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DEFINIÇÃO: 
DIVERTICULITE = complicação da doença 
diverticular que resulta em inflamação 
necrose local e perfuração 
DIVERTICULOSE = presença de divertículos 
DOENÇA DIVERTICULAR = presença das 
projeções saculares porém assintomático 
DIVERTICULITE complicada = quando 
ocorre complicação como obstrução 
intestinal, abscesso, fístula e/ou 
perfuração. 
→ o risco de desenvolver Diverticulite 
aumenta com o aumentar da idade. 
→ É raro antes dos 40 anos 
→ 80% ocorrem em maiores de 80 anos 
→ “ apendicite à esquerda do idoso” 
→ Mais frequente em um lheres do que 
homens 
→ Ocorre mais do lado direito pois no 
lado esquerdo o colón tem maior 
diâmetro (Lei de Laplace). 
→ Como no lado direito o diâmetro é 
menor, maior é a pressão 
intraluminal e maior a chance de 
desenvolver divertículos que se 
apresentara clinicamente como 
hemorragia digestiva baixa (mais 
comum) 
→ Os divertículos do lado esquerdo são 
mais comum de se apresentarem 
clinicamente como diverticulite aguda 
→ FATORES DE RISCO: idade avançada, 
dieta pobre em fibras, constipação, 
obesidade e sedentarismo 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA: 
DOENÇA DIVERTICULAR: 
 Alterações saculares na parede do 
cólon (nos locais onde há vasa-recta 
– pontos sem circulação sanguínea, 
junto com as contrações “erradas” 
geram pequenas saculações na 
parede) 
 + Pressão Intraluminal elevada 
 + Alteração Motilidade (alterações 
no “marca-passo” das contrações 
que ao longo do tempo geram 
fragilidade na parede) 
 + Alteração Estrutura cólica 
DIVERTICULITE AGUDA: Doença 
diverticular que inflama e pode ocasionar 
em perfuração e depois em peritonite. – 
Obstrução do lúmen do divertículo por um 
fecálito ou fezes endurecidas. – a 
obstrução em alça fechada no divertículo 
pode levar a micro (não complicada) ou 
macroperfuração (diverticulite aguda 
complicada) 
Hemorragia digestiva baixa: ocorre 
sangramento no ponto em que a camada 
muscular é perfurada pela artéria que 
irrigaria o segmento- porém não existe 
camada muscular (quadro clinico e 
manejo diferentes) 
TIPOS DE COMPLICAÇÕES DOS 
DIVERTÍCULOS: 
1. INFECÇÃO/INFLAMAÇÃO→ 
diverticulite aguda → abscesso, 
perfuração, fístula, estenose 
2. HEMORRAGIAS → hemorragia 
digestiva baixa → pode levar à 
anemia crônica / choque 
hipovolêmico 
Clínica Cirúrgica - Diverticulite 
3. SEQUELAS / OBSTRUÇÃO → causada 
por cicatrizes de processos repetidos 
de diverticulite aguda tratadas 
clinicamente 
QUADRO CLÍNICO – DIVERTICULITE 
AGUDA: 
• dor visceral em hipogástrio 
• dor parietal em FIE ou hipogástrio 
• massa palpável em FIE – bloqueio 
(plastrão) 
• sinais localizados de irritação 
peritoneal ou difuso caso a perfuração 
não bloqueada. (diverticulite aguda 
complicada) 
Outros: náuseas, vômitos, febre e 
alterações do hábito intestinal (diarreia), 
leucocitose. 
Devemos suspeitar de abscessos 
diverticulares quando na diverticulite não 
complicada o paciente não tem melhora da 
dor ou apresente febre persistente mesmo 
em uso de antibiótico por 72 horas 
Diverticulite complicada = paciente em 
mau estado geral, com hipotensão e sepse 
Caso ocorra fístulas (progressão do 
abscesso) entre o cólon e as vísceras 
adjacentes como a bexiga teremos outros 
achados como pneumatúria, fecalúria e 
disúria. 
CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY (TC): 
Estágio I Abscesso Pericólico 
Estágio II Abscesso Pélvico ou à 
distância 
Estágio III Peritonite Purulenta 
generalizada 
Estágio IV Peritonite Fecal 
generalizada 
Escala usada em diverticulite perfurada. 
Suspeitou de diverticulite aguda 
complicada? = fazer TC e estagiar (salvo se 
o paciente estiver em um quadro tão grave 
de abdome agudo perfurativo que não dá 
tempo de fazer exame) 
 
DIVERTICULITE – EXAMES 
DIAGNÓSTICOS: 
1. TC Abdome (exame de eleição) 
2. Colonoscopia 
3. Clister opaco 
Paciente que já é sabidamente portador de 
doença diverticular e está com um quadro 
típico e não grave (diverticulite aguda não 
complicada) não é necessário a realização 
de TC para diagnostico 
TC de abdômen com contraste: 
 espessamento da parede intestinal 
>4mm, 
 densidade aumentada dos tecidos 
moles na gordura pericolônica, 
 nas complicações pode-se notar 
abscessos com coleções líquidas 
que podem ter ar , inflamação. 
 Se tiver ar em outros órgãos pode 
suspeitar de fístula, se ar na 
cavidade = peritonite. 
USG: se TC não disponível. Podemos 
encontrar inflamação, abscesso, 
espessamento de parede e divertículos 
Colonoscopia: nos quadros de diverticulite 
aguda não é bom realizar porque no 
exame é preciso insuflar gás o que 
aumenta a pressão intraluminal e o risco 
de fístulas. 
Clister opaco: para diagnóstico de 
diverticulose 
LABROATÓRIO: 
✓ Hemograma 
✓ Eletrólitos 
✓ EAS 
✓ Beta HCG (mulher idade fértil) 
✓ Aminotransferases, 
✓ fosfatase alcalina, bilirrubinas 
✓ amilase e lipase. 
TRATAMENTO: 
Manejo Clínico: Dieta Zero + Atb 
Metronidazol /Ciprofloxacino (lembrar 
que as bactérias intestinais são gram 
negativas e anaeróbicas.) 
A maior parte dos pacientes são tratados 
clinicamente e só fazem cirurgia se não for 
possível o tto conservador ou for refratário. 
Ambulatorial: antibioticoterapia 7 -10 
dias com avaliação em 48- 72h e depois 
semanalmente até resolver. 
Se não tiver melhora nessas 48 -72h 
deve ser internado. 
Hospitalar: antibiótico intravenoso, 
hidratação e analgesia. 
DIVERTICULITE PERFURADA: 
Hinchey I e II: Drenagem Percutânea 
(GUIADA) se não melhorar em 3 dias = 
VideoLaparoscopia. 
Obs: No hichey I (diverticulite aguda com 
abscesso pericólico/mesentérico, a 
conduta inicial é conservadora com atb, se 
abscesso > 4 cm fazer drenagem ) 
Hinchey III e IV: Exploração Cirúrgica 
Imediata (lavagem / ressecção segmento 
afetado). 
 
 
 Alguns doentes podem não suportar 
uma ressecção e reconstrução imediata 
e nesses casos podemos optar por 
controle de danos e reconstruir 
posteriormente. 
 Para isso pode ser 
realizada a cirurgia de 
Hartmann, onde resseca-
se o segmento, faz uma 
colostomia terminal 
protetora e sepulta o coto 
retal. Depois reverte a 
colostomia e reconstruí o 
fluxo intestinal 
Além disso a vigência de fístula + 
peritonite diminui o sucesso da 
anastomose por isso a cirurgia de 
Hartmann era preferível, porém as últimas 
evidencias mostraram que ao invés de 
fazer Hartmann, a lavagem exaustiva + 
videolaparoscopia teriam menor risco de 
morbidade. 
	DEFINIÇÃO:
	FISIOPATOLOGIA:
	TIPOS DE COMPLICAÇÕES DOS DIVERTÍCULOS:
	QUADRO CLÍNICO – DIVERTICULITE AGUDA:
	CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY (TC):
	DIVERTICULITE – EXAMES DIAGNÓSTICOS:
	TRATAMENTO:
	DIVERTICULITE PERFURADA: