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- Absorção de Lipídios - Lipoproteínas Profª Thatiane A. Russo INTRODUÇÃO •Obtenção de ácidos graxos pelas células 1. Gorduras presentes na dieta; 2. Gorduras armazenadas na forma de gotículas gordurosas; 3. Gorduras recém-sintetizadas em um órgão para serem exportadas para outro (animais); • Obtenção de gorduras pelos vetebrados 1. Ingestão na alimentação; 2. Gorduras armazenadas em tecidos especializados; 3. Convertem carboidratos em excesso da dieta em gorduras (fígado). Adulto 60 a 150 g de lipídios/dia: 90% = triglicerídios 10% = colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídios e ácidos graxos livres 3 Metabolismo dos Lipídios Enquanto realizamos exercícios físicos, vários hormônios como: • catecolaminas, • glucagon, • hormônio do crescimento , • corticosteróides, entre outros, são liberados na corrente sangüínea, e quando chegam aos adipócitos, provocam lipólise (quebra dos triglicerídios) aumentando as concentrações sangüíneas de ácidos graxos livres (AGL). Esses AGLs são levados aos músculos esqueléticos que os utilizam para a síntese de ATP PROCESSAMENTO DOS LIPÍDIOS DA DIETA NA BOCA E ESTÔMAGO ESTÔMAGO gorduras se separam em uma fase oleosa; As gorduras não estão emulsificadas; Eliminação das gorduras pelo estômago é mais lenta que o restante do conteúdo gástrico; TG com ác. graxos de cadeia curta ou média podem ser degradados por uma lipase gástrica; Lipase gástrica pH neutro; A gordura no duodeno inibe o esvaziamento gástrico. EMULSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS DA DIETA NO INTESTINO DELGADO Lipídios - insolúveis em água; Hidrólise enzimática dos lipídios ocorre na interface (espaço) entre a gota lipídica e a água circundante; Emulsificação aumenta a superfície das gotas da emulsão ação das enzimas lipolíticas; A emulsificação ocorre através dos sais biliares e peristalse; Sais biliares e ácido taurocólico Sintetizados no fígado, estocados na vesícula biliar e lançados no intestino delgado DEGRADAÇÃO ENZIMÁTICA DOS LIPÍDIOS Enzimas pancreáticas; A degradação ocorre sob controle hormonal: Colecistoquinina (CCK) • Produzida na mucosa do jejuno e duodeno em resposta à presença de lipídios parcialmente digeridos; • Atua sobre a vesícula biliar e células exócrinas do pâncreas; • Diminui a motilidade gátrica - liberação lenta para o intestino; Secretina • Produzido pelas células intestinais em resposta ao baixo pH do quimo penetrando no intestino; • Atua sobre o pâncreas liberando uma solução rica em bicarbonato - atividade enzimática DEGRADAÇÃO DOS TRIACILGLICERÓIS Moléculas grandes para serem captadas pelas células intestinais; Lipase pancreática cliva os ácidos graxos nos carbonos 1 e 3 produzindo dois ácidos graxos livres e um 2-monoglicerídio; Colipase auxilia a ancorar e estabilizar a lipase na interface lipídio-aquosa; Sais biliares inibem a lipase ocupando a superfície das gotículas oleosas; Colipase descola os sais biliares; Absorção de lipídeos DEGRADAÇÃO DOS ÉSTERES DE COLESTEROL Hidrolase do éster de colesterol (colesterol esterase) cliva a ligação éster produzindo ácido graxo e colesterol livre DEGRADAÇÃO DOS FOSFOLIPÍDIOS Fosfolipase A2 (PLA2) - enzima pancreática ativada no intestino pela tripsina; PLA2 cliva a ligação éster no carbono 2 do fosfolipídio produzindo um lisofosfolipídio e um ácido graxo. Ex:lecitina produz lisolecitina. ABSORÇÃO DE LIPÍDIOS POR CÉLULAS DA MUCOSA INTESTINAL Formação de micelas mistas = sais biliares + produtos primários da digestão dos lipídios; Micelas mistas = conjuntos de lipídios anfipáticos que coalescem com os grupos apolares no interior e os polares no exterior do conjunto; As micelas aproximam-se da borda em escova das células intestinais (sítio primário de absorção lipídica); Atravessa a camada de água e é ABSORVIDO RESSÍNTESE DE TRIGLICERÍDIOS E ÉSTERES DE COLESTEROL Os ácidos graxos são convertidos pela acil CoA sintetase graxa (tioquinase); Os 2-monoacilgliceróis absorvidos na mucosa intestinal são comvertidos em triacilgliceróis; 2-monoglicerídi + 2 acil CoA graxa TGL + 2 CoA Os ácidos graxos de cadeia curta e média não são convertidos, e sim liberados na circulação portal - albumina sérica até o fígado; SECREÇÃO DOS LIPÍDIOS PELAS CÉLULAS