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1 
 
 
 
DOENÇAS CÍSTICAS DO RIM: 
 Os tumores do rim representam cerca de 2 a 3% de todos os tumores malignos no adulto, com 
frequente acometimento de pacientes entre 50 e 70 anos. Trata-se do câncer urológico mais letal, com 
aproximadamente 35% dos pacientes falecendo da doença em 5 anos. 
 No Brasil, o risco de desenvolver câncer de rim é de 1 em 63 pessoas (1,6%), o qual é maior em homens 
que em mulheres. 
 Esses tumores podem ter origem parenquimatosa ou de via excretora (pelve renal), além de ser 
sólidos, císticos ou mistos (complexos), malignos ou benignos, primários ou metastáticos, simples ou múltiplos 
e uni ou bilaterais. 
TUMORES RENAIS BENIGNOS: 
 Os tumores benignos podem originar-se de qualquer um dos múltiplos tipos celulares que compõem 
o rim. Os mais comuns são o cisto cortical simples, o angiomiolipoma, o oncocitoma e o adenoma, e, 
raramente, o leiomioma, o lipoma, o hemangioma e os tumores das células justaglomerulares. 
CISTOS SIMPLES: 
 Talvez, os cistos renais simples sejam as lesões renais benignas mais 
comuns, ocorrendo em cerca de 25% da população. Além disso, são mais 
frequentes em pacientes acima de 50 anos e em homens. Aproximadamente 
65 a 70% das massas renais incidentais são cistos simples, na sua maioria sem 
significado clínico. Podem ser únicos ou múltiplos e uni ou bilaterais. 
 Em geral, o diagnóstico se realiza por meio de ultrassonografia, TC e, 
eventualmente, RM, confirmando a lesão em aproximadamente 98% dos 
casos. 
 Apresentam-se como uma cavidade em geral arredondada, de 
paredes finas e revestida por epitélio cujo interior contém líquido seroso 
claro. 
 Têm maior importância quando são volumosos, podendo causar sintomas clínicos como dor lombar, 
microhematúria e massa palpável em flanco. Em seu crescimento, podem comprimir o parênquima renal e 
causar certo grau de destruição tecidual, embora a função renal esteja preservada na maioria dos casos. 
 As formas de tratamento cirúrgico, quando indicado, incluem: cirurgia aberta clássica por meio da 
exérese do cisto, marsupialização ou, em alguns casos, a nefrectomia parcial ou total; abordagem por técnicas 
videolaparoscópicas e robótica, atualmente mais empregadas por sua menor morbidade e pelo maior 
conforto do paciente; e, finalmente, a punção percutânea com aspiração e injeção de agentes esclerosantes, 
como o álcool a 95%, hidroclorito de minociclina, tetraciclina, etanol a 96%, entre outros, com taxas de 
sucessos variáveis. 
 
 
TUTORIAL 09 
Cisto simples de polo renal superior 
observado na ultrassonografia 
2 
 
