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HPV Câncer de Colo Uterino Câncer de Mama CARTILHA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER DEZEMBRO/2021 AUTORES Diego Borba Zuppo Édila Fernandes dos Santos Menezes Fawaz Charanek Márcio Aydar Thiede Celes Maria Izabel Frota Fontenele Costa Misael Pereira Manoel Murilo Casagrande de Brito Rafael dos Santos Moreira ELABORAÇÃO E INFORMAÇÕES Esta obra foi desenvolvida por discentes do curso de medicina da Universidade Nove de Julho - Campus Osasco (T5C) como parte da avaliação da disciplina de Processos Fisiopatológicos II sob supervisão da profªs Dras. Denise, Laura e Thaís. 1.1. O que é HPV? HPV1. HPV, do inglês Human Papilloma Vírus, ou seja, Papiloma Vírus Humano, são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas do sistema genital feminino (colo uterino, vagina e vulva) e masculino (pênis) e da região perianal. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, mas apenas 40 tipos podem infectar o trato genital. 1.3. Qual a relação do HPV com o câncer? HPV DE BAIXO RISCO: principalmente, o HPV-6 e HPV-11 são encontrados na maior parte das verrugas genitais (condilomas) e papilomas laríngeos, mas não oferecem risco algum de progressão para o câncer. HPV DE ALTO RISCO: destaca-se o HPV-16 e HPV-18 presentes em cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero, 90% dos casos de câncer de ânus, 60% dos casos de câncer de vagina e 50% dos casos de câncer de vulva. Existem dois tipos de HPV: baixo e alto risco de desenvolver câncer. A infecção pelo HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo todo, e portanto, a maior parte das mulheres entrará em contato com o vírus em algum momento da vida. Mas, na maioria dos casos, ele será eliminado do organismo em 2 anos e apenas pequena parcela dessas mulheres evoluirá para o câncer e, para isso, é necessário a presença de vírus de alto risco, persistência viral e outros fatores de risco como o tabagismo ou imunossupressão. 1.2. HPV é muito frequente? 6 É uma doença grave que pode ameaçar a vida de uma mulher, sendo caracterizado pelo crescimento anormal de células do colo do útero. Se não forem tratadas a tempo, tais células anormais podem evoluir para um pré- câncer e posteriormente para um câncer. Os sinais e sintomas envolvem o corrimento, dor e sangramento vaginal. 1.4. Mas o que é câncer de colo uterino? 1.5. Quais são as formas de transmissão? A transmissão se dá por contato de pele ou mucosa infectadas em áreas não intactas principalmente por via sexual (contato oral-genital, genital-genital ou até mesmo manual-genital) em 95% dos casos. Então, vale destacar, que como o HPV é altamente contagioso, a transmissão pode ocorrer com apenas uma única exposição ao vírus. Dessa forma, em 5% dos casos, até mesmo a mão pode ser um veículo de transmissão; bem como, toalhas, vasos sanitários, piscinas e roupas íntimas contaminadas com o vírus. Ademais, o parto vaginal em mães contaminadas com HPV é também uma forma de transmissão. ATENÇÃO! Muitas pessoas têm a infecção por HPV e não apresentam nenhum sinal ou sintoma e, mesmo assim, transmitem o vírus. 7 As lesões mais comuns ocorrem nas regiões anogenitais, como por exemplo, a vulva, vagina, ânus e pênis. Porém, a infecção pode aparecer em qualquer região do corpo. Coitarca precoce Múltiplos parceiros sexuais Parceiros com múltiplas parceiras anteriores Infecção persistente por cepas de alto risco Imunossupressão Uso de contraceptivos orais Tabagismo O período necessário para o surgimento das lesões é de cerca de 2 a 8 meses, mas pode demorar até mesmo, 20 anos. 1.7. Quanto tempo após a infecção surgem as lesões? 1.8. Em quais locais do corpo são encontradas as lesões provenientes da infecção pelo vírus do HPV? 1.6. Quais os fatores de risco para o desenvolvimento de HPV? 8 Preservativo (camisinha): tanto masculino quanto feminino durante relações sexuais. É importante ter em vista que por mais que seja um método muito seguro para a grande maioria das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), seu uso não isenta o risco de contaminação por HPV porque existem áreas potencialmente contaminadas que ficam expostas (como vulva, região pubiana, perineal, perianal e bolsa escrotal). Vacinação contra o HPV Evitar ter muitos parceiros ou parceiras sexuais. A prevenção contra o HPV pode ocorrer das seguintes formas: ATENÇÃO! A vacina não é terapêutica, ou seja, não confere imunidade ou eficácia contra infecções ou lesões já existentes! Número elevado de gestações Uso de contraceptivos orais Tabagismo Infecção pelo HIV Outras doenças sexualmente transmissíveis como herpes e clamídia. 