INTESTINAIS TGL e ésteres de colesterol agrupados em gotas lipídicas rodeadas por uma camada delgada de proteína, fosfolipídio e colesterol livre. Esta camada estabiliza e aumenta a solubilidade; Estas partículas são chamadas QUILOMÍCRONS Apolipoproteína B-48 sintetizada pela células intestinais transporta os TGL; Quilomícrons Composição: •Apoliproteínas B-48, C-III e C-II •Triacilgliceróis •Colesterol •Fosfolipídeos SECREÇÃO DE QUILOMÍCRONS Os quilomícrons são liberados por exocitose das células da mucosa intestinal; Sistema linfático canal torácico veia subclávia esquerda SANGUE GORDURAS INGERIDAS NA ALIMENTAÇÃO: 1. As gorduras são emulsificadas no intestino delgado pelos sais biliares formando micelas mistas de triacilgliceróis. 2. Lipases intestinais hidrolisam os triacilgliceróis . 3. Os ácidos graxos são absorvidos na mucosa intestinal e reconvertidos em triacilgliceróis. 4. Os Triacilgliceróis juntamente com o colesterol e as apoliproteinas formam o quilomícron. 5. Os quilomícrons migram para o sistema linfático, depois para a corrente sanguínea e seguem para os tecidos. 6. Ativada pela APO-II a lipoproteína lipase libera ácido graxo e glicerol. 7. Os ácidos graxos entram nos adipócitos ou miócitos. 8. Os ácidos graxos são oxidados como combustíveis ou reesterificados para a armazenagem. REVISÃO - Absorção de lipídeos Destino dos lipídios Ácidos graxos livres Glicerol Remanescentes de quilomícrons Fígado Hepatócitos Ácido graxoAcetil-Coa músculo adipócitos Jejum ou exercício • No jejum a mobilização dos ácidos graxos ocorre pela ação da enzima lipase- hormônio-sensível (epinefrina ou glucagon); • Esta enzima degrada os triacilgliceróis estocados no tecido adiposo liberando ácidos graxos livres e glicerol; • Os ácidos graxos livres caem na circulação sanguínea e são carregados pela albumina plasmática até os tecidos como músculos e fígado, onde serão oxidados; • O glicerol é convertido em gliceraldeído-3-fosfato no fígado (intermediário da glicólise /gliconeogênese), e pode entrar na gliconeogênese para síntese de glicose. Metabolismo do Colesterol • O colesterol, além de ser um componente estrutural de membranas, é precursor dos ácidos biliares, hormônios esteróides e da vitamina D. • Está presente em todas as células animais, mas é ausente nos vegetais. • A fonte de colesterol pode ser exógena, pelo consumo de derivados de carne e leite, ou endógena, por síntese a partir do Acetil CoA. Existe uma correlação direta entre quantidade de Triglicérides e Colesterol: quanto maior a disponibilidade de Acetil CoA, maior a síntese de Colesterol. Estrutura do colesterol. Metabolismo do Colesterol • As moléculas de colesterol obtidos pela dieta são insolúveis no suco gástrico, sendo os últimos a serem absorvidos. São então emulsificados pela ação dos sais e ácidos biliares, que os transportam na forma de micelas, através do intestino. Essas moléculas atravessam as membranas do intestino e são reorganizadas em uma lipoproteína. • O colesterol absorvido pelo organismo se associa a apolipoproteínas formando as Lipoproteínas plasmáticas; • As lipoproteínas funcionam tanto para manter os lipídeos solúveis a medida que os transportam no plasma, quanto para transportar o conteúdo lipídico aos tecidos. Lipoproteínas: • São associações entre proteínas e lipídios encontradas na corrente sanguínea, e que tem como função transportar e regular o metabolismo dos lipídios no plasma • Quilomícron = É a lipoproteína menos densa, transportadora de triacilglicerol exógeno na corrente sanguínea • VLDL = "Lipoproteína de Densidade MuitoBaixa", transporta triacilglicerol endógeno • IDL = "Lipoproteína de Densidade Intermediária", é formada na transformação de VLDL em LDL • LDL = "Lipoproteína de Densidade Baixa", é a principal transportadora de colesterol; seus níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio • HDL = "Lipoproteína de Densidade Alta"; atua retirando o colesterol da circulação. Seus níveis aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto agudo do miocárdio. Metabolismo do Colesterol O colesterol absorvido no intestino se associa a apolipoproteínas formando as lipoproteínas plasmáticas. Apolipoproteínas são complexos moleculares de lipídeos e proteínas. Incluem: quilomícron, VLDL, IDL, LDL e