ANGIOMIOLIPOMA: 
 Também denominados hamartomas, trata-se de tumores mesenquimais benignos constituídos de 
tecido muscular liso, vasos sanguíneos e tecido adiposo, que representam cerca de 3% dos tumores renais 
sólidos. 
 Acometem com maior frequência mulheres entre a 5ª e a 6ª década da vida, tendendo a ser solitários 
e unilaterais em 80% dos casos. Em cerca de 20% das vezes, estão associados à esclerose tuberosa, doença 
de caráter familiar e hereditária, que se caracteriza por retardo mental, epilepsia e adenoma sebáceo. 
 Em geral, as manifestações clínicas da doença são escassas, cursando eventualmente com quadro de 
dor lombar, massa palpável em flanco, hipertensão arterial e hematúria, observada em cerca de 30% dos casos. 
Na presença de tumores grandes, acima de 4 cm, a ruptura pode levar a profuso sangramento, com formação 
de grande hematoma retroperitoneal, e, por vezes, ao choque hipovolêmico. 
 A grande maioria, no entanto, é assintomática e diagnosticada incidentalmente por meio de 
ultrassonografia ou TC solicitadas por motivos outros que não a patologia renal. Esses exames de imagem 
revelam frequentemente a natureza da lesão com bastante eficácia. A ultrassonografia pode demonstrar área 
hiperecogênica e bem-delimitada, enquanto a TC revela áreas hipodensas, representadas pelo alto teor de 
gordura característica dos angiomiolipomas. Esses sinais radiológicos, contudo, não são específicos e 
requerem cautela quanto à sua interpretação. 
 O tratamento dessas lesões está diretamente relacionado com o tamanho do tumor e as suas 
manifestações clínicas. Os tumores pequenos tendem a causar menos sintomas e, em geral, são 
acompanhados clinicamente por meio de exames de imagem anuais. Nos tumores grandes, a possibilidade de 
sangramento e dor lombar pelo volume tumoral é maior, exigindo, com frequência, alguma forma de terapia. 
Em pacientes sintomáticos e na vigência de sangramento, empregam-se condutas mais agressivas, por meio 
de embolização do tumor, nefrectomia parcial ou total. 
ONCOCITOMA: 
 Esse tumor do córtex renal é comumente detectado de modo incidental em estudos radiográficos, 
representando cerca de 3 a 7% dos tumores renais sólidos. 
 Normalmente solitários e unilaterais, podem, no entanto, acometer os dois rins. Em geral, são 
pequenos e assintomáticos; contudo, hematúria, massa em flanco e dor abdominal podem estar presentes. 
Enquanto os oncocitomas esporádicos são geralmente unilaterais, oncocitomas únicos, múltiplos e bilaterais 
têm sido descritos em pacientes com complexo de esclerose tuberosa (TSC). 
 Comumente, empregam-se ultrassonografia, TC, RM e angiografia na tentativa de detectar sinais 
sugestivos da lesão. Em geral, apresenta-se como uma massa bem-delimitada, encapsulada, de ecogenicidade 
homogênea, podendo revelar, à TC, imagem central de baixo padrão de atenuação que corresponde a uma 
área de fibrose com aparência de estrela conhecida como sinal da cicatriz. A fase arterial da angiografia pode 
revelar uma configuração típica dos vasos em “roda de carroça” ou fístulas arteriovenosas. Esses sinais, no 
entanto, não são patognomônicos dos oncocitomas e podem ser identificados também no carcinoma de 
células renais. 
 O aspecto macroscópico dos oncocitomas é bastante característico. Apresentam-se, em geral, com 
coloração castanho-escura com cápsula fibrosa bem-definida e, por vezes, uma pseudocápsula que preserva 
3 
 
o parênquima renal adjacente. Não se evidenciam áreas de hemorragia ou necrose, porém bandas fibrosas 
densas de tecido cicatricial no centro da lesão são típicas. 
 Microscopicamente, esses tumores compõem-se de uma população pura de oncócitos, que são 
grandes células neoplásicas, bem diferenciadas, com citoplasma granular e eosinofílico com grande número 
de mitocôndrias. 
 A nefrectomia é, ainda, o método mais seguro de terapia para os oncocitomas renais, em virtude da 
dificuldade de diagnóstico preciso nos exames complementares. Deve-se considerar nefrectomia parcial se 
factível, principalmente em situações especiais nas quais a cirurgia radical está contraindicada (rim único, 
função renal global prejudicada) ou em tumores pequenos, bem-delimitados, menores que 4 cm e confinados 
a um dos polos do rim. 
ADENOMA: 
 O adenoma cortical constitui a lesão parenquimatosa renal benigna mais comum e tem sido motivo de 
discussão quanto à sua real natureza e comportamento. 
 Atualmente, são consideradas adenomas as neoplasias com padrão papilar e grau nuclear baixo. Sabe-
se, no entanto, que raramente se identificam esses tumores quando pequenos e que são observados 
principalmente em achados cirúrgicos ou estudos de necropsia. Os adenomas são também relativamente 
frequentes em pacientes submetidos à hemodiálise. 
 Raramente ocasionam sintomas, sendo a hematúria a manifestação clínica mais comum, 
principalmente em virtude da invasão tumoral do sistema coletor ou dos vasos adjacentes. Tumores de 1 a 3 
cm são considerados carcinomas com baixo potencial de malignidade e representam um dilema quanto à sua 
abordagem. Ressecção parcial ou nefrectomia radical permanecem ainda como alternativas de tratamento, 
devendo suas indicações ser avaliadas individualmente. Quando maiores, são de difícil diferenciação com o 
adenocarcinoma renal, situação na qual devem ser sempre tratados como tais. 
 
