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Política Nacional das Relações de Consumo

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FMP 2021/1
DIREITO DO CONSUMIDOR 
PROF. ALEXANDRE LIPP
1. Discorra sobre a política nacional das relações de consumo.
	A política nacional das relações de consumo, com previsão expressa no art. 4° do CDC, tem um sistema baseado na vulnerabilidade do consumidor - assim como reconhece o inciso I do referido artigo; e tem como objetivo i. o atendimento das necessidades dos consumidores; ii. o respeito à sua dignidade, saúde e segurança; iii. a proteção de seus interesses econômicos; iv. a melhoria de sua qualidade de vida; bem como v. a transparência e harmonia das relações de consumo. Passo a explicar cada tópico.
	De início, importante destacar que são inúmeras as necessidades dos consumidores, como por exemplo a alimentação, vestuário, habitação, educação, transporte, medicamentos, tratamentos médicos ou dentários, dentre outros. A máxima do atendimento das necessidades do consumidor dispõe que o fornecedor deve estar atento, procurando direcionar suas práticas para alcançar o sucesso, que seria a satisfação do consumidor. Portanto, deve o fornecedor definir o perfil do consumidor para apresentar suas ofertas e estratégias de marketing. Em síntese, as necessidades dos consumidores são produtos com mais qualidade e preços mais razoáveis, para que ele possa exercer seu poder de escolha.
	Superado esse entendimento, soma-se também aos objetivos da política nacional de consumo o respeito à dignidade, saúde e segurança do consumidor. Dessa forma, o fornecedor, na cobrança de dívidas, deve respeitar a incolumidade física e psíquica dos consumidores, conforme dispõe o art. 42 do CDC - sob pena de responsabilização penal, de acordo com o art. 71 do mesmo Diploma. Ainda, em relação a segurança e saúde dos consumidores, preveem os arts. 8° e 9° do CDC, que deve o fornecedor informar a seus consumidores sobre produtos e serviços com riscos previsíveis, isto é, a necessidade de informação a respeito da nocividade e periculosidade do produto. O art. 9°, já referido, estabelece que esta informação deve ser ostensiva e adequada quando há um produto ou serviço potencialmente perigoso, caso não seja cumprida esta disposição, existe responsabilização penal, como dispõe o art. 63 do CDC.
Desse modo, a partir da interpretação dos artigos, verificamos que é dever dos fornecedores, portanto, prestar informações adequadas e necessárias e, em alguns casos ostensivas, acerca da periculosidade ou nocividade de produtos ou serviços.
Pertinente à proteção dos interesses econômicos dos consumidores, vale ressaltar que devem os fornecedores agir de acordo com a boa-fé objetiva em suas relações de mercado. Dessa forma, ao estabelecer uma venda de algum produto, por exemplo, deve o fornecedor informar o conteúdo do contrato para que o consumidor exerça suas escolhas. Ainda, a respeito da boa-fé objetiva do fornecedor, tem-se que é um padrão de comportamento exigível no mercado de consumo - bem como a lealdade, cooperação, respeito, informação, dentre outros.
O art. 46 do CDC estabelece que os fornecedores têm que dar a conhecer aos consumidores os termos do contrato. Assim, deve permitir que os consumidores conheçam o conteúdo do contrato de maneira prévia. Ainda sobre a proteção econômica dos interesses econômicos dos consumidores, vale destaque o art. 52, § 1°, bem como o inciso V do CDC, visa permitir que o consumidor possa fazer o cotejo entre o valor que ele pagará a vista ou com o financiamento, quando houver financiamento ou outorga de crédito. É informação essencial para que o consumidor possa avaliar sobre o interesse em financiar a compra, devendo o fornecedor informar o preço à vista e a soma total a pagar nas vendas a crediário ou com financiamento. De mais a mais, verifica-se que os juros de cobrança não podem ser abusivos, e estando a multa moratória limitada a 2%.
	Já quanto a busca pela melhoria da qualidade de vida dos consumidores, a política nacional de consumo objetiva a satisfação que os consumidores têm em relação à contratação dos produtos e serviços. Vale mencionar que o consumidor que adquire produtos e serviços com qualidade, e nesse sentido maior tecnologia, seguros e com preços adequados, tem retorno e satisfação positivos, evitando prejuízos, frustrações e aborrecimentos. Concomitante a isso, o consumidor consciente colabora com a proteção do meio ambiente, pois passa a escolher fornecedores comprometidos com causas sociais ou nobres, o que lhe traz satisfação pessoal.
	Por fim, sobre a transparência e harmonia das relações de consumo, importante mencionar que 	o relacionamento exitoso entre fornecedores e consumidores trará resultados positivos para ambos, além de contribuir para o desenvolvimento econômico e tecnológico de uma forma geral. Dessa forma, deve prevalecer o princípio da boa-fé, transparência, respeito e harmonia na relação de consumo.
