascensão das classes as quais estão inseridas, a partir da apropriação dos saberes essenciais a qualquer indivíduo enquanto sujeito de classe, tendo em fim elevar os conceitos educacionais relacionados à ginástica. Serão necessários para a sua implementação a utilização de equipamento de som, TV pendrive, computador, internet, projetor multimídia, cópias de Xerox, pendrive, 15 colchonetes, 15 bastões, 15 arcos, 15 tablados, 15 jumps, 15 garrafas pet, 15 cordas individuais de 1,5m, entre outros materiais que possam ser necessários para a sua implementação. Para o andamento das aulas com maiores possibilidades, estes materiais serão emprestados pela Academia Ação, do município de Manoel Ribas, situada no centro da cidade. A Intervenção seguirá as seguintes etapas descritas abaixo, onde conterá 15 aulas teóricas 15 aulas práticas; 2aulas de avaliação. As 15 aulas teóricas serão distribuídas da seguinte forma: aulas expositiva, leitura dos textos, leitura individual e em grupo, debates, pesquisa na internet. As 15 aulas práticas serão distribuídas da seguinte forma: aulas utilizando movimentos básicos da ginastica geral, com séries individuais e em grupo; aulas de step, aulas de jump e de localizada - membros inferiores e superiores. Desse total de aulas, 2 serão ministradas na Academia Ação, e as demais na quadra e no pátio do colégio. Para a avaliação desta implementação será utilizado seguinte instrumento: - Questionário inicial/final sobre ginástica a) O que vocês lembram quando ouvem a palavra Ginástica? b) O que é ginástica para você? c) Você já fez ginástica algum dia: ( ) sim ( ) não d) Quais modalidades de ginástica você conhece? e) Você já praticou uma das modalidades de ginástica que conhece? f) Se nunca praticou, gostaria de praticar? Por que? g) Existe alguma relação entre ginástica e esporte? Qual? h) O que você pensa sobre a prática da Ginástica de academia? Para que serve? Que tipo de benefício ela pode trazer? Ela pode causar algum dano ao seu praticante? i) Escreva todos nomes de exercícios específicos de ginástica de academia que você conhece. REFERÊNCIAS AZEVEDO JUNIOR, M. R. de; ARAÚJO, C. L. P.; PEREIRA, F. M. Atividades físicas e esportivas na adolescência: mudanças de preferências ao longo das ultimas décadas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.20, n.1, p. 51-58, 2006. FERNANDES, R. C. Significados da ginástica para mulheres praticantes em academia. Revista Motriz. Rio Claro, v. 11, n. 2, p. 97-102, 2005. FOX, Edward,L. et al. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos, Quarta Edição. KAPIT,Wynn. Anatonia: Manual para colorir./wynnKapit, Law/wynnKapit, Lawence M. Elson; supervisão da tradução Walter Biazotto.- São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981. MELLO, R. A. A necessidade histórica da educação física na escola: a emancipação humana como finalidade. (TESE) 2009. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação, do Centro deCiências da Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina. 297p. MOURA, N. L. et al. A influência motivacional da música em mulheres praticantes de ginástica de academia. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 3, p. 103-118, 2007. NEIVA, G; GOMES, E. M . de P. ; COSTA, J. S. Academia de Ginástica só para Mulheres: Inovação ou Tradição? In: XV Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte - II Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2007, Recife / Olinda, PE. Livro de Resumos e Programação do XV Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte - II Congresso Internacional de Ciências do Esporte. Recife, PE : EDUPE - Editora da Universidade de Pernambuco. v. 1. p. 188-188. SOARES, C.L. et al. Metodologia da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. TOLEDO, E.; PIRES, F.R. Sorria! Marketing e consumo dos programas de ginástica de academia. 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