TUMORES RENAISMALIGNOS: 
CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS: 
Epidemiologia: 
 Também chamado de adenocarcinoma renal, o CCR constitui cerca de 80 a 90% dos tumores renais 
malignos nos adultos, sendo raro na infância e na adolescência (menos de 1%). A maior incidência se dá entre 
os 50 e os 70 anos de idade, com predominância no sexo masculino na proporção de 2:1. 
 Os CCR compreendem cerca de 3,8% de todos os novos casos com idade média ao diagnóstico de 64 
anos. Dos tumores renais, 90% são CCR, e destes, aproximadamente, 80% são células claras. 
 Cerca de 10% dos pacientes com insuficiência renal avançada tratados com hemodiálise ou transplante 
desenvolvem CCR, evento 2.500 vezes mais comum nesses casos do que em indivíduos com função renal 
normal. Essa tendência, que se associa ao aparecimento concomitante de cistos renais múltiplos em cerca de 
45% dos casos, apresenta algumas peculiaridades passíveis de identificação: 
 Os tumores parecem originar-se de lesões inicialmente císticas; 
4 
 
 Esses tumores podem ter comportamento agressivo, com aparecimento de metástases em 6% dos 
casos; 
 Os tumores tendem a ser múltiplos e bilaterais; 
 A neoplasia é diagnosticada em pacientes submetidos à diálise por períodos que variam de 3 a 8 anos 
(média de 3,6 anos); 
 Os cistos e, consequentemente, os tumores parecem originar-se de substâncias não dialisáveis 
acumuladas após a instalação da insuficiência renal, o que pode favorecer a identificação de fatores 
implicados na gênese dos carcinomas renais. 
Etiologia: 
 O CCR tem origem nos túbulos contornados proximais, a mesma célula que origina os adenomas renais. 
O tabagismo representa a maior causa isolada de câncer renal. 
 Exposição aos compostos com arsênico nas indústrias ou ingestão de água contaminada pelo agente 
elevam o risco de câncer renal em 30%. A doença renal avançada, que torna necessária a diálise, também 
aumenta o risco de CCR. A hipertensão predispõe ao desenvolvimento de CCR, o que parece independer de 
medicamentos anti-hipertensivos ou da obesidade. 
Patologia: 
 Os CCR são normalmente arredondados, variando de tamanho desde poucos centímetros até o 
preenchimento quase completo do abdome. Na maioria das vezes, são sólidos, fazendo saliência na superfície 
do rim, em geral em um dos polos. Com frequência, não apresentam uma cápsula histológica verdadeira, 
porém são envoltos por uma pseudocápsula composta de parênquima comprimido e tecido fibroso. Após 
secção do tumor, encontram-se áreas de necrose e hemorragia interpostas por tecido de aspecto amarelado 
ou pálido. Não raramente, múltiplos cistos são observados, provavelmente como resultado de necrose 
segmentar e reabsorção. O sistema coletor é geralmente deslocado, podendo ser invadido. 
 Células de vários tipos podem ser encontradas em um mesmo tumor, e as mais frequentes apresentam 
citoplasma abundante (células claras) e núcleo excêntrico, lembrando túbulos renais; podem, todavia, ser 
completamente indiferenciadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biologia molecular e Imunologia: 
 O CCR acontece em duas formas: uma esporádica e uma familiar ou hereditária (menos frequente). 
Cerca de 4% dos carcinomas renais têm um componente hereditário. 
 O comportamento biológico do carcinoma renal apresenta duas características que devem ser 
destacadas. Em primeiro lugar, têm-se relatado regressões espontâneas parciais ou completas. Isso sugere a 
existência de uma participação importante do sistema imune na gênese, no controle da evolução e na 
progressão desses tumores. 
História Natural 
 Cerca de 30% dos pacientes com CCR apresentam-se com metástases a distância quando do diagnóstico, 
comportamento relacionado com o tamanho do tumor. Metástases são encontradas em 8% dos casos com 
tumores de diâmetro igual ou inferior a 5 cm e em 80% dos casos com tumores de mais de 10 cm de diâmetro. 
 Os tumores maiores e mais agressivos podem causar invasão local, propagando-se diretamente às 
estruturas vizinhas, como o duodeno e o diafragma. Via hematogênica, atingem com maior frequência os 
pulmões (40 a 60%), o fígado (30%) e os ossos longos (20 a 30%). Via linfática, podem comprometer os 
linfonodos lombares junto aos grandes vasos (20 a 35%). O crescimento do tumor no interior da veia renal não 
é raro (10 a 30%), podendo atingir a veia cava e até mesmo o coração. 
6 
 