HDL. HDL O LDL transporta colesterol do fígado até os tecidos periféricos, enquanto o HDL captura colesterol dos tecidos e o transporta até o fígado, onde é convertido a ácidos biliares. Lipoproteína HDL A HDL é uma lipoproteína produzida e liberada pelo fígado com objetivo de retirar colesterol das células, quando este estiver em excesso, ou mesmo de outras lipoproteínas plasmáticas. Por esta ação de “lixeiro”, a HDL é denominada “Bom Colesterol”. O colesterol que retorna para o fígado, via HDL é, em geral, transformado em sais e ácidos biliares. Estes compostos são utilizados como “detergentes” na emulsificação de gorduras, durante o processo de digestão e absorção de gorduras no intestino. HDL Lipoproteína LDL O fígado produz colesterol e TAG (triacilgliceróis), além de reorganizar estes compostos, provenientes da dieta . O fígado então libera, para a corrente sanguínea, uma lipoproteína de densidade muito baixa, VLDL, que contém 52% de TAG e 22% de colesterol. As células de diferentes tecidos reconhecem as proteínas na superfície desta lipoproteína e a VLDL se liga aos tecidos. Por ação de lipases lipoprotéicas ocorre a quebra dos TAG, e absorção de ácidos graxos e glicerol pelas células. A VLDL vai perdendo TAG, diminuindo de tamanho e aumentando a densidade, até formar LDL, que contém 47% de colesterol e 8% de TAG. A lipoproteína LDL será então endocitada pelas células que precisarem de colesterol. O excesso de LDL no sangue pode levar a formação de ateromas por ligação desta lipoproteína às paredes dos vasos; por isso o LDL é conhecido como “colesterol ruim”. Metabolismo do Colesterol • Os ácidos graxos saturados elevam o LDL - colesterol. • Os poliinsaturados (óleos vegetais em geral) reduzem o LDL – colesterol e discretamente o HDL – colesterol. • Os monoinsaturados reduzem o LDL – colesterol sem alterar a fração de HDL – colesterol. Por esta razão os ácidos graxos monoinsaturados são, atualmente os mais recomendados. • Exemplos de ácidos monoinsaturados: azeite de oliva; óleos de soja e canela. • Os ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa do tipo w - 3, atuam favoravelmente na prevenção de tratamento de diversas doenças como por exemplo as cardiovasculares porque esses ácidos reduzem a fração de LDL e aumentam a fração de HDL. • Os ácidos graxos trans não produzem dobras nas moléculas, que se associam de modo tão compacto quanto os ácidos graxos saturados podendo portanto modificar a viscosidade da membrana. • Os ácidos graxos trans provocam aumento do LDL – colesterol e redução do HDL – colesterol. • Exemplos de ácidos graxos trans: bolos, bolachas tortas, sorvetes e frituras. CH3 CH3 CH H CH3 CH2 CH3 CH3 CHCH2 CH2 A B C D1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 CH3 CH3 CH H CH3 CH2 C CH2 O W A B C D1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 NHCH2COO - Na + OHW= W= (ácido cólico = ácido bile) (glicolato de sódio = sal de bile) Colesterol Esteróides Vitamina D2 é formada por meio da ação fotoelétrica de luz UV sobre o esterol vegetal ergosterol, um aditivo comum do leite. Vitamina D3 é derivada de maneira semelhante, a partir do 7-deidrocolesterol. Vitamina D2 e D3 se tornam ativa pela hidroxilação enzimática realizada no fígado. A vitamina D ativa aumenta a concentração de Ca+2 ao promover a absorção intestinal de Ca+2 dos ossos. Deficiência de vitamina D - raquitismo Impactos da Omissão de Lipídios da Dieta • Má absorção de vitaminas lipossolúveis (Vit A, D, E, K); • Prejuízo na síntese de hormônios esteróides (estrogênio); • Prejuízo na síntese de sais biliares; • Falta de estimulo a secreção biliar e pancreática; • Reserva energética para situações de privação alimentar; • Componente dos neurônios e importante nos impulsos elétricos; ATEROSCLEROSE Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica, sistêmica e progressiva com múltiplos estágios caracterizada por um endurecimento e estenose da camada intimal com acúmulo de placa contendo partículas de lipoproteínas intra e extracelular e macrófagos. ATEROSCLEROSE Classes de Lipoproteínas Doenças cardiovasculares Aterosclerose Ataque Cardíaco ou Infarto AVE Isquêmico AVE Isquêmico AVE Hemorrágico ATEROSCLEROSE Ponte de Safena Ponte de Safena
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