1.9. Como se prevenir? OBSERVAÇÃO! A camisinha feminina, ao cobrir também a vulva, evita de modo mais eficaz o contágio na genitália feminina se for usada desde o início da relação sexual. 1.10. Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo uterino em mulheres infectadas pelo HPV? 9 A detecção da infecção pelo HPV se dá através da realização dos exames citologia, colposcopia e histopatologia, sendo o principal deles, o papanicolau que acaba detectando células anormais no revestimento do colo uterino. Além disso, a detecção da infecção pode ser feita através das lesões provocadas por ele, ou seja, os condilomas ou verrugas. 1.11. Como detectar o HPV? ATENÇÃO! O câncer de colo de útero é um dos mais fáceis de serem prevenidos, por isso, é tão importante fazer o exame de Papanicolau!! Figura 1 - Verrugas características de infecção por HPV 10 Fonte: Tn8.TV, 2020. 1.12. Sendo assim, como se faz o rastreio? Através de exames periódicos. 1.13. Quais são eles? Para o rastreio é necessário a realização do citopatológico, mais popularmente conhecido como Papanicolau, que tem como objetivo identificar as lesões precursoras e sugestivas de câncer de colo uterino para que seja feita a confirmação do diagnóstico e já se inicie o tratamento. FIgura 2 - Coleta de material endocervical durante exame de Papanicolau Figura 3 - Coleta de material ectocervical durante exame de Papanicolau 11 Fonte: Secretaria de Saúde - PE Fonte: Secretaria de Saúde - PE Consiste no estudo das células através de coleta de material obtido por meio da raspagem do colo uterino com uma espátula na região externa e para a região interna faz-se o uso de uma escovinha. Posteriormente o material coletado é colocado em uma lâmina de vidro e encaminhado para análise laboratorial. Mulheres entre 25 e 64 anos, que têm ou já tiveram vida sexual ativa. É importante ressaltar que as mulheres grávidas também podem fazer o exame como forma de prevenção. Após dois exames negativos, realizados em um intervalo de um ano, o exame será realizado a cada três anos, sendo possível aumentar o tempo entre uma realização e outra em mulheres acima de 65 anos. 1.15. O que é o exame citopatológico? 1.14. Quem deve fazer o exame e quando? É um exame que estuda o tecido que foi retirado na colposcopia, com o objetivo de verificar a presença de lesões pré- cancerosas, ou até mesmo cancerosas e seus limites de extensão. É um exame que visualiza o colo do útero através do colposcópio, permitindo a identificação de áreas correspondentes a lesões pré-cancerosas, para melhor investigação. Além disso, irá verificar quais as áreas afetadas que devem ser retiradas como forma de tratamento. O material coletado por esse método deverá ser enviado para a histopatologia. 1.17. O que é colposcopia? 1.16. Mas, o que é histopatologia? 12 Figura 4 - Exame de colposcopia Figura 6 - Células de aspecto normal vistas no microscópio (exame citopatológico) Figura 7 - Células de aspecto infectadas por HPV vistas no microscópio (exame citopatológico) Figura 5 - Visão do médico ao realizar a colposcopia: (1) evidenciando ferida no colo uterino e (2) lesão de alto grau com risco de evoluir para câncer 13 Fonte: Secretaria de Saúde- PE Fonte: Secretaria de Saúde - PE Fonte: Secretaria de Saúde - PE Fonte: Saúde Bem Estar Atualmente, existem 3 tipos de vacinas contra o HPV: 1.18. Quais são os tipos de vacina contra o HPV? 14 Tabela 1 - Vacinas contra HPV Fonte: Elaborada pelos autores com base em informações retiradas do site do INCA.. Sabe-se que a vacina é mais eficaz quando administrada antes da primeira relação sexual, portanto mulheres que já iniciaram sua vida ativa não necessariamente são grupos prioritários. 1.19. A vacina do HPV pode causar infecção pelo vírus? Não, as vacinas imitam o HPV, fazendo com que o próprio organismo identifique tal estrutura como um invasor e produza então, mecanismo de proteção contra ele! 1.20. Quantas doses são necessárias para a imunização? O esquema completo de vacinação é composto por 3 doses. 1.21. Meninas que já tiveram diagnóstico de HPV podem se vacinar?Sim! Evidências indicam que a vacina pode prevenir a reinfecção ou a reativação da doença. Além disso, podem proteger contra vírus para os quais o organismo ainda não foi exposto. 