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TRIBUNAL DO JÚRI MOD I E II

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVERSO- GOIÂNIA 
 CURSO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL –II 
 PROF. SÍLVIO ARAÚJO DE OLIVEIRA 
 MÓDULO-I : PRIMEIRA FASE DO TRIBUNAL DO JÚRI 
 
 
 
 O Júri foi disciplinado em nosso ordenamento jurídico pela primeira 
vez pela Lei de 18 de junho de 1822, a qual limitou sua competência ao julgamento dos 
crimes de imprensa. 
 Na atual Carta Magna, é reconhecida a instituição do Júri com a 
organização que lhe der a lei, assegurados como princípios básicos: a plenitude do 
direito de defesa, o sigilo nas votações, a soberania dos veredictos e a 
competência mínima para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
 O Júri na atual Constituição encontra-se disciplinado no art. 5.,inciso 
XXXVIII, inserido no Capítulo Dos Direitos e Garantias Individuais. 
 
I-ORGANIZAÇÃO DO JÚRI 
 O Tribunal do Júri é um órgão colegiado, heterogêneo e temporário, 
constituído por um juiz togado, que o preside, e de vinte e cinco cidadãos escolhidos 
por sorteio, dentre os quais serão sorteados 07 cidadãos para compor o Conselho de 
Sentença. 
II-RITO ESCALONADO 
 O rito procedimental para os processos de competência do Júri é 
escalonado. A primeira fase se inicia com o oferecimento da denúncia e se encerra 
com a decisão de pronúncia (judicium accusationis ou sumário da culpa). A 
segunda tem início com o recebimento dos autos pelo juiz-presidente do Tribunal 
do Júri, e termina com o julgamento pelo Tribunal do Júri (judicium causae). 
 Podemos destacar, no entanto, as seguintes diferenças entre 
o procedimento comum ordinário e a primeira fase do procedimento do Júri, 
regulados pelos artigos 406 a 412 do CPP. 
1-Ao contrário do procedimento comum ordinário, que não prevê expressamente a oitiva 
da parte acusadora após a apresentação da resposta à acusação pela defesa, consta 
do artigo 409 do CPP que, apresentada a resposta à acusação, o juiz ouvirá o Ministério 
Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 dias; 
2-No âmbito do procedimento comum ordinário, imediatamente após a apresentação da 
resposta à acusação – e, portanto, antes da audiência una de instrução e julgamento – 
é possível que o acusado seja absolvido sumariamente, caso presente uma das 
hipóteses elencadas no artigo 397 do CPP. 
3-No procedimento do Júri, a absolvição sumária também é possível, porém só poderá 
ocorrer após a audiência de instrução, conforme o artigo 411, & 9, do CPP. 
4-No procedimento comum ordinário, há previsão expressa de requerimento de 
diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução 
(artigo 402, CPP); na primeira fase do procedimento escalonado do júri, não há 
semelhante precisão. Em situações excepcionais, e desde que demonstrada a 
imprescindibilidade da diligência, deve o juiz deferir sua realização, evitando-se, assim, 
eventual arguição de nulidade do feito por cerceamento de acusação ou de defesa; 
5-No procedimento comum ordinário, há previsão expressa de substituição das 
alegações orais por memoriais. Na primeira fase do procedimento escalonado do júri, 
não há previsão expressa de substituição das alegações orais por memoriais (artigo 
411, & 4. do CPP); 
6-No âmbito do procedimento comum, há disposição expressa no sentido de que, caso 
não seja possível a absolvição sumária do acusado, a audiência de instrução e 
julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 60 dias (artigo 400, caput, do CPP). 
No procedimento do Tribunal do Júri, a primeira fase deverá ser concluída no prazo 
máximo de 90 dias (artigo 412 do CPP); 
7-No âmbito do procedimento comum, o juiz poderá, considerada a complexidade do 
caso ou o número de acusados, ou quando for ordenada a realização de diligência, 
conceder às partes o prazo de 5 dias sucessivamente para a apresentação de 
memoriais. Em relação à primeira fase do Tribunal do Júri, o artigo 411, & 9, CPP, não 
prevê expressamente a possibilidade de substituição das alegações orais por 
memoriais. É plenamente possível a juntada de documentos durante a audiência de 
instrução, porém é de concluir que eventuais documentos deverão ser juntados antes 
de as partes procederem aos debates. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVERSO - GOIÂNIA 
 CURSO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – II 
 PROF. SÍLVIO ARAÚJO DE OLIVEIRA 
 MÓDULO-II : PRIMEIRA FASE DO TRIBUNAL DO JÚRI 
 
