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· Comportamento Humano nas Organizações - Introdução ao Estudo do Comportamento Organizacional Trata do ser humano e sua complexidade. É o estudo do comportamento dos indivíduos na organização, ou seja, o indivíduo que chega a uma organização com as suas diferenças, expectativas, percepções e motivações, passa a fazer parte de um grupo, influenciando esse grupo e sofrendo a influência do mesmo. Esse mesmo homem é um ser genérico, pois pertence à espécie humana. O homem não só muda o seu mundo externo como simultaneamente se transforma de maneira autoconsciente pelo seu trabalho. A nova relação entre o homem e o trabalho determina que este homem possua uma identidade e que responde por esta, a qual o leva a almejar e a responder às suas necessidades, principalmente em relação ao trabalho. O fato de o homem dedicar a maior parte do seu dia útil ao trabalho denota a força que essa relação apresenta. O trabalho chega a ser mais importante que a família, pois o fracasso no trabalho acarreta fracasso familiar. A identidade serve como um mediador que permite ao homem se ajustar a cada fase – trabalho, família – evidenciando as múltiplas identidades e a necessidade de saber usá-las, de saber renová-las e mantê-las. Conceituando comportamento organizacional O comportamento organizacional é estudado em três níveis: · Comportamento micro-organizacional: o foco é o indivíduo, e são estudadas as diferenças individuais, os processos de aprendizagem, a percepção e a motivação. Os processos de recursos humanos que incidem diretamente sobre os indivíduos são: seleção, avaliação de desempenho, atitudes no ambiente de trabalho (assuntos de administração de pessoas). · Comportamento meso-organizacional : (nível de grupos): estuda-se os grupos, trabalho em equipe, comunicação, liderança (que não será abordada nesse material, em razão de uma disciplina específica sobre esse assunto), conflitos, estresse; · Comportamento macro-organizacional (nível do sistema): envolve a cultura organizacional, a estrutura, a mudança e os efeitos das políticas de gestão de pessoas. Assunto 1- Personalidade Na maioria das definições, encontramos em comum que a personalidade são traços e características individuais, relativamente estáveis, que distinguem uma pessoa das demais. A personalidade inclui aspectos intelectuais, afetivos, impulsivos, volitivos, fisiológicos e morfológicos; é uma forma de responder diante dos estímulos e as circunstâncias da vida com um selo peculiar e próprio e que dá como resultado o comportamento. Foram identificados diversos traços de personalidade que permitem diferenciar as pessoas. Temos cinco grandes traços de personalidade fundamentais e relevantes para as organizações: 1. Sociabilidade: capacidade de se relacionar bem com os outros. As pessoas muito sociáveis tendem a ser gentis, cooperativas, compreensíveis e estão mais propensas a manter melhores relações no ambiente de trabalho. 2. Consciência/meticulosidade: refere-se à quantidade de objetivos em que cada um é capaz de se concentrar. Os que se concentram em poucos objetivos de cada vez tendem a ser mais organizados, cuidadosos, responsáveis e disciplinados no trabalho. 3. Estabilidade emocional: diz respeito à variação de humor e à segurança. As pessoas com maior estabilidade emocional tendem a ser calmas, flexíveis e seguras. 4. Extroversão: refere-se ao bem-estar sentido nos relacionamentos. Os extrovertidos são mais amistosos, falantes, assertivos e abertos a novos relacionamentos. 5. Abertura: refere-se à maleabilidade das crenças e dos interesses de uma pessoa. As pessoas com alto grau de abertura estão mais dispostas a ouvir novas ideias e a mudar de opinião a partir de novas informações. O conhecimento desses traços permite aos líderes uma melhor compreensão do comportamento de seus colaboradores. Outra abordagem para compreender a personalidade nas organizações são as dimensões do funcionamento psicológico: · Extroversão x introversão: os extrovertidos são orientados para o mundo exterior, enquanto os introvertidos são orientados para o mundo interior e preferem o recolhimento. · Pensamento x sentimento: as pessoas que têm o estilo pensamento tomam decisões de forma racional, lógica, enquanto o outro estilo baseia suas decisões em sentimentos e emoção. · Sensação x intuição: os indivíduos voltados para a sensação preferem focar nos detalhes, ao passo que os intuitivos se concentram em temas mais amplos. · Julgamento x percepção: as pessoas do tipo julgamento gostam de terminar tarefas, e as do tipo percepção gostam do processo de elaboração e buscam maior número de informações. Todas as pessoas têm um pouco de cada comportamento, embora se sintam