1.22. Por que a vacina não é ofertada para todas as mulheres? 15 Indivíduos com hipersensibilidade aos componentes da vacina Hipersensibilidade à leveduras Desenvolveram sintomas de hipersensibilidade grave após a primeira dose Gestantes 1.24. Mesmo após a vacinação é necessário o uso de preservativo? Sim, é muito importante manter a prevenção contra outras infecções sexualmente transmissíveis como o HIV, sífilis, hepatite B, dentre outras. 1.23. Em quais situações a vacina do HPV não é indicada? HPV e GESTAÇÃO Devido às inúmeras alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez, as verrugas podem aumentar em tamanho e número. É importante lembrar ainda que, a cesárea só é indicada quando as lesões foram grandes o suficiente para interferir na passagem do bebê pelo canal de parto, caso contrário pode ser feito parto vaginal/normal sem nenhum problema. 16 Não, porque as vacinas conseguem proteger a mulher apenas de alguns tipos oncogênicos do HPV, mas existem outros que mesmo sendo incomuns podem levar ao desenvolvimento de uma lesão maligna e, portanto, é imprescindível que seja feito o rastreio o mais cedo possível através do exame de Papanicolau. 1.25. Por que o Ministério da Saúde vacina apenas a meninas na faixa etária de 9 à 13 anos ? O Ministério da Saúde escolheu a faixa etária dos 9 ao 13 anos para vacinação porque supõe ser idades que antecedem o início da vida sexual ativa dos adolescentes e pesquisas indicaram que a imunização é 10 vezes mais eficaz em meninas que não tiveram exposição prévia ao HPV, assim, diminuindo drasticamente o risco de desenvolvimento de câncer de colo uterino. 1.26. Se a infecção por HPV tem maior repercussão em meninas, por que também são vacinados meninos no SUS? Realmente, quando comparado o número de casos de complicações entre homens e mulheres, o resultado é disparadamente maior na população feminina. No entanto, como a transmissão acontece por via sexual: ao imunizar meninos contra o HPV, se está indiretamente protegendo as meninas de se exporem ao risco de contágio. 1.27. A vacinação contra o HPV substitui o exame de Papanicolau? 17 O tratamento deve ser individualizado para cada caso, e em alguns casos pode ser necessário tratar também o parceiro sexual. Existem diversas formas de tratamento sendo elas: o acompanhamento clínico, acompanhamento com citopatológico de 6 em 6 meses, cauterização química, eletrocauterização e a crioterapia. O tratamento pode ainda ser cirúrgico com a remoção da área afetada e cirurgias maiores como por exemplo a histerectomia, que consiste na remoção do útero, associada ou não a radioterapia e quimioterapia. ATENÇÃO! O uso de medicamentos sem a devida indicação médica não é recomendado pois pode aumentar o risco de efeitos adversos que podem causar danos à saúde. 1.28. Como é feito o tratamento do HPV? 18 O QUE É O CÂNCER? 2. CÂNCER DE COLO UTERINO Consiste na proliferação de células malignas, ou seja, alteradas, dentro do nosso corpo, que ocorre de forma desordenada, ou seja, sem freio. Estas células podem então, se dividir rapidamente, de forma agressiva e incontrolável levando a formação de tumores malignos, ou pode dividir-se lentamente, em células semelhantes às células do tecido original, o que leva a formação de uma massa bem localizada, ou seja, um tumor benigno. Dessa forma, acaba comprometendo o bom funcionamento do órgão afetado e pode se disseminar (metástase) e afetar outras regiões, sendo assim, sobrecarrega o o corpo, produzindo sintomas como cansaço e perda de peso. 2.1. O que é útero? Consiste em um órgão do aparelho reprodutor feminino que está situado na região inferior do abdome e é dividido em corpo e colo, sendo a sua principal função alojar o feto durante a gestação. 2.2. Ah, mas então o que é câncer de colo do útero? O câncer do colo do útero também pode ser chamado de câncer cervical, e é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papiloma Vírus Humano - HPV (chamados de tipos oncogênicos ou de alto risco). A infecção genital por esse vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença. No entanto, em alguns casos podem ocorrer alterações celulares que podem evoluir para o câncer. 19 Fonte: INCA 2.3. Qual a incidência da doença? O câncer do colo do útero, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina entre 35 e 44 anos, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. 