 
 III-DAS DECISÕES NA PRIMEIRA FASE DO TRIBUNAL DO JÚRI 
 
I-PRONÚNCIA: 
A pronúncia encerra um juízo de admissibilidade da acusação de crime doloso 
contra a vida, permitindo o julgamento pelo Tribunal do Júri apenas quando 
houver alguma viabilidade de haver a condenação do acusado. Sobre ela, o 
art.413, caput, do CPP, dispõe que, estando convencido da materialidade do 
fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, deve o 
juiz sumariante pronunciar o acusado fundamentadamente. 
Há na pronúncia um mero juízo de prelibação, por meio do qual o juiz admite ou 
rejeita a acusação, sem qualquer valoração acerca do mérito. 
2-NATUREZA JURÍDICA 
A pronúncia é tratada pela doutrina como uma decisão interlocutória mista não 
terminativa. Decisão interlocutória porque não julga o mérito, ou seja, não 
condena nem absolve o acusado; mista, porque põe fim a uma fase 
procedimental; e não terminativa, porque não encerra o processo. 
Assim, operada a preclusão da decisão de pronúncia, esta não mais poderá ser 
modificada, pelo menos em regra, sendo inevitável o julgamento do acusado 
perante o Tribunal do Júri pelo crime nela reconhecido. Depois da preclusão, a 
pronúncia só poderá ser modificada em caráter excepcional, vale dizer, 
desde que surja circunstância superveniente que altere a classificação do 
crime (princípio da imodificabilidade da pronúncia). 
3-CONTEÚDO DA PRONÚNCIA 
De acordo com o art. 413, & 1., do CPP, a fundamentação da pronúncia limitar-
se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes 
de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que 
julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as 
causas de aumento de pena. 
É vedado ao juiz sumariante pronunciar o acusado reconhecendo causas de 
diminuição de pena, salvo na hipótese de tentativa, integrante do tipo penal por 
extensão. O juiz da pronúncia, ao classificar o crime, consumado ou tentado, 
não poderá reconhecer a existência de causa especial de diminuição de pena. 
Como mero juízo de admissibilidade da acusação, a pronúncia não deve fazer 
remissão à aplicação da pena. Portanto, o juiz sumariante também não deve 
tratar de agravantes e atenuantes na pronúncia, seja porque tais circunstâncias 
não integram o tipo penal, não constituem elementos do crime, estando afetas, 
portanto, exclusivamente à pena, seja porque tais circunstâncias podem ser 
sustentadas em plenário pelas partes. 
Tampouco deve fazer menção ao concurso de crimes (material ou formal ou 
continuado), já que tal matéria interessa à fixação da pena, devendo ser 
analisada após o julgamento em plenário, se porventura os jurados votarem pela 
condenação do acusado. 
Nas palavras do STJ, “As qualificadoras só podem ser excluídas em casos 
excepcionalíssimos, quando, de forma incontroversa, mostrarem-se 
absolutamente improcedentes, sem qualquer apoio nos autos”. 
3.1 – Das infrações conexas: 
Ao pronunciaro acusado, deve o magistrado se ater à imputação pertinente ao 
crime doloso contra a vida, abstendo-se de fazer qualquer análise em relação à 
infração conexa, que deve seguir a mesma sorte que a imputação principal. 
O juiz não pode pronunciar o réu pelo crime da competência do Júri e, no mesmo 
contexto processual, absolvê-lo da imputação de crime da competência do juiz 
singular, pois, assim, agindo, estaria subtraindo dos jurados o julgamento de sua 
competência. Isto porque, no momento em que pronuncia o réu pelo crime 
doloso contra a vida, esta firmando a competência do Júri para o julgamento 
deste, bem como dos crimes conexos. Do mesmo modo, se são dois réus, um 
processado por homicídio e outro por lesão corporal, em conexão, não pode o 
juiz pronunciar um réu (autor do homicídio) e condenar o outro (pela lesão 
corporal), devendo o Júri julgar os dois crimes. 
3.2 – Dos efeitos da pronúncia: 
A pronúncia encerra um juízo de admissibilidade da acusação de crime doloso 
contra a vida, permitindo o julgamento pelo Tribunal do Júri; 
A pronúncia interrompe o prazo prescricional – artigo 117, inciso II, do Cod. 
Penal; 
Estabelece os limites da acusação em plenário. 
Da decisão de pronúncia, caberá recurso em sentido estrito – artigo 581, 
IV, CPP. 
 
 
 
II-DA DESCLASSIFICAÇÃO: 
A desclassificação ocorre quando o juiz se convencer da existência de crime não 
doloso contra a vida, não podendo pronunciar o réu, devendo desclassificar a 
infração para não dolosa conta a vida. 
Casa venha a desclassificar o delito para não doloso contra a vida, deverá 
remeter o processo para o juízo monocrático competente, e à disposição deste 
ficará o preso (CPP, art.419). 
Ao desclassificar o crime, o juiz não poderá dizer para qual delito desclassificou, 
uma vez que estaria invadindo a esfera de competência do juízo monocrático e 
proferindo um prejulgamento dos fatos. Operada a preclusão da decisão de 
desclassificação, o novo juízo estará obrigado a receber o processo, não 
podendo suscitar conflito de competência. 
Da decisão que desclassificar o delito, cabe recurso em sentido estrito com 
fundamento no art. 581,II, do CPP. 
III- DA IMPRONÚNCIA: 
Trata-se de decisão terminativa de natureza processual (interlocutória mista 
terminativa), que não analisa o mérito da causa, e que, por essa razão, só faz 
coisa julgada formal. Surgindo novas provas o processo pode ser reaberto a 
qualquer tempo, até a extinção da punibilidade (CPP, art.414, parágrafo único). 
A impronúncia é decisão de rejeição da imputação para o julgamento perante o 
Tribunal do Júri, porque o juiz não se convenceu da existência do fato ou de 
indícios suficientes de autoria ou participação. 
Impronunciado o réu, não poderá o juiz manifestar-se sobre os crimes conexos, 
devendo remetê-los ao juiz competente para julgá-los. 
Da decisão de impronúncia caberá o recurso de apelação (Art.416 CPP). 
IV-DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA 
É a absolvição do réu pelo juiz togado, quando: a)-provada a inexistência do fato; 
b)-provado não ser ele o autor ou partícipe do fato; c)-o fato não constituir 
infração penal; d)-demonstrada causa de isenção de pena (da culpabilidade) ou 
de exclusão do crime (da ilicitude) –CPP, art.415. 
A sentença é definitiva e faz coisa julgada material. Trata-se de verdadeira 
absolvição decretada pelo juízo monocrático. 
Absolvido sumariamente o acusado, não podendo o juiz manifestar sobre os 
crimes conexos, devendo apenas remeter o processo ao juiz competente para 
julgá-los. 
Da decisão que absolve o réu sumariamente, cabe apelação, conforme o 
artigo 416 do CPP.

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