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Inventário e planejamento sucessório

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Inventário e planejamento sucessório
Prof. Gilberto Fachetti Silvestre
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Descrição
Abordagem conceitual e prática de institutos fundamentais do Direito de Sucessão e seus impactos
patrimoniais mais importantes nas relações familiares no Brasil.
Propósito
Essa é uma das principais matérias das quais resultam demandas discutidas em ações judiciais, sendo,
portanto, um assunto de grande viés prático e operabilidade para o exercício das profissões jurídicas.
Preparação
Tenha o Código Civil e o Código de Processo Civil atualizados em mãos, pois você precisará consultá-los
para compreender como é a disciplina jurídica da matéria.
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Objetivos
Módulo 1
Procedimentos de inventário
Reconhecer os procedimentos de inventário.
Módulo 2
Regimes de partilha
Identificar os regimes da partilha.
Módulo 3
Principais formas de planejamento sucessório
Analisar as principais formas de planejamento sucessório.
A aquisição da propriedade está na base do direito sucessório sobre a herança e tem importância
nas entidades familiares, célula da sociedade.
Daí a importância de compreender em detalhes como se dá a divisão da herança entre os herdeiros
e, também, quais são as suas características, pois as consequências sociais e jurídicas que podem
Introdução
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1 - Procedimentos de inventário
Ao �nal deste módulo, esperamos que você reconheça os procedimentos de inventário.
O inventário
advir dessas situações servem de campo fértil para o desenvolvimento profissional do aluno que
está sendo formado.
O regime jurídico da sucessão implica uma consequência prática e em alguns conceitos próprios e
peculiares que permitem melhor compreender como funcionam as formas de aquisição do direito de
herança e como problemas deles decorrentes devem ser resolvidos.
Assim, aqui se pretende apresentar conceitos e demonstrar como eles se aplicam para a solução de
problemas que resultam dos danos decorrentes de inventários e partilhas malconduzidos.
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De�nição de inventário
Morto o autor da herança (o de cujus) abre-se a sucessão (saisine). Por ela, a herança é transmitida desde
logo aos herdeiros legítimos e testamentários. Porém, os herdeiros recebem quotas sobre a herança, e não
bens específicos, como ocorre no legado.
O conjunto de bens, créditos e dívidas deixados pelo de cujus constitui o chamado espólio. É o espólio que
passa a agir nas posições antes ocupadas pelo morto.
Mas não basta receber a quota; é preciso averiguar:
Quem são, de fato, os herdeiros (legítimos e testamentários).
Quais bens foram deixados pelo de cujus e que constituem a herança.
Quais as dívidas que o de cujus deixou e pagá-las.
Qual pessoa (chamada inventariante) administrará, representará o espólio e coordenará o processo até a
partilha, quando os herdeiros receberão bens de acordo com sua quota.
Esse procedimento é o inventário, o qual pode ser judicial ou extrajudicial (feito em
cartório). Assim, inventário é o processo destinado a levantar os ativos (bens e créditos)
e os passivos (dívidas) que o de cujus deixou.
Um inventário deve ser instaurado dentro de dois meses (ou 60 dias), a contar da abertura da sucessão.
Deve terminar nos 12 meses subsequentes. Se for um inventário judicial e este prazo for insuficiente, o juiz
pode prorrogar esses prazos.
O atraso no início do inventário é punido com a aplicação de multas:
Multa de 10% sobre o valor do ITCMD
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Se o inventário judicial ou extrajudicial não for aberto dentro de 60 dias, contados a partir da data da
abertura da sucessão (falecimento).
Multa de 20% sobre o valor calculado do ITCMD
Caso o inventário (judicial ou extrajudicial) não tiver iniciado em até 180 dias, contados a partir da data da
abertura da sucessão.
Saiba mais
ITCMD é a sigla para Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos.
Se o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a mil salários mínimos, então, o inventário será
processado na forma de arrolamento comum. No arrolamento, cabe ao inventariante apresentar, por
simples declaração sua, a atribuição de valor aos bens do espólio e qual é o plano da partilha.
Veja que o arrolamento, nos casos de herança com valor de menor monta, simplifica a fase de inventário,
sendo realizado com menos complexidade, ou seja, simplifica os atos.
Estando adequado o arrolamento e não sofrendo qualquer impugnação e provada a quitação dos tributos
relativos à herança e às rendas, passa-se diretamente à partilha dos bens.
O requerimento de inventário e de partilha pode ser feito por quem estiver na posse e na administração do
espólio, no prazo estabelecido. Obviamente, o requerimento deverá conter a certidão de óbito do autor da
herança.
Além da legitimidade do administrador, também há a legitimidade de outras pessoas para requerer a
abertura do inventário. São os seguintes:
O cônjuge ou o companheiro supérstite do de cujus (obs.: supérstite é aquele que sobreviveu ao de
cujus).
Qualquer um dos herdeiros ou todos eles em conjunto.
O legatário (pessoa que não recebe quota da herança, mas um bem específico do patrimônio deixado
pelo de cujus).
O herdeiro testamenteiro (instituído em testamento).
O cessionário do herdeiro ou do legatário (obs.: cessionário é a pessoa que adquiriu o direito de herança
do herdeiro, ou seja, adquiriu sua quota, ou que adquiriu o bem que estava destinado ao legatário;
herdeiro e legatário podem alienar/ceder seus direitos a terceiros).
O credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança, para ter garantia de receber sua dívida.
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O Ministério Público, atuando em favor de herdeiros incapazes.
A Fazenda Pública, quando tiver interesse, ou seja, o município da herança ou o Distrito Federal, pois se
houver herança jacente, esses entes podem receber a herança vacante, caso não apareçam herdeiros.
O administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou
companheiro supérstite, como forma de garantir o pagamento da sua dívida.
Todos os bens, ativos e passivos deixados pelo de cujus devem ser levados ao inventário. Não podem ser
omitidos. A omissão de bens a serem inventariados constitui a sonegação ou os sonegados.
O herdeiro sonega bens da herança quando:

Não os descreve no inventário, quando estejam em seu poder.

Consente que outra pessoa que está com os bens não os descreva.

Omite na colação a que os deva levar.