2.4. Quais as estimativas para 2022? Pela estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para o triênio 2020-2022, o câncer cervical é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (com incidência de 21,20 a cada 100 mil mulheres), Nordeste (17,62/100 mil) e Centro-Oeste (15,92/100 mil); E o quarto mais incidente na Região Sul (17,48/100 mil) e o quinto no Sudeste (12,01/100 mil). Isto se deve a falta de orientação e a inacessibilidade aos serviços de saúde. 20 Figura 8 - Incidência de câncer por gênero Infecção por Papiloma Vírus Humano Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana Imunossupressão Início precoce da Atividade Sexual Múltiplos Parceiros Sexuais Histórico de Infecções Sexualmente Transmissíveis Faixa Etária Mulheres com vários filhos Tabagismo Baixa Condição Socioeconômica Sangramento vaginal irregular, após o relações sexuais vaginal; Dor durante relações sexuais; Sangramento vaginal espontâneo entre as menstruações; Corrimento vaginal fétido e/ou dor pélvica; Dor nas costas; Inchaço nas pernas Bloqueio do fluxo urinário Inicialmente pode ser assintomático, porém quando há sintomas, podem ser evidenciados por: 2.5. Quais os fatores de risco para câncer de colo uterino? 2.6. Quais os sinais e sintomas? 21 Anamnese; Exame vaginal (especular) Colpocitologia Oncótica / Papanicolau alterado Teste de Schiller com resultado: positivo (suspeita) Colposcopia Biópsia com alterações (diagnóstico) Teste de HPV Hemograma completo; Teste de função renal; Teste de função hepática; Radiografia de tórax; Pielograma intravenoso; USG Renal Enema de bário Proctoscopia Cistoscopia; Expressão de biomarcadores (p16 e Ki67) 2.7. Como deve ser a investigação? 2.8. Quais os exames complementares devem ser considerados 22 A transmissão da infecção ocorre por via sexual, por meio de desgaste por atrito ou fricção na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros. Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados). Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.2.9. Como se prevenir do câncer de colo uterino? 2.10. O que aumenta o risco? O exame preventivo do câncer do colo de útero, Papanicolau que é a principal estratégia para detectar as lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce, o que permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença. 2.11. Como se faz o rastreio do câncer de colo uterino? 23 É um exame simples e rápido, podendo, no máximo, causar um pequeno desconforto. Deve ser realizado para detectar alterações nas células do colo do útero. Esse exame é a principal estratégia para detectar lesões precocemente e fazer o diagnóstico da doença bem no início, antes que a mulher tenha sintomas. 2.12. O que é o Papanicolau? Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento chamado espéculo (conhecido como “bico de pato”); O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero e promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha; As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório especializado em citopatologia. 2.13. Como é feito o exame? Figura 9 - Visão do médico durante exame de colposcopia em paciente câncer de colo uterino Figura 10 - Desenho esquemático do exame de colposcopia 24 Fonte: Manuais MDS Fonte: Manuais MDS Preferencialmente, não se deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame e evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à sua realização. Além disso, é importante não estar menstruada e as mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê. Figura 11 - Classificação para Lesões Precursoras Cervicais Escamosas 2.14. O que não fazer antes do exame Papanicolau? 25 Fonte: Sanar Enfermagem Residência O exame deve ser oferecido às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram relação sexual. Isso pode incluir homens trans e pessoas não binárias designadas mulher ao nascer. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos. 2.15. Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivo? Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos; Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis meses; Lesão de alto grau: O médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer outros exames, como a colposcopia; Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o exame. Você deve repetir o exame logo que for possível. Se o seu exame acusou: 2.16. O que fazer após o exame? Em todas as situações, é importante seguir as recomendações médicas!! 26 2.18. Quais as opções de tratamento? 