 De maneira geral, esses tumores tendem a crescer lentamente, pelo grande tempo de duplicação de 
suas células. A sobrevida depende basicamente da extensão da doença no momento do diagnóstico, variando 
entre 60 e 80% nos tumores localizados e entre 0 e 10% nos tumores metastáticos (sobrevida de 5 anos). 
Diagnóstico: 
 Quadro Clínico: 
 Nas fases iniciais, o CCR não apresenta sintomas e sinais característicos, dificultando o diagnóstico 
precoce. Atualmente, é mais comum um achado incidental em exame clínico de rotina, cirurgias abdominais 
ou exames para outras finalidades. 
 Hematúria, microscópica ou macroscópica, representa a principal manifestação clínica e é observada 
em 60% dos pacientes. Geralmente, não é acompanhada de dor e outros sintomas miccionais. Pode ser 
contínua, mas, na maioria das vezes, é intermitente, levando, nos intervalos, à falsa impressão de cura do 
processo. 
 Surge dor lombar em aproximadamente 40% dos casos, comumente tardia. A dor é sentida no ângulo 
costovertebral, motivada pela distensão da cápsula renal, podendo haver quadro de cólica nefrética pela 
passagem, ao longo do ureter, de coágulos ou restos necróticos do tumor. 
 Massa palpável no flanco é achado menos frequente (25 a 30%) e difícil de detectar, principalmente 
em obesos. Está associada a tumores em polo renal inferior, sendo uma massa geralmente firme, homogênea 
e que se movimenta com a respiração. 
 A tríade clássica do carcinoma renal – dor lombar, hematúria e massa renal palpável – é encontrada em 
somente 10% dos casos e, quando presente, indica doença avançada. 
 Emagrecimento também é um achado comum, ocorrendo em 28% dos pacientes. Observa-se 
varicocele aguda geralmente do lado esquerdo, em até 11% dos casos em homens com CCR. Sua presença 
reveste-se de grande importância, pois indica extensão neoplásica e trombose da veia renal ou da veia cava 
inferior. 
 Manifestações paraneoplásicas são encontradas em cerca de um terço dos casos de CCR e resultam da 
secreção de polipeptídios e fatores humorais pelo tumor. 
 Exames Laboratoriais: 
 Não existe nenhum exame que seja patognomônico e marcador tumoral. 
 O hemograma pode mostrar eritrocitose; anemia acentuada ocorre nas fases adiantadas da doença. A 
velocidade de hemossedimentação (VHS) está elevada em cerca de 75% dos casos. Hipercalcemia está 
geralmente associada à presença de metástases. Proteína C reativa e desidrogenase láctica (DHL) encontram-
se elevadas em cerca de 30% dos pacientes. O exame de sedimento urinário pode mostrar presença de 
hemácias. 
 Exames de Imagem: 
 Adquiriram importância fundamental no diagnóstico precoce do CCR e, consequentemente, alteraram 
seu prognóstico. 
 