	Sobre o tema, destaca-se o art. 170 da Constituição Federal, a respeito da ordem econômica, que se funda na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa e tem por fim assegurar a todos a existência digna. Para tanto, é necessário a proteção do consumidor. Todos devem sair ganhando da relação, além disso, haverá desenvolvimento econômico e tecnológico evidente, pois os fornecedores competirão entre si e os consumidores terão uma gama maior de produtos para escolher qual que melhor se encaixa em suas necessidades.
	Os objetivos elencados acima podem ser alcançados pelo Estado de diversas formas, como através da criação de Promotorias de Justiça Especializadas na defesa do consumidor, por meio da atuação do Ministério Público. O Parquet tem atribuição para a instauração de expedientes investigatórios, celebração de compromissos de ajustamento de conduta - os chamados TACs; e ajuizamento de ações coletivas de consumo. Visa a proteção de interesses difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos, conforme art. 82, inciso I do CDC.
	Ainda, tem a possibilidade de criação de Varas e Juizados Especializados na defesa do consumidor, em Porto Alegre, existem a 15ª e a 16ª Varas Cíveis, que têm competência para o julgamento de ações coletivas de consumo.
	Outra maneira seria a partir da criação de delegacias de polícia especializadas, em Porto Alegre, existe a Delegacia de Polícia de Proteção aos Direitos do Consumidor, Saúde Pública e da Propriedade Intelectual, Imaterial, Industrial e afins (Decon). O objetivo é investigar e apurar crimes contra consumidores, com previsão legal no Título II do CDC, na Lei 8.137/90, dentre outros.
	Ademais, outra forma seria a partir da criação de associações civis, estas têm importante papel na proteção do consumidor, incluindo ações voltadas à educação e informação sobre seus direitos, além do ajuizamento de ações coletivas. As associações civis têm legitimidade para a defesa coletiva do consumidor, conforme dispõe o art. 82, inciso IV do CDC.
	De mais a mais, poderia também ser a partir da concessão de assistência jurídica aos consumidores necessitados, através da Defensoria Pública. A DP tem legitimidade para o ajuizamento de ação coletiva, ou ainda o ajuizamento de ação individual.
	Outros instrumentos importantes para a concretização da política nacional das relações de consumo é a SENACON (Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça), que coordena o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, a SENACON está ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A atuação do Senacon concentra-se no planejamento, elaboração, coordenação e execução da Política Nacional das relações de consumo. Além destas, os Procons também têm importante atuação, na orientação dos consumidores, fiscalização no mercado de consumo e punição administrativa de fornecedores.
2. Assinale a única alternativa incorreta. A questão vale 1 ponto:
a. ( ). A defesa coletiva do consumidor surgiu a partir da Lei da Ação Civil Pública.
b. (X) As normas do CDC se caracterizam como normas não cogentes ou dispositivas.
c. ( ) A Resolução 39/248 de 1985 da ONU reconheceu a vulnerabilidade do consumidor erecomendou aos Estados-membros a elaboração de leis protetivas.
d. ( ) Comemora-se o Dia Internacional do Consumidor no dia 15 de março, em face da mensagem do Presidente americando, Jonh Kennedy, ao congresso daquele país, enfatizando a proteção do consumidor.
3.Assinale a única alternativa incorreta. A questão vale 1 ponto:
a. ( ) A CF/88 reconhece ao consumidor o direito fundamental de proteção pelo Estado.
b. ( ) O CDC se caracteriza como um verdadeiro microssistema jurídica de normas.
c. ( ) A defesa do consumidor é um dos princípios da ordem econômica. 
d. (X) A liberdade para anunciar é absoluta, não estando sujeita a restrições.
4. Assinale a única alternativa incorreta. A questão vale 1 ponto:
a. ( ) A locação de bem móvel se caracteriza como relação jurídica de consumo.
b. ( ) Os serviços públicos uti universi não sofrem a incidência do CDC.
c. (X) A contratação de plano de previdência fechada sofre a incidência do CDC.
d. ( ) Não se aplica o CDC na relação jurídica decorrente de plano de saúde na modalidade de autogestão.
	
5. Assinale a única alternativa incorreta. A questão vale 1 ponto:
a. (X) Interesse e direito difuso se caracteriza como transindividual de natureza divísível, cujas pessoas estão ligadas por circunstâncias de fato.
b. ( ) Interesse e direito coletivo em sentido estrito se caracteriza como transindividual de natureza indivisível, cujas pessoas estão ligadas entre si ou com a parte adversa por uma mesma relação jurídica base ou básica.
c. ( ) Interesse e direito individual homogêneo se caracteriza pela origem comum da lesão.
d. ( ) O ajuizamento de ação coletiva visando a reparação dos lesados não impede o ajuizamento de ação individual pelo lesado interessado.

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