2.17. Como é feito o tratamento ? Caso a biópsia indique a presença de um câncer, o médico deve avaliar a extensão da doença, ou seja, se o câncer invadiu outros órgãos e tecidos próximos e avaliar qual o melhor tipo de tratamento. IMPORTANTE!! A seleção do tratamento depende, principalmente, do tamanho do tumor e se ele espalhou-se ou não. As opções de tratamento do câncer invasivo são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia. No entanto, esses tratamentos podem ser usados em conjunto. 2.19. Como é feito o tratamento radioterápico? A radioterapia utiliza a radiação para destruir as células cancerosas e pode ser utilizada em todas os estágios da doença. Pode ser usado também após o tratamento cirúrgico para destruir células cancerosas que eventualmente tenham restado. 27 A quimioterapia consiste no uso de medicamentos que visam destruir as células cancerosas e geralmente é combinada à radioterapia. Pode ser usada ainda, quando o câncer se espalhou para outros órgãos. Pode ainda, ser necessária a hospitalização para receber esse tratamento. 2.20. Como é feito o tratamento cirúrgico? Conização - retirada de uma área do colo uterino em forma de cone Histerectomia simples - retirada do útero com menor quantidade possível de tecido Histerectomia radical - retirada do útero e tecidos ao seu redor, bem como nódulos linfáticos da pelve e regiões adjacentes. A cirurgia consiste em retirar uma quantidade de tecido da área com câncer e seus arredores. Este tipo de tratamento pode ser usado em mulheres que apresentam estágios iniciais da doença. Pode feita: 2.21. Como é feito o tratamento quimioterápico? Fonte: Gestação Bebê Fonte: CHEDV - SNS Figura 12 - Tipos de histerectomia Figura 13 - Conização do útero 28 2.22. O que fazer depois do tratamento? A duração do tratamento irá depender da extensão do câncer e da disponibilidade de serviços para o tratamento. Além disso, após o tratamento a mulher precisará fazer exames regulares, a cada 3 ou 6 meses, para assegurar que qualquer mudança no seu estado de saúde, quanto ao câncer ou qualquer outra doença, seja, detectada e tratada. Momento em que foi realizado o diagnóstico Início do tratamento Saúde mental Nível do estadiamento do tumor maligno Condições pós tratamento (cirúrgico ou químico) Reação do sistema fisiológico do paciente diante da doença e das intervenções médicas sobre ela. O prognóstico depende de diversos fatores, que são: 2.23. Quais são os fatores que interferem no prognóstico? Levando-se em conta um contexto ideal de diagnóstico e de tratamento, os principais fatores que poderão ser adversos ao bom prognóstico, são aqueles relacionados ao padrão genético da mutação e ao padrão morfológico da lesão das células malignas. 2.24. Quais são os fatores adversos ao bom prognóstico? 29 Estádio I: 80 a 90% sobrevivência Estádio II: 60 a 75% sobrevivência Estádio III: 30 a 40% sobrevivência Estágio IV: 0 a 15% sobrevivência As taxas de sobrevida em 5 anos são altas para os estádios mais brandos da doença e vão diminuindo conforme a gravidade: As recorrências aparecem na maioria dos casos (80%) dentro de 2 anos, mas variam muito, bem como toda doença neoplásica maligna. 2.25. Como é a taxa de sobrevida para as pacientes diagnosticadas com câncer de colo uterino? 2.26. É comum ter recorrência após o tratamento do câncer? 30 É o 2º tipo de câncer mais comum entre as mulheres, perdendo apenas para o câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 66.280 novos casos surgem por ano, com um risco estimado de 61 casos a cada 100 mil mulheres. No caso do Brasil, a taxa de sobrevida em 5 anos é de 50-60%. Vale ressaltar que, a detecção precoce é crucial para o processo de cura e tratamento. É um câncer, como foi descrito no tópico inicial do câncer de colo uterino, só que na região mamária, acometendo principalmente os ductos e lóbulos da mama, que são estruturas que compõem a mama feminina. 3.1. O que é câncer de mama? 3. CÂNCER DE MAMA 3.2. Qual a prevalência do câncer de mama? Figura 14 - Representação espacial das taxas ajustadas de incidência por neoplasia maligna da mama, por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2021, para cada unidade da Federação. Quanto mais escuro o estado mais, significa que maior é a incidência de câncer de mama nas mulheres que compõe a sua população. 