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Análise de carnes e produtos cárneos Bromatologia Prof. Msc Vinicius Rodrigues Maio/2015 Carne é a parte muscular comestível de mamíferos e aves, com os respectivos ossos, manipulada em condições higiênicas e proveniente de animais em boas condições de saúde, abatidos sob inspeção veterinária. Definição: Carne de Açougue • Definição segundo o RIISPOA: massas musculares maturadas e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária. Quando destinada à elaboração de conservas em geral, por "carne" (matéria prima) devem- se entender as massas musculares, despojadas de gorduras, aponevroses, vasos, gânglios, tendões e ossos. Art. 378 - Entende-se por "Conserva enlatada" todo produto em que a matéria-prima foi ou não curada, condimentada, embalada em recipiente metálico hermeticamente fechado, submetido a vácuo direto ou indireto e afinal convenientemente esterilizado pelo calor úmido e imediatamente esfriado, respeitada a peculiaridade do produto. Parágrafo único - A esterilização dos enlatados obedecerá a diferentes graduações de temperatura, segundo a capacidade da lata e a natureza do produto. RIISPOA: Art. 393 - Entende-se por "carne bovina em conserva" (corned beef) o produto obtido da carne desossada de bovino, curada, fragmentada parcialmente, cozida, enlatada em vácuo, esterilizada e esfriada imediatamente. § 1º - A "carne bovina em conserva" pode também ser elaborada pelo cozimento parcial após a fragmentação, adicionada a seguir dos agentes de cura necessários, enlatada, submetida a vácuo, esterilizada e rapidamente resfriada. § 2º - Entende-se por "carne bovina picada em conserva" (corned beef hassh) o produto obtido como previsto neste artigo, no qual, porém, a carne é finamente picada e adicionada de batatas cortadas e de condimentos. RIISPOA: Art. 400 - Entende-se por "paleta", seguido das especificações que couberem, o produto obtido com o membro dianteiro dos suínos. Art. 401 - A designação "apresuntado" só pode ser dada a produtos elaborados com recortes de presunto ou paleta de suínos, transformados em massa, condimentados, enlatados ou não e esterilizados. RIISPOA: Art. 403 - Entende-se por "caldo de carne" o produto líquido que resulta do cozimento de carnes, isento de gordura, tendões, cartilagens e ossos, filtrados, envasados e esterilizado. Parágrafo único - O "caldo de carne" adicionado de vegetais ou de massas será designado "sopa", produto este que trará nos rótulos seus componentes. Art. 405 - O caldo de carne, concentrado até consistência pastosa, será designado "Extrato de Carne"; quando condimentado, será designado "Extrato de carne com temperos". RIISPOA: Art. 407 - Entende-se por "pasta" o produto elaborado com carne ou órgão, reduzido a massa, condimentado, adicionado ou não de farináceos e gordura, enlatado e esterilizado. Art. 412 - Entende-se por "embutido" todo produto elaborado com carne ou órgãos comestíveis curado ou não, condimentado, cozido ou não, defumado e dessecado ou não, tendo como envoltório tripa, bexiga ou outra membrana animal. Parágrafo único - É permitido o emprego de películas artificiais no preparo de embutidos, desde que aprovadas pelo D.I.P.O.A. RIISPOA: Art. 413 - As tripas e membranas animais empregadas como envoltórios devem estar rigorosamente limpas e sofrer outra lavagem, imediatamente antes de seu uso. Art. 414 - Os embutidos não podem conter mais de 5% (cinco por cento) de amido ou fécula, adicionados para dar melhor liga à massa. Parágrafo único - As salsichas só poderão conter amido ou fécula na proporção máxima de 2% (dois por cento). RIISPOA: Art. 421 - Os embutidos são considerados fraudados: 1 - quando forem empregadas carnes e matérias-primas de qualidade ou em proporção diferentes das constantes da fórmula aprovada; 2 - quando forem empregados conservadores e corantes não permitidos