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p 1 curriculo e avaliação da educação

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CLARENTIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO
ALUNA: THAINÁ LOVATI COELHO – RA: 8117085
CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PORTIFÓLIO 1
DISCIPLINA: CURRÍCULO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO
PROFESSORA: JULIANA BRASSOLATTI GONÇALVES E KARINA DE MELO CONTE 
VITÓRIA
2020
1 – Considerando que na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e as brincadeiras, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, como a organização curricular da Educação Infantil na BNCC está estruturada?
	
Segundo a BNCC “A organização curricular da Educação Infantil na BNCC está estruturada em cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Os Campos de Experiência constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural” (BRASIL, 2017). Os cinco Campos de Experiência definidos pela BNCC são: Eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; e Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações.
	Os objetivos de aprendizagem de cada um desses Campos de Experiências são divididos em três grupos de acordo com a idade, sendo eles de 0 a 1 ano e 6 meses; de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses; e de 4 anos a 5 anos e 11 meses. Tais Campos buscam priorizar noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver e que tem como finalidade garantir seus direitos de aprendizagem. Vale ressaltar que, segundo a BNCC, os Campos de Experiência e os objetivos, do ponto de vista conceitual, não devem ser entendidos como currículo, mas sim como uma ferramenta para auxiliar o docente no planejamento de suas aulas, tendo como guia norteador o que é ideal para ser trabalhado de acordo com cada faixa etária.
2- Entendendo que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº7/2010), sinaliza os desafios à elaboração de currículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. Como está estruturada a BNCC do ensino fundamental?
	O Ensino Fundamental, segundo a BNCC, é estruturado a partir das competências gerais e segmentado em cinco áreas do conhecimento, são elas: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática. Tais áreas de conhecimento possuem competências específicas, fundamentadas nas dez competências gerais da BNCC e que devem ser desenvolvidas durante o curso de todo o Ensino Fundamental, priorizando, entre os componentes curriculares, a interdisciplinaridade, sem deixar de preservar as especificidades de cada componente. (Adaptado de PENTEADO, 2019).
	As competências específicas, determinadas por cada área do conhecimento, definem como as competências gerais são apresentadas em cada área e que devem ser trabalhadas ao longo de todo o ciclo (Adaptado de BRASIL, 2017). As áreas do conhecimento são estruturadas em um ou mais componentes curriculares, por exemplo, em Linguagens, que apresenta os seguintes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa. Para cada um desses componentes também são definidas competências específicas.
	Penteado (2019) então resume “Para assegurar o desenvolvimento dessas competências específicas, cada componente curricular traz um conjunto de habilidades, que se relacionam a diferentes objetos do conhecimento (conceitos, conteúdos e processos) organizados em unidades temáticas.” (PENTEADO, 2019). 
3- Faça uma análise de ambas as propostas curriculares, indicando pontos favoráveis e pontos desfavoráveis da BNCC. Sua análise deve trazer como referência pelo menos dois artigos que tragam visões distintas sobre o BNCC, ou seja, fundamentar teoricamente sua análise a partir de leituras realizadas até o momento e de um autor que é a favor da Base Nacional Comum Curricular e outro que seja contra.
	Ao analisar a BNCC, encontram-se pontos favoráveis e desfavoráveis, entre os pontos favoráveis podemos citar o ponto de vista de Andrade (2018), segundo a qual a BNCC está fundamentada na equidade e na isonomia, visando a garantia de todos os alunos do país terem acesso aos mesmos conteúdos. Assim, será possível não somente acompanhar, de forma precisa, os conteúdos lecionados nas escolas de todo o Brasil, mas também avaliar mais especificamente e de forma mais igualitária o desempenho dos estudantes, objetivando garantir as mesmas oportunidades a todos. A autora ainda evidencia:
A BNCC foi elaborada com a expectativa de mudar expressivamente a “cara” da educação nos tempos de hoje. Sua proposta é unificar a educação de toda região do país. Analisada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), o Ministério da Educação institui que sejam cumpridas as metas estabelecidas por esse plano, e quando sua implantação estiver concluída, deve ser inserida como novo método dentro de todas as escolas brasileiras, assim transformando a qualidade do ensino público, à medida que os iguala na aprendizagem das escolas privadas. (ANDRADE, 2018, p.26)
	Andrade enfatiza ainda o caráter democrático sob o qual a Base foi formulada, promovendo assim a possibilidade de especialistas, educadores e a sociedade em geral participarem das discussões. “É imprescindível destacar que o documento exposto pelo MEC é de aspecto contribuinte e democrático e é estabelecido em três versões” (ANDRADE, 2018). Resultado das discussões, questionamentos e debates entre educadores, estudantes, pais e sociedade como um todo, surge sua a primeira versão. Realizada por meio de seminários em diversos estados brasileiros, organizados pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e pela União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), surge a segunda versão. A terceira versão aparece como fruto das modificações provindas dos seminários estaduais e das sugestões originadas em discussões prévias.
	Como pontos desfavoráveis podemos enaltecer o ponto de vista de Arelaro (2017), segundo o qual a 3º versão da BNCC pode ser considerada um retrocesso por retomar parâmetros curriculares propostos nos anos 90. A autora evidencia também que tais parâmetros são vistos, por especialistas europeus, como superados. A retirada dos conceitos de gênero e orientação sexual, competências a serem proporcionadas nas escolas, também é criticada pela autora, causando a sim a ideia de retrocesso. Ela ainda afirma que houve atuação nas negociações políticas de grupos religiosos, e que os mesmos foram responsáveis pela retirada de tais questões. O caráter disciplinarizante da BNCC é enaltecido na seguinte fala da autora:
[...] A BNCC reforça a disciplinarização precoce, isto é, para as crianças de seis, sete e oito anos de idade. Além de reforçar a disciplinarização, a Base rompe com a possibilidade de os sistemas educativos organizarem os componentes curriculares definidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, observando-se aspectos ligados ao exercício da cidadania e as etapas do desenvolvimento integral do cidadão. (ARELARO, 2017)
	Desta forma, a autora enfatiza o risco da Educação Infantil ser compreendida como mais uma etapa preparatória para o Ensino Fundamental, o que, segundo a mesma, contradiz as concepções pedagógicas que atuam na defesa das crianças e que estão expressas na Resolução CNE n. 05/2009. (Adaptado de ARELARO, 2017, p.214).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ANDRADE, Karla Jordânia Bezerra. Sentidos da afetividade na BNCC: análise no ensino fundamental anos iniciais. jul. 2018. UFPB, Paraíba, 2018 Disponível em: 
<https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/13184>. Acesso em: 12 mai. 2020.
ARELARO, Lisete Regina Gomes. Avaliação das políticasde educação infantil no Brasil: avanços e retrocessos. Zero-a-seis, Florianópolis, v.19, n.36, p.206-222, dez. 2017. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/52548>. Acesso em 12 mai. 2020.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017. Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/> Acesso em 12 mai. 2020.
PENTEADO, Fernanda. BNCC na Educação Infantil: Saiba quais são os novos enfoque. Disponível em: <https://sae.digital/bncc-na-educacao-infantil/>. Acesso em 12 mai. 2020.
PENTEADO, Fernanda. BNCC Ensino Fundamental - Anos Iniciais: Confira os destaques da Base nesse segmento. Disponível em: < https://sae.digital/bncc-ensino-fundamental-anos-iniciais/>. Acesso em 12 mai. 2020.
PENTEADO, Fernanda. BNCC: Conheça as principais mudanças no Ensino Fundamental – Anos finais. Disponível em: < https://sae.digital/bncc-mudancas-no-ensino-fundamental-anos-finais/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=[*]%20DSA~DSA&gclid=CjwKCAjwte71BRBCEiwAU_V9h1xPQefO9h78q2u4Pg7MkSRYNCse7895i2XaKVJ7bfG-MO7spxuITBoCT2EQAvD_BwE> Acesso em 13 mai. 2020.
TONEGUTTI, Cláudio Antônio. Base Nacional Comum Curricular: Uma Análise Crítica. Disponível em: < https://www.sismmac.org.br/disco/arquivos/eventos/Artigo_BNC_Tonegutti.pdf>. Acesso em 13 mai. 2020.

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