31 Fonte: INCA Fatores genéticos; Idade: o risco aumenta principalmente entre os 70-80 anos; Primeira menstruação de forma precoce, ou seja, antes dos 11 anos. Diagnóstico anterior de doença na mama Exposição aos hormônios estrogênicos: terapia de reposição hormonal com estrógeno e progesterona durante longos períodos da vida, sem acompanhamento médico. Exposição a radiaçõesObesidade Consumo frequente de álcool Uso de anticonceptivo oral Menopausa tardia - após os 55 anos 3.3. Quais são os sinais e sintomas da doença? Dor; Inflamação - pode haver processos inflamatórios, que ocasionam uma mama com aspecto inchado e com manchas vermelhas; Secreção mamilar - descarga de líquido pelo mamilo, sem estar no período de amamentação (pós-gravidez), especialmente quando ocorre apenas em um lado da mama e de forma espontânea; Massas palpáveis - nódulos discretos na região do seio; Inversão do mamilo; Endurecimento da mama 3.4. Quais os fatores de risco para o câncer de mama? 32 3.5. Quais são as práticas que podem me proteger do câncer de mama? Exercício físico regularmente - além de prevenir a obesidade (um fator de risco), exerce um efeito protetivo em relação ao câncer de mama de forma geral; Amamentação - muitos estudos afirmam que a amamentação pode exercer esse benefício na proteção contra o câncer de mama; Alimentação saudável - atrelada ao exercício físico, pode exercer um ótimo efeito protetor, visto que o consumo de alimentos ultraprocessados, com conservantes, podem ajudar no processo de desenvolvimento do câncer de mama. A prevenção baseia-se em estratégias para reduzir o risco do desenvolvimento da doença, mas nem sempre será 100% eficaz, por isso é necessário aliar essa estratégia com a detecção precoce. A deteconsiste na realização de exames específicos que tem por objetivo garantir a identificação da doença o mais rápido possível, em estágios iniciais. Quando se trata de câncer, ele pode se manifestar antes mesmo do aparecimento de sintomas. 3.6. Como se dá a prevenção e a detecção precoce? 33 Os profissionais envolvidos no exame são um técnico em radiodiagnóstico e um médico. A mamografia é um exame recomendado para o diagnóstico do câncer de mama. O exame identifica microcalcificações (pequenos cristais de cálcio que se depositam em lugares diversos do corpo), assimetrias, nódulos ou lesões nas mamas, que não seriam possíveis de identificar com a simples palpação. 3.7.1. O que é? 3.7. SOBRE A MAMOGRAFIA A mamografia é um exame de imagem, feito por um aparelho chamado mamógrafo que aplica pequenas porções de raios-X para gerar radiografias das mamas. 3.7.2. Quem realiza? 3.7.3. Para que serve? Não, por ser um procedimento que faz uso de radiação, a mamografia não é indicada para todas as mulheres e em qualquer idade. A recomendação é que ela seja feita bienal ou anualmente, conforme indicação do médico responsável. 3.7.4 Todas as mulheres precisam fazer? 34 Sim, ter as mamas prensadas em um aparelho causa um certo incômodo. Contudo, esse desconforto se torna insignificante diante da vantagem de se prevenir de um câncer mamário! Se durante o exame as dores forem muito intensas, o tecnólogo poderá ser informado e reduzir a intensidade da pressão. 3.7.5. O exame dói ? Fonte: Eigier diagnósticos Figura 15 - Exame de Mamografia 3.7.6. Há alguma contraindicação ao exame de mamografia? Apesar da quantidade de radiação liberada numa mamografia ser baixa, é preciso respeitar a idade mínima para o exame e as recomendações médicas. Além disso, não é recomendado submeter mulheres jovens a esse tipo de exame, visto que a elas têm as mamas mais densas, o que exige maior quantidade de radiação para obtenção de imagens melhores. Apesar das contraindicações, tanto as gestantes, quanto as mulheres que antes dos 40 anos que apresentarem suspeitas de câncer de mama, podem fazer o exame, desde que indicado por um médico responsável. 35 ATENÇÃO! A mamografia, e quaisquer outros exames com o uso de radiação, é um procedimento contraindicado para mulheres grávidas, porque a radiação pode interferir na formação do bebê. Inspeção estática e inspeção dinâmica; palpação das axilas, regiões supraclaviculares e palpação do tecido mamário. O exame clínico das mamas (ECM), deve ser realizado rotineiramente pelo médico durante a sua consulta em mulheres a partir de 25 anos, preferencialmente na primeira semana após a menstruação. Tem fundamental importância para a detecção precoce do câncer de mama. Durante o exame, sinais como assimetria, abaulamentos, retrações, dentre outros, devem ser cuidadosamente pesquisados. Em sequência, deve ser feita: 3.8. Como deve ser feito o exame clinico da mama? Com a mulher sentada, devem ser palpadas cuidadosamente as axilas. O profissional deve usar a mão contralateral da axila examinada, enquanto o braço da mulher descansa, relaxado, sobre o seu antebraço. A palpação das regiões supraclaviculares pode ser realizada com o examinador localizado à frente ou por detrás da mulher. O exame das axilas e regiões supraclaviculares visa a detecção de linfonodos. 