neste Regulamento; 3 - quando houver adição de água ou de gelo com intuito de aumentar o volume e o peso do produto e em proporção superior à permitida neste Regulamento; 4 - quando forem adicionados tecidos inferiores. RIISPOA: Art. 422 - Devem ser considerados alterados e impróprios para consumo: 1 - quando a superfície é úmida, pegajosa, exsudando líquido; 2 - quando à palpação se verifiquem partes ou áreas flácidas ou consistência anormal; 3 - quando há indícios de fermentação pútrida; 4 -quando a massa apresenta manchas esverdeadas ou pardacentas ou coloração sem uniformidade; 5 - quando a gordura está rançosa; RIISPOA: Art. 422 - Devem ser considerados alterados e impróprios para consumo: 6 - quando o envoltório está perfurado por parasitos que atingiram também a massa; 7 - nos casos de odor e sabor estranhos, anormais; 8 - quando se constatem germes patogênicos; 9 - quando manipulados em más condições de higiene, traduzidas pela presença típica. RIISPOA: Art. 423 - Entendem-se por "salgados" produtos preparados com carnes ou órgãos comestíveis, tratados pelo sal (cloreto de sódio) ou misturas de sal, açúcar, nitratos, nitritos e condimentos, como agentes de conservação e caracterização organolépticas. Art. 424 - Entendem-se por "defumados" os produtos que após o processo de cura são submetidos á defumação, para lhes dar cheiro e sabor característicos, além de um maior prazo de vida comercial por desidratação parcial. RIISPOA: Art. 425 - Entende-se por "bacon" e por "barriga defumada" o corte da parede torácico-abdominal do porco que vai do externo ao púbis, com ou sem costelas, com seus músculos, tecido adiposo e pele, convenientemente curado e defumado. Art. 427 - Entende-se por "lombo" seguido de designação de técnica de preparo (salgado, curado, defumado) o produto obtido com o corte da região lombar dos suínos. RIISPOA: Art. 429 - Os órgãos comestíveis conservados pela salga, serão genericamente designados "miúdos salgados" seguindo-se a denominação de espécie animal de procedência. Art. 430 - Entendem-se por "dessecados" produtos preparados com carnes ou órgãos comestíveis, curados ou não e submetidos à desidratação mais ou menos profunda. RIISPOA: Art. 431 - Entende-se por "charque", sem qualquer outra especificação, a carne bovina salgada e dessecada. § 1º - Quando a carne empregada não for de bovino, depois da designação "charque" deve se esclarecer a espécie de procedência. § 2º - Permite-se na elaboração do charque a pulverização do sal com soluções contendo substâncias aprovadas pelo D.I.P.O.A. que se destinem a evitar alterações de origem microbiana, segundo técnica e proporções indicadas. RIISPOA: Art. 432 - O charque não deve conter mais de 45% (quarenta e cinco por cento) de umidade na porção muscular, nem mais de 15% (quinze por cento) de resíduo mineral fixo total, tolerando- se até 5% (cinco por cento) de variação. Parágrafo único - O charque deve ser considerado alterado: 1 - quando tem odor e sabor desagradáveis, anormais, 2 - quando a gordura está rançosa; 3 - quando amolecido, úmido e pegajoso; 4 - quando com áreas de coloração anormal; 5 - quando é "seboso"; 6 - quando apresenta larvas ou parasitas; 7 - por alterações outras, a juízo da Inspeção Federal. RIISPOA: Art. 433 - Entende-se por "gelatina comestível" o produto da hidrólise em água fervente detecidos ricos em substâncias colágenas, (cartilagens, tendões, ossos, aparas de couro), concentrado e secado. § 1º - No preparo deste produto a Inspeção Federal só permitirá o emprego de matérias-primas procedentes de animais que não tenham sofrido qualquer restrição. § 2º - A gelatina em folhas pode ser colorida pelo emprego de corante previamente aprovado pelo D.I.P.O.A. § 3º - A gelatina comestível deve ser RIISPOA: Funções dos Componentes da Carne • Produção de energia • Produção de novos tecidos orgânicos • Regulação dos