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CCGA – Ingrid Leal afecções do esôfago obstrução intra e extraluminal · Intralumial: incapacidade de deglutição como sequela de obstrução parcial ou total do lúmen do esôfago. · Extralumial: se deve a abscessos ou neoplasias (linfoma, melanoma). Causas · Alimentos: secos e peletizados (grãos, feno, cama de maravalha) (mais comum ocorrência quando não há ingestão adequada de água); frutas (maça, goiaba, manga); · CEs (principalmente em ruminantes, pois equinos são mais seletivos). A mastigação inadequada permite que as fibras fiquem muito longas, permitindo lesões e obstruções. Em jovens, essa mastigação errônea é decorrente da erupção dos dentes. Em idosos, ocorre por problemas dentários (estenose ou divertículos) ou secundária a alterações neurológicas (perturbações do nervo vago). Localização da parada Esôfago cervical, entrada do tórax, porção torácica do esôfago (base do coração e cárdia). São locais com capacidade menor de distensão. sinais clínicos · Dor e desconforto, gerando taquicardia e taquipneia · Tentativas repetidas de deglutição · Arqueamento do pescoço · Salivação profusa (em excesso), podendo levar a desidratação · Regurgitação oral e nasal de líquidos · Halitose · Bruxismo · Tosse durante a deglutição · Ansiedade · Sudorese diagnóstico Esôfago cervical: · Palpar a região e tentar sentir aumento de volume e dor · Sonda nasogástrica · Radiografia (simples e contrastada) e endoscopia Diferencial: para qualquer doença que leve a salivação profusa e dificuldade de deglutição. Ex: raiva, tétano, botulismo, leucoencefalomalácea, ruminite aguda e CEs em cavidade oral/faríngea. tratamento Trocaterização – realizada em casos de taquicardia/taquipneia; exige pessoa capacitada. Sondagem nasogástrica: cabeça do animal deve estar baixa para evitar falsa via. Espasmolítico: Hioscina (escopolamina – relaxante muscular) 0,3 mg/kg IV, IM ou IC. Tranquilização: acepram, xilazina (não usar em prenhes), detomidina. Antibiótico de amplo espectro em casos de pneumonia por aspiração ou perfuração esofágica: sulfa, cefalosporina com gentamicina. AINES: flunexim ou fenilbutazona. Ocitocina: 0,22-0,44 UI/kg IV – somente para equinos e não usar em animal prenhe. Massagem local: ‘’empurrar’’ em sentido oral, de forma delicada. Na falha deste procedimento, optar por: esofagotomia (cuidado com as complicações: fistulização, estenose, pleurite, pneumonia aspirativa), rumenotomia (quando há obstrução em esôfago torácico de ruminante). Dieta pós esofagotomia: capim batido com agua após 12-24h, em casos em que a obstrução foi transitória ou sem lesão de mucosa (adm. com cuidado, pois se houver dilatação esofágica pelo alimento pode haver uma nova obstrução); feno molhado. Em casos de obstrução prolongada ou lesão moderada da mucosa, retirar o alimento por até 72h. complicações · Estenoses congênitas e adquiridas: Causas: · Trauma interno por CE ou compactações · Trauma externo · Cirurgias: se pegar muito tecido durante a sutura, poderá haver estenose · Contração da ferida · Esofagismo Sinais: obstrução recorrente, acúmulo de alimentos e disfagia. Diagnóstico: palpação, sonda nasogastrica, rx contrastado ou endoscopia. Tratamento: optar primeiro pelo tratamento conservador, a não ser que haja risco de vida. Cirúrgico: esofagomiotomia, esofagoplastia, ressecção e anastomose. · Ulceração da mucosa esofágica: Há refluxo de substâncias causticas do estômago para o esôfago. Pode haver obstrução por alimento que fica parado no esôfago. Sinais: anorexia, tosse, bruxismo, ptialismo, dor, refluxo. Diagnóstico: radiografia contrastada (se verifica bordas irregulares); endoscopia (se vê hiperemia, edema, hemorragia, perda de mucosa). Tratamento: · Antagonistas de receptores H2, que diminuem a inflamação e a dor: ranitidina 4,4 mg/kg PO, cimetidina 5 mg/kg PO · Omeprazole 0,5 mg/kg · Protetores de mucosa: sucralfato 2-4g por 3-4x/dia e antiácidos a base de magnésia/alumínio · Fístula: Em esôfago cervical. Sinais: edema, febre, disfagia, saliva + pus. Diagnóstico: rx contrastado, endoscopia. Tratamento: em casos de abscesso, fazer a drenagem ventral; AINES, atb (ex: gentamicina, cefalosporina) por 10-15 dias; ressecção em blocos e anastomose. · Perfuração ou ruptura esofágica: Por trauma externo, objetos perfurantes, corpo estranho, infecções periesofágicas, passagem de sonda nasogastrica por conta de obstrução e intubação prolongada. Sinais: - ferida aberta com edema e refluxo de alimento/saliva; - sem perfuração da pele: aumento de volume, dor, enfisema; - animal pode ter febre, anorexia, depressão, choque séptico, pleurite. Diagnóstico: rx e endoscopia. Tratamento: antibiótico, AINES, profilaxia contra tétano, fluido. Cirúrgico: em feridas abertas, fazer debridamento e sutura. Nas fechadas, fazer abertura da região, curetar envolvendo todo o tecido necrótico, ressecção e anastomose.