mais à vontade e passem mais tempo em um modo de comportamento. A combinação dos pólos produz temperamentos, estilos e tipos psicológicos. Exemplo: introversão-percepção – gostam mais de estudar e ficar no isolamento do que interagir com os outros. Teoria da Sombra A sombra é o potencial menor, que é preciso ativar e desenvolver quando os problemas exigem aptidões diferentes daquelas que as preferências escolheriam. Muitas organizações utilizam do teste Indicador de Tipos Myers-Briggs, conhecido como MBTI, para identificar o tipo de personalidade, o estilo de comunicação e a preferência de interação. Alguns autores preferem fazer modelos baseados em combinações de apenas duas dimensões, como, por exemplo, no processo decisório, analisar as dimensões pensamento– sentimento; sensação – intuição; isso permitiria identificar quatro estilos: sensitivos – pensantes, sensitivos – sentimentais; intuitivos – pensantes e intuitivos – sentimentais. Em qualquer um dos modelos adotados, o que se busca é tentar explicar o comportamento humano. A teoria da sombra insiste em que as pessoas apresentam comportamentos dominantes, ou preferenciais, ao lado de comportamentos secundários. Assunto 2- Percepção A percepção é algo individual e influi na forma como as pessoas se comportam na organização; é a base para o entendimento do comportamento humano nas organizações, entender os fatores que levam a moldar ou distorcer a percepção. Percepção é o processo em que as pessoas selecionam, organizam e interpretam informações existentes, por meio de suas impressões sensoriais (tato, olfato, paladar, audição e visão) com a finalidade de dar sentido ao ambiente ou ao modo como vêem objetos e situação. · Cada pessoa compreende a realidade de forma diferente. · O fato de um perceber de uma determinada forma não exclui a percepção do outro (certo-errado). · A não percepção do ponto de vista do outro pode acarretar problemas nos níveis práticos e relacionais. · Percepções diferentes podem aprofundar relacionamentos. Fatores (externos e internos) que influenciam a percepção: Fatores da situação • Momento • Ambiente de trabalho • Ambiente social Fatores do observador • Atitude • Motivação • Interesse • Experiência • Expectativa • Emoção • Valores Fatores do alvo • Novidade • Sons • Movimento • Tamanho • Proximidade • Tempo • Semelhança Dentre os fatores que influenciam nossa percepção, temos os fatores internos, ou seja, os fatores ligados ao observador. A forma como observo e interpreto uma situação, objeto ou pessoa está intimamente ligada aos meus valores, crenças, experiências passadas, interesse, emoção e motivação. Outro ponto importante a ser destacado é a respeito do conceito que cada um tem de si mesmo, ou seja, sua autopercepção, pois ela influenciará fortemente a forma como vemos os objetos e as pessoas. Ela pode variar de acordo com as relações que mantemos, o trabalho que desenvolvemos e como lidamos com os nossos sucessos e fracassos. Os fatores externos, ou do alvo, também podem interferir na nossa percepção; o fato de estar mais próximo, como, por exemplo, a estratégia utilizada nos supermercados de se colocar o que se quer vender no campo de visão do consumidor. A teoria da atribuição procura explicar como julgamos de maneiras diferentes as pessoas, diante do sentido que atribuímosa um dado comportamento. A teoria sugere que quando observamos o comportamento de alguém, tentamos identificar se o que o motiva é interno ou externo. Três fatores que irão interferir na atribuição: Diferenciação: refere-se a comportamentos diferentes em situações diferentes. Se existe um comportamento que é habitual (chegar atrasado), a atribuição será a uma causa interna; caso contrário, se não é um comportamento habitual, o observador atribuirá a uma causa externa. Consenso: quando todas as pessoas que enfrentam determinada situação respondem de maneira semelhante. Por exemplo, se todos os colegas do funcionário que chegou atrasado fazem o mesmo percurso, e também chegaram atrasados, a atribuição será a uma causa externa, se o consenso for alto. Coerência: o observador sempre busca uma coerência nas ações das pessoas. Se o funcionário chega sempre atrasado, a atribuição será a uma causa interna. Quanto mais coerente o comportamento, mais a atribuição tenderá a ser interna. Distorções da Percepção Distorção é o fenômeno pelo qual transformamos a realidade para que ela se adapte à nossa cultura, à nossa crença, aos nossos valores e até mesmo às impressões e intenções momentâneas. Percepção seletiva: as pessoas selecionam o que vêem, ouvem e falam, a partir de seus antecedentes, atitudes, experiências e interesses; Efeito de halo: impressão da pessoa a partir de uma só característica; Projeção: atribuição das características próprias a outra pessoa; Estereótipo: juízo formado a respeito da pessoa, segundo a percepção do grupo a qual pertence; Efeito de contraste: avaliação da pessoa a partir de comparação. As pessoas devem ter o cuidado ao julgar outras, pois podem cometer erros de julgamento em função das distorções apresentadas. Abaixo, são citados alguns processos que sofrem o impacto da nossa percepção e, por isso, devemos estar atentos às distorções, para que os mesmos sejam realizados com equidade: • entrevistas de emprego; • avaliação de desempenho; • tomada de decisão; • definição de estratégias; • lealdade do empregado; • esforço do empregado. Podemos adotar algumas medidas no sentido de minimizar as distorções de percepção e melhorar a nossa capacidade de perceber, como, por exemplo: • aumentar a frequência de observações e em situações diferenciadas; • coletar percepções de outras pessoas buscando o aumento de informações e confirmando ou não a sua percepção; • estar conscientes das distorções perceptivas; • estar conscientes da administração da impressão de si mesmo e dos outros; • ter consciência de que as relações interpessoais são influenciadas pela maneira como as pessoas se percebem e interpretam as suas percepções; • quanto melhor a compreensão de mim mesmo, maior a possibilidade de compreensão do outro. Assunto 3- Motivação Motivação é um conjunto de forças que leva a pessoa a se engajar numa atividade em vez de outra. Embora a motivação seja algo intrínseco, as lideranças podem fornecer estímulos ou incentivos, com o objetivo de despertar o interesse ou a necessidade das pessoas em prol dos objetivos organizacionais. Existem motivos internos e externos: Motivos internos: são aqueles que surgem das próprias pessoas, como aptidões, interesses, valores e habilidades da pessoa. Motivos externos: são aqueles criados pela situação ou ambiente em que a pessoa se encontra. São estímulos ou incentivos que o ambiente oferece. Motivação/Frustração O bloqueio ou impedimento de alcançar um objetivo faz com que a pessoa se frustre. Formas de comportamento frustrado (Mecanismos de defesa): · Agressão · Racionalização · Regressão · Fixação · Resignação Teorias Motivacionais Existem várias teorias motivacionais, as mais utilizadas nas organizações são: Teorias de conteúdo - enfatizam o que motiva as pessoas; Teoria de processo- enfatiza como as pessoas se mobilizam; Teoria de reforço- enfatiza a manutenção da motivação. Teoria da Hierarquia de Maslow Teoria das Necessidades Adquiridas- McClelland Necessidade de realização: as pessoas tendem a preferir situações que envolvem risco moderado e responsabilidade pessoal pelo sucesso; Necessidade de associação: as pessoas tendem a ser acolhedoras e simpáticas em seus relacionamentos, Necessidade de poder: é o desejo de um indivíduo de influenciar no controle e no ambiente social e envolve poder pessoal e social. Teoria X e Y- McGregor · Teoria X O trabalho é desagradável para a maioria das pessoas; Como não gosta de trabalhar precisa ser controlado para que cumpra metas; Os trabalhadores evitam a responsabilidade; A motivação ocorre somente nos níveis fisiológicos e de segurança. · Teoria Y O trabalho é natural quando as condições são favoráveis; As pessoas demonstram autocontrole e comprometimento com os objetivos; As pessoas podem aceitar e até buscar responsabilidades; Inovação e criatividade. Teoria dos dois fatores- Herzberg Fatores Higiênicos (Insatisfação): qualidade de supervisão, remuneração, relacionamento com os colegas, segurança no emprego, etc. Fatores Motivacionais (Satisfação): oportunidade de promoção, reconhecimento, realização, responsabilidade, etc. Teoria da Expectativa- Vroom A teoria estabelece que o desempenho que se alcança é proporcional ao esforço que se faz. O esforço que se faz é proporcional ao valor que se dá a recompensa e se a recompensa for atraente, a motivação para o esforço será grande. Teoria da Equidade- Stacy Adams As pessoas querem ser tratadas de maneira justa na organização. Estágios da teoria: · Avaliam como são tratados pela empresa; · Julgam como um outro “comparável” é tratado; · Comparam suas próprias circunstancias com o outro e usam como base para verificar a equidade; · Dependendo da força desse sentimento fazem a opção. Teoria do Estabelecimento de Metas Nessa teoria a participação dos funcionários no estabelecimento dos objetivos específicos e difíceis será sempre desejável (poderosa fonte motivacional). Teoria do Reforço O comportamento do individuo pode ser controlado por meio do reforço, ou seja, quando o individuo dá uma resposta adequada, essa resposta deve ser reforçada para que ela se repita.
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