7 
 
 A ultrassonografia representa um método não invasivo, pouco oneroso e útil para diferenciar lesões 
císticas das sólidas. Os critérios ultrassonográficos para diagnóstico de cisto simples incluem ausência de 
ecogenicidade no interior, parede lisa e bem-delimitada, além de forma arredondada. Quando houver dúvida 
ou alguns desses dados não forem encontrados, dever-se-á realizar TC para melhor avaliação da lesão. 
 A TC de abdome é o método de escolha para demonstrar a natureza da lesão expansiva e auxiliar no 
estadiamento do tumor, exibindo eventual acometimento linfático, venoso e de estruturas vizinhas, como 
comprometimento de suprarrenal, além de avaliar a função e a morfologia do rim contralateral. 
 A ressonância tem importância pois avalia a invasão neoplásica da veia renal e da cava inferior.Além 
disso, apresenta maior precisão para detectar tumores de polo superior do rim direito, visto que a TC, por 
vezes, não define precisamente a existência de infiltração hepática. 
Diagnóstico Diferencial: 
 O principal diagnóstico diferencial se dá com o cisto seroso simples, que geralmente pode ser 
identificado com auxílio da ultrassonografia. 
 Abscesso intrarrenal também pode simular tumor, porém, nesse caso, há presença de febre, dor 
lombar e leucocitúria, e outras neoplasias. 
Estadiamento: 
 O estadiamento da lesão é útil para definir a extensão da neoplasia, tornando-se importante no 
planejamento terapêutico e no prognóstico do paciente. 
 Para estadiamento clínico, além da anamnese, do exame físico e de TC de abdome, deve-se solicitar 
radiografias de tórax, provas de função hepática e cálcio sérico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento: 
 O planejamento terapêutico nos casos de CCR é feito principalmente em razão do estadiamento clínico 
da lesão. Cerca de 70% desses casos apresentam-se inicialmente em estádios I, II e 30% nos estádios III e IV. 
 A cirurgia permanece como único método efetivo de tratamento do carcinoma renal primário, pois 
esses tumores são caracteristicamente resistentes à radioterapia e à quimioterapia, devendo o objetivo desse 
procedimento ser a excisão completa da lesão com margem cirúrgica adequada. 
 Nos tumores localizados ou localmente avançados (estádios I, II e III), o tratamento indicado 
corresponde à nefrectomia, podendo ser radical (NR), incluindo a ressecção em bloco do rim, gordura 
perirrenal, fáscia de Gerota e adrenal, ou parcial (NP). A indicação para a linfadenectomia (LND) com a NP ou 
NR ainda é discutida. 
 Do ponto de vista técnico, a NR pode ser realizada por meio de diferentes vias de acesso. A incisão 
varia de acordo com o tamanho e a localização do tumor, o tipo físico do paciente e a preferência do cirurgião. 
 A lombotomia é utilizada quando a lesão tem menos de 5 cm de diâmetro e nos pacientes com maior 
risco cirúrgico. A incisão transperitoneal anterior (mediana, subcostal ou Chevron) representa a melhor forma 
de abordar as neoplasias renais, pois possibilita a inspeção completa de todo o abdome, bom campo cirúrgico 
para ligadura precoce da artéria e da veia renal, realização de linfadenectomia e remoção segura de um 
possível trombo na veia cava inferior. A toracofrenolaparotomia é indicada para lesões volumosas e/ou 
invadindo a veia cava inferior com extensão além das veias supra-hepáticas. 
 Existem algumas variações de técnica cirúrgica, dependendo do lado do tumor. Em caso de NR 
esquerda, deve-se ter cuidado especial com o baço e o duodeno (no momento da dissecção medial do cólon) 
e atentar às veias gonadal, adrenal e lombares (durante dissecção da veia renal). Em caso de nefrectomia 
direita, deve-se ter cuidado especial com o fígado, as veias hepáticas e a vesícula biliar durante a dissecção 
medial do cólon. 
 Atualmente, as técnicas minimamente invasivas têm ganhado cada vez mais espaço, tornando-se as 
técnicas cirúrgicas mais utilizadas. Estudos demonstraram que na NR laparoscópica (VLP) × NR aberta, foram 
encontrados resultados oncológicos semelhantes, sendo que, na primeira, o tempo de internação hospitalar, 
9 
 
