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Disciplina: História Regional (HIS13) Avaliação: Avaliação Final (Objetiva) - Individual Semipresencial Legenda: Resposta Certa Sua Resposta Errada Parte superior do formulário 1. A Guerra do Contestado (1912 -1916), ocorrida nos Estados de Santa Catarina e Paraná, recebe diferentes enfoques na sua análise historiográfica, sendo que, às vezes, até mesmo pouco rigorosas e envoltas em comparações infundadas com outros conflitos. De acordo com os estudos de Souza (2014, p. 28), a "Guerra do Contestado é seguramente o movimento social brasileiro com maior conotação messiânica e milenarista, ao ponto de alguns sociólogos a caracterizarem como "guerra santa", ou como um messianismo do tipo clássico". Contudo, há dificuldades para análise do Contestado, pois, o Messias não aparece explicitamente nos documentos e nas fontes utilizadas, o que produz visões reducionistas, factuais e de cunho positivista "com forte influência de Euclides da Cunha". Para Souza, "[...] os rebeldes sertanejos foram adjetivados de forma pejorativa como culturalmente arcaicos e atrasados e o messianismo associado à degeneração racial". Sobre como a historiografia trata a Guerra do Contestado, assinale a alternativa CORRETA: FONTE: SOUSA, Rui Bragado. O Messias Caboclo: um estudo sobre a religiosidade e a cultura popular dos camponeses no Contestado (1912-1916)'. Mestrado em História - Instituição de Ensino: Universidade Estadual de Maringá. Maringá - Paraná, 2014. Disponível em: <https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3448652 >. Acesso em: 20 fev. 2017. a) A maior parte dos estudiosos lançam sobre a Guerra do Contestado um olhar amparado na História Cultural (como matriz teórico metodológica) e na micro-história, dando ênfase aos verdadeiros protagonistas da história, os caboclos. E ainda, a literatura e o folclore fornecem as fontes para pensar o messianismo em termos ontológicos, isto é, inerentes ao ser social. b) A historiografia tem focado exclusivamente nos aspectos sociais do conflito entre os sertanejos e a monarquia, a qual apoiava a empresa norte-americana Brazil Railway Company, responsável pela construção da ferrovia que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo. c) A Guerra do Contestado é caracterizada pelos estudiosos da questão como um conflito possuidor de semelhanças com a Guerra de Canudos, devido à luta dos trabalhadores pela terra, por ser um povo expropriado e oprimido e pelo forte caráter religioso. d) Para alguns autores, a Guerra do Contestado pode ser entendida como o reflexo da mudança entre a monarquia e a república. Sendo que a república não conseguiu manter o apoio e o reconhecimento dado às classes desfavorecidas pela monarquia. 2. Pierre Bordieu (1989) é um filósofo que contribuiu para a história regional e para o debate sobre região. Ele compreende o regionalismo como um movimento de defesa da identidade regional construída. De que maneira o autor entende que ocorre a construção de regionalismo? I- Através da defesa e da força das pessoas que proclamam o poder regional. II- Realiza-se por meio de lutas simbólicas contra regiões que se colocam como dominantes. III- Através de uma forma especial de reprodução do capital, e, por decorrência, uma forma especial de luta de classes. IV- Através das lutas regionais, que, por se pautarem na questão da identidade, adquirem expressiva força mobilizadora. FONTE: BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Lisboa, Difel/Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1989. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) As sentenças I, II e IV estão corretas. b) As sentenças I, III e IV estão corretas. c) As sentenças III e IV estão corretas. d) As sentenças I, II e III estão corretas. 3. A Cabanagem foi um movimento social que marcou a história do Brasil. Mesmo inserida num cenário amplo e nacional, a Cabanagem ainda é analisada como um ?movimento regional". Partindo desse pressuposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Faltou eficiência na organização dos cabanos. ( ) Os revoltosos enfrentaram um longo período de lutas. ( ) Foram sacudidos por dissidências internas e pela falta de um programa de governo. ( ) Sofreram uma devastadora epidemia de varíola. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) V - V - V - V. b) F - V - F - V. c) V - F - V - F. d) F - F - F - V. 4. No ano de 1835, as diferenças de interesses fizeram com que a Revolução Farroupilha tivesse início. A revolução, no ideário rio-grandense, é lembrada como geradora do orgulho regional. A historiadora Sandra Jatahy Pesavento (2013, s.p.) revela que "[...] segundo os livros, foi o acontecimento que trouxe o Sul, efetivamente, para a História do país. Foram dez anos de conflito - de 1835 a 1845 -, mas suas origens remontam às primeiras décadas do século XIX, quando se agravaram os desentendimentos entre o poder gaúcho e a Corte". Sobre os antecedentes que motivaram a Revolução Farroupilha, analise as seguintes sentenças: I- A revolta trazida pela proibição do comércio do charque produzido na região e a obrigação de comercializar o produto apenas com a Argentina e o Uruguai. II- A