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Atividade 1 - Alfabetização e Letramento 1

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LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO Unidade 1 ATIVIDADE 1 (A1)
Após nossas leituras, podemos perceber o quanto a atuação do professor, de forma planejada, responsável e consciente, é importante para que o aluno consiga se desenvolver significativamente no que diz respeito ao processo evolutivo do desenho, principalmente na Educação Infantil, em que a leitura e a escrita ainda não são de seu domínio. Partindo desse princípio, por que o professor deve ser um conhecedor do processo evolutivo do desenho, ou seja, conhecer as características das fases do desenho infantil? Como o professor deve proceder ao observar que, mesmo depois de um bom trabalho no coletivo, uma determinada criança não apresenta em seus desenhos uma perceptível evolução?
O desenho é uma das atividades mais praticadas pelas crianças, além do brincar, pelo fato de ser uma atividade prazerosa e muito divertida. 
Através do desenho a criança consegue se expressar mesmo que inconscientemente, nele são manifestos os seus sentimentos, suas ideias, medos, suas fantasias, a criança externa a sua cultura bem como a visão que possui de mundo, tornando-se uma forma de comunicação, já que ainda não sabe se expressar por meio da linguagem oral e escrita.
O desenho assumiu diferentes papéis na sociedade e podemos usá-lo para compreender melhor os processos de evolução da criança.
Diversos teóricos abordaram o tema, propondo, inclusive, diferentes estágios para classificação da evolução do desenho na criança, Georges Henri Luquet (1969) foi um dos primeiros a estudar o desenho infantil. Buscou entender como a criança desenha e propôs quatro estágios de desenvolvimento do desenho infantil: realismo fortuito, realismo falhado, realismo intelectual e o realismo visual.
Assim como Luquet, Viktor Lowenfeld e Brittain (1977), também sugeriram diferentes estágios de evolução do desenho infantil baseados na interação e no desenvolvimento integral da criança. Para eles os estágios são uma forma de entender as crianças intelectual e emocionalmente. Os estágios são: garatuja, estágio pré-esquemático, esquemático, realismo nascente.
No âmbito escolar, o desenho deve ser incentivado, valorizado e devidamente planejado através de diversas atividades pedagógicas juntamente com o lúdico e jogos, como um recurso importantíssimo para o desenvolvimento integral da criança.
Podemos observar o desenvolvimento de uma criança no aspecto social quando ela interage com outros colegas para explicar o seu desenho ou quando desenha coletivamente compartilhando sua imaginação, nesse momento dois campos são estimulados: ‘o eu, o outro e o nós’ e também a ‘escuta, fala, pensamento e imaginação’.
O professor deve proporcionar um ambiente onde a criança sinta-se a vontade para movimentar-se e consiga explorar todo o espaço a sua volta para vivenciar experiências diferentes no ato de desenhar. 
Ao contrário dos moldes “antigos”, o professor não deve ditar padrões, ou achar que a criança inteligente é a criança que fica quieta em sala de aula, pois ao se movimentar pela sala, ou mudar sua posição corporal para desenhar, a partir de outra perspectiva, a criança estabelece vínculos entre os campos ‘corpo, gesto e movimentos’ e ‘espaço, tempo, quantidades, relações e transformações’. 
A cognição da criança vai sendo desenvolvida através da evolução dos desenhos, quando ela consegue identificar e memorizar os desenhos, cores e texturas diferentes, notamos também a maturação no emocional, quando a criança desenha os seus sentimentos revelando como está se se sentindo: triste ou alegre, além de desenvolver a coordenação motora através do movimento das mãos, geralmente acontecem entre os três anos quando a criança sai da fase de garatujas.
O desenho trás muitos benefícios para a criança, podemos salientar o desenvolvimento da percepção, que de modo simples é a capacidade de perceber algo através dos sentidos.
Os sinais que recebem podem ser sonoros visuais ou táteis, são depois processados e interpretados pelo cérebro. Sendo assim, a percepção nada mais é que a nossa capacidade de se usar os sentidos para entender o mundo. Sejam ruídos, imagens ou texturas.
Nessa perspectiva, se faz necessário o professor selecionar atividades e trazer materiais que possam enriquecer o repertório de experiência das crianças. 
As aulas temáticas são exemplos práticos de intervenções pedagógicas que oportunizam novas aprendizagens e habilidades. Levar as crianças ao jardim da escola e pedir que coletem folhas, areia, pedrinhas e galhos, pedir que as crianças toquem, observem e ouça o som da natureza, depois na roda de conversa conscientizá-las sobre a importância de cuidarmos do meio ambiente e posteriormente solicitar que elas escolham quais materiais desejam usar para criar os seus desenhos.
O professor precisar conhecer muito bem o processo evolutivo do desenho para que possa articular suas atividades em cima da evolução e necessidade que a criança apresenta no decorrer da sua rotina dentro e fora da sala de aula. 
Bem como, conscientizar os pais e comunidade da importância e de todos os benefícios que o desenho proporciona, pois muitas pessoas ainda desconhecem suas vantagens e acaba por não valorizar ou até mesmo desmotivar a criança na prática do desenho e de sua criação, comparando, corrigindo seus traços, brigando com a criança quando ela desenha na parede, na carteira ou em outro lugar que não seja o papel, essas atitudes podem entristecer e deixar a criança insegura que posteriormente implicará resultados negativos e bloqueios na fase da alfabetização e do letramento.
Pesquisas comprovam que o desenho e a escrita são linguagens que interagem entre si completando-se, e que o desenho não deve ser aplicado apenas como um passa tempo, mas com propósito pedagógico, e quando trabalhamos em cima de um planejamento, chegam um determinado momento em que as letras acabam por se misturar ao desenho e a criança inicia naturalmente a escrita alfabética.
O professor precisa observar a particularidade e respeitar o tempo de cada criança, passando segurança através das bases teóricas e técnicas, instigando os alunos a progredirem sempre mediando todas as atividades e trazendo suporte para que sejam supridas as necessidades educacionais acreditando que este saber a criança construirá a partir de sua subjetividade.
Através do desenho a criança terá acesso a outras formas de linguagens expressivas presentes no seu cotidiano, assim como a escrita.
O desenho antecede, organiza e estrutura o pensamento narrativo. Serve como ponte (zona proximal) entre o desenvolvimento real e o potencial, ou seja, serve como auxiliar de significação do texto verbal e escrito num primeiro momento de aprendizagem da língua escrita. (FASSINA 2007 p.3)
Se o desenho é uma construção de um sistema de representação, podemos dizer que a escrita também é, evidenciando a relação entre os dois.
As pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999) mostram que , assim como as antigas civilizações que “escreviam” para representar objetos, as crianças associam o significante ao significado e ao escrever produzem traços sobre o papel e criam hipóteses sobre o significado da representação gráfica.
Em seus estudos sobre aquisição da linguagem e escrita Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999) concluíram que havia níveis no desenvolvimento dessa aquisição, são eles: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
O Pedagogo, a partir de observações e acompanhamentos em sua ação pode auxiliar professores, pais e coordenadores a perceberem que através do desenho a criança traduz sua forma de pensar, de agir e interagir em grupo.
Entretanto, podemos olhar o desenho como uma atividade completa que capacitará à criança em seu desenvolvimento pleno e posteriormente de forma natural, ajudará a se inserir como uma “ponte” para a fase de alfabetização e letramento.