processos fisiológicos Gorduras Proteínas Vitaminas Minerais Portaria nº 1.002, de 11/12/98 da ANVISA Produtos Cárneos Produtos Industrializados Produtos Salgados Conservas e Semi- conservas - Frescais embutidos ou não. Ex: Lingüiça - Secos, curados e/ou maturados embutidos ou não. Ex: Lingüiça, Salame. - Cozidos embutidos ou não. Ex: Salsicha. - Crus. Ex: Carne do sol. - Cozidos. Ex: Salsicha. - Conservas cárneas mistas e semi-conservas cárneas. Ex: Salsicha. Definição • Produtos elaborados com carnes ou outros tecidos animais comestíveis, curados ou não, tendo como envoltório natural tripas, bexigas ou outras membranas animais ou envoltórios artificiais apropriados (PENA, 2006). Embutidos cárneos Classificação • Frescos • Secos • Cozidos Cru Tempo de comercialização: 1 a 6 dias Cru Tempo de comercialização: > 6 dias Estufa Água quente Embutidos cárneos Consumo Salsicha Mortadela Lingüiça Patê Gordura Água Proteína Embutidos cárneos De modo geral as “carnes frescas” são analisadas em relação às suas características físico-químicas, sensoriais, quanto à sua classificação e conforme a presença de conservadores. Modificações sofridas pela carne após o abate do animal: 1ª Fase: Pré-rigor – nesta fase os tecidos musculares ficam brandos e flexíveis caracterizando-se bioquimicamente pela redução de ATP e de creatina fosfato e uma glicólise muito intensa. Modificações sofridas pela carne após o abate do animal: 2ª Fase: Rigor mortis – nesta fase cessa o aporte de Oxigênio e predomínio da glicólise anaeróbica com a produção de ácido lático a partir do glicogênio muscular. Diminui os níveis de CP e não há mais possibilidade de formar ATP. Os enlaces de actina/miosina são irreversíveis e o músculo fica completamente rígido. Nos mamíferos o início do rigor mortis é após aproximadamente 8 horas do abate. Modificações sofridas pela carne após o abate do animal: 3ª Fase: Pós-rigor – é a fase de maturação ou tenderização. Nesta fase a carne torna-se sensorialmente aceitável, explicada pela redução do pH, onde o ácido lático liberado desnatura proteínas liberando aminoácidos aromáticos. Além da própria ação enzimática. Características sensoriais: Aparência – Propria de cada especie, uniforme, sem acúmulo sanguíneo, sem corpos estranhos e sem presença de limo na superfície. A gordura deve ser de uma tonalidade que varia de branca a amarela e não deve apresentar pontos hemorrágicos. A cor das carnes deve ser uniforme, sem manchas escuras ou claras, variando nas espécies bovina e bubalina, do vermelho-escuro ou pardacento ao vermelho-cereja ou claro; Características sensoriais: Aparência – na espécie suína, a superfície de corte devera apresentar-se com uma aparência marmórea (em diferentes níveis ou intensidades), sem flacidez e não exsudava, apresentando matizes de vermelho rosado- escuro (carne suína escura, firme e seca – Tipo DFD) ou vermelho-róseo (carne suína fresca) a róseo-pálido ou esbranquiçado (carne suína pálida, mole e exsudativa – Tipo PSE). Características sensoriais: Aparência – Nos equinos e muares, seu tom e vermelho- escuro; Enquanto nas aves varia de amarelo avermelhado ao amarelo-esbranquiçado. Essas colorações podem também ser relacionadas ao frescor e ao tempo de exposição do corte ao ambiente, pois a medida que o corte envelhece há escurecimento da superfície, que se torna progressivamente escura ou acinzentada, podendo apresentar iridescência ou colorações esverdeada e azulada, pela ação de microrganismos. Características sensoriais: Textura – A textura da carne normalmente e firme, compacta, elástica e ligeiramente úmida. A gordura deve mostrar-se firme ao tato. No inicio da putrefação, a superfície torna-se viscosa ou limosa e a carne perde a firmeza. Características sensoriais: Odor – As carnes frescas devem apresentar um odor suave, agradável e característico de cada espécie, tornando-se