3.9. Como deve ser feita a palpação das axilas e regiões supraclaviculares? 36 Fonte: UnaSUS Figura 16.1 - Inspeção Estática Figura 16.2 - Palpação Figura 16.3 - Inspeção Dinâmica Figura 16.4 - Inspeção Areolar INSPEÇÃO ESTÁTICA Na inspeção estática, procura-se observar a simetria, abaulamentos, retrações ou presença de edema cutâneo das mamas, o aspecto das aréolas e papilas, procurando identificar áreas de ulceração ou eczemas. 3.10. Como deve ser feita a inspeção das mamas? INSPEÇÃO DINÂMICA Na inspeção dinâmica, solicita-se que a mulher eleve os braços lentamente, acima de sua cabeça, de maneira que eventualmente possa salientar abaulamentos e retrações. A seguir, pede-se que a mulher coloque os braços na cintura e aperte-a, para que através da compressão dos músculos peitorais, sejam evidenciados abaulamentos e retrações. 37 Figura 16 - inspeção da mama 3.11. Como deve ser feita a palpação do tecido mamário? Com a mulher confortavelmente deitada e com as duas mãos sob a cabeça, o profissional procura, por meio de manobra de dedilhamento da mama, identificar nódulos suspeitos. A seguir, realiza a palpação mais profunda da mama utilizando as polpas digitais. Outubro Rosa consiste em uma campanha mundial de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero. PREVENÇÃO É VIDA! 38 3.12. Como é feito o tratamento para o câncer de mama? A depender do caso da paciente, o tratamento pode ser feito por três abordagens: cirúrgica, radiação ionizante e/ou medicamentosa. Destaca-se que na maioria das vezes eles são usados juntos para obter melhores resultados na eliminação da doença. O tratamento cirúrgico pode ser conservador, menos radical, com a retirada apenas do tumor e sua respectiva margem de segurança (área ao redor do tumor que pode estar acometida por células cancerígenas não visíveis ao olho nu). Já, por outro lado, para alguns casos, é necessário uma abordagem mais radical com retirada da mama (mastectomia) total ou parcial. 3.13. Como é o tratamento cirúrgico? A radioterapia consiste no uso da radiação ionizante para o controle da lesões cancerígenas através da morte das células irradiadas 3.14. Como é o tratamento com radiação ionizante? 39 Quimioterapia: medicamento utilizado para destruir as células que formam um tumor; Hormonioterapia: técnica que visão inibir o crescimento do câncer pela retirada do hormônio da circulação ou introdução de uma substância com efeito contrário ao hormônio; Imunoterapia: tratamento biológico que tem como objetivo potencializar o sistema imunológico para que este possa combater o câncer. O tratamento medicamentoso para o câncer de mama consiste em quimioterapia, hormonioterapia e/ou imunoterapia. 3.15. Como é o tratamento medicamentoso? 40 4. REFERÊNCIAS CÂNCER DE MAMA IN SITU, 19 mar. 2020. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/717. Acesso em: 23 out. 2021 FILHO, Geraldo B. Bogliolo Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Atlas da mortalidade. Rio de Janeiro: INCA, 2021b. 1 base de dados. 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Acesso em: 27 nov. 2021. 41 https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//deteccao-precoce-do-cancer.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//deteccao-precoce-do-cancer.pdf SECRETARIA DE SAÚDE DO GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Cartilha de Atenção Integral à Saúde da Mulher: Câncer de Colo de Útero e Mama. 2015. Disponível em: http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/cartilha_a5_saudeda mulher_2018.pdf. Acesso em: 30 out. 2021. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Prático sobre o HPV: Guia de Perguntas e Respostas para Profissional de Saúde. Fevereiro, 2014. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/marco/07/guia-perguntas- repostas-MS-HPV-profissionais-saude2.pdf. Acesso em: 30 out. 2021 UNASUS UFMA. Exame Clínico das Mamas. In: O que é e como é o exame de mamografia?, 2018. 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