a necessidade de analgesia mais potente, o sangramento intraoperatório e o tempo de convalescência foram 
significativamente menores. 
 Atualmente, a maioria dos autores indica NP para pacientes com tumores ≤ 7 cm (T1b) e para aqueles 
em risco de perda significativa da função renal se tecnicamente viável. 
CÂNCER RENAL AVANÇADO: 
Nefrectomia: 
 Também denominada cirurgia citorredutora, na presença de tumor de rim metastático, é indicada em 
casos selecionados no tratamento dos sintomas locais, como dor e hematúria, melhora na qualidade de vida 
e, como demonstram estudos mais recentes, parece melhorar a resposta ao tratamento sistêmico. 
 A nefrectomia isolada como forma de tratamento da doença metastática resulta em resposta pouco 
significativa quando relacionada com a sobrevida do paciente. Seu papel parece ser mais bem observado 
quando seguida de agentes sistêmicos, como a imunoterapia e os agentes antiangiogênicos. 
 Pacientes com metástases ressecáveis, com bom desempenho físico, sem comorbidades significativas, 
são candidatos à cirurgia citorredutora. A nefrectomia deve ser considerada quando houver o benefício no 
aumento de sobrevida e em pacientes candidatos para terapia sistêmica antes ou depois da cirurgia. 
Tratamento Molecular do Câncer Renal: 
 Cerca de 30% dos pacientes com câncer renal localizado apresentarão recorrência e progressão da 
doença, necessitando de terapias adicionais. 
 A classificação de risco, baseada nos critérios do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center (MSKCC), 
avalia a ocorrência de cinco fatores adversos: estado clínico geral do paciente; nível sérico da DHL; cálcio sérico; 
[Hb] menor que o normal; e nefrectomia prévia. 
 Com base na presença ou ausência desses fatores prognósticos, classifica-se se o paciente tem 
prognóstico favorável, intermediário ou desfavorável – orientando, desse modo, a melhor escolha terapêutica 
no paciente metastático. 
 A imunoterapia confere uma pequena, mas significativa sobrevida geral no CCR metastático, ainda que 
em somente uma minoria dos pacientes, isto é, em 20% daqueles com bons fatores prognósticos. A 
imunoterapia com doses elevadas de interleucina 2 (IL-2) pode induzir remissões duradouras em longo prazo 
em aproximadamente 10% dos pacientes, no entanto seu uso requer um centro especializado, pela alta 
toxicidade decorrente do tratamento. 
 Essa nova modalidade de tratamento, que se denomina terapia-alvo, conta com agentes com 
propriedades antiangiogênicas, incluindo os inibidores de pequenas moléculas-alvo e o anticorpo monoclonal 
bevacizumabe. Esses agentes têm demonstrado atividade antitumoral e se tornado a terapia-padrão para 
muitos pacientes. 
Controle de Cura: 
 Até o momento, não foram identificados marcadores específicos para o CCR. No entanto, em alguns 
pacientes surgem alterações como aumento dos valores de hemossedimentação, elevação de DHL, de proteína 
C reativa e de alguns hormônios (eritropoetina, renina) ou hipercalcemia. A remoção completa do tumor deve 
10 
 
acompanhar-se de normalização dessas alterações, e dosagens pós-operatórias repetidas desses marcadores 
podem indicar precocemente persistência ou recorrência da doença. 
 Os locais mais frequentemente envolvidos por recorrência tumoral após o tratamento inicial são o 
pulmão, a loja renal, os ossos, os linfonodos mediastinais e o fígado. Por isso, os pacientes com CCR tratados 
devem ser submetidos à avaliação semestral nos primeiros 5 anos e, posteriormente, à avaliação anual. 
Prognóstico: 
 A sobrevida de 5 anos é de 65% para todos os estádios – 89% em doença localizada, 62% em doença 
com extensão regional e 9% em doença metastática. 
SARCOMAS: 
 Constituem cerca de 2 a 3% dos tumores malignos do rim. Em geral, originam-se do seio ou da cápsula 
renal, diferentemente dos CCR, de origem parenquimatosa. Entretanto, as manifestações clínicas podem ser 
bastante semelhantes entre esses tumores. Dor lombar, massa palpável em flanco e hematúria são sintomas 
frequentemente observados. 
 Os tipos histológicos mais frequentes são fibrossarcoma, lipossarcoma, hemangiopericitoma e 
leiomiossarcoma, cujo comportamento biológico é, em geral, extremamente agressivo, de crescimento rápido 
e prognóstico reservado. 
 A TC pode ser útil para avaliar se a massa renal tem origem no parênquima, na cápsula ou no seio renal. 
Pode-se observar densidade de gordura nos lipossarcomas, porém com frequência apresenta-se com 
densidade de tecidos moles. A ausência de linfonodomegalia retroperitoneal em paciente com grande massa 
renal é também mais sugestiva de sarcoma que de carcinoma. 
 A cirurgiaradical é o único método potencialmente curativo de tratamento desses tumores. Embora 
recorrências local e a distância sejam comuns, pode-se obter significativa sobrevida somente com a ressecção 
completa desses tumores. 
 
TUMOR DE BEXIGA: 
INTRODUÇÃO: 
 O principal tumor de bexiga e vias urinárias é o carcinoma de células transicionais, sendo que 90% 
desses tumores ocorrem na bexiga, 8% na pelve renal e 2% no ureter e uretra proximal. 
EPIDEMIOLOGIA: 
 Acomete principalmente os homens (5 homens para 2 mulheres), tendo uma prevalência aumentada 
acima dos 60 anos, com surgimento de casos entre os 40. Além disso, outros fatores de risco para carcinoma 
são: 
 Raça branca; 
 Tabagismo; 
 Abuso de analgesicos derivados de fenacetina; 
 Cistites crônicas; 
 Cálculo vesical; 
 Ciclofosfamida; 
11 
 
 Exposição a tintas artificiais; 
 Exposição industrial a aminas aromáticas. 
PATOLOGIA: 
 A maioria dos cânceres de via urinária se apresentam como tumores superficiais, não tendo invasão 
muscular, sendo só 20% músculo-invasivos que se infiltram na camada muscular própria do músculo detrusor. 
Desses, 5% evoluem para metástase, se disseminando por contiguidade através de vias linfáticas e 
hematogênicas, criando metástase no fígado, pulmões e ossos geralmente. 
 Além disso, esses tumores podem crescer com formatos diferentes, podendo ser papilar, planos ou 
séssil (lesão sólida), tendo relação com o prognóstico. 
QUADRO CLÍNICO: 
 A manifestação principal é a hematúria macroscópica indolor, podendo estar associada a disúria, 
polaciúria e urgência urinária. 
 Deve-se pensar em neoplasia vesical na presença de massa sólida palpável e falha no enchimento em 
exames de imagem. 
ESTADIAMENTO: 
 Baseia-se na extensão do tumor T, acometimento de linfonodos N e metástase à distância M. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
DIAGNÓSTICO: 
 É realizado com um exame de Imagem (TC ou USG) de vias urinárias que permite a visualização tanto 
o enchimento vesical, quanto da existência de infiltração de estruturas adjacentes. 
 Porém o diagnóstico é confirmado somente com a Cistoscopia com biópsia, em que um endoscópio 
entra pela uretra e vai até a bexiga, onde é feita uma inspeção da mucosa vesical e retirada de múltiplos 
fragmentos vesicais (alcançando até a musculatura própria) para realização da histologia. 
 Obs: Para investigar se há metástase pode ser usado o Raio-X de tórax e a cintilografia óssea em caso de 
sintomas 
TRATAMENTO: 
 É dividido conforme a classificação do tumor. 
 Tumores Superficiais (Ta, TIS e T1): 
 Possuem altas taxas de cura, sendo o tratamento baseado na ressecção transuretral via cistoscopia 
junto da terapia intravesical, que consiste em uma injeção local de quimioterápicos ou imunomoduladores 
para tumores solitários e de baixo grau. 
o Em caso de recidiva, é indicada a cistectomia. 
 
 Tumores Localmente Invasivos (T2/3): 
 A conduta é a Cistectomia Radical com Quimioterapia Pré-operatória (MVAC) e Pós-operatória para 
pacientes com altas chances de recidiva. 
 Além da retirada da bexiga, retira-se também a próstata, vesículas seminais, vasos deferentes e uretra 
proximal no homem. Enquanto nas mulheres retira-se a uretra, útero, trompas, ovários e parede vaginal. 
 Além disso os linfonodos são retirados previamente e biopsiados, no caso de metástase, a cistectomia 
é completa. Nesse caso o cirurgião cria uma nova “bexiga” com parte do íleo do paciente pela técnica de Suter 
(Neobexiga Ortotópica) ou de Bricker (neobexiga heterotópica – bolsa ü). 
 Tumor Metastático (T4 e T5): 
 Se baseia na quimioterapia sistêmica isolada com Gencitabina + Cisplatina ou M-VAC.