Deixa de restituí-los, quando os têm em sua posse.
Praticando sonegação, o herdeiro perderá o direito que teria sobre os bens sonegados.
Essa é a chamada pena de sonegados.
A pena de sonegados só se pode requerer e impor em ação judicial proposta com este fim pelos herdeiros
ou pelos credores da herança.
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Além disso, supondo que os bens sonegados não possam ser restituídos, pois o sonegador, por exemplo,
não os têm mais em seu poder, então o herdeiro sonegador pagará ao espólio (para ser distribuído aos
demais herdeiros) os valores dos bens que ocultou, mais perdas e danos.
Os tipos de inventário
Classi�cação de inventário
No Brasil, um inventáriopode ser:

Judicial

Extrajudicial
Espécies de inventário
Conheça a seguir as diferentes espécies de inventário.

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Inventário judicial
O inventário judicial pode, ainda, ser dividido em três procedimentos:

Arrolamento sumário

Arrolamento comum

Ação de inventário
Vamos desmembrar cada um desses procedimentos:
A partilha amigável, celebrada entre herdeiros capazes e que depende apenas de uma homologação
de plano (simples) pelo juiz.
Esse arrolamento independe de valores, pois exige, apenas, que os herdeiros:
sejam plenamente capazes;
estejam de comum acordo quanto ao inventário e à partilha, ou seja, promovam um inventário
amigável.
Não se procede avaliação dos bens do espólio para qualquer finalidade. A simples declaração de
valores dos herdeiros na petição do inventário será suficiente.
Arrolamento sumário 
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A existência de credores do espólio não impedirá a homologação da partilha, desde que sejam
reservados bens suficientes para o pagamento das dívidas.
É um procedimento baseado no valor da herança e não importa se os herdeiros sejam ou não
plenamente capazes.
Tem lugar quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000 salários mínimos.
É um procedimento mais simples, cabendo ao inventariante nomeado apresentar, com suas
primeiras declarações, o valor que atribui aos bens do espólio e qual o plano da partilha que pretende
aplicar.
O juiz somente nomeará um avaliador se alguma parte interessada (herdeiro, Fazenda Pública,
Ministério Público, credores) impugnar a avaliação feita pelo inventariante.
Para todos os casos em que não cabe o arrolamento sumário ou o arrolamento comum.
Trata-se de um procedimento mais formal e demorado, com várias fases. Enquanto os arrolamentos
são conduzidos pelas próprias partes, atuando o juiz como um fiscalizador e um homologador, no
inventário é o juiz quem conduz as fases do processo e determina a prática dos atos.
A ação de inventário caberá quando houver:
testamento (ver decisão do STJ mais a frente no conteúdo);
herdeiro incapaz;
credor incapaz do de cujus;
discordância entre os herdeiros;
impugnação de valores; ou
valores de grande monta.
Inventário extrajudicial
Arrolamento comum 
Ação de inventário 
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Mas se todos os herdeiros forem plenamente capazes e estiverem de acordo quanto a todos os elementos
do inventário, então o inventário e a partilha não precisarão ser feitos na via judicial, por arrolamento ou
ação de inventário e partilha. Trata-se do chamado inventário extrajudicial, pelo qual o inventário e a partilha
poderão ser feitos por escritura pública, ou seja, em um cartório (logo, por um tabelião).
A escritura pública de inventário e partilha é documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para
levantamento de importância depositada em instituições financeiras. Assim, com a escritura pública o
herdeiro poderá transferir um imóvel do de cujus para seu nome junto ao Registro Geral de Imóveis.
Para o tabelião lavrar a escritura pública, os seguintes requisitos devem ser atendidos:
Como é feito fora das vias judiciais em um órgão público (cartório), diz-se que o inventário extrajudicial é
aquele feito na via administrativa. Foi criado pela Lei nº 11.441/2007 e é regulado pela Resolução nº
35/2007, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Existia a dúvida se poderia ser feito um inventário extrajudicial se houvesse testamento. A dúvida era
razoável, pois o art. 610 do Código de Processo Civil diz: “Havendo testamento ou interessado incapaz,
proceder-se-á ao inventário judicial”. Ou seja, se houvesse testamento, o inventário deveria ser judicial.
Pagamento dos impostos
Todos os herdeiros e demais interessados assistidos por advogado ou por defensor público
Todos os herdeiros são plenamente capazes
Não há divergências entre os herdeiros quanto à inventariação e à partilha
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O Código Civil, por sua vez, no art. 2.015, diz que se os herdeiros forem capazes, poderão fazer “partilha
amigável” por escritura pública (inventário extrajudicial) ou termo nos autos do inventário, ou escrito
particular, homologado pelo juiz.
Em 2019 a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que: “uma leitura sistemática do
caput e do § 1° do art. 610 do CPC/2015, c/c os arts. 2.015 e 2.016 do CC/2002, mostra-se possível o
inventário extrajudicial, ainda que exista testamento, se os interessados forem capazes e concordes e
estiverem assistidos por advogado, desde que o testamento tenha sido previamente registrado
judicialmente ou haja a expressa autorização do juízo competente” (STJ, Recurso Especial nº 1.808.767/RJ,
Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/10/2019).
Assim, para o Superior Tribunal de Justiça, é possível um inventário extrajudicial quando há testamento do
de cujus, desde que os herdeiros sejam maiores, capazes e estejam de acordo quanto à partilha, além de
devidamente acompanhados de seus advogados.
O passo a passo de um inventário extrajudicial pode variar de acordo com o entendimento de cada tabelião,
mas, basicamente, estas são as suas fases:
Contratação de advogado: pode ser um advogado em comum para todos os herdeiros, ou
advogados diferentes, se um herdeiro quiser ser assistido por seu advogado de preferência;
na procuração, o advogado pode receber poderes especiais para nomear o inventariante.
Escolha do cartório de notas onde tramitará o inventário e será lavrada a escritura pública:
esse cartório pode ser qualquer um do país que tenha competência notarial (cartório de
notas); não precisa ser cartório do último domicílio do de cujus nem da localização dos bens
imóveis.
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Nomeação do inventariante.
Inventariação dos bens: é a elaboração de documento com o levantamento de todos os bens
e dívidas deixadas pelo de cujus; são as primeiras declarações do inventariante.
Pagamento das dívidas aos credores.
Avaliação dos bens por órgão público, se necessária.
Pagamento do imposto (ITCMD).
Confecção da escritura pública do inventário pelo tabelião.
Assinatura da escritura pública.
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Mesmo optando pelo inventário extrajudicial, será necessário que os herdeiros obtenham autorização
judicial (o chamado “alvará”) para levantar dinheiro depositado em banco ou outra instituição (FGTS, por
exemplo) ou vender algum bem.
Existe, ainda, a figura do inventário negativo, que não tem previsão, mas é praticado no dia a dia.
Ele tem lugar quando o de cujus não deixa bens a partilhar e consiste no comparecimento daqueles que
herdariam algo (se houvesse) perante o juízo para declararem que o de cujus não deixou bens. Podem
comparecer, ainda, perante o tabelião, para lavratura de escritura pública.