amoniacal, sulfídrico e depois pútrido, quando em estado de deterioração. A gordura também deve ter odor suave e característico, sendo indicativos de alteração os odores modificados ou o odor a ranço. Características sensoriais: Odor – O odor da carne suína tende a ser mais intenso em animais inteiros (odor espermático), sendo mais perceptível quando a carne e aquecida, o que facilita o desprendimento e, portanto, a percepção dos odores impróprios ou alterados. Características sensoriais: Sabor – Suave e característico, próprio de cada espécie. O sabor varia consideravelmente segundo a espécie, raça, idade e regime alimentar do animal. Um complexo conjunto de substancias químicas e responsável pelo sabor da carne. Classificação: • Por espécie: • Bovina, suína, caprina,.... • Condições de conservação: • Refrigerada, congelada • Por categoria: • Dianteiro, traseiro, P.A.,... • Produtos derivados da carne: • Embutidos, charques, patês, .... • Método de conservação: • Defumação, salga, conservantes,..... Alteração de coloração: Fungo Sporotrichium Alteração de coloração: Fungo Penicillium Alteração de coloração: Azulado – Pseudomonas Amarelado – Flavobacterium Róseo – Micrococcus Limosidade – Chromobacterium Reação de Éber – determinação de gás sulfídrico (H2S) Reação de Éber – determinação de gás sulfídrico (H2S) Princípio: Fundamenta-se na decomposição dos aminoácidos sulfurados com liberação de enxofre que, em meio ácido, transforma-se em H2S que por sua vez, combinado com o acetato de chumbo, produz sulfeto de chumbo (PbS) que enegrece o papel. Reação de Éber – determinação de gás sulfídrico (H2S) 5% + 10 gramas de amostra Banho-maria 10 minutos Acetato de chumbo + H2S PbS (cor escura) Determinação do gás amoníaco Reagente de Éber: ácido clorídrico (50 mL) álcool (150 mL) éter (50 mL) (5 mL) Fumaça branca Presença de Sulfito água (150 mL) ácido clorídrico (5 gotas) Amostra 50g Dicromato de potássio Provas de nitrito ácido sulfanídico (1 mL) cloridrato de alfa-naftilamina (1 mL) Amostra + água 10 mL Coloração róseo Dripping test Baseia-se na determinação gravimétrica do teor de líquido perdido pelas aves congeladas no degelo em condições padronizadas. Este método não é aplicável às aves tratadas com polifosfatos ou com outras substâncias que têm por efeito aumentar a retenção de água. Dripping test Peso da amostra congelada Peso da amostra após descongelamento 42ºC MASSA DA AVE MAIS VÍSCERAS ( EM GRAMAS ) TEMPO DE IMERSÃO ( EM MINUTOS ) Até 800 65 801 a 900 72 901 a 1000 78 1001 a 1100 85 1101 a 1200 91 1201 a 1300 98 1301 a 1400 105 Agentes anabolizantes São substâncias usadasna produção animal, podendo serem descritos como biologicamente endógenos, compostos hormonais esteroides naturalmente presentes no organismo animal (testosterona, progesterona e estradiol 17-β) ou como biologicamente exógenos, dividindo-se em xenobióticos (acetato de trembolona -TBA, acetato de malengestrol -MGA e zeranol), esteróides sintéticos (etinilestradiol e metiltestosterona) e os estilbenos (dietilestilbestrol - DES e hexoestrol) (PATTERSON & SALTER, 1985). Agentes anabolizantes O mecanismo de ação dos anabolizantes se dá pela deposição de proteínas, que é resultado da diferença entre a síntese e a degradação protéica (LONE, 1997). Estudos conduzidos por HAYDEN et al. (1992) comprovaram um aumento na deposição de proteína sem a redução na degradação, indicando que os anabolizantes devem aumentar a síntese protéica. No entanto, estudos conduzidos por BUTTERY (1983) e SINNETT-SMITH et al.(1983) indicaram que os anabolizantes reduzem a degradação de proteínas. Agentes anabolizantes Método imunoenzimático: REVELAÇÃO ELISA Radioimunoensaio – RIA Rapidez, Sensibilidade, Precisão, Repetibilidade Enzimática Isótopo Agentes anabolizantes Cromatografia gasosa acoplada a Cromatografia de Massa
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