insatisfação pelo aumento da taxa de importação do sal, produto essencial na produção de charque. III- Após anos de luta, os líderes locais esperavam do governo central um apoio maior em relação ao desenvolvimento da região Sul. IV- A partir do ano de 1821, o governo monárquico passou a cobrar altas taxas sobre os produtos produzidos no Rio Grande do Sul, como o charque, o couro e a erva-mate. Assinale a alternativa CORRETA: FONTE: PESAVENTO, Sandra Jatahy. Farrapos com a faca na boca: como a Revolução Farroupilha forjou a identidade do Rio Grande do Sul na luta contra o Império. IN: FIGUEIREDO, Luciano (Org.). História do Brasil: Para Ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 504 p. Disponível em : < https://books.google.com.br/books?isbn=8577344347 >. Acesso em: 20 fev. 2017. a) As sentenças II, III e IV estão corretas. b) Somente a sentença I está correta. c) As sentenças I, II e IV estão corretas. d) As sentenças I, II e III estão corretas. 5. Pode-se dizer que os estudos sobre o tema ?região?, na contemporaneidade, ultrapassaram os limites da Geografia Física, dando à História Regional um estilo novo, com ênfase nas identidades sociais em que a ação humana se sobrepôs aos aspectos físicos da Geografia. Nesse sentido, podemos afirmar que: a) A palavra região era pouco utilizada e as expressões que dela se aproximavam apresentavam um significado ambíguo e abstrato. b) A região tem na Idade Contemporânea o mesmo significado que tinha na Idade Média. c) O debate sobre a ideia de região embasou as discussões de temas relacionados à política, à cultura, às atividades econômicas. d) O termo região era utilizado para indicar espaços, independentes ou não, que estavam subordinados ao domínio do Império. 6. No século XX, houve o processo de renovação historiográfico que problematizou o campo de atuação e interesse do pesquisador da história. Neste contexto, a temática regional, a valorizar as peculiaridades, ajuda-nos a conhecer melhor a história do país. Sobre a abordagem regional, analise as sentenças a seguir: I- A história regional e a micro-história são sinônimas. II- Os estudos regionais, ao estabelecer relações do regional com o nacional, permitem fazer comparações. III- As fontes orais não se prestam para os estudos regionais por seu caráter subjetivo. IV- O tratamento dado às fontes da história regional deve ser rigoroso e embasado em sólido referencial teórico. Assinale a alternativa CORRETA: a) As sentenças I e III estão corretas. b) As sentenças III e IV estão corretas. c) As sentenças II e III estão corretas. d) As sentenças II e IV estão corretas. 7. A historiografia permite que projetos de ensino desenvolvamo trabalho sobre a história do bairro na qual o aluno está inserido. Esta iniciativa faz com que o professor de história explore questões sobre o bairro, como: a perspectiva econômica, a colonização e as primeiras famílias, aspectos religiosos locais, entre outros. Nesta perspectiva de trabalho da disciplina de história, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A história estudada nas escolas geralmente enfatiza a História Nacional e a História Geral, dando pouca importância à História Regional/Local. ( ) O estudo da História Regional/Local aproxima o aluno dos fatos mais próximos de sua realidade. Esta atitude estimula o interesse do aluno pela disciplina. ( ) O ensino de História Regional/Local diminui a simpatia dos alunos pelos conteúdos da disciplina da história, pois a comunidade não faz parte do interesse do aluno. ( ) A historiografia brasileira estabelece que a História Regional/Local, bem como a micro-história, não deve ser abordada no Ensino Fundamental. Assinale a alternativa que apresente a sequência CORRETA: a) V - V - F - V. b) F - F - V - F. c) F - F - V - V. d) V - V - F - F. 8. Ao longo da história, de acordo com o contexto, foram sendo atribuídos diversos significados à palavra memória. Hoje, poderíamos afirmar que a memória é seletiva e faz parte do processo de conhecer e das funções cognitivas pelas quais temos consciência do passado. Sobre a memória, analise as sentenças a seguir: I- Para os gregos antigos, a memória era a geradora das artes, sem ela não haveria história. II- No mundo medieval, ela seria o lugar no qual deveria estar sempre presente a lembrança de Deus. III- Para os romanos, a memória era algo que deveria ser exercida sempre que começasse o ano novo. IV- Na Pré-História, a memória era algo que não existia e muito menos era usada. Assinale a alternativa CORRETA: a) As sentenças II, III e IV estão corretas. b) As sentenças III e IV estão corretas. c) As sentenças II e IV estão corretas. d) As sentenças I e II estão corretas. 9. A História Comparada é um método de pesquisa que permite ampliar a compreensão de um determinado fato, rompendo estereótipos e preconceitos. Partindo desse pressuposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A História Comparada é o método de pesquisa que convida a uma mudança de atitude no modo de fazer História. ( ) A História Comparada é o método de pesquisa que descarta possibilidades para trabalhar os estudos regionais e locais. ( ) Bastante antiga no fazer do historiador, a História Comparada vem ganhando espaço nos estudos históricos brasileiros de forma geral e em particular nos estudos regionais e locais. ( ) Na História Comparada é impossível fazer comparações entre países, até regiões e localidades menores. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) V - V - F - F. b) V - F - V - F. c) F - F - F - V. d) F - F - V - V. 10. De Acordo com Zalla e Menegat (2011, p. 49-50), a Revolução Farroupilha "se configurou historicamente como um evento emblemático da memória pública do Rio Grande do Sul". Devido à sua importância historiográfica, existe um universo de pesquisas relacionadas a este evento, narrado de formas diversas e em alguns casos "em tom épico, e seus protagonistas transformados em heróis da 'pequena' e da 'grande' pátria, ora pela suposta resistência à opressão do centro político e econômico do Brasil, ora pela também hipotética aspiração à liberalização e 'republicanização' do país, o que incorre na afirmação de seu caráter nacionalista". Através do enunciado, você observou que a Revolução Farroupilha é um tema recorrente na historiografia brasileira. Sobre como a Revolução Farroupilha se caracteriza, a partir da perspectiva nacional, assinale a alternativa CORRETA: FONTE: ZALLA, Jocelito; MENEGAT, Carla. História e memória da Revolução Farroupilha: breve genealogia do mito. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, nº 62, p. 49-70 - 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbh/v31n62/a05v31n62.pdf>. Acesso em: 1º mar. 2017. a) A Revolução Farroupilha é um tema recorrente na historiografia nacional e internacional e ainda se enquadra dentro da vertente interpretativa da história, o positivismo. Isto porque, adquiriu um caráter regionalista, com enfoque nas características culturais e linguísticas do Sul do Brasil. b) A Revolução Farroupilha é um tema recorrente na historiografia. No entanto, quando observado a partir da perspectiva nacional, o movimento perde importância, sendo inserido dentro do jogo das questões nacionais e internacionais típicas da primeira metade do século XIX. Sendo assim, podemos considerar a Guerra dos Farrapos um evento de relevância regional, muito trabalhado pela historiografia rio-grandense. c) A Revolução Farroupilha figura nas produções históricas nacionais, principalmente no campo acadêmico do eixo Rio/São Paulo, dentro da vertente neomarxista inglesa, com ênfase nas questões socioculturais do movimento. d) A Revolução Farroupilha se enquadra na vertente historiográfica do regionalismo e apesar de ser um movimento que no passado foi organizado pelas classes dominantes pecuaristas, latifundiários e escravocratas, sua reprodução encontra eco no imaginário local, principalmente entre os nascidos no Sul do país e pode ser enquadrado num cenário de orgulho regional. 11. (ENADE, 2011) Com relação às lutas pela independência nas Américas portuguesa e espanhola, as quais, apesar de visarem aos mesmos objetivos, apresentaram um desenrolar em que se verificaram semelhanças e diferenças importantes, é correto afirmar que: a) A participação popular foi mais intensa nas colônias espanholas, como no México. b) Os comerciantes e os grandes proprietários de terra colocaram-se firmemente ao lado da metrópole. c) A evidência da neutralidade da Igreja diante da independência reside na ausência de participação de padres nas lutas. d) A longa guerra nas duas Américas foi financiada essencialmente por capitalistas britânicos. 12. (ENADE, 2014) Ao se problematizar a produção do conhecimento histórico, as representações do tempo, do passado e da ciência com que operamos, um novo conceito de temporalidade se tornou possível: não mais o de um tempo definido aprioristicamente, em que o historiador inscreveria os acontecimentos, como num filme linear; mas o tempo da experiência, do acontecimento em sua singularidade, o que torna possível perceber que há diferença na repetição e que trabalhamos com a multitemporalidade, ao invés de restringirmos a uma temporalidade única. FONTE: ROSSI. V. L. S.; BONI, E. (Org.). Quanto tempo o tempo tem. 2. ed. Campinas: Afinca, 2006 (adaptado). O conceito de tempo associa-se diretamente à escrita da História, tendo em vista que os acontecimentos são produzidos em uma determinada temporalidade, a qual expressa sinais do pensamento, das ações e experiências humanas em uma determinada época. Sobre o conceito de tempo, a partir das perspectivas teóricas mais atuais, avalie as afirmações a seguir: I- Valoriza-se o tempo plural e em diferentes sintonias, em detrimento do tempo linear e progressivo, entendido como sentido único. II- A História se constrói com base na ideia de tempo cumulativo, na qual a curta duração forma a longa duração. III- Reconhecem-se múltiplas temporalidades, em que o tempo cronológico coexiste com o tempo das rupturas e das continuidades. IV- O tempo deve ser entendido em seu contexto histórico e, nesse sentido, a divisão cronológica da História é o principal instrumento para explicar as ações humanas. É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) I, III e IV. c) I, II e IV. d) II e III. Prova finalizada com 10 acertos e 2 questões erradas. Parte inferior do formulário