O objetivo é obter uma certidão judicial ou extrajudicial de inexistência de bens a serem inventariados e
partilhados.
Saiba mais
Esse inventário não é obrigatório, de modo que não haverá cobrança de multa se não for apresentado em
até 60 dias após a morte do de cujus. É uma faculdade das pessoas interessadas para, talvez, precaverem-
se de problemas futuros.
O inventariante
Requerida a abertura do inventário, será nomeado o inventariante, que é a pessoa responsável por
administrar e por representaro espólio. Sua função dura até a realização da partilha, quando são atribuídos
os bens que cabem aos herdeiros ou legatários. Além disso, o inventariante é responsável pela
inventariação (identificação, levantamento), arrolamento, avaliação, administração e partilha dos bens da
herança.
O inventariante é nomeado:
Pagamento do valor da escritura ao tabelião.
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No inventário judicial
Pelo juiz.
No inventário extrajudicial
Pelos herdeiros.
Saiba mais
No inventário extrajudicial, além da nomeação ser realizada pelos herdeiros, também pode ser feita pelo
advogado do inventário, caso este tenha recebido poderes na procuração para nomear o inventariante.
No caso do inventário judicial, o juiz nomeará o inventariante a partir da seguinte ordem de preferência:
O cônjuge ou o companheiro sobrevivente, desde que este não estivesse separado de fato ou
judicialmente do de cujus à época da abertura da sucessão, ou seja, desde que o de cujus e seu cônjuge
ou seu companheiro estivessem convivendo um com o outro ao tempo da morte do de cujus.
O herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro
sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados (exemplo: o filho que morava com o de cujus ou
trabalhava junto deste).
Qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio.
O representante legal do herdeiro menor.
O herdeiro testamenteiro.
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O cessionário do herdeiro ou do legatário.
O inventariante judicial, se houver, que é uma pessoa nomeada previamente pelo juiz para dar início ao
processo de inventário.
Um terceiro (pessoa estranha idônea), quando não houver inventariante judicial (é o chamado
inventariante dativo).
Ao ser informado da nomeação para ser inventariante e aceitá-la, o inventariante prestará um compromisso
de bem e fielmente desempenhar sua função. Esse compromisso deve ser prestado em até cinco dias após
o inventariante tomar ciência de sua nomeação.
São poderes e deveres do inventariante:
Representar o espólio em processos judiciais nos quais o espólio seja autor (ativamente) ou réu
(passivamente).
Representar o espólio em processos administrativos.
Representar o espólio em situações extrajudiciais e não administrativas.
Administrar o espólio, cuidando dos bens com a mesma diligência que teria se seus fossem.
Prestar as primeiras e as últimas declarações, pessoalmente ou por procurador.
Exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame pelos herdeiros, os documentos relativos ao espólio.
Juntar a certidão do testamento, se houver.
Trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro renunciante ou excluído.
Prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar.
Requerer a declaração de insolvência, ou seja, uma declaração de que os bens do espólio são
insuficientes para pagar todas as dívidas deixadas pelo de cujus.
Alienar bens de qualquer espécie do espólio, ouvidos os herdeiros e demais interessados e com
autorização do juiz.
Transigir (negociar dívidas, por exemplo) em juízo ou fora dele, ouvidos os herdeiros e demais
interessados e com autorização do juiz.
Pagar dívidas do espólio, ouvidos os herdeiros e demais interessados e com autorização do juiz.
Fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do espólio, ouvidos os
herdeiros e demais interessados e com autorização do juiz.
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As primeiras declarações
Em até 20 dias após prestar o compromisso, o inventariante fará as primeiras declarações.
Primeiras declarações é o ato no qual haverá o efetivo início do processo de inventário e partilha, pois nele
serão identificados o de cujus, seus herdeiros, seu patrimônio etc. Ou seja, primeiras declarações é a
identificação da herança e de seu autor.
As primeiras declarações são redigidas em documento oficial e conterão:
O nome, o estado civil, a idade e o domicílio do autor da herança (de cujus).
O dia e o lugar em que faleceu o autor da herança.
Se o autor da herança deixou testamento.
O nome, o estado civil, a idade, o endereço eletrônico e a residência dos herdeiros.
Se houver cônjuge ou companheiro supérstite, além dos dados pessoais, o regime de bens do casamento
ou da união estável.
A qualidade dos herdeiros (necessários, legítimos, testamentários) e o grau de parentesco com o
inventariado.
A relação completa e individualizada de todos os bens do espólio e dos bens de outras pessoas que
tenham sido encontrados no patrimônio do de cujus.
Quanto à relação dos bens que tenham sido encontrados no patrimônio do de cujus informado no último
item da lista acima, descrevem-se:
Os imóveis, com as suas especificações, local em que se encontram, extensão da área, limites,
confrontações, benfeitorias, origem dos títulos, números das matrículas e ônus que os gravam (ex.:
penhora judicial ou hipoteca).
Os móveis, com suas caracterizações para melhor identificação.
Os semoventes (animais), seu número, suas espécies, suas marcas e seus sinais distintivos.
O dinheiro, identificando o tipo de moeda e o valor.
As joias, os objetos de ouro e prata e as pedras preciosas, individualizando a qualidade, o peso e a
importância.
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Os títulos da dívida pública, bem como as ações, as quotas e os títulos de sociedade, identificando o
número, o valor e a data.
As dívidas ativas e passivas, indicando as datas, os títulos, a origem da obrigação e os nomes dos
credores e dos devedores.
Os direitos e ações (por exemplo, se o de cujus tinha proposto uma ação de dano moral enquanto vivo, os
herdeiros poderão ter o direito de receber a indenização).
O valor corrente de cada um dos bens do espólio.
As declarações podem ser prestadas mediante petição, assinada por procurador com poderes especiais
para isso, no caso, o advogado.
Não realizando corretamente as primeiras declarações, ou seja, ocultando informações importantes, o
inventariante pratica a chamada sonegação.
A sonegação ou os sonegados é quando o herdeiro ou o inventariante omitem informação que deveria ser
levada ao inventário. Exemplo: omitem a existência de determinado bem.
Mas só se pode arguir sonegação ao inventariante depois de encerrada a descrição dos bens, com a
declaração, por ele feita, de não existirem outros bens por inventariar.
A função de inventariante não é perpétua. Dura até a partilha ou, então, até ser removido da função pela
prática de má-gestão. São causas de remoção do inventariante:
Não prestar no prazo legal as primeiras declarações.
Não prestar no prazo legal as últimas declarações.
Não der andamento regular ao inventário, como praticar atos meramente protelatórios para que o
inventário e a partilha não terminem em tempo hábil.
Deixar se deteriorarem bens do espólio.
Deixar que o patrimônio do de cujus seja dilapidado.
Deixar que os bens do espólio sofram dano.
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Não defender o espólio nas ações judiciais em que for citado.
Não cobrar dívidas ativas.
Não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos.
Não prestar contas ou, se as que prestar, não forem julgadas boas.
Sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
O inventariante removido deverá entregar imediatamente os bens do espólio ao substituto. Se não os
entregar, o juiz determinará a busca e apreensão (bens móveis) ou a imissão na posse (bens imóveis). Alémdisso, pode ser aplicada uma multa, a ser fixada pelo juiz, de até 3% do valor dos bens inventariados.
Outros aspectos procedimentais
Avaliação dos bens e pagamento de dívidas
Após o levantamento dos bens pelo inventariante, passa-se à fase de avaliação desses bens.
A avaliação consiste em atribuir a um perito ou a um representante da Fazenda
Pública a tarefa de atribuir valores pecuniários de mercado aos bens que compõem
a herança. Também devem ser avaliadas as quotas sociais em empresas, as ações
de mercado e a apuração dos haveres (dívidas).
No inventário extrajudicial, esse avaliador é funcionário de algum ente público ou um perito contratado em
comum acordo pelos herdeiros. A partir disso, as etapas são as seguintes:
Se todos os herdeiros forem capazes, não será necessária a avaliação se a Fazenda Pública
concordar de forma expressa com o valor atribuído aos bens do espólio pelo inventariante
nas primeiras declarações. Também não é necessária a avaliação por perito se os herdeiros
concordarem com o valor dos bens declarados pela Fazenda Pública.
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O principal imposto, quando se fala de herança, é o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação
de Quaisquer Bens e Direitos), que é de competência dos estados e do Distrito Federal. Sua alíquota varia de
estado para estado, pois cada um tem o poder de estipular sua própria alíquota. A alíquota tem variado de
2% a 8% do valor dos bens do espólio. Mas a maioria dos estados estabeleceu a alíquota de 4%.
Essa alíquota é cobrada sobre o valor da avaliação dos bens feita pela Fazenda Pública.
Exemplo
Se uma pessoa deixa um patrimônio de R$100 mil para inventaria e partilhar pelos herdeiros, os herdeiros
deverão pagar ITCMD dos bens ao estado em que se localiza no valor de R$4 mil (supondo que a alíquota
do ITCMD naquele estado seja de 4%).
E mais: caso o ITCMD não seja pago no prazo estabelecido pelo juiz (inventário judicial) ou pelo oficial do
registro (inventário extrajudicial), os herdeiros poderão pagar multa no valor de até 20% do valor do imposto,
além de juros e outros encargos, a depender do estado que cobra o ITCMD.
Somente após pagar as dívidas e impostos é que os herdeiros poderão dividir entre si o remanescente.
Assim:
1. Se restar algum valor, é dividido de acordo com as quotas.
2. Se o ativo for todo utilizado para pagar as dívidas, nada será partilhado.
3. Se o passivo for superior ao ativo, o ativo é utilizado para o pagamento das dívidas e os credores ficarão
no prejuízo, pois os herdeiros não são juridicamente obrigados a pagar as dívidas do de cujus (podem
pagar por uma obrigação moral, mas não jurídica).
Aceito o laudo, o inventariante entregará o termo de últimas declarações. Nesse termo, o
inventariante poderá emendar, adicionar ou completar as informações que prestou nas
primeiras declarações, quando deu início ao inventário.
Se ninguém impugnar as últimas declarações, passa-se ao cálculo dos tributos que incidem
sobre a herança. Os impostos não são da herança, mas dos herdeiros. Obviamente, os
herdeiros podem reservar parte da herança para pagamento dos impostos, mas eles são
devidos pelos herdeiros.
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A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido. Antes de iniciada a partilha, poderão os
credores do espólio requerer o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis. Dívidas vencidas são aquelas
que já deveriam ter sido pagas; dívidas exigíveis são aquelas que não prescreveram durante a vida do autor
da herança.
Havendo concordância entre os herdeiros e os credores, os herdeiros irão separar dinheiro ou, na falta deste,
bens suficientes para o pagamento, tantos quantos forem necessários para o pagamento dos credores.
Se o inventário for judicial, o juiz mandará alienar os bens e o dinheiro da alienação será utilizado para o
pagamento dos credores.
Mas o credor, se os herdeiros concordarem, pode optar que, em vez de serem vendidos, os bens sejam
reservados para o pagamento da dívida, e entregue o dinheiro, sejam os bens transferidos para tornarem-se
de propriedade do credor.
Não havendo concordância entre credores e herdeiros sobre o pagamento da dívida, a questão será
resolvida nas vias judiciais, visando à condenação judicial. O juiz mandará reservar bens suficientes para
pagar o credor ao final do processo, que ficarão em poder do inventariante.
Quanto ao credor de dívidas líquidas e certas ainda não vencida, ou seja, aquelas cujo objeto da prestação e
os valores patrimoniais já estão predeterminados e não geram dúvidas, mas ainda não se pode exigir seu
pagamento, pode ele requerer habilitação no inventário, ou seja, participará do procedimento de inventário
para assegurar a reserva de bens e de dinheiro para o pagamento da sua dívida, quando esta vencer.
Haverá a separação de bens para o futuro pagamento.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
Se alguém morrer sem deixar ativo patrimonial, os possíveis herdeiros poderão promover
Parabéns! A alternativa E está correta.
O arrolamento comum e a ação de inventário e partilha se destinam aos casos em que o de cujus deixa
patrimônio. Quando não há patrimônio, os herdeiros podem pedir ao juiz que declare a inexistência de
bens do de cujus para ser partilhado. Por isso, é um inventário “negativo”, para dizer que o de cujus não
deixou bens.
Questão 2
Para que os herdeiros utilizem o procedimento do arrolamento comum, a herança deverá ter um valor
até
A arrolamento comum.
B arrolamento simples.
C arrolamento sumário.
D ação de inventário e partilha.
E inventário negativo.
A 1.000 salários mínimos.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Veja o caput do art. 664 do Código de Processo Civil: “Quando o valor dos bens do espólio for igual ou
inferior a 1.000 (mil) salários mínimos, o inventário processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo
ao inventariante nomeado, independentemente de assinatura de termo de compromisso, apresentar,
com suas declarações, a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da partilha”.
2 - Regimes de partilha
B R$1.000,00.
C 10.000 salários mínimos.
D R$10.000,00.
E R$100.000,00.
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Ao �nal deste módulo, esperamos que você identi�que os regimes da partilha.
Partilha de bens
Espécies de partilha
Saiba a seguir o que é partilha e quais são as suas espécies.
De�nição e espécies de partilha
A partilha é a fase final do inventário, quando bens da massa hereditária ou valores pecuniários são
divididos e entregues individualmente para cada herdeiro.
Com a abertura da sucessão (morte do autor da herança), cada herdeiro (legítimo e testamentário) se torna
proprietário de toda a herança. Forma-se um condomínio indivisível, em que todos se tornam proprietários
do todo. A partilha existe para, justamente, decidir o que cabe, individualmente, a cada herdeiro sobre o todo
da herança.
Ao partilhar os bens, será observada a maior igualdade possível quanto ao seu valor, à natureza e à
qualidade. Quando não for possível a divisão igualitária de determinado bem, por causa de valores ou da
meação, o bem será vendido e o valor será dividido entre os herdeiros.
Não haverá partilha, porém, nos casos de inventários:
Em que haja somente um herdeiro

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Não há o que partilhar; então, haverá apenas a adjudicação, ou seja, a transferência de propriedade dos
bens do de cujus para o único herdeiro.
Em que sejam negativos
O de cujus não deixa qualquer bem a ser partilhado.
Em que o espólio é insolvente
Como todos os bens do espólio serão usados para pagar as dívidas deixadas pelo de cujus, então, não
haverá o que dividir (obs.: insolvente significa que há mais dívidas que patrimônio que possa pagar).
Em que a decisão dos herdeiros é a de manter o condomínio indivisível
Os herdeiros preferem encerrar o inventário e continuar proprietários do todo; deixam para outro momento
a realização da partilha definitiva, pois esta não é obrigatória para fins de encerramento do inventário; às
vezes, os herdeiros concordam com uma “divisão” de fato, não oficial, por exemplo: a filha ficará residindo
no apartamento e o filho morará na casa de praia; neste caso, haverá uma distribuição da posse, e não da
propriedade.
Existem as seguintes espécies de partilha:
Será sempre judicial a partilha, se:
os herdeiros divergirem entre si quanto ao inventário e/ou quanto à partilha;
se algum dos herdeiros for incapaz.
A decisão final da partilha cabe ao juiz, que montará o plano de partilha.
Judicial 
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É aquela em que concordância dos herdeiros quanto a todos os termos da partilha, sem
contestações. É necessário que todos os herdeiros sejam capazes.
Essa partilha é feita em:
Inventário extrajudicial.
Inventário judicial, quando, na ação de inventário e partilha, os herdeiros apresentam escritura
pública, termo nos autos do inventário ou escrito particular um plano de partilha, para ser
homologado pelo juiz.
Essa partilha amigável comporta dois tipos:
Por ato inter vivos: o próprio autor da herança, em vida, celebrando um testamento já organiza o
plano de partilha que beneficiará seus futuros herdeiros, podendo estabelecer doações e usufruto.
Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários,
deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às
quotas estabelecidas. Desse modo, é válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou
de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários.
Por ato causa mortis: serão os próprios herdeiros que, amigavelmente, elaborarão um plano de
partilha dos bens, que será utilizado no inventário extrajudicial ou no inventário judicial (neste
último caso, devendo ser homologado pelo juiz).
Imagine, agora, que, após a partilha, sejam descobertos bens sonegados ou desconhecidos. Nesses casos,
deverá ser realizada uma nova partilha, porém, sobre a partilha já realizada. Trata-se da sobrepartilha, que
consiste em uma nova divisão dos bens ou a divisão do bem descoberto ou sonegado.
Sistematizando, são sujeitos à sobrepartilha os seguintes bens:

Sonegados.

Amigável 
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Descobertos após a partilha, desde que pertencentes à herança.

Litigiosos, ou seja, que estavam sendo discutidos judicialmente.

Situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário.
A sobrepartilha dos bens segue as mesmas regras e procedimento do processo de inventário e de partilha.
Inclusive, sendo judicial, a sobrepartilha correrá nos autos do inventário do autor da herança.
Uma partilha pode ser anulada por causa da presença de contrariedades com a lei ou por causa de
omissões que forem feitas ao juiz. Nesse caso, a partilha poderá ser anulada no prazo de um ano.
Colação
O que é a colação?
Pode ocorrer de, em vida, o autor da herança beneficiar financeiramente ou doar bens para alguém que pode
vir a ser seu herdeiro no futuro.
Exemplo
O pai “dá de presente” (doação) um apartamento para um de seus filhos.
Nesses casos, considera-se esses favorecimentos como sendo adiantamento da parte legítima da herança.
Quando o doador (autor da herança) falecer, o valor do bem doado deverá ser descontado da quota do
herdeiro favorecido. Esse ato é chamado de colação.
A colação, assim, é uma obrigação do descendente de conferir o valor das doações que
recebeu em vida do seu ascendente, para igualar sua legítima com as legítimas dos
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outros descendentes.
Ainda sobre a colação, faz-se necessário saber que:
Se, computados os valores das doações feitas em adiantamento de legítima, não houver no acervo bens
suficientes para igualar as legítimas dos descendentes e do cônjuge, o descendente favorecido pela doação
deverá restituir o bem.
O valor de colação dos bens doados será aquele que constar no instrumento da doação. Contudo, só o valor
dos bens doados entrará em colação; não entram os valores das benfeitorias acrescidas, as quais
pertencerão ao herdeiro favorecido.
Há, porém, uma forma de afastar a colação: são dispensadas da colação as doações que o autor da
herança (doador) determinar que sejam consideradas como integrantes da parte disponível. Essa dispensa
Não levar o bem à colação é uma forma de sonegação; logo, o herdeiro pode ser punido com
a pena de sonegados (multa).
Esta também é obrigação dos herdeiros beneficiados (donatários) que, ao tempo do
falecimento do doador, já não possuírem os bens doados.
A colação tem por fim igualar, proporcionalmente, as legítimas dos descendentes e do
cônjuge sobrevivente.
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da colação pode ser feita pelo doador em testamento ou no próprio instrumento de doação.
Mas há uma condição para essa exclusão de colação: os valores dos bens doados não podem exceder o
valor da parte disponível, calculado com base no valor do bem e da parte disponível na época da doação.
Ultrapassando essa parte, ocorrerá a redução, ou seja, o valor excedido da doação deverá retornar aos
demais herdeiros.
São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador
poderia dispor, no momento da doação.
A redução é feita por meio da restituição à herança do excesso apurado. Tal restituição deve ser feita em
espécie ou, se não mais existir o bem em poder do herdeiro, em dinheiro, segundo o seu valor ao tempo da
abertura da sucessão.
Mesmo aquele que renunciou a herança ou dela foi excluído, deve levar à colação as doações recebidas,
para averiguar se deve repor o que exceder a parte disponível.
Não devem ser levados à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente menor de idade.
São considerados gastos ordinários: educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento de enfermidades,
enxoval. Também estão excluídas as despesas com o casamento dos filhos.
Realização da partilha
Como é feita a partilha
Entre os filhos do de cujus, não há qualquer discriminação na herança quanto à origem, se consanguíneo,
adotivo ou socioafetivo. Todos receberão a mesma coisa.
Lembre-se do direito de representação, em que netos sucedem na quota do pai pré-morto ao avô.
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Veja no exemplo a seguir:
Toda pessoa tem em seu patrimônio uma parte legítima (50%) e uma parte disponível (50%). A parte
legítima é dos filhos e deve, obrigatoriamente, ser reservada aos herdeiros necessários. A parte disponível,
por sua vez, pode ser destinada a qualquer pessoa, livremente, em vida ou através de testamento.
Pense na seguinte família: o patriarca tem três filhos, João, Maria e Ana. Os três filhos (herdeiros
necessários) têm reservada para si a parte legítima.Caso o de cujus não tenha deixado testamento ou
legado, a parte disponível será dividida entre esses herdeiros. No caso deste exemplo, porém, o autor da
herança deixou a metade da parte disponível para sua filha Maria, o que corresponde a 25% do total da
herança. A outra metade da parte disponível é dividida entre todos os herdeiros igualmente, inclusive Maria.
Veja como seria a partilha:
No caso do cônjuge ou companheiro, a sucessão dependerá do regime de bens. Observe o caso concreto
descrito a seguir:
João é casado com Maria. Ambos têm dois filhos em comum: Ana e Carlos. João, porém, tem um outro filho
do primeiro casamento, Luiz. O patrimônio da família é de R$500 mil. João falece e tem início o inventário e
a partilha.
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Veja agora como seria a partilha, dependendo do regime de bens:
Se os cônjuges ou companheiros optaram pelo regime da comunhão universal, então, o cônjuge ou
companheiro sobrevivente (supérstite) não é herdeiro, mas meeiro do seu marido ou companheiro.
Assim, a viúva Maria tem direito a R$250 mil, referentes aos 50% a que tem direito como meeira
sobre o patrimônio da família. Porém, esse valor não é herança, mas a meação a que tem direito por
ser casado na comunhão universal.
Os outros R$250 mil, que correspondem à meação de João, é o que constitui sua herança para ser
dividida entre seus herdeiros. Então, Ana, Carlos e Luiz irão dividir esses R$250 mil entre si.
Neste regime, o cônjuge ou companheiro tem direito à meação sobre o patrimônio comum (se
houver) e direito de herança sobre o patrimônio individual do cônjuge ou companheiro morto.
No caso contado, imagine que o patrimônio de R$500 mil esteja assim disposto:
R$ 300 mil: patrimônio comum (comunhão);
R$ 100 mil: patrimônio particular de Maria;
R$ 100 mil: patrimônio particular de João.
Sobre o patrimônio comum (a chamada comunhão), Maria não é herdeira, mas tem direito à meação,
ou seja, tem direito a R$150 mil. A meação que caberia a João será dividida entre seus herdeiros,
mas Maria não participa dessa partilha.
Já com relação aos R$100 mil que constituem o patrimônio particular de João, esse valor tem como
herdeiros Ana, Carlos e Luiz (filhos) e Maria, pois o cônjuge é herdeiro sobre o patrimônio individual
do outro.
Assim, o patrimônio deixado por João e que constitui sua herança é:
Parte 1: R$150 mil referentes à meação;
Parte 2: R$100 mil referentes ao patrimônio individual.
Os filhos de João serão herdeiros nas Partes 1 e 2; e Maria será herdeira somente sobre a Parte 2.
Comunhão universal 
Comunhão parcial 
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Pelo art. 1.832, em concorrência com os descendentes, caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que
sucederem por cabeça. Assim, quanto aos R$100 mil (Parte 1) do patrimônio individual deixado
João, tem-se:
Maria: R$25 mil;
Ana: R$25 mil;
Carlos: R$25 mil;
Luiz: R$25 mil.
Já a meação de João (Parte 2, de R$150 mil), sobre a qual Maria não é herdeira e não tem direito,
tem-se o seguinte:
Ana: R$50 mil;
Carlos: R$50 mil;
Luiz: R$50 mil.
Ao final, cada herdeiro receberá:
Maria: R$25 mil + R$150 mil (meação) = R$175 mil (além dos R$100 mil que são seu patrimônio
particular e que não estão em discussão);
Ana: R$25 mil + R$50 mil = R$75 mil;
Carlos: R$25 mil + R$50 mil = R$75 mil;
Luiz: R$25 mil + R$50 mil = R$75 mil.
Aqui não há patrimônio comum; somente existem os patrimônios individuais dos cônjuges ou
companheiros.
Nesse caso, o cônjuge ou companheiro será herdeiro sobre o patrimônio individual.
No caso acima, imagine que João e Maria sejam casados na separação de bens. Suponha que
aquele patrimônio familiar esteja assim dividido:
patrimônio individual de João: R$400 mil;
patrimônio individual de Maria: R$100 mil.
Morto João, os R$ 400 mil do seu patrimônio individual serão herança, a ser distribuída entre seus
herdeiros: Maria, Ana, Carlos e Luiz. (Lembre-se: na separação de bens, o cônjuge sobrevivente é
herdeiro). Não há meação porque não há patrimônio comum entre João e Maria (por causa do
regime de bens). Assim, a partilha da herança de João será esta:
Maria: R$100 mil;
Separação total 
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Ana: R$100 mil;
Carlos: R$100 mil;
Luiz: R$100 mil.
Esse regime é híbrido: na constância do casamento ou da união estável, o regime de bens é regido
pelas normas da separação total; na dissolução do casamento ou da união estável (morte ou
divorciou dissolução), por sua vez, a partilha é disciplinada pelas regras da comunhão parcial.
Então, quanto à herança, vigora a mesma sistemática da comunhão parcial, já descrita.
O inciso I do art. 1.829 do Código Civil prescreve que os cônjuges ou companheiros cujo regime de
bens seja a separação obrigatória não são herdeiros um do outro.
Por causa da Súmula nº 377 do Supremo Tribunal Federal, entende-se que este regime tem as
nuances do regime da comunhão parcial. Logo, pela súmula, é possível que exista meação.
Porém, o cônjuge na separação obrigatória nada recebe na herança.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa correta.
Participação final dos aquestos 
Separação obrigatória 
A
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Conforme o art. 2.014 do CC, pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões
hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não
corresponder às quotas estabelecidas.
Questão 2
A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos. Extingue-se
o direito de anular a partilha no prazo de
Cabe ao inventariante requerer a partilha.
B Um ano após a partilha, bens que sejam descobertos não poderão ser partilhados.
C Pode o testador deliberar ele próprio a partilha.
D Ao partilhar os bens, os herdeiros terão direito aos bens mais valiosos.
E Ficam sujeitos à sobrepartilha os bens que se deteriorarem.
A 1 ano.
B 2 anos.
C 4 anos.
D 10 anos.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
De acordo com o art. 2.027 do CC, a partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral,
os negócios jurídicos, extinguindo-se em um ano o direito de anular a partilha.
3 - Principais formas de planejamento sucessório
Ao �nal deste módulo, esperamos que você analise as principais formas de planejamento
sucessório.
Planejamento sucessório
E 20 anos.

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O que é o planejamento sucessório?
Conheça a seguir o conceito de planejamento sucessório e a sua importância.
De�nição de planejamento sucessório
O planejamento sucessório ou plano sucessório é a adoção de medidas para organizar a futura sucessão de
um familiar, geralmente o ascendente.
O planejamento sucessório evita conflitos entre os herdeiros e a burocracia dos processos judicial e
extrajudicial de inventário e partilha, que gera atraso na partilha.
A sucessão é situação jurídica na qual os bens de alguém que faleceu (o chamado “de cujus” ou “de cuius”,
ou “autor da herança”) são transmitidos para outras pessoas, os chamados herdeiros ou legatários. Trata-se
da sucessão ou transmissão causa mortis (por causa da morte).
Existem os seguintes tipos de sucessão:
A título universal
O(s) sucessor(es) adquirem a propriedadesobre todo conjunto de bens (herança) deixado pelo de cujus.
Todos os herdeiros se tornam proprietários de toda a herança, constituindo um condomínio (propriedade
comum, donos do todo). A herança constitui, assim, uma universalidade: todos os herdeiros têm direito
sobre a toda a herança. Havendo mais de um herdeiro, cada um deles se torna proprietário de uma
proporção sobre a universalidade. O beneficiário é o herdeiro, que tem direito a uma quota sobre toda a
herança.
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A título singular
Alguém, identificado pelo falecido quando este estava em vida, adquire um bem individualizado e
especificado pelo de cujus. O beneficiário não tem direito a uma quota sobre toda a herança deixada. Um
bem específico é retirado da universalidade para ser entregue ao beneficiário. O restante dos bens
constituirá a universalidade da herança, para ser dividido entre os herdeiros universais. O beneficiário é
chamado de “legatário” e a destinação e especificação do bem é feita em um testamento ou em um legado.
O beneficiário é o legatório, que tem direito a um bem especificado da herança.
É nesse contexto de administração da herança e divisão dos bens que podem surgir conflitos e
desentendimentos entre os herdeiros.
Tais con�itos podem provocar a necessidade de judicialização do inventário e da
partilha, o que prolonga os con�itos e provoca a demora na consumação da partilha.
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Outrossim, há um custo alto com o pagamento de custas processuais, honorários advocatícios e
pagamento do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos),
cuja alíquota pode chegar a 8% sobre o valor da herança. Assim, esses tipos de sucessão remetem a
conflitos, burocracia, desentendimentos e altos custos.
O planejamento sucessório sempre é feito antes do falecimento do autor da herança. Se feito acordo entre
os herdeiros após a morte do autor da herança, será plano de partilha, e não planejamento sucessório.
Dessa maneira, o planejamento é uma medida de prevenção de conflitos e de desperdício de tempo,
favorecendo, principalmente, os herdeiros.
O planejamento sucessório não diz respeito somente ao patrimônio do autor da herança; também questões
pessoais podem ser planejadas. Assim, o plano sucessório pode abranger:
Situações patrimoniais
Neste caso, o plano antecipa a divisão dos bens ou a destinação dos bens do autor da herança.
Situações pessoais
O autor da herança estabelece diretivas quanto a direitos de ordem extrapatrimonial, ou seja, aqueles que
não têm valor econômico. Por isso, o planejamento sucessório pode dispor sobre: funeral ( por exemplo,
onde o autor da herança deseja ser sepultado ou se deseja ser cremado); reconhecimento de filhos;
homenagens que deseja receber; e destinação da “herança digital” (senhas, cadastros em sites, e-mail,
redes sociais, sites e blogs pessoais etc.).
São intenções do planejamento sucessório, dentre outros de caráter de eficiência:
Antecipar a herança para os herdeiros.
Antecipar a meação para o cônjuge ou companheiro, se for o caso.
Evitar a judicialização do inventário e da partilha e escapar da morosidade do Judiciário.
Evitar a burocracia do inventário e da partilha.
Tonar definitiva a partilha.
Otimizar a divisão da herança entre os herdeiros.
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Diminuir os custos com o inventário, como taxas e impostos, como o ITCMD (Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos).
Evitar conflitos e inimizades entre os herdeiros.
O planejamento sucessório é muito utilizado nos casos de empresas familiares. Garante que a empresa
sobreviva e continue, porque ficam estabelecidas regras para a administração do negócio.
Meios de planejamento sucessório
O planejamento sucessório pode utilizar instrumentos jurídicos dos seguintes tipos:
Sucessória
Testamento, codicilo, legado e deserdação.
Real
Usufruto, uso, habitação, reconhecimento de usucapião, cessão de posse.
Empresarial
Constituição de sociedade, como empresa familiar e holding; incorporação, transformação, cisão e fusão
de empresas; governança corporativa; composição de conselhos na empresa.
Contratual
Doações, comodato, compra e venda e seguro de vida.
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Planejamento �nanceiro
Fundos de investimento e previdência privada.
Esses são os instrumentos disponíveis e mais comuns.
A seguir, a descrição dos tipos de instrumentos mais utilizados no planejamento sucessório:
O contrato de doação assume as feições de uma “partilha em vida”, pois o autor da herança transfere
seus bens aos herdeiros, antecipando a partilha que dependeria de um inventário e partilha prévia. O
imposto cobrado pela transmissão de propriedade por meio da doação é o mesmo da divisão da
herança, o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou
Direitos). Contudo, em alguns estados, a alíquota do imposto nas doações é menor que na
transmissão da herança. (Lembre-se: o ITCMD é um imposto de competência estadual).
Trata-se de aposentadoria não vinculada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com a
aposentadoria, o beneficiário receberá valores e pensões. É um investimento para renda futura,
baseado em resgates do dinheiro investido, totalmente ou em forma de prestações mensais
(“aposentadoria”). De acordo com o plano escolhido, é possível que, após a morte do beneficiário,
seus herdeiros possam resgatar o saldo ou continuar recebendo as prestações mensais. Uma
vantagem é que não será cobrado ITCMD, mas será cobrado o IR (Imposto de Renda).
É um valor a ser recebido por beneficiários indicados pelo titular da apólice. No seguro de vida,
haverá o pagamento de um montante de dinheiro a beneficiários após a morte do contratante. O
planejamento sucessório com base no seguro de vida permite que os herdeiros recebam valores
pecuniários logo que o contratante (autor da herança) faleça. Esse valor é recebido após a morte do
Doação 
Previdência Privada 
Seguro de vida 
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titular da apólice, no caso, o autor da herança. Tem como vantagem o fato de não incidir sobre o
valor o ITCMD e o Imposto de Renda.
Tem a mesma função da doação e é operacionalizado da mesma maneira. É como se fosse uma
“doação para depois da morte”. Pode ser feito em um testamento ou em um instrumento chamado
legado. O autor da herança determina qual herdeiro receberá qual bem específico da herança. Com
isso, o autor da herança pode manter a propriedade, a posse, o uso e o usufruto dos bens enquanto
estiver vivo.
Por esse instrumento, o autor da herança faz a divisão de quotas e de bens de acordo com seu
desejo. É utilizado, principalmente, para distribuir quotas da parte disponível da herança (50% do
patrimônio do autor da herança). Também no testamento o autor da herança pode elaborar um plano
de partilha, o qual deverá ser respeitado pelos herdeiros.
Consiste na criação de uma pessoa jurídica (“empresa”) que terá os herdeiros como sócios. A quota
hereditária de herdeiro corresponderá a uma quota do capital social da pessoa jurídica. Uma holding,
geralmente, não tem atividades operacionais; seu objeto social é ser dona de outras empresas ou de
uma concentração de bens, ou seja, possui como atividade a participação como acionista
majoritária em outras pessoas jurídicas e controla as atividades dessa empresa. As empresas
controladas pela holding são chamadasde “empresas subsidiárias”. Com a holding, o autor da
herança transfere seu patrimônio para ela com o plano futuro de seus herdeiros se tornarem
proprietários da holding, proporcionalmente às suas quotas da herança.
Legado 
Testamento 
Holding 
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A empresa criada em planejamento sucessório, com objetivo de administrar os bens da pessoa a ser
sucedida ou sua família é a
Parabéns! A alternativa B está correta.
Para fazer o planejamento sucessório por meio de holding familiar, é criada uma empresa na qual os
herdeiros serão sócios da organização. Cada ação da holding equivale a uma quota da herança. O
patrimônio da família será o patrimônio da empresa.
A sociedade individual.
B holding familiar.
C empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI).
D sociedade por quotas de participação.
E sociedade limitada unipessoal.
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Questão 2
É finalidade do planejamento sucessório
Parabéns! A alternativa A está correta.
O planejamento sucessório pode ser compreendido como um conjunto de medidas empreendidas para
organizar a sucessão hereditária de bens e direitos previamente ao falecimento do titular dos bens.
Consiste em instrumentos que permitam a utilização de estratégias voltadas para a transferência
eficiente e eficaz do patrimônio.
Considerações �nais
Este conteúdo foi destinado a demonstrar quais são as principais regras da divisão da herança entre os
herdeiros, em especial o papel do inventário e da partilha na aquisição de propriedade. A partir daí,
A otimizar o processo de transmissão dos bens na sucessão hereditária.
B antecipar o pagamento de ITCMD com valores menores.
C estimular a atividade cartorária no Brasil.
D antecipar as primeiras declarações do futuro inventário e partilha.
E reconhecer filhos havidos fora do casamento ou da união estável.
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demonstrou-se como devem ser entendidas tais tendências e quais são suas consequências.
A abordagem realizada foi destinada a apresentar não somente aspectos teóricos, mas, também, e
principalmente, os aspectos práticos.
É preciso ter em mente que os assuntos aqui abordados são matérias discutidas em ações judiciais. Logo, é
um campo fértil de atuação profissional.
Podcast
Para encerrar, ouça sobre o processo de inventário e suas espécies.
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Referências
DIAS, M. B. Manual das sucessões. 7. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro. Vol. 6 – Direito das Sucessões. 34. ed. São Paulo: Saraiva,
2020.
FARIAS, C. C. de; ROSENVALD, N. Curso de Direito Civil. Vol. 7 – Sucessões. 8. ed. Salvador: Juspodivm,
2022.
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro. Vol. 6 – Direito das Sucessões. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2021.
TEIXEIRA, A. C. B.; RIBEIRO, G. P. L. (Orgs.). Manual de Direito das Famílias e